domingo, 18 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13160: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte VII: (i) Os primeiros dias, a viagem de LDG até Farim, e depois em coluna até ao nosso destino... (ii) O meu primeiro aniversário...(Fernando Pires, ex-fur mil at inf)

1. Histórias da CCAÇ 2533 > Parte VII (Fur mil at inf, 3º pelotão, Fernando Pires)


Continuamos a publicar as "histórias da CCAÇ 2533", a partir do livro editado pelo 1º ex-cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias). Esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da companhia (oficiais, sargentos e praças).

A brochura chegou-nos digitalizada através do Luís Nascimento (que também nos facultou um exemplar em papel e que, até ao momento, é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande). Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as peripécias por que passou o pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).

Continuamos a publicar a colaboração do fur mil at inf Fernando J. do Nascimento Pires, que pertenceu ao 3º pelotão. O poste de hoje corresponde às pp. 35/40 e nele se descreve  (i) o seu dia de aniversário; e (ii) os primeiros dias de Guiné. (LG).
















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3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Pires:
Esplêndida descrição, com todos os pormenores. Quem lá esteve sabe que foi assim, quem não esteve fica a saber como foi. Parece que voltei a sentir o calor abafado e húmido...

Um abração
Carvalho de Mampatá

Luís Graça disse...

Fernando Pires. presumo que sejas algarvio pela referância às "lulas secas" que recebeste de encomenda... De qualquer modo, não tenho mais qualquer referência a teu respeito, a não ser que fizeste 22 aninhos no dia 18/7/1969... no mesmo dia em que a minha CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12) é colocada em Bambadinca... ao serviço do "senhor da guerra" local, o BCAÇ 2852...

Quanto ao resto reconheci-me na decsrição... Recorde-te que viajámos juntos no Niassa... E a 2 de junho lá fomos la LDG 105, Geba acima, até ao Xime...

Escrevi algures:

(...) Tendo embarcado no Niassa a 24 de Maio, juntamente com outras Companhias independentes como a 2591 e 2592 [, futuras CCAÇ 13 e 14,], chegamos ao CTI da Guiné em 29, pelas 21 h, tendo desembarcado no dia seguinte de manhã.

"A 31, no Depósito de Adidos, Sua Excia, o Comandante-Chefe das Forças Armadas, Brigadeiro António de Spínola, passa revista às tropas em parada e dirige-lhes palavras de boas-vindas. Também já não me lembro do discurso, de circunstância, pronunciado naquela inconfundível voz de ventrícola do nosso Homem Grande (Reconhecê-la-ia até no inferno).

"Colocados em Contuboel (Sector L2, Zona Leste, a norte de Bafatá, a meio caminho da fronteira norte), a fim de darmos a segunda fase de instrução ao nosso pessoal africano, embarcamos em LDG [Lancha de Desembarque Grande] para o Xime, a 2 de Junho, tendo seguido depois em coluna auto até ao local destinado. Um dia de viagem, exaustivo, extenuante, com o primeiro grande banho de pó e de emoções: íamos descobrindo a Guiné profunda, da tensa viagem entre o Xime e Bambadinca, com a ponte do Rio Udunduma, recém-dinamitada e parcialmente destruída pela guerrilha, na mesma noite do ataque a Bambadinca (28 de Maio de 1969)...

(...)" A 18 de Julho de 1969 , a futura CCAÇ 12 (que, por enquanto, ainda era a CCAÇ 2590) é dada como operacional. Atendendo à origem étnico-geográfica das suas praças, por sugestão do Com-Chefe, ficamos radicados em chão fula, às ordens do Batalhão de Caçadores 2852 (1968/70), com sede em Bambadinca...

"A 21 de Julho, menos de dois meses depois da nossa chegada à Guiné, quando ainda nem sequer tinham sido distribuídos os camuflados à nossa tropa africana, temos a nossa primeira "saída para o mato" (sic) , seguida do nosso "baptismo de fogo"... (....)

25 DE MAIO DE 2010

Guiné 63/74 - P6466: A minha CCAÇ 12 (2): De Santa Margarida a Contuboel, 5 mil quilómetros mais a sul (Luís Graça)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2010/05/guine-6374-p6466-minha-ccac-12-2-de.html

Luís Graça disse...

Aqui vai a letra do fado "Saudade, Silêncio e Sombra", um dos maiores êxitos, se não o maior, de Teresa Tarouca (n. 1942).



SAUDADE, SILÊNCIO E SOMBRA

Letra: Nuno de Lorena
Música: Pedro Rodrigues
Repertório: Teresa Tarouca
Notas: Fado Primavera


A saudade meu amor
É o martírio maior
Da minha vida em pedaços
Desde a tarde desse dia
Em que ao longe se perdia
Pra sempre o som dos teus passos

Saudades fazem lembrar
Silêncios do teu olhar
Segredos da tua voz
E essa antiga melodia
Que o vento na ramaria
Murmurava só pra nós

Lembras-te daquela vez
Quando eu cantava a teus pés
Trovas que não tinham fim
Quando o luar prateava
E quando a noite orvalhava
As rosas desse jardim

Jardim distante e deserto
Sinto tão longe e tão perto
O passado que te ensombra
Devaneio, irrealidade
Silêncio, sombra, saudade
Saudade, silêncio e sombra

Fonte: Portal do Fado

http://letras.mus.br/teresa-tarouca/486362/