sábado, 23 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12333: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (11): A decapitação do Comando

1. Mensagem do nosso camarada Armando Pires (ex-Fur Mil Enf.º da CCS/BCAÇ 2861, Bula e Bissorã, 1969/70), com data de 6 de Setembro de 2013:

Amigo e Camarada Carlos Vinhal.
Patrão fora trabalhos dobrados.
Deixa-o lá, não lhe ligues às provocações que escreve nas finas areias da Ilha de Luanda, que lhe há de perdoar a Nossa Senhora do Cabo por isso, e entrega-te de alma e coração (um pouco de graxa não faz mal a ninguém) a este meu 11º capitulo da saga "Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista", que te faço chegar em anexo.

Um abraço a ti e a todos os camaradas, incluindo o tal, o outro, se é que o "acesso à rede sem fios" ainda lhe permite ler o que vamos escrevendo por cá.
Armando Pires


FURRIEL ENFERMEIRO, RIBATEJANO E FADISTA

11- A decapitação do comando

Aquelas primeiras horas em Bissorã não foram fáceis.
Desde logo, como já escrevi, o não me sentir dentro de um quartel.
Era assim a modos como que um exército que tivesse ocupado uma cidade e “vamos lá instalar-nos”.

Não quero com isto dizer que fossem más aquelas acomodações. Antes pelo contrário. Mas num quartel está ali tudo próximo, estamos ali todos juntos, tipo ó militar chegue aqui, e em Bissorã não, era mais ó furriel dê um salto à enfermaria e lá ia eu, no jeep, rua acima. E depois, o que também me fez confusão, abrigos "cá tem".

Então, e se houver um ataque? “Pois, não sabemos, ainda não aconteceu. Temos andado a perguntar aos velhadas que se riem, apontam para umas casas particulares e dizem, olha ali aquele tem um abrigo no quintal, vê se te fazes amigo do gajo, mas quando a gente lhes pergunta, e nós, dizem-te que experimentes debaixo da cama, pode ser que o colchão aguente”.

Confesso que não achei graça à narrativa mas os seis meses que já levava de Guiné eram suficientes para encarar aquilo com um logo se vê.
Em qualquer dos casos não deixava de me interrogar:
- Por que raio viemos nós aqui parar?

A interrogação ganhava cada vez mais sentido, não tanto pelo que via mas mais pelo que sentia no ar, sobretudo pelas diferenças, que raios me partam se eu não notava nas caras e na voz dos homens de galões com quem era hábito eu falar.
 - Ó alferes, afinal o que se passa aqui?

O alferes era o João Vinagre, do Reconhecimento e Informações, ribatejano como eu mas de Coruche, homem abençoado pelas águas do Sorraia, de voz modulada pela tão próxima planície alentejana, e confiável. Um homem confiável.

E à pergunta que lhe fiz o João Vinagre contou-me que em Julho (1969) o General Spinola estivera em Bula numa visita de inspecção ao sector e não gostara nada do que vira. A primeira parte era do meu conhecimento porque eu estava em Bula quando a visita ocorreu. O resultado é que estava a ser, para mim, uma novidade.

Abro aqui um parêntesis para albergar o longo salto que dei no tempo, e contar que na consulta que fiz à história do meu Batalhão, disponível no Arquivo Militar, li o relatório elaborado pela equipa de oficiais superiores que acompanhou Spinola na tal visita a Bula, e o mínimo que posso dizer é que ele, o relatório, onde se falava de ineficácia operacional e incapacidade para localizar nos mapas as áreas de influência do IN, era arrasador para o comando do batalhão, fechando eu com isto o parêntesis que abri.

Portanto, regresso ao ano de 69, mês de Julho, recordando que por aquela altura tiveram inicio os trabalhos de construção da estratégica estrada de S. Vicente. A capinagem levava grande avanço e não tardaria a entrada em acção dos homens da Engenharia.

Bula - 1969 – Abertura e capinagem da estrada de S. Vicente

Não sei, e isto sou eu a congeminar face ao li, se Spinola já tinha ou não em mente colocar em Bula pessoal da sua confiança. É sabido da estima e apreço que o General tinha pela generalidade das tropas, mas também se sabe, e ele nunca o escondeu, da sua preferência pelas botas de montar com esporas.

O certo é que em Agosto, estava eu de férias em Portugal, entrou pela porta de armas do quartel de Bula o BCAV 2868, e pela mesma porta saiu o BCAÇ 2861, com destino a Bissorã.
- Ó Alferes, e onde pára o major Candeias? – perguntei eu ao Vinagre.
- Nem veio connosco. Fez as malas e dois dias depois foi logo para Bissau.
- Então, e quem é o novo major de operações.
- É o capitão Alcino. Está na calha para ser promovido a major e até já está a exercer as funções
- E o nosso comandante?
- Por enquanto está por cá, mas a situação dele está muito difícil.

************

- Furriel Pires, o doutor pede para lá ir acima, à casa dos oficiais.
- O que é que se passa?
- Não sei, saiu do posto de enfermagem, entrou no jeep e pediu-me para o vir chamar.

O recado assim trazido pelo Machado, o meu 1º cabo auxiliar de enfermagem, não augurava nada de bom. Ainda por cima porque a cara dele não deixava transparecer coisa alguma e eu gabava-me de lhe ler na cara como num livro aberto.

Da minha casa à dos oficiais eram dois passos. Subi as escadas que levavam ao primeiro andar, pedi licença e entrei na grande sala de estar onde apenas vi o nosso comandante de batalhão, o Ten Cor César Cardoso da Silva, e o meu médico, o alferes miliciano José Manuel Oliveira.
- Ó Pires, trata da papelada porque o nosso comandante tem de ir para o hospital em Bissau.
- Então doutor, posso saber o que tem o nosso comandante?
- Ó pá, aquelas cólicas renais que o nosso comandante tem tido agravaram-se, deve haver aqui pedras a soltarem-se do rim, e eu acho melhor o comandante ir já para o hospital.
- E a medicação, doutor, é preciso fazer alguma coisa?
- Não pá, isso eu já fiz.

Pedi licença para me retirar, dei meia volta, subi a rua em direcção ao posto de enfermagem, sentei-me à secretária a preencher o relatório de evacuação, e enquanto escrevia quis saber do Machado uma coisa que me estava ali a bailar dentro da cabeça.
- Ó Machado, o nosso comandante levou algum Buscopan?
- Que eu lhe desse, não.

Na manhã seguinte, um DO levou o comandante para Bissau.
A notícia correu o quartel e causou sobressaltos.
O Ten Cor César Cardoso da Silva era um homem por quem todos os militares tinham enorme estima. E respeito. E consideração.
Não sei, nem quero, mesmo todos estes anos passados, fazer uma avaliação da sua aptidão militar.
Interessa-me apenas dizer que era um homem de grande nobreza, de trato elegante, a quem nunca ninguém ouviu erguer a voz, de quem nunca ninguém sentiu o peso do RDM.

Nem mesmo naquela noite, ainda em Bula, quando ao passar ronda encontrei a dormir, a sono solto, os dois homens que estavam de serviço no posto de vigilância da sua casa, que até ficava fora do quartel. “Ora vamos lá engatar estes marmelos” – pensei eu.

Primeiro levei-lhes as armas e depois acordei-os. Foi até ao alvorecer sempre a atormentá-los. Entreguei-lhes as armas “e vão com sorte”, adverti-os. O pior é que história voou mais rápido que os mosquitos, chegou aos ouvidos do comandante que me chamou e disse:
- Não acha que já é sofrimento suficiente o estar aqui? Não tem outra forma de chamar a atenção dos seus homens?

Ou ainda daquela vez, lá em Chaves, quando formávamos batalhão, numa bravata com os furriéis que partilhavam quarto comigo, lá na Rua do Poço, decidi, vestido com pijama e chinelos de quarto nos pés, roupão por cima com lenço de cachené, traçado à fadista, a adornar o pescoço, ir tomar chá com torradas ao café Aurora, ponto de encontro das elites flavienses, logo também dos senhores oficiais, entre os quais se encontrava o nosso comandante, que “evitou” ver-me, mas que no quartel me chamou pela manhã cedinho ao seu gabinete.
- Ouve lá, filho, tu andas bem da cabeça?
- Meu comandante…
- Tu não sabes que aquele é o café que eu frequento?
- Sei…
- Então se sabes, tu tens muita graça vestido daquela maneira, mas para a próxima não vás ao Aurora. Podem pensar que tu estás a provocar o teu comandante e isso é muito feio.

Convivemos com o Ten Cor César Cardoso da Silva não mais que nove meses. Três em Chaves e Santa Margarida, a formar batalhão, e seis na Guiné. Mas foi sempre “o nosso” comandante. Que convidávamos para todos os encontros de confraternização da nossa companhia. Não esteve em todos, porque nem sempre a saúde lhe permiti, mas sobretudo porque recusava estar onde o General Spinola pudesse estar. Soubemo-lo quando em 1994 o convidámos para estar presente nas comemorações dos 25 anos da nossa partida para a Guiné. O Encontro teve lugar em Chaves e ocorreu no ainda Batalhão de Caçadores 10. Ali pernoitámos, ali almoçámos, e ali a data ficou gravada numa placa que “o nosso” comandante descerrou na Sala de Armas do quartel.

Em Maio de 2005, na Confraternização realizada em Viseu, recebemos e foi lida na abertura do encontro, uma carta que nos era dirigida pelo seu filho Raul Silva.

“É com infinita tristeza que participo a V. Exas. o falecimento do meu pai, ocorrido no passado dia 5 de Abril deste ano. Faço-o com a convicção de que muito lhe agradaria estar presente nesse convívio, revendo aqueles que o acompanharam nos que forem os tempos mais difíceis, porém inolvidáveis, da sua vida de militar…”

Seguiu-se um emocionado minuto de silêncio.

************

O Ten Cor César Cardoso da Silva depois de ter chegado ao HM 241, foi evacuado para Lisboa. Após ter tido alta hospitalar regressou à Guiné e foi colocado como juiz, ironia maior, no Tribunal Militar de Bissau, onde terminou a comissão.

Nunca falei com o doutor Oliveira, nem nunca me atreveria a falar, sobre a evacuação do nosso comandante. Mas não me sai da cabeça que aquela deve ter sido uma evacuação muito providencial.

Chaves, Fevereiro de 1994. Na Sala de Armas do BC 10, o Coronel César Cardoso da Silva a descerrar a placa comemorativa dos 25 anos da partida do BCAÇ 2861 para a Guiné.
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Nota do editor

Último poste da série de 10 DE SETEMBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12023: Furriel enfermeiro, ribatejano e fadista (Armando Pires) (10): Alô Bissorã, cheguei!!!

12 comentários:

Anónimo disse...

Ah grande Armando que não mudaste nada. Mas que merecias castigo ao abrigo do RDM, lá isso merecias. Com franqueza...de pijama. Quanto a mim deverias ter tido logo um "processo providencial" e seres internado numa casa de freiras. Continua meu velho amigo. Um abraço
Do Veríssimo Ferreira

admor disse...

Mais um que nunca deve ter tido paludismo.
Antes de ir para a Guiné já estava apanhadíssimo pelo clima.
A grande HERMÍNIA costumava dizer a um dos seus acompanhantes, toca Armando e eu digo escreve Armando.
Já agora aproveito para dizer também ao Veríssimo a mesma coisa pois gosto sempre de ler o que vocês escrevem.
Um grande abraço para todos.
Adriano Moreira

José Botelho Colaço disse...

Há oficiais comandantes e comandantes.
Em Bissau o meu comandante de companhia era muito pródigo em passar autorização de nos trajar à civil.
Acontecia que em Bissau o transito de viaturas militares a partir da meia noite praticamente não havia e então para ir para o quartel 600 tinha que ser a auto-penantes além de ser um pouco longe também não era nada seguro.
Mas havia uma carrinha militar que creio de hora a hora recolhia os oficiais e como não nos conheciam nós entrava-mos na carrinha como se fossemos oficiais, algumas vezes me cruzei com oficiais da minha companhia e com o próprio comandante e eles faziam que não nos conheciam.
Um abraço
Colaço soldado da C. caç 557 1963/65 Cachil Bissau, Bafatá.

Hélder Valério disse...

Caríssimo Armando

Esta tua história/recordação é composta por 'vários andamentos' e corre-se o risco de se esquecer de algum.

Vamos lá a ver.... falas da mudança de Bula para Bissorã e referes o gosto de Spínola pelo pessoal da tua terra. Nada a dizer, parece que isso era 'voz corrente', embora nem sempre se possa confirmar. E esse 'gosto' talvez nem sempre fosse do acordo do pessoal de "botas de montar com esporas", já que me lembro do pessoal do BCAV 2922 dizer que essa mania de Spínola teria 'desviado' esse Batalhão dum local mais 'sossegado' para o leste, para Piche.

Na sequência disso, ou melhor, como consequência das mexidas, tudo indica que foi necessária uma 'operação diplomática' para evitar uma 'desonra' dum Oficial que, pelos vistos, era muito estimado pelos seus homens e que também, a avaliar pelo teu relato, foi, digamos assim, 'muito compreensivo' para contigo e as tuas inovações.

Com esse teu feitio inquiridor já te estavas a preparar para, com aquela coisa do 'buscopan', colocares algum grão na engrenagem mas vá lá que te contiveste, E ainda bem!

Falas também da tua 'original' indumentária para cantares o fado e como o pretendias fazer no 'café Aurora', em Chaves... percebe-se que te safaste de boa e devido à propensão para valorizar o humanismo por parte do Sr. Comandante, reafirmado mais tarde com o episódio dos sentinelas, embora aqui te apoie incondicionalmente.

Finalmente, a 'nota de óbito' enviada pelo filho e lida no vosso Encontro, é em si mesma o reconhecimento de que a estima era mútua.

Abraço
Hélder S.

armando pires disse...

Sem desprimor para os restantes camaradas, a quem agradeço as simpáticas palavras que dirigiram à minha história, quero fazer aqui uma chamada de atenção ao Adriano Moreira, dizendo-lhe que o guitarrista da Hermínia era o Pacheco e não Armando. Com o meu nome o fado conheceu um grande mestre da guitarra, o enorme Armandinho, mas esse foi anterior á grande Hermínia.
Depois disto, quero "falar" com o Hélder Valério.
Ser vontade do Spínola a ida de um batalhão de cavalaria para Bula, rendendo o meu, foi uma mera suposição minha. Mas parece-me indiscutível que quando se tratava de acrescentar louros à história militar, o monóculo do velho general tinha mais tendência para se desembaciar quando olhava para as espadas de cavaleiro. Sobre o buscopan, tendo eu sido apanhado de surpresa, quis apenas certificar-me de que o que tinha dentro da cabeça não era uma simples suposição. Fizeste bem em escrever desonra de um Oficial entre aspas.
Como sabes, do que era a actuação do Spínola, se a ideia dele fosse mesmo amachucar o meu comandante tinha-o levado logo com ele para Bissau, como era seu hábito fazer. Finalmente, vou-te escrever-te um email.
Mais aqui, só o abraço que te deixo.

Hélder Valério disse...

Pois, ora bem, amigo Armando

Vou só referir a questão da Cavalaria e a actuação do CMDT Chefe perante as chefias que lhe desagradavam....
Pode-se concordar, ou não, com os métodos utilizados, mas a verdade é que quando as coisas não corriam a contento, o tratamento não era distinto do pessoal 'das esporas' para o outro.
O tal BCAV 2922 viu o seu Comandante inicial ser 'despachado' para Bissau cerca de 4 meses depois de ter chegado a Piche.... quando lá cheguei, no início de Dezembro de 70, a Unidade estava a ser comandada pelo 2º comandante, Major Calixto, e só tiveram um novo Tenente-Coronel já depois de me ter vindo embora no final de Maio de 71.

Abraço
Hélder S.

admor disse...

Tens razão Armando, como não poderia deixar de ser pois está dentro do teu "metier".
Não foi confusão com o grande Armandinho e a Severa esses foi só de ouvir falar os nossos pais e avós.
Um abração para todos.
Adriano Moreira

Alfredo Miranda disse...

Amigo Armando Pires

Como sabes não estou por inteiro nesta tua linda estória mas conheço parte dela pois vivi 22 meses na tua companhia CCS do Batalhão 2861 e como tu falas o Falecido Comandante era um segundo Pai Para nos e vou contar aqui uma estória passada por mim eu se não fosse ele ser o Homem que era para todos eu tinha levado uma porrada das grades.
Aí vai o acontecido datas não tenho mas foi passado em Bula a nossa C.Caç. 2466 tinha saído para o mato e ao meio da manhã ouviu-se rebentamentos e logo a seguir um pedido de apoio aéreo o pedido era tao aflitivo pelo sol. de transmissões eu como estava de serviço no posta radio tive a ideia de ligar para a base aérea e pedir o tal apoio aéreo não sabia não medi a responssabelidade quando o Comandante Cesar chegou ao posto de radio a primeira pergunta que fez que autorizou o pedido eu era o operador de serviço respondi eu meu Comandante eu ca para Deus e comigo esto f. mas não quando ouvi a resposta dele de certeza que ganhei outra cor ( Nunca mais faças isto porque o pedido aéreo só o Comandante ou o Major de operações é que o pede sim Sr. meu Comandante ) e assim assinalo mais uma passagem de um Homem de H grande para não contar outra que desde o meio do mês de Novembro que fiz parte desse Batalhão e da nossa companhia CCS do Bat.2861 que a alma dele descanse em Paz e num bom lugar no Ceu um grande abraço ao Pires e a todos os Ex. Combatentes Alfredo Miranda sol. Radiotelegrafista

Luís Graça disse...

Caro Armandino... Tu já és uma das "canetas de ouor" cá do blogue. Eu sei que tens a obrigação, ética, estética e profissional, de escrebver bem. Afinal de contas, és um jornalista, um radialista, um homemd a comunicação social... e só depois é que vem o malandro do fadista, o valentão do ribatejano e o senhor enfermeiro...

Tudo isto parta te dizer que mais uma vez lim apreciei e bati palmas à tua história sobre "era uma vez um comandante"... Tudo indica que foi, desta vez, uma forma elegante, civilizada e subtil, por parte do Spínola, de pôr um "par de patins" no pés do bom do homem do teu comandante... Esses meses de julho/agosto de 1969 devem ter sido o terror dos oficiais superiores que comandava batalhõeis... Spínola distribuiu muitos "pares de patins" a esse nível da hierarquia militar...No meu setor, Bambadinca, também aconteceu o mesmo, por essa altura, com o BCAÇ 2852 (1968/70)...

Já agora deixa-me dizer-te que o nosso homem foi depois comandar, na metrópole, o RI 19, no período que vai de 1971 a 1974...


http://www.exercito.pt/sites/RI19/Historial/Paginas/Ex-Comandantes.aspx


Quanto à "areia fina" de Angola... Já regressei, no mesmo dia em que houve manifestações contra... (quem, não sei). Lamento que tenha havido mortos... Não é bom para ninguém...

A "rede sem fios" portou-se "assim assim"... Só hoje tive tempo para reler o teu poste nº 11 da série... Estás no bom caminho,,, Um alfa bravo. Luis

Luís Graça disse...

"Caneta de ouro", queria eu escrever... Aliás, será mais apropriado dizer agora, com as TIC (tecnologias da informação e comunicação), "teclado de ouro"...

Na realidade, "à mão" já se fazem poucas coisas... Imagina que o raio do Google até já faz pesquisas por voz... Fiz uma experiência com o teu nome, "Armando Pires"... Se soletrares bem o teu nome, ele reconhece e executa a ordem... Ao fimd e 3 tentativas, apresentou-me numa fração de segundo (0,26) qualquer coisa como "5 640 000 resultados (0,26 segundos)"...

Não sabia que havia tantos marmanjos chamados "Armando Pires" neste mundo...

E ainda a propósito das "areias finas da Ilha de Luanda", fui hoje de manhã ao represennate oficial da Toshiba, aqui ao lado, na Quinta Grande... O meu portátil recusou-se a ligar à corrente, mal chegou a casa... Conclusão: transformador novo, passa para cá 60 e tal aéreos...

Cuidado, rapaziada africanista, a corrente elétrica de Luanda não é de fiar...

Pronto, lá se foi metade das ajudas de custo de meio dia, que é quanto o erário público nos paga...

Luís Graça disse...

Caro Armando:

E eu a puxar para o fado, e a tratar-te por "Armandinho", um gajo que já morreu... Desculpa lá, que pode dara azar!

E a propósito, há meio século a separar-te do Armandinho, que estava a morrer quando estavas a nascer... E um século, desse mito fundador do fado, "canção popular urbana de Lisboa", que foi a Maria Severa Onofriana (Lisboa, 1820 — Lisboa, 30 de Novembro de 1846)

Por sua vez, o Armando Augusto Freire, mais conhecido por Armandinho ou Armando Freire, guitarrista e compositor de fado, nasceu a 11 de outubro de 1891 e exalou o último... "trinido da guitarra" 21 de dezembro de 1946...

O saber não ocupa lugar...

armando pires disse...

Pronto!
Esmagaste-me!
Não volto entrar numa casa de fados sem te levar comigo.
E se não fores, confrontado com qualquer pergunta, direi:
Perguntem ao Luís, mas perguntem-lhe delicadamente que homem quando o apertam não é para graças.
Quanto à energia eléctrica em Luanda, bastava que me tivesses perguntado. Creio que "no sótão" ainda tenho o aparelhinho que andava sempre comigo para evitar essas oscilações de corrente que em Luanda são o pão nosso de cada dia. A rede sem fios, pelo que sei das conversas tidas como o meu camarada da Lusa, o Eduardo lobão, tem dias que sim, tem dias que não.
Sobre a busca em Google pela voz, já tentei mas a besta a nada se comove. Amanhã, com mais calma, voltarei a tentar. Quando ao "meu" comandante, subtis é que os gajos que foram com ele na inspecção não foram mesmo nada. Pelo menos se tiver em conta o relatório que li no Arquivo Militar.
Abraços.
armando pires