segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13533: "Francisco Caboz", um padre franciscano, natural de Ribamar, Lourinhã, na guerra colonial (Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1913, Catió, 1967/69): Parte VII: (i) A ideia peregrina de adotar um criança, de cinco anos, filha de um soldado algarvio e de uma mulher fula, uma "filha do vento" (ii) gozo de licença de férias na metrópole; (iii) colocação, em maio de 1969, no batalhão de Bambadinca, antes de acabar a sua comissão, de rendição individual...


Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS / BART 2917 (1970/72 > A parada do quartel de Bambadinca, a capela (que servia também de casa mortuária...) e, à direita, a secretaria da CCAÇ 12 (1969/74). O Horácio Fernandes, nas suas memórias da Guiné, diz que esteve aqui, como capelão de maio a dezembro de 1969. Mas a malta desse tempo não se lembra dele...

Foto: © Benjamim Durães (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: LG)


Guiné-Bissau > Região de Baftá > Bambadinca > Março de 2007 > O anterior da capela onde, entre outros, rezaram missa capelães como o Horácio Fernandes (CCS/BCAÇ 2852, maio/dezembro de 1969) o Arsénio Puim (CCS/BART 2917, 1970/71).

Foto: © Carlos Silva (2007). Todos os direitos reservados.



1. Continuação da publicação do testemunho do nosso camarada, o grã-tabanqueiro Horácio Fernandes.que foi alf mil capelão no BART 1913 (Catió, 1967/69) (*)

[ Horácio Fernandes: foto à esquerda  tirada pelo nosso saudoso Victor Condeço, 1943-2010, que foi fur mil mecânico de  armamento, CCS/BART 1913].

Esse tstemunho é um excerto do seu livro autobiográfico, "Francisco Caboz; a construção e a desconstrução de um padre" (Porto: Papiro Editora, 2009, pp. 127-162). O livro já aqui foi objeto de recensão crítica por parte do nosso camarada Beja Santos.

O Horácio Fernandes (n. 1935, Ribamar, Lourinhã) vive há 4 décadas no Porto. Vestiu o hábito franciscano, tendo sido ordenado padre em 1959. Deixou o sacerdócio no início dos anos 70. É casado, tem 3 filhos. Está reformado da Inspeção Geral de Educação onde trabalhou 25 anos na zona norte. Em 2006 doutorou-se em ciências da educação pela Universidadfe de Salamanca, Espanha.

Francisco Caboz é o "alter ego" do Horácio Fermandes. O livro começou por ser uma tese de dissertação de mestrado em ciências da educação, pela Univeridade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, (1995): Francisco Caboz: de angfélico ao trânsfuga, uma autobiografia (147 pp.) (A tese de dissertação, orientada pelo Prof Doutor Stephen R. Stoer, já falecido, está aqui disponível em formato pdf).

Nesta VII  parte (pp. 155-158), o autor aborda sucintamente 3 pontos:  (i) a sua " ideia peregrina" de adotar um criança, de cinco anos, filha de um soldado algarvio e de uma mulher fula, uma "filha do vento";  (ii) gozo de licença de férias na metrópole; e (iii) colocação, em maio de 1969, no batalhão de Bambadinca [, BCAÇ 2852], antes de acabar a sua comissão, de rendição individual...

O Horácio Fernandes não identifica o batalhão de Bambadinca. Mas em maio de 1969, quem lá estava, em Bambadinca, no setor L1, zona leste, era o BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). E se assim é, ele e eu estivemos no mesmo sítio, ainda alguns meses, sem nunca nos termos cruzado e reencontrado...O nosso capelão terá pelo menos conhecido o Xime (e possivelmente Mansambo, Xitole e Saltinho), além de Bambadinca,  Bafatá e Nova Lamego... Faz referência a colunas logísticas que iam aos diferentes aquartelamentos do setor L1.

Eu e o Horácio somos parentes, pertencemos ao clã Maçarico, de Ribamar, Lourinhã: a minha bisavó paterna e o seu bisavô paterno, nascidos por volta de 1860, eram irmãos. De qualquer modo, eu deixei de ter contacto com ele por volta dos meus 12 anos...

Foi o nosso camarada e amigo Alberto Branquinho quem descobriu o paradeiro do seu antigo capelão . Tenho a autorização verbal do autor, dada por altura do nosso reencontro, 50 anos depois da sua missa nova (em 15 de agosto de 1959, em Ribamar, sua terra natal), para reproduzir esta parte do livro, relativa à sua experiênciade como capelão militar na Guiné, muito marcante e decisiva para o seu futuro como homem e como padre. (LG)


Férias na metrópole e colocação em Bambadinca, em maio de 1969...









(Continua)
_______________

Nota do editor:

9 comentários:

Anónimo disse...

Já vários camaradas disseram aqui que não têm qualquer ideia do capelão Horácio Fernandes em Bambadinca (entre maio e dezembro sw 1969, ak«ltura em que acabou a comissão e regressoua a casa)... O Jorge Cabral, por exemplo, que é do meu tempo, diz< que não conheceu conheceu nenhum capelão no tempo do BCAÇ 2852... O nome do capelão não vem, de resto, na história do BCAÇ 2852,,, Só o Horácio pode confirmar estes dados da sua história... Mas o seu relato é verosímil... Ele descreve muito bem o Xime, a estrada alcatroada Bambadinca-Bafatá...

Estou fora de Lisboa, e com muitas limitações no acesso à rede...

Um abraço para todos. Luis Graça

Anónimo disse...

Querido primo Horácio: Será que chegaste a ir a Mansambo, Xitole e Saltinho ? Talvez não... A minha CCAÇ 12 abriu, com a malta de Mansambo e Zitole, o troço que estava interdito Mansambo-Xitole, em setembro ou outubro de 1969... E não havia aparelhos de dteção de minas, maa aim, mais exatamente, "picaS", um pau com um prego afiado na ponta... Se estiveste em Bambadinca, foi por pouco tempo, e depois do ataque ao aquartelamento em 28 de maio de 1969... Confirmas ? Tenho pouca ssperança que me leias...

Um xicoraÇÃO. Luís Graça, teu primo "Maçarico"

Anónimo disse...

Horácio, deves ter ido a Bafatá e não a Nova Lamego... Nessa altura o único troço de astrada alcatroada era o de Bambadinca-Bafatá... E era aqui, em Bafatá, que havia cinema...

Luís Graça

Anónimo disse...

Horácio, deves ter ido a Bafatá e não a Nova Lamego... Nessa altura o único troço de astrada alcatroada era o de Bambadinca-Bafatá... E era aqui, em Bafatá, que havia cinema...

Luís Graça

Torcato Mendonca disse...

Eu anti-clerical me confesso mas,se houvesse um Padre, eu saberia.PorqUê?
Porque, na Páscoa de 69, militares do meu Grupo pediram para eu falar com um para dizer missa em Mansambo. Eram rapazes muito crentes, rezavam muitas vezes e necessitavam. Tentei em Bafatá pois em Bambadinca não havia Padre. Encontrei, falei, disseram que sim com "aquela alegria própria" mas, ao falar - Mansambo...borregaram. Padres! Em Janeiro /69 morreu em combate o primeiro militar do meu Grupo. Fui á Igreja acompanhar a sua deposição na urna. Foi na Igreja e só assim soube da sua existência. Mas nunca vi,que me lembre, da Professora etc. A estrada Xime / Bambadinca não era asfaltada ate Dez/69.
Se houvesse Padre em finais de Maio de 69 (ataque ao aÃquartelamento) teria certamente havido Missa Campal...não houve e eu estive lá com o CMDT da minha CART a 2 Grupos - um para a Ponte...e outro,o meu at'e aosNabijões fumar o cachimbo da paz com o Homem Grande de lá...

Sou Cristão.

Abraço, T.

Anónimo disse...

Nos primeiros dias de Junho de 1969,

cheguei a Bambadinca. Uma semana

depois fui para a Ponte.Só, já em

Julho, é que ocupei Fá, visitando



o Batalhão com assiduidade.Tenho a

a certeza de não ter conhecido

nenhum Capelão.

ABRAÇO.

J.Cabral

Anónimo disse...

Horácio, tens que deslindar esta história de Bambadinca... Vou tentar ligar-te ou meter uma cunha ao nosso amigo comum João Crisóatomo para ele utilizar, a partir de Nova Iorque, a "linha vermeleha" direta para o teu Porto onde tu vives,,,


Abração, de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses, a 40 minutos do Porto... Luís Graç

Luís Graça disse...

Vasculhei a história do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70), batalhão a que esteve adida a minha comopanhia, a CCAÇ 12 (desde julho de 1969 até maio de 1970, mês em que o BCAÇ 2852 foi rendido pelo BART 2917) e não há rastos do Horácio...

É possível esta omissão seja lapso do escriba da história da unidade... Mas a verdade é que ninguém se lembra do Horácio lá na "covasdo lagarto"... É verdade que eu não ía à missa, e o Jorge Cabral muito menos... para não falar do "viriato" do Torcato Mendonça que era pagão... (Na realidade, Cristo nunca parou em Mansambo!).

Luís Graça disse...

Acabei de mandar o seguinte mail ao João Crisóstomo (Niova Iorque):

João:

Como vais ? Tudo bem ? E a tua Vilma ?... Falei há dias de ti, ou melhor, falámos, em Valmitão, Ribamar, Lourinhã... Eu, o Álvaro Fernandes e a Filomena, um casal de Ribamar que vive em Nova Iorque. A Filomena é afillhada da tua mana, se bem percebi, e fez campanha contigo por Timor. É minha prima, do clã Maçarico. Descobri-a, por acaso, a ela e ao marido, bem como aos pais e ao mano Paulo, que também vive na EUA,,,

Estavam de de férias em Valmitão... Como vês, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

Quanto ao Horácio, preciso que me deslindes esta história... Eu não tenho, de momento, o contacto dele (telemóvel e email): a questão é de confirmar em que altura exata (e por quanto tempo) esteve ele em Bambadinca, como capelão: maio de 1969 ? O seu nome não consta da história do BCAÇ 2852, o batalhão que estava nessa altura em Bambadinca...

Um abraço. Bj para a Vilna. Luis