terça-feira, 16 de julho de 2013

Guimé 63/64 - P11846: Filhos do vento (16): Os filhos que os soldados portugueses deixaram para trás, em Fajonquito: Cadija Seidi, 39 anos, Kumba Seidi, 39 anos, Ivo da Silva Correia, 38 anos... Ainda com a esperança de um reencontro com os seus progenitores... Sonhos e desilusões (Cherno Baldé)




(1) Cadija Seidi, 39 anos, natural de Fajonquito, Sector de Contuboel, região de Bafatá.


Filha de Egue Seidi, conhecida no meio da tropa por Espanhola, nasceu em Fajonquito em 1974, o pai, soldado portugues da Companhia de Caçadores n.º 3549, “Deixos Poisar”,  comandada pelo Capitão Quadro especial de Oficiais José Eduardo Marques Patrocínio e, posteriormente, pelo Capitão Miliciano Graduado de Infantaria Manuel Mendes São Pedro, que esteve sediada em Fajonquito de Maio 1972 a Junho de 1974. 

Não tem informação certa, a mãe nunca lhes falou dos pais portugueses, mais tarde por volta dos anos 80 sentiu necessidade de saber a verdade e procurou informar-se junto de antigos soldados que tinham servido o exército portugues, falaram-lhe de dois nomes provaveis (D... ou P...).

(2) Kumba Seidi, 39 anos, natural de Fajonquito, Sector de Contuboel, região de Bafatá. 


Ela [, a Cadija,] é irmã mais nova de uma outra, Kumba, também ela, filha de um soldado português, da mesma companhia ou da anterior, a Companhia de Artilharia n.º 2742, comandada pelo Capitão de Artilharia Carlos Borges de Figueiredo, que esteve sediada em Fajonquito entre 1970-1972.

Recentemente (2010?),  dois homens brancos visitaram Fajonquito na companhia de um Guineense, sabe-se que eram portugueses, mas ninguem conseguiu saber de onde vinham nem o que queriam, no entanto visitaram o local onde antigamente se situava a morança da mãe, a bela e irreverente Egue, vulgo Espanhola. Seriam os pais ou o pai de uma delas?

Não estão desesperadas na vida, mas gostariam de conhecer os seus progenitores. 



 (3) Ivo da Silva Correia, 38 anos, natural de Fajonquito

Filho de Sona Baldé,  conhecida entre os soldados por Sonia,  filha de Sadjo Balde, antigo cozinheiro da tropa, nasceu em Fajonquito em 1975. O pai, de nome  C...,  não chegou a conhecer o filho, com o fim da comissão a Companhia de Caçadores n.º 3549, “Deixos Poisar”,  comandada pelo Capitão Quadro especial de Oficiais José Eduardo Marques Patrocínio e, posteriormente, pelo Capitão Miliciano Graduado de Infantaria Manuel Mendes São Pedro, deixou Fajonquito em Junho de 1974, o pai nunca mais deu sinais de vida.

Não está desesperado da vida, simplesmente gostaria de conhecer a cara do pai, pois dizem que são muito parecidos. A única referência que tinha do pai era uma fotografia que entretanto se deteriorou com o tempo.

Texto e fotos: © Cherno Baldé (2013). Todos os direitos reservados

1. Duas mensagens de hoje  de Cherno Baldé 

[, foto à esquerda, em Kichinev, Moldávia, ex-URSS, Dezembro de 1985, quando estudante]:


(i) Caro amigo Luis,

Concordo com a tua sugestão de dar nacionalidade a todos os «filhos de vento» ou «filhos de cabeças de vento« bem como os vossos antigos camaradas de armas [, guineenses,]  que assim o queiram.

Pode-se emendar a história, sim senhora, se houver carácter e boa vontade.

Junto envio  fotos de filhos de portugueses, meus irmãos que, na sequência da visita da jornalista, Catarina Gomes, solicitaram-me fazer publicar suas fotos e o desejo longamente acalentado de um dia conhecer os pais ou seus familiares.

Com o reconhecimento de sempre,

Um abraço amigo.

PS. Vi o poste sobre os "filhos de vento", podem fazer a leitura que entenderem da minha opinião, o problema é que nós,  africanos,  nunca fugimos nem nos escondemos dos nossos familiares. Para um africano a família é a melhor coisa que um ser humano pode ter na vida.

Os pais que estão a tentar proteger não protegeram nem sequer se preocuparam com as consequências dos seus actos. Não sabia que havia leis que protegiam aos infractores.

(ii) A Catarina [Gomes, jornalista do Publico,] pediu-me que enviasse para ela informações de pessoas que tenham dados concretos sobre os seus pais e que queiram encontrá-los. Acontece que são poucos os filhos que foram deixados com dados concretos e em muitos casos ou se deterioraram ou se extraviaram com o tempo. Infelizmente ainda nao tenho o seu email, para o fazer directamente, pelo que agradecia encaminhar a primeira mensagem com as fotos. 

Muito obrigado e um abraço,

Cherno Baldé
_________________

Nota do editor:

22 comentários:

Luís Graça disse...

Cherno:

Obrigado pelo teu esforço solidário e pelo gesto, meritório, de pores no blogue notícias destes 3 casos de presumíveis filhos de soldados portugueses que estiveram na tua terra, Fajonquito, e que tu tratas como "meus irmãos".

Devo-te uma explicação em relação à omissão do nome (que tu indicaste por extenso) do presumível pai do Ivo...

A Constituição da República Portuguesa proibe a violação do direito ao bom nome e à reserva da intimidade da vida privada e familiar:

Artº 26º - Outros direitos pessoais

1. A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, ao desenvolvimento da personalidade, à capacidade civil, à cidadania, ao bom nome e reputação, à imagem, à palavra, à reserva da intimidade da vida privada e familiar e à protecção legal contra quaisquer formas de discriminação. (...)

Mas também diz no artº 36 (Família, casamento e filiação):


(...) 4. Os filhos nascidos fora do casamento não podem (...) ser objecto de qualquer discriminação e a lei ou as repartições oficiais não podem usar designações discriminatórias relativas à filiação (...)

Como tu sabes, o nosso blogue tem uma "regra sagrada": não faz juízos de valor sobre os comportamentos dos nossos camaradas, no plano moral, civil, humano, operacional, disciplinar...

Não se trata de "corporativismo", como tu declaraste há dias. É um princípio fundamental do direito, o da presunção da inocência... E depois não somos juízes, muito menos juízes em causa própria...

Um abraço. Luis Graça

________________

http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepublicaPortuguesa.aspx#art17

Luís Graça disse...

Cherno, esta é também a posição do jornal "Público", corretissima, do ponto de vista ético e deontológico, relativamente à recolha e divulgação de testemunhos:

"Este é um espaço de debate. Qualquer testemunho que inclua dados pessoais não será publicado. A identidade dos pais não é divulgada por motivos de reserva da vida privada. O envio de informações que julgue relevantes para a busca destes filhos de ex-militares portugueses deverá ser feito para o email filhosdovento@publico.pt"

Henrique Cerqueira disse...

Caro Cherno Baldé
Tenho mesmo que dar o meu contributo ao teu artigo .
Não posso é concordar com as tuas palavras que repito :«« Os pais que estão a tentar proteger não protegeram nem sequer se preocuparam com as consequências dos seus actos. Não sabia que havia leis que protegiam aos infractores.»» Penso amigo Cherno que entenderás que a haver pessoas identificadas como supostos "infractores"não devem nem poderão ser publicadas neste blogue nem publicamente.Há para isso os tribunais e possivelmente organizações oficiais que possam ajudar a provar essas "paternidades".Repara que em certa altura identificas prováveis...(D....P)OU ainda teres duvidas se foi soldado da Companhia 2742 ou anterior...Francamente achas que com essas afirmações duvidosas aquele paragrafo que transcrevi acima se aplica???
Amigo Cherno também quero te dizer que para os Africanos e segundo as tuas palavras a família é o mais importante.Pois é cá em Portugal também pensamos assim . O que não significa que não haja anormais tanto cá como em África.
Quero ainda te reafirmar que estou solidário com os filhos que procuram os seus pais mas de todo o Mundo incluindo os de cá em Portugal.Não acredito muito em certos acontecimentos mediáticos e rezo sinceramente para que o "Publico" não deixe cair no esquecimento,já que segundo me parece está a recolher dados concretos afim de ajudar.Assim DEUS QUEIRA.
Um abraço
Henrique Cerqueira

armando pires disse...

Quero ser franco.
Não gostei nada, absolutamente nada, daquele parágrafo escrito por Cherne Baldé, que reza assim:
"Os pais que estão a tentar proteger não protegeram nem sequer se preocuparam com as consequências dos seus actos. Não sabia que havia leis que protegiam aos infractores."
Não conheço o Cherne nem deixei filhos na Guiné.
Mas repugna que alguém que partilha estas páginas connosco, tresleia o passado com acinte e em bicos dos pés.
Por mim, que, repito, não deixei filhos mas ajudei alguns a nascer, dispenso lições de moral e laudas acusatórias.
armando pires

Anónimo disse...

Caro Cherno

Sobre este assunto delicado cada um deve agir segundo a sua consciência.

Permite-me que discorde de ti quando dizes "para nós africanos a família é o mais importante"...

Olha que não..olha que não..tu certamente que sim.. mas não és nem representas os africanos.

Em todas as partes do mundo há muita gente que não assume as suas responsabilidades nomeadamente as da paternidade..e pelos mais diversos motivos sejam económicos sociais ou outros,muitos africanos limitam-se a fazer filhos, e vão à sua "vidinha", as mães que se amanhem na sua criação...

Conheci muitas situações destas em vários países africanos, e na Guiné também..

Não pretendo desculpabilizar nada nem ninguém,mas também não faço juízos de valor sobre quem quer que seja..

Um alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

Cherno!
Mais uma vez ofendes desnecessáriamente. Quem está a proteger quem?Partes sempre de uma posição de superioridade moral face
ao tuga libidinoso e depravado.Sabes,também temos e respeitamos a instituiçao família .
E a Lei na senda do consignado nos
Art 7 e 8 da Convenção sobre os Direitos da Criança,determina que
todos têm direito ao nome e a ter
mâe e pai,reconhecidos.Aliás como
eu ensinei durante 38 anos,o direito da criança a saber quem é
o pai,deve ser exercido mesmo contra a vontade da mãe,pois não é
um direito dela,mas sim do filho.

Evidentemente que existem milhões de crianças por todo o mundo,que
não sabem quem é o pai.Quantos filhos deixaram os angolanos na Guiné ou os chineses em Angola?

Não tive,nem abandonei nenhum filho
na Guiné,mas custa-me assistir a generalizações abusivas e a julgamentos sumários.
Ainda ontem li no Facebook,a seguinte frase"Os Portugueses que verteram mais esperma do que sangue
no Ultramar"Claro que me insurgi.E o cavalheiro retirou.Mesmo velho ainda sou capaz de dar dois murros,
na cara de um gajo,que se permitiu ofender os mortos e os vivos.

J.Cabral






Anónimo disse...

Oh.."nosso alfero"

Não é preciso exagerares...

O Cherno "rafeiro" de quartel..é tão ou mais "tuga" que muitos de nós, mesmo que tente disfarçar..sabes foi criado entre nós..levou muito pontapé no cú,mas também foi acarinhado..herdou os nossos defeitos e qualidades,por isso reage à "tuga"..compreendo a posição dele assim como a tua.

O Cherno não precisa que ninguém o defenda,e apesar de não o conhecer pessoalmente sei que não teve intenção de ofender ninguém.
A aparente superioridade moral não é mais do que uma reacção à "tuga".

Um alfa bravo

C.Martins

Antº Rosinha disse...

São muito poucos os "filhos do vento" ou seja filhos da lavadeira, que ficaram emÁfrica em 13 anos de presença de milhares de militares portugueses.

Em todos os campos , aNGOLA, mOÇAMBIQUE E ´GUINÉ, havia pouca convivência entre tropa e população.

A misceginação lusa e o apartheid anglo-franco-belga devia ser analizado neste blog.


Anónimo disse...

P.S.

Não leio o facebook..mas se houve alguém que ofendeu os antigos combatentes vivos e principalmente os mortos e se souber quem é ..eu não ameaço...vou-lhe mesmo às "ventas",porque eu não sou velho..só estou um bocadinho usado.

C.Martins

Anónimo disse...

Olá Camaradas
Parece-me que, mais uma vez, estamos a enveredar por uma espécie de "Nacional-Porreirismo" que não tem justificação.
Tudo se passou há quarenta anos ou mais e num contexto que hoje, nem sequer conseguimos avaliar.
Há atenuantes, muitas, variadas e de parte a parte. Se bem entendi, ninguém deve nada a ninguém e ninguém quer cobrar nada de ninguém. Parece-me que os filhos dos militares portugueses e de mulheres guineenses têm o direito de saber quem são os seus pais. E é só!
Tudo o que vier a reboque é oportunismo.
Aproveitar para diabolizar os "tugas" é de mau gosto. Eu, nós, somos portugueses e as alcunhas talvez não venham a propósito, digo eu, claro. Também não se podem diabolizar as jovens camponesas naturais da colónia por terem tido relações sexuais com os soldados.
Por outro lado confirma-se que "são mais as vozes do que as nozes". Foram apresentados 19 casos. Direi que é um número muito reduzido. Suponhamos (sem qualquer base sociológica) que foram 190 (dez vezes mais). É mais admissível e, se tivermos em conta que, pela Guiné passaram mais de 150.000 homens, a proporção prova que a notícia de que os (devassos) tugas andaram a abusar das pacatas e indefesas guineenses é "manifestamente exagerada".
Será bom que se contactem também as mães (as que faltam) e que elas digam de sua justiça.
Por outro lado recordemos a atitude das (novas) autoridades para com aquelas crianças, depois jovens e, se calhar, ainda hoje, adultos. Não se pode imaginar maior prodígio de integração...
Por mim, parece-me que mais uma vez as autoridades querem aproveitar para limpar a face.
É inútil irmos buscar exemplos ao estrangeiro. Não creio que haja ninguém que possa ensinar-nos - aos portugueses e às guineenses - o que quer que seja.
Para não ir longe relembro o que sucedeu na Europa (14/18 e 39/45), na Indochina/Viet-Nam, Coreia e etc. Creio que há mesmo uma ópera americana sobre este tema (Madame Butterfly)o que realmente prova que esta questão não tem concerto. Lidemos com ela e é tudo.
Um Ab.
António J. P. Costa

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Podemos manter este assunto dentro dos limites da simplicidade ou podemos ligar o 'complicador'.

Na Guiné, como em todos os lugares do mundo, em todos os tempos, aconteceram situações em que foram geradas crianças fruto de relações entre as 'naturais' e elementos estranhos à comunidade. Por acção violenta, fruto da condição de 'conquistador', por acção 'consentida' por alguma via menos 'condenável', ou por outra justificação qualquer, as crianças nasceram. No caso vertente, é até possível que alguns 'progenitores' não chegassem a ter conhecimento desse nascimento, mas acredito que a maioria soube.

Não vou alongar-me sobre várias questões que foram abordadas, quer no texto quer nos comentários, prefiro centrar-me no direito que as crianças, hoje homens e mulheres, têm de conhecer o Pai.
Acho que isso é incontornável e não deve oferecer contestação.
Mas esse direito choca com a 'vontade' do Pai em aceitar ou reconhecer essa situação.

Passa a ser um complicado problema.
Só é possível ter desenvolvimento no sentido desse reconhecimento se houver 'rebate moral', se a consciência 'falar'. E isso está à mercê da formação de cada um.

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...


Caros Combatentes:
Questão central: a existência de pessoas, na Guiné, que desconhecem a identidade de seus pais, ex-militares portugueses e que, legitimamente, pretendem conhecer.
Não se trata de julgar esses militares por terem feito filhos. Outra coisa é a fuga à responsabilidade daqueles que os fizeram.
Claro que não foi só na Guiné, até na Inglaterra, no decurso da 2ªGuerra, houve militares alemães que, apesar da sua situação de prisioneiros de guerra, fizeram filhos a mulheres inglesas, não assumindo a paternidade.
Eu comungo da opinião do Cherno, no que concerne, à subjacência de etnocentrismo ou mesmo de racismo , numa grande parte dos relacionamentos sexuais entre militares portugueses e raparigas ou mulheres da Guiné.
Não deve ninguém melindrar-se. É uma opinião tão fundamentada quanto a dos outros.
Já agora uma história verdadeira:
Um militar da minha companhia fez uma filha em Mampatá. Passados alguns anos foi a Mampatá buscar essa menina que educou com os outros filhos.

Um abração

Carvalho de Mampatá

Anónimo disse...

Olá Cherno!
Se calhar exagerei.Peço desculpa.
Mas chocaram-me e muito as tuas
afirmações.Ás vezes fazes lembrar
aquela frase antiga-"Quem não é do
Benfica, não é bom chefe de família"
O que dizes é parecido-Quem não é
africano,não respeita a família...
Como sabes,tive mais de quinhentos
alunos africanos.Modéstia à parte,
todas e todos ficaram meus amigos e
diariamente recebo afectuosas men-
sagens,de Cabo-Verde,de S.Tomé,de
Angola,de Moçambique,mas também daí,de Bissau.Talvez te cause admiração,que este "colonialista"
seja tão considerado,mas é um facto.

Enquanto Advogado tive intervenção
em dezenas de processos,patrocinan-
do mães africanas,contra maridos
também africanos,por abandono,maus
tratos ou não pagamento de pensões..
Não me passa pela cabeça, afirmar
que os africanos são maus pais ou
maridos violentos...

Por favor abandona esse maniqueísmo
que te ensombra a razão.Há gente boa e gente má, em toda as latitudes e longitudes..
Já agora,gostaria de conhecer essas
tais leis que protegem os infractores.

Abraço.

J.Cabral




Anónimo disse...

Olá Camaradas
Felicito o pessoal do blog pois o bom-senso e a moderação parecem começar a instalar-se e a triunfar.
Claro que o problema é delicado, mas, mais uma vez não temos que andar a bater em ninguém.
Um Abraço
António J. P. Costa

Cherno Balde' disse...

Caros amigos,

Muito obrigado a todos pelas 'carinhosas palavras' e mais uma vez relembro o proverbio que ja tinha citado algures: «Quando se fala dos maus sao os bons que se sentem ofendidos», as vezes sem razao aparente, e nao sao voces que dizem: Quem nao deve nao teme?

O que disse e' minha opiniao e nao pretendo que seja partilhada por toda a gente.

Reparem numa coisa que me pareceu extraordinaria, enquanto passamos o tempo aqui a recriminarmo-nos sobre questiunculas e a questionar quem e' colonialista e quem e' nacionalista ou maniqueista, uma mulher corajosa tomou a decisao acertada e vai dar aos nossos «muito responsaveis pais cabecas de vento» a possibilidade de se redimirem de um pouco provavel "erro do passado".

Mas, como e' bem previsivel e todos nos sabemos, e' que nao havera nenhum pai que o querera fazer da mesma forma que nunca o quiseram fazer antes.

O que o Antonio Carvalho disse faz todo o sentido: Aqueles que o queriam fazer, como homens responsaveis, ja o fizeram e agora so nos resta ter esperancas que os filhos daqueles camaradas tenham a oportunidade de remendar a situacao.

Tambem ja esperava que o Antonio J. P da Costa repetisse a sua conviccao sobre as «as nozes...». Acontece que a Jornalista quis trabalhar com uma amostra muito restrita, em poucos dias de visita e praticamente so em dois locais.

Pessoalmente tinha uma lista de 11 pessoas todas elas nascidas numa unica localidade das quais ela so escolheu falar com uma.

E nesta questao nao e' a quantidade que interesa, mas sim o fenomeno e a problematica a sua volta.

Concordo com o Henrique Cerqueira, mas acontece que, para a maioria dos filhos portugueses aqui abandonados pelos pais, a unica referencia que tem, quando o tem, e' o nome do pai ou uma velha foto do tipo passe.

Ao Jorge Mandinga tambem digo obrigado pela licao e esclarecer que nao pretendo dar licao de moral a ninguem e muito menos a distintos antigos oficiais do exercito portugues.

De resto, Eu Cherno Balde', rafeiro de quartel, filho de colaboradores indigenas, neto de pastores nomadas conquistadores e auxiliares de Teixeira Pinto, bisneto de escravos revendidos na America, nao sei se sobra ainda espaco para que alguem me possa ofender.

Um abraco a todos,

Cherno Balde

alma disse...

Essa do distinto...deve ser piada.

Sabes o que significa Serviço Militar Obrigatório?

E os prejuízos, a nível pessoal,familiar e profissional,que sofri,por ter sido mobilizado?

Agora vou entrar em reflexão.Talvez vá pregar para outra freguesia...J.C.

alma disse...

Como sou pobre não tenho nada para
deixar ao meu neto.Por isso resolvi escrever para ele, a história da
família.Ficará a saber que Fernão
Cabral,feito cativo em Alcácer-Quibir
foi vendido como escravo.Que Perpétua
Cabral,com quinze anos,foi repetida-
mente violada por soldados franceses.
Que Mário Cabral(meu tio)foi fuzilado
em Espanha.Que Fernando Cabral(meu primo)foi morto à catanada em Angola.

Anónimo disse...

(continuação)
Oxalá ainda tenha tempo de lhe
explicar o que é a História,licão
para o futuro e não fonte de ressentimentos,preconceitos e ódios.

J.Cabral

Anónimo disse...

Não te canses a explicar, oh J. Cabral!
Só entende quem quer entender.
É a vida!
Um Ab.
António J. P.Costa

Unknown disse...

Procuro camaradas de ernesto alberto da costa ivo furriel meleciano embarcou para a guiné em Junho de 1972.Esteve na guiné de 1972 a setembro de 1974.
Quando desembarcou teve como destino a companhia de caçadores nativos56.
Agradeço qualquer informação.
mmlmadeira@gmail.com

Unknown disse...

Procuro camaradas de ernesto alberto da costa ivo furriel meleciano embarcou para a guiné em Junho de 1972.Esteve na guiné de 1972 a setembro de 1974.
Quando desembarcou teve como destino a companhia de caçadores nativos56.
Agradeço qualquer informação.
mmlmadeira@gmail.com

Unknown disse...

Acresço ainda que o Ernesto Alberto da costa Ivo pertencia ao R.I. 3 e anteriormente ao R.I 7 e saiu para Bissau em 23 de Junho de 1972 e regressou em Setembro de 1974