terça-feira, 11 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10366: O PIFAS de saudosa memória (13): O ex-fur mil Garcez Costa, que trabalhou como radialista, ao lado do 1º srgt Silvério Dias, do José Camacho Costa e do João Paulo Diniz... É o nosso grã-tabanqueiro nº 577


Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 1  > Da esquerda para a direita: Silvério Dias, José Camacho Costa  e Garcez Costa




Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 2 > José Camacho Costa e Silvério Dias




Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 3 – Garcez CosTA A ler "a bíblia" e o João Paulo Diniz à espera qu'eu lhe passe "a bola"


Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 4 > Silvério Dias e Garcez Costa (a ler o noticiário)




Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº5 > No dia da minha estreia aos microfones, fardado a rigor, como quase sempre era obrigatório.

Guiné > Bissau > PFA - Programa das Forças Armadas > c. 1970/72 > Álbum de Garcez Costa > Foto nº 6 > Cá estou eu 40 anos depois!


Garcez Costa (2012). Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso novo grã-tabanqueiro, Garcez Costa, ex-fur mil, que foi locutor no PFA (Guiné, 1970/72),

De: Tony Sacavém

Data: 10 de Setembro de 2012 01:46

Assunto: Blogue - Pifas





Memória de elefante... Digamos que é algo que ainda vou tendo, e não sendo um notável contador de histórias como outros na nossa praça, mais não vou do que fazer uma espécie de cronologia dos factos. Embora reconheça que possam existir algumas imprecisões. Entre os camaradas cujos nomes vou aqui referenciar, posso assim testemunhar aquilo que ainda recordo, nesta página, onde se constata felizmente não haver recalcamentos sublimados de uma guerra colonial, para muitos com as armas às costas.


[Imagem à esquerda: O PIFAS, a mascote do PFA - Programa das Forças Armadas]

Bem vamos ao que interessa:

O P.F.A. - Programa das Forças Armadas tinha instalações na Avenida Arnaldo Schultz, onde funcionava o Comando Chefe das Forças Armadas da Guiné, sob a tutela do Estado Maior do Exército, com uma tafefa específica a que se chamava Acção Psicológica. 

Daí a intenção da criação por volta de 1967, e cujo primeiro locutor foi Raul Durão, do célebre mais tarde conhecido Pifas, com o fim de transmitir emissões de animação cultural e-musical junto da própria população civil e dos militares aquartelados em toda a região da Guiné Portuguesa. 

Já agora o último a fechar as portas, em 1974, foi José Manuel Barroso, sobrinho do casal Mário Soares/Maria Barroso.

As 3 emissões diárias (12:00-13:00; 18:00-19:00; 23:00-24:00) eram radiodifundidas através do Emissor Regional da Guiné. 

Nos quadros desta estação, enquanto militares, passaram, por exemplo, os compositores Rui Malhoa e Nuno Nazareth Fernandes, e o açoriano António Lourenço de Melo,  da actual RDP-Antena 1.

Eu, de nome completo António Manuel Garcez da Costa, endereço electrónico an_ter_bar@hotmail.com, utilizando Tony Sacavém como pseudónimo, cumpri o serviço militar entre Fevereiro de 70-72, substituído no final da comissão , segundo consta, pelo Armando Carvalheda, considero que:

(i) Após a intervenção logística dos Chefes da Repartição Otelo e depois [Ramalho] Eanes, esses seus empenhos não só contribuíram para a remodelação de todo o equipamento técnico dos estúdios de gravação e directos, como foi o período em que se projectou como mais recursos humanos a área de Rádio e Imprensa;

(ii) Daí que foi uma mais valia, tipo 2 em 1, a conjugação de projectos dos jornalistas José Camacho Costa e Júlio Montenegro com o radialistas Silvério Dias, Garcez Costa, João Paulo Diniz, que foi admitido para render Carlos Macareno;

(iii) De realçar, entretanto, o nosso Chefe de Núcleo Arlindo de Carvalho, hoje figura pública político-partidária;  

(iv) Outro Carvalho foi o António (Tony),  carinhosamente tratado por engenheiro de som e do discotecário Carlos Castro;

(v) E,  claro,  a nossa "tenente",  esposa do nosso primeiro,  que emprestava graciosamente a sua colaboração administrativa e radiofónica;

(vi) Haverá outros nomes aqui em esquecimento mas que seja perdoado por isso.

Agora é assim: Quem tiver corrector corriga o que eu disse; quem tiver mais a dizer prossiga a escrita!

Quanto à gravação anteriormente enviada (*) , reafirmo que parte dos textos do extracto que genericamente dei o título de "Crónica da Guiné" devem ser atribuídos a Júlio Montenegro, e inseriu-se numa programação especial de enorme qualidade no decurso de 1971. 

As vozes são de Silvério Dias, Garcez Costa, João Paulo Diniz, António Carvalho. Este último era também o sonoplasta desta rubrica semanal. A referência à alunagem da Apolo é um registo do disco em vinil do Luís Filipe Costa chamado "Década de 60".

Prometo, entretanto, reformular as gravações em fita magnética, a partir do meu velho gravador de bobines, passando-as aqui para o computador para efeitos de mistura, bem como procurar uma foto do Jantar de Convívio no Pátio Alfacinha em meados dos anos 80.

Junto em anexo algumas fotos pifanianas. E a minha mais actualizada.

1 – Silvério Dias, José Camacho Costa , Garcez Costa

2 – José Camacho Costa , Silvério Dias

3 – A ler "a bíblia" e o João Paulo Diniz à espera qu'eu lhe passe "a bola"

4 – Silvério Dias , Garcez Costa (a ler o noticiário)

5 – No dia da minha estreia aos microfones , fardado a rigor , como quase sempre era obrigatório.

6 – Cá estou eu 40 anos depois!

Saudações militares com continência e tudo.

2. Comentário de L.G.:

Camarada Garcez Costa, ou Tony, simplesmente: considera-te o grã-tabanqueiro nº 577 (**). Sê bem vindo em nome desta toda rapaziada que teima em recordar, com jovialidade e até irreverência,  os seus tempos de Guiné, entre 1961 e 1974...  Como vês, já somos mais do que um batalhão... E, em tua opinião de leitor, somos de facto (e queremos continuar a ser) um blogue  onde não há, genericamente falando,  "recalcamentos sublimados de uma guerra colonial, para muitos com as armas às costas".

Respondeste cabal e assertivamente às nossas perguntinhas (*)... e mandaste-nos mais do que as duas fotos da praxe. É uma honra para nós, teus camaradas e teus ouvintes do PFA, lá nos idos tempos de 1970/72. O teu nome já aqui tinha sido evocado pelo João Paulo Diniz:

(...)  Lembra, com saudade, outra malta que fez o PFA, como o Sargento Silvério Dias e a sua esposa, Maria  Eugénia, que era a tal "senhora tenente", de que muita malta se lembra... (,..) Havia uma vasta equipa, o sargento Silvério Dias, o furriel Garcez da Costa, o furriel Jorge Pinto... O Carvalhêda virá mais tarde...  (...).

Como vês, o "puzzle" da nossa memória vai-se compondo, com uns "baites" daqui e outros de acolá... Já agora deixa-me perguntar-te se foste "mordinho pelo bichinho da rádio", ou apanahdo pelas "ondas hertzianas" ou se,pelo contrário,  nunca mais pegaste num microfone, em estúdio ?...  Diz-nos também em que unidade ias integrado, a caminho da Guiné; e,  por outro lado, como queres ficar registado para a posteridade: Garcez Costa, Tony Sacavém, ou Garcez Costa (ou Tony Sacavém) ? 

Ficamos com água na boca com a tua promessa de nos arranjares mais uns registos áudio do teu tempo de locutor do PIFAS...Um Alfa Bravo. Luis Graça

5 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Bolas, 577

Quando vi a primeira foto pensei: Será que quando saí, mandaram os "miudos" para a Guiné?

Não, não estou a divagar.

Era a realidade. Tambem era um puto quando lá cheguei, só que parece que cada vez íamos mais novos.

Agora, que fazes parte da Tabanca e, apesar de ainda não nos conhecer-mos, sê benvindo.
Arranja lugar à sombra do poilão e conta as históris do Pifas, que não me recordo de ter ouvido, apesar de ter saido da nossa Guiné em Junho de 70.

Um camarigo abraço

Luís Graça disse...

... De facto, o Garcez, na primeira foto, tem cara de "puto"... Como (quase) todos nós, tínhamos caras de "putos"... Ainda hoje quando olho para o meu filho, que tem 28 (!) anos,. revejo-me nele e prgunto-me:
- E se a guerra da Guiné não tivesse acabado ?... Ele estaria lá hoje, como alferes miliciano médico...

Pesadelos, Zé Martins, pesadelos...

Hélder Valério disse...

Caro amigo Garcez Costa

Que sejas muito bem vindo a este espaço colectivo.
Fica à vontade (não quer dizer 'à vontadinha...') e vai ajudando a fazer avivar a memória deste pessoal.
Para já as fotos que apresentaste são bastante interessantes e mais uma vez vêm ajudar a tese de que a Guiné foi a 'incubadoura' de muita boa gente em várias áreas profissionais.
Abraço
Hélder S.

Arménio Estorninho disse...

Camarigo Garcez Costa, Bem-vindo e Saudações Guinéuas.

Com uma entrada "triunfal" no Blogue, irás colocar mais uma boa pedra na sempre continuada construção da nossa Tabanca Grande.

Certa noite do mês de Março de 1970, visitei a Rádio-PFA e provavelmente tivemos a oportunidade de nos cumprimentarmos pessoalmente.

Diga-se que a entrada naquelas instalações dera-se "à socapa", devido a que o ex-Alf. Mil. Barbosa, da Ccaç.2381 (falecido e com última residência em V.N.Gaia) tinha conhecimentos com alguém da Rádio e o Sentinela fora conivente.

Com um Abraço
Arménio Estorninho

Poeta Todos os Dias disse...

Olá amigos! Que comoção! Ao fim de
quase meio século, poder escrever:
"sempre ao vosso lado", quando "lá"
o dizia de viva e sentida voz.
Sou o "velho" 1ºSarg.Silvério Dias,
vivo na Graça de Deus e tendo a meu lado a "senhora tenente" que me acompanha em 53 anos de matrimónio.
O que tenho para recordar? Um rol
infinito de que procurarei ir dando conta. Para já, o reencontro!