quinta-feira, 18 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11416: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (12): Respostas nºs 21/22: Juvenal Amado (CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74) e Carlos Pinheiro (Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, Bissau, 1968/70)

A. Continuação da respostas ao inquérito por questionário aos nossos leitores (*). Mais duas que nos chegaram:   Juvenal Amado (nº 21) e Carlos Pinheiro (nº 22):

B. Resposta nº 21 > Juvenal Amado [, ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74; natural de Alcobaça, vive em Fátima]:


Caros camaradas: Porque em certa altura das nossas vidas vestimos uma farda, pegamos em armas e dispusemo-nos a combater por uma coisa que não tínhamos bem a certeza, senti anos mais tarde uma força interior que me levou a escrever uma história real, que se tinha passado comigo há 33 anos na Guiné durante a guerra colonial, quando prestei serviço no Batalhão de Caçadores 3872. (Essa história foi lida na Antena 1 pelo actor Miguel Guilherme no programa Histórias de Vida)

Na altura ainda não fazia ideia do muito já publicado e, em especial pela sua abrangência, no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Mas tornou-se imperiosa a necessidade de falar, de tornar publico episódios de uma guerra em que (pensava eu) ninguém falava, que a meu ver carecia de um amplo debate que limpasse reservas e reavivasse a memória coletiva. Pretendia assim contribuir para desmistificar rumores que grassavam na opinião pública, de que nós fomos para lá divertirmo-nos com as bajudas, empanturrarmo-nos de cerveja e de marisco barato em paraísos tropicais.

Começava eu assim: 
- Caro Luís,  se me permites que te trate assim...
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(1) Em 2007 descobri o Blogue quando fiz um pesquisa na Net sobre o local onde prestei serviço militar na Guiné (Galomaro). 

(2) Ao fazer isso,  dei com uma mensagem do Carlos Filipe que foi meu camarada no 3872 e que eu praticamente não conhecia, em que ele exclamava que finalmente os tinha encontrado.

Também ficou na minha cabeça um comentário e a esse respeito escrevi: - Gostei especialmente do comentário que um camarada do Saltinho fez afirmando que estava farto de guardar as costas aos gajos da CCS. Nas companhias operacionais, havia sempre um sentimento estranho em relação ao comando do batalhão, que foi passando à medida que as comissões avançavam.

A titulo de exemplo por causa de umas palavras ditas pelo o nosso comandante, quanto ao empenho operacional de uma das companhias, quando Galomaro foi atacado nessa companhia festejou-se o ataque como quem diz, agora já sabem como é.

E foi assim que me tornei membro.

(3) Sou pois membro do blogue desde Novembro de 2007. [Vd. poste de 1 de janeiro de 2008, P2413]

(4) Vou ao blogue todos os dias, sempre que me seja possível.

(5) Tenho enviado sempre que as recordações me assaltam, sendo cada vez raras na verdade. Tenho pena mas a fonte vai secando, mau grado a minha vontade de manter uma contribuição constante.

(6) Conheço e uso também a página do facebook.

(7) Vou mais vezes ao blogue do que à página Tabanca Grande Luís Graça,  no FB. 

(8) No blogue é como que lê o jornal diário. No FB como não aparecem todos os postes publicados no blogue, leio menos vezes. 

(9) Não tenho criticas a fazer nos dois casos,  antes pelo o contrário, só tenho boas criticas quanto ao trabalho, bem como há imagem dos postes. 

(10) Quanto à lentidão na abertura do blogue, fracamente não sei é lentidão motivado pelo peso das publicações,  se é do meu próprio equipamento. 

(11) O que o blogue representa para mim, dificilmente será substituído por outra publicação do género. O blogue deu-me amizade, calor, motivos de interesse, reencontros, e acima de tudo deu-me autoestima em momentos difíceis. 

(12/13) Já participei em três encontros. Este ano tenho um problema pois a festa do blogue é no dia 8 de Junho e o almoço do meu batalhão é no dia 9. Por isso a alteração da data do encontro do blogue, provoca-me uma situação difícil.


 (14) Quanto à longevidade do blogue é difícil ajuizar. O meu avô,  todos os anos no dia do seu aniversário,  dizia assim:  “se calhar para o ano já cá não estou”. Jjá faleceu há bastante anos, mas andou a dizer a mesma coisa talvez mais de 20. 

Quem sabe?  Têm aparecido outros camaradas, com outras estórias com outras vivências, renovando a assim as caras e isso é benéfico.

No entanto seria bom que os bloguistas mais velhos, com quem o luisgraçaecamaradasdaguiné foi crescendo, não se considerassem dispensáveis, que não se auto excluíssem e continuassem com os seus comentários, as suas achegas, a transmitir calor apoiando e moldando os que começam agora a suas contribuições.

(15) Não tenho críticas quanto à forma, nem quanto ao conteúdo se bem que não goste de tudo, penso que tudo é preciso.
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Resposta nº 22 > Carlos Pinheiro [ex-1.º Cabo TRMS Op MSG, Centro de Mensagens do STM/QG/CTIG, 1968/70; vive em Torres Novas]

(1/2) Descobri o blogue há cerca de 4 anos através de conversas com camaradas que também estiveram na Guiné e depois com consultas na net.

(3)  Sou membro da Tabanca há mais de 3 anos. [25 de outubro de 2010]
(4) Vejo o blogue semanalmente e sempre que o Google me alerta.

(5) De inicio mandei vários trabalhos e agora muito mais esporadicamente. Mas comento com frequência trabalhos que vão aparecendo e com os quais posso ter alguma afinidade.

(6) Também conheço a página do facebook, onde vou com menos frequência.

(7) Também conheço e participo no blogue e nos convívios mensais da Tabanca do Centro que também é um grupo muito interessante.

(8/9) Revejo-me mais nos blogues.

(10) Ultimamente não tem sido tão fácil o acesso como já tem sido.

(11) O blogue acima de tudo é um recontar e reavivar a memória e da história, que a nós nos diz muito e só é pena é que os poderes instituídos nunca tenham percebido que em Portugal ainda existem centenas de milhar de antigos combatentes, que sempre se sentiram desprezados pelos vários poderes. Uns porque nos mandaram para lá sem qualquer tipo de condições, a começar pela forma como éramos encaixotados nos porões dos barcos, pela falta de condições nos aquartelamentos, etc, etc. e depois os outros, depois da guerra que, para além de terem feito o monumento em Belém para encher o olho, nada mais fizeram.

(12/13) Já participei nos últimos Encontros Nacionais e espero também participar no encontro deste ano porque acho importante este tipo de convívios onde se reveem camaradas e onde se aviva a memória recontando a história que, passe a imodéstia, mal ou bem, ajudámos a escrever e alguns, muitos, camaradas nossos com o sacrifício da própria vida. É bom encontrarmo-nos de vez em quando.

(14) O blogue, quanto a mim, tem fôlego para continuar só que as histórias por contar começam a rarear porque muito já foi contado. É certo que muitos camaradas nossos,  que ainda não aderiram ao blogue, também o poderiam fazer e decerto teriam muito mais para contar. Penso que estará na mão de cada um de nós trazer mais um camarada para este saudável convívio.

(15)  Criticas já as tenho feito pontualmente e não é agora o momento de estar a inventar nada. Quando é preciso fala-se, debate-se e depois chega-se a um consenso. Quanto a sugestões,  também pouco posso dizer. Preferia agradecer à administração do blogue e aos editores permanentes o trabalho persistente que têm tido ao longo dos anos e isso, para além de agradecer é de louvar.

A terminar, votos de que a família se alargue e que se mantenha coesa e unida.

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Nota do editor:

Últimos  dois postes da série > 


17 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11409: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (10): Respostas de Jorge Cabral, Jorge Picado e Fernando Súcio (18/20)

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