quinta-feira, 3 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6526: Notas de leitura (116): Guiné-Bissau Três Vezes Vinte Cinco, de TCor Luís Ataíde Banazol (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso Camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil At Inf, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 28 de Maio de 2010:

Queridos amigos,
Não deixa de surpreender a prosa do tenente-coronel Banazol, tudo escrito a quente, logo nos alvores da independência.

Não posso perder oportunidade de relembrar aos confrades que preciso da ajuda de todos para se fazer o inventário da literatura da guerra da Guiné o mais exaustivo que nos for possível, a todos agradeço que me indiquem livros que ainda não foram aqui mencionados. É a única maneira de entregarmos o rol bibliográfico aos historiadores. Recordo que há inúmeras publicações de edições de autor sobre a vida de batalhões e companhia. É impossível encontrar tais obras, a não ser por indicação de carolas, conhecedores de tais títulos. Vou dar-vos o exemplo a seguir com a história de um batalhão que esteve na Guiné entre 1965 e 1967. Descobri-a por acaso, é provável que não conste das bibliotecas.
É também por isso que preciso da vossa ajuda.

Um abraço do
Mário


Retratos de pessoas na Guiné-Bissau, pouco depois do 25/04/1974

por Beja Santos

O tenente-coronel Luís Ataíde Banazol ganhou notoriedade nas lides literárias logo a seguir ao 25 de Abril graças às suas intervenções e comentários sobre a origem do MFA, da Guiné-Bissau, do PREC. Tem todo o sentido, dado este propósito de se proceder a um inventário, tão exaustivo quanto possível, da literatura referente à guerra colonial da Guiné e período subsequente, que aqui se faça um registo a uma obra original.

Em que consta a originalidade do livro “Guiné-Bissau, três vezes vinte cinco”? (Prelo Editora, Agosto de 1974). O autor vira em repórter e vai entrevistar três figuras distintas, inquietas com a independência que se avizinha: um cantineiro/comerciante, um tenente dos comandos e um oficial do quadro permanente. O assombro, à distância destas décadas, é o que eles dizem num período compreensivelmente confuso e cheio de pontos de interrogação, e o que vai acontecer. São três homens para quem o tempo parou ou está num compasso de espera: o comerciante vacila quanto aos comportamentos a adoptar; o tenente dos comandos, ingénuo, acredita que a fraternidade entre guineenses está iminente e para durar; o oficial do quadro permanente não aceita quebras de disciplina, não embarca na euforia dos revolucionários dispostos às quebras de compromissos, muito menos a não medir as consequências de aceitar regressar deixando tudo no caos.

O Santana é um comerciante nascido em Unhais da Serra, tem uma serração e uma fábrica de aguardente, a pele curtida por 25 anos de Guiné. Anda zonzo com essa história da libertação pela independência, o que ia ser dos pobres dos empregados, não se sente entusiasmado em abandonar centenas de tambores de aguardente, se aquilo se complicar nomeiam um procurador e regressa nas calmas, não está disposto a sofrer enxovalhos, já basta o que viu com o administrador, agora a tropa não se mete em coisas de civis, há até mesmo soldados, descarados que lhe dizem na cara que se lhe acabou a teta, ele está fulo, ele é que foi roubado, deu à Guiné os melhores anos de vida, a mulher à cautela já se meteu no avião, o melhor é conversar com esta gente que veio do PAIGC, não quero que lhe aconteça como aos comerciantes de Piche que lhe queimaram a casa e perseguiram os cipaios. O autor escreve: “Readaptar Santana, dar-lhe vigor humano, investi-lo na dignidade de irmão que serve irmão, que o ampara, lhe facilita a compreensão de um mundo onde todos têm de estar lado a lado, e que o comércio é apenas um meio de aquisição de bens de cultura, é o mesmo que tentar elevar um morcego às alturas de uma águia.” Santana não está preparado para os novos tempos, esta independência ultrapassa-o, não se vai ficar na cosmética, é uma mentalidade que vai ser ultrapassada, só que ele ainda não sabe.

Vamos agora ao tenente José Luís, que veio de cabo, pratica a honradez, a lealdade e o heroísmo. Não lhe passa pela cabeça que o PAIGC irá ajustar contas, agora só se fala em paz, pão e união. Se os do PAIGC se bateram, sacrificaram e morreram, os comandos também. A questão grave, que agora anda disfarçada, é que guineenses e cabo-verdianos não se entendem. Será que se pode confiar nas promessas destes vencedores, na sua mensagem de concórdia? À cautela, o tenente já pensa em deixar a farda, comprar uma quinta e criar vacas e até cabras, pensa mesmo em voltar ao liceu e instruir-se. Ele desconfia dos cabo-verdianos. Agora aparecem antigos colegas que lhes vêm pedir para ele ir até aos comícios, pedir moderação às massas. Ele vai e não gosta. Entrou de licença, já veste à paisana, as desordens avolumam-se. Mal sabe o tenente José Luís o que o futuro lhe reserva.

Temos agora o coronel Viegas, experiente e conhecedor da trama social e até de muitas coisas mais que são arrastadas por qualquer processo de independência e descolonização. São tempos em que não podemos abdicar do bom senso nem da dignidade militar. Daí os conflitos com o capitão António Augusto Oliveira, que em poucas horas passou de defensor da pátria a invasor de outra pátria. O coronel Viegas pede moderação ao jovem capitão, não se pode voltar as costas a tudo isto e deixar o vazio, o PAIGC tem tudo a ganhar por um período de adaptação, um país não fica à deriva, não se fecha um abastecimento, um sistema de saúde, a máquina económica e, por milagre, é tudo substituído no dia seguinte. Gente séria não se deixa mergulhar no caos, é preciso manter a segurança, não se deixam os seres humanos à deriva. Discutem interminavelmente. Talvez os dois tenham razão: o oficial mais jovem anda embebedado com a liberdade, o mais velho quer evitar o drama do vazio. Um quer caminhar na esperança, entusiasmado, o outro quer fugir às areias movediças da debandada. E assim acaba o livro. Importa não esquecer que a obra foi publicada em Agosto de 1974. O resto, é só fazer as contas, pensar exactamente no que aconteceu.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 30 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6494: Notas de leitura (115): A Flor e a Guerra, de Manuel Barão da Cunha (Mário Beja Santos)

10 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Abençoada ingenuidade do t.coronel Benazol!
Estávamos na época em que "os amanhãs cantam."
Hoje sabemos todos dos golfões de sangue que nunca mais seca dos milhares de homens mortos, pós-colonialismo.
Dos comandos africanos a Nino Vieira,
das tragédias de Timor, Angola e até Moçambique.

Abraço,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...

Já agora, transcrevo do poste anterior, as palavras do Fernando Gouveia, na Guiné, Março de 2010:

"Como tenho vindo a referir ao longo destes relatos, além de muitos guineenses, incluindo antigos guerrilheiros, também este dirigente manifestou a ideia de que com Portugal estariam bem melhor do que na realidade estão."

Sem qualquer nostalgia pelo colonialismo, que existiu e não se pode branquear,ai tenente coronel Benazol, ai Tangomau, aliás Mário Beja Santos!

Abraço.

António Graça de Abreu

Manuel Joaquim disse...

Ai António Graça de Abreu!

"Sans rancune",
um abraço

Anónimo disse...

P6525 FG
Já agora, transcrevo do poste anterior, as palavras do Fernando Gouveia, na Guiné, Março de 2010:

"Como tenho vindo a referir ao longo destes relatos, além de muitos guineenses, incluindo antigos guerrilheiros, também este dirigente manifestou a ideia de que com Portugal estariam bem melhor do que na realidade estão.”

" Sem qualquer nostalgia pelo colonialismo, que existiu e não se pode branquear, ai tenente coronel Benazol, ai Tangomau, aliás Mário Beja Santos! Abraço.
Graça Abreu

A propósito desta invocação/transcrição que o nosso camarada Graça Abreu faz de parte do Poste 6525 do nosso camarada Fernando Gouveia, sobre relatos que tem vindo a fazer aqui no blogue relativamente à sua viagem em Março que antecedeu uns dias da minha, tenho a dizer com todo o respeito que tenho por ambos meus amigos, que não ponho em causa a frase/afirmação do lamento que ele, Fernando Gouveia, ouviu do tal dirigente com quem conversou.
Lamentações dessas, ouço às milhares, quer na Guiné, ao longo das minhas visitas que faço aquele País irmão, quer aqui em Portugal da boca dos elementos que integram a diáspora guineense, bem como, tenho ouvido da boca de muitos outros, incluindo responsáveis …. Dizer que:
Portugal enquanto País ex-colonizador, deveria assumir a administração ou os destinos da Guiné.
Que a Guiné não se desenvolveu desde a independência e que regrediu 40 anos, o que significa um atraso de 80 anos no seu desenvolvimento, etc. etc. etc.
Enfim…. Muitas lamentações, que dariam para “escrevinhar muita coisa” mas que não cabe aqui desenvolver nem através de um Poste.
Apenas quero chamar à atenção, que temos de conhecer a realidade guineense, o que me parece, sem ofensa, que a maioria dos bloguistas não conhece.
Que a lamentação invocada/transcrita – lamentações ouvidas – resultam da situação difícil quer económica, social e política, situação real que infelizmente aquele País irmão se encontra e não há meio de sair daquele marasmo.
Mas a Guiné, como significa a expressão “Nô Pintcha” vai dar um salto em frente, vai para a frente, os guineenses têm essa esperança.
Com isto quero dizer e é a minha interpretação e análise da realidade, que a mencionada frase transcrita, não traduz uma vontade de ser português, de sentimento ou de nacionalismo português, pois os guineenses assumem-se como tal e querem ser independentes como Nação e País Soberano [Vejam a resposta que deram no conflito político-militar 98/99].
As razões ou fundamentos das lamentações que invocam, resultam apenas da situação sócio-económica em que se encontram, incluindo a maioria dos elementos que adquiriram a nacionalidade portuguesa por naturalização, pois mesmo esses, sentem-se guineenses e não portugueses, e não é/foi o estatuto formal que lhes é/foi concedido que lhes alterou tal sentimento.
Enfim, como acima referi ,haveria muito para dizer sobre esta matéria, mas não é esta a sede própria para se discutir esta situação.
Presentemente, se colocassem meios de transporte à disposição dos guinenseses que se encontram na Guiné, para virem para Portugal, ou para outro País desenvolvido, com certeza que a maioria sairia de lá, mas à procura de melhores condições de vida e não por querer abandonar a sua terra.
Com este comentário, também quero reiterar que é necessário conhecer a realidade, concreta deste povo irmão, isto também, para reforçar a ideia, que há dias deixei num Poste em resposta a outra observação relativa à “língua portuguesa estar em perigo na Guiné”

Com um abraço amigo
Carlos Silva Ex-Fur Mil CCaç 2548/Bat Caç 2879 - Farim

Manuel Joaquim disse...

Meu caro Carlos Silva,

Ligado à Guiné por laços «familiares»,(é que sou "pai",há 43 anos,de um muito querido cidadão guineense e português),venho corroborar esta tua opinião e,já agora,a que expressaste sobre a situação da Língua Portuguesa naquele país (P6497 de 30/Maio/2010).Foi e continua a ser um erro ligar «nacionalismo» com «situação económica».Basta olhar para a história política mundial.

Um grande abraço

Anónimo disse...

Os Guineenses em geral todos queriam uma independência, bem como os angolanos e moçambicanos.

De outra maneira que não independência, muitos caboverdianos pensavam de outra(s) maneiras. O mesmo com os Sãotomenses.

Apenas uma percentagem de portugueses, acreditam hoje se não seria melhor seguirmos o caminho de Olivença.

De resto, como se diz: "tudo se cria"

Antº Rosinha

Anónimo disse...

Os Guineenses em geral todos queriam uma independência, bem como os angolanos e moçambicanos.

De outra maneira que não independência, muitos caboverdianos pensavam de outra(s) maneiras. O mesmo com os Sãotomenses.

Apenas uma percentagem de portugueses, acreditam hoje se não seria melhor seguirmos o caminho de Olivença.

De resto, como se diz: "tudo se cria"

Antº Rosinha

JD disse...

Camaradas,
Como diz um amigo meu, a História não tem que ser simpática em relação aos nossos (de cada um) pontos de vista, embora a sua interpretação, possa ser susceptivel desses enviezamentos.
Sobre a recensão: não conheço a obra do Autor, Ten.Cor.Benazol. No entanto, parece-me ter tentado um aviso junto dos seus pares, sobre as responsabilidades de Portugal relativamente aos territórios e sociedades colonizadas, quando criou 3/4 personagens, que reflectem outros tantos possíveis cenários de ocorrências face ao 25 de Abril, à desmobilização militar, aos arautos da descolonização em condições que deixaram instituições e sociedades à mingua e à mercê de tudo, ao desenvolvimento de ódios e conflitos durante a soberania dos Alto-Comissários, e à retirada de militares e civis em condições de pouca dignidade.
O que aconteceu a seguir, cá e lá, demonstrou à saciedade a falta de projecto político e de empenho em soluções adequadas.
Se a perpetuidade do colonialismo português estava comprometida por força da Carta das Nações Unidas, os Portugueses (aquele regime e os que o subscreveram) não souberam interpretar os sucessivos sinais e sansões, no sentido de, sob aquele patrocínio (a Carta), prepararem os diferentes povos para uma passagem, tão natural quanto possível, para a situação de independência, no que, parece, teria sido necessário mobilizar os líderes emancipalistas em dois objectivos principais: a continuidade das instituiçõe e do equilibrio social (contando com 30 anos de evolução), e o abandono da guerra para se atingir aquela finalidade. Se a solução era política, não se pode conferir esta designação ao abandono apressado dos territórios africanos.
Faltou a experiência para sabermos se seria ou não o melhor caminho, mas tem o benefício da dúvida, e teria a cooperação activa das N.Unidas, enquanto o processo que aconteceu, reflecte a impreparação e não parece digno de encómios para a nossa presença pretensamente civilizadora.
Abraços fraternos
JDinis

antonio graça de abreu disse...

Ás vezes, no correr dos comentários, reconheço que sou um pouco cínico e não sínico (de Sinae, China) como devia.
Acontece que a minha decepção com o socialismo real -- vivi durante seis anos em Pequim e Xangai -- é enorme. Também conheci a Alemanha Oriental, em 1969, a Mongólia e a União Soviética em 1981,(com Brejnev no poder) além da China por dentro de 1977 a 1983.
E, há já um ror de anos, fazem-me muita espécie os arautos do passado e do presente que continuam a falar nos "amanhãs que cantam", no "homem novo", na "sociedade socialista mais fraterna e mais justa", na "criação do mundo melhor".
Estes ideais, se praticáveis e possíveis, teriam na realidade transformado o mundo, para melhor.
Mas não transformaram nada. Em nome deles, e do povo, esses arautos chegados ao poder cometeram barbaridades contra esse mesmo povo, assassinaram milhões de pessoas, criaram infernos concentracionários ao lado dos quais a nossa obsoleta ditadura
salazarista e caetanista parecerá quase um paraíso.
Claro que o o socialismo africano é uma outra realidade. Mas sabemos qual a ideologia subjacente às mentes de Amílcar Cabral, Agostinho
Neto, Samora Machel e até da Fretilin, em Timor, 1974, e quais os países que os apoiavam.
Já escrevi aqui no blogue que não sou de esquerda nem de direita.São conceitos equívocos que não me dizem nada. Rejeito as passadeiras da esquerda e da direita para eu escolher e enfileirar.
Penso pela minha própria cabeça, faço o meu próprio caminho. "Caminante, no hay camiño, se hace el camiño al andar", cantava o Paxti Andión, nos versos do poeta António Machado, numa conhecida canção da nossa juventude.
Prezo muito a minha liberdade.
Porque a vi espezinhada, ultrajada, esmagada, em nome da direita e da esquerda.

Mais uma história cínica.
Quando Ho Chi Minh morreu, em 1969,
no auge da guerra do Vietname, deixou ao seu povo um simples e claro testamento que terminava assim:

"Não há nada mais importante do que a independência e a liberdade".

Esta citação foi escrita por todo o Vietname, justamente vitorioso na sua luta contra os norte-americanos.

Vinte anos depois, já com o Vietname unificado, os vietnamitas comentavam:

"Já começámos a cumprir as palavras finais do testamento de Ho Chi Minh, mas só as três primeiras, 'não há nada'".

Um abraço,

António Graça de Abreu

Manuel Joaquim disse...

Caro Graça de Abreu


Concordo,totalmente,com o que dizes sobre o chamado "socialismo real",expressão usada para camuflar o termo "comunismo".Criaram-se regimes de terror,as provas são evidentes. Só as não vê quem não quer.
Parece-me, no entanto,que estes comentários não andam por aí mas sim pela "nossa" descolonização.
O que me irrita e enoja é o espectáculo dos/das VELHAS VIRGENS que andam por aí,de HÍMEN RECONSTRUÍDO,a injuriar e a diabolizar a descolonização,a amesquinhar o comportamento militar em combate, a invectivar a " entrega da nossa pátria aos comunas", a arrotarem «verdades» sobre personagens e situações que ,de verdade,só têm as sílabas das palavras ditas.
Não são as vítimas da descolonização que me irritam com as suas queixas furibundas,às vezes
injustas,nem sequer aqueles que defendem as asneiras que ,politicamente,fizeram quando tiveram de decidir.
Quem me enoja são aqueles que eu vi,logo a partir de Maio/74,com faixas e aos gritos "Nem mais um soldado para as colónias!" Estas palavras de ordem propagaram-se como fogo em palha seca.Imaginei logo o que iria acontecer: a destruição de todas as hipóteses possíveis de entendimento com o IN, de qualquer energia ainda existente nos nossos combatentes, de qualquer hipótese válida de se formarem contingentes para render tropas no terreno.
Bem recordo alguns, hoje altos expoentes ideológicos de direita,altos cargos políticos,de Lisboa a Bruxelas,altos cargos na comunicação social,a liderarem tais manifestações,quer na rua quer na rádio/TV/jornais.
Hoje vejo-os por aí causticando
o modelo descolonizador e,
paradoxo, incensados pelas vítimas da descolonização!
Seria muito interessante consultar a imprensa de 1974/75,falada e escrita,e ver como se expressavam sobre este assunto certas "aves raras" que hoje se pavoneiam por aí,"arrotando postas de pescada".

Um abraço