sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13859: Da Suécia com saudade (44): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte V): Quando se discutia, item a item, o que era ou não era ajuda humanitária: catanas, canetas, latas de sardinha de conserva... (José Belo)



Foto nº 30 > Equipamento hospitalar > Um autoclave para esterilização de material médico.-cirúrgico--- Material que só pdoe operar com energia elétrica... [Legenda original: "Liberated areas in Guinea Bissau"].


Foto nº 33 > Uma escola no mato, longe da tabanca para não ser alvo de ataques aéreos  [ Legenda original:  "A school with no roof yet in the liberated areas in Guinea Bissau. The schools were built hidden in the woods far from the villages, since they were targets of the Portugueses."]


Foto nº 12 > Visita da delegação sueca, em novembro de 1970, a um escola do mato


Foto nº 28 > Abastecimento de uma "loja do povo"... Deveria ser uma armazém, na retaguarda, no território da Guiné-Conacri, junto à fronteira, donde depois partiam as colunas de reabastecimento para o interior, para as chamadas áreas libertadas. [Legenda original: "Transporting rice in the liberated areas in Guinea Bissau."]


Foto º 20 > Vida quotidiana da guerrilha e da população sob o seu controlo... Em primeiro plano, um guerrilheiro equipado com a espingarda automática, de origem russa, Kalashnikov.  [Legenda original: "Military activities in the liberated areas in Guinea Bissau in November 1970."]


Guiné-Bissau > PAIGC > s/l> Novembro de 1970 > Algures, nas "áreas libertadas" (sic),  fotos do  fotógrafo norueguês Knut Andreasson, por ocasião de um visita de uma delegação sueca ao PAIGC, na Guiné-Conacri e no interior da Guiné-Bissau. Algumas destas foto foram publicadas no livro Guinea-Bissau : rapport om ett land och en befrielserörelse  / Knut Andreassen, Birgitta Dahl, Stockholm : Prisma, 1971, 216 pp. [Título traduzido para português: Guiné-Bissau: relatório sobre um país e um movimento de libertação].


[As fotos podem ser usadas, devendo ser informado o Nordic Africa Institute (NAI) e o fotógrafo, quando for caso disso. Este espólio fotográfico de Knut Andreasson, relativo à visita à Guiné-Bissau em novembro de 1970, foi doado pela viúva ao NAI]



Não há nenhum evidência de a delegação ter estado, efetivamente, no interior do então território da Guiné,  administrado por Portugal; por razões de bom senso e segurança, Amílcar Cabreal deve tê-los levado a passear, quansdo muto  até à fronteira... Mas também não podemos afirmar o contrário... Há fotos que, obviamente, são tiradas na República da Guiné (leia-se Guiné-Conacri) onde o PAIGC tinha bases de apoio por ex., Boké, Kandiafara, Conacri...)

Novembro de 1970, final da época das chuvas, início do tempo seco,  não era o melhor mês do ano para uma delegação  de um país europeu se aventurar pelo o interior da Guiné, para mais na véspera da Op Mar Verde...Ao que sabemos, a visita prolongou-se de 6 de novembro a 7 de dezembro de 1970... Não sabemos onde estavca a delegação no dia em que foi invadida Conacri (Op Mar Verde, 22 de novembro de 1971).  A delegação era chefiada pela ex.lider parlamenter  edeputada socialdemocrata Birgitta Dahl...

Há um relatório da missão, em sueco, da autoria  de Birgitta Dahl [”Rapport från studieresa till Republiken Guinea och de befriade områdena i Guinea-Bissau,  6 november–7 december 1970” (”Relatório da viagem de estudo à República da Guiné e às zonas libertadas da  Guiné-Bissau, 6 de Novembro–7 de Dezembro de 1970”), Uppsala, Janeiro de 1971 (SDA)].

No ano a seguir, em  1971, K. Andreassen e B. Dahl publicaram o seu livro sobre a viagem, não sabendo nós se há qualquer referência à invasão de Conacri...  [Guinea-Bissau: Rapport om ett Land och en Befrielserörelse (”Guiné-Bissau: Relatos de um país e de um movimento de libertação”), Prisma, Estocolmo].

Fonte: Tol Selltröm - A Suécia e as lutas de libertaçãoo nacional em Angola, Moçambique e Guiné. Uppsala: Nordiska Africka Institutet, 2008.  2008,, pp. 161 e ss.   [disponível aqui, em português, em formato pdf].
(LG)




1. Continuação da  alguns dados e notas de contextualização, da autoria do nosso camarada José Belo (na Suécia há quase 4 décadas) sobre a ajuda sueca ao PAIGC, a partir de 1969, e depois à Guiné-Bissau, a seguir à independência (*):

Assunto - Problemas quanto a defenir auxílio humanitário

Resumo:

Durante a guerra o governo sueco enviou para o PAIGC um total de 53,5 milhöes de coroas, ao valor actual [c. 5,8 milhões de euros]. Destinaram-se a financiar a maioria das actvidades civis do partido: alimentacäo, transportes, educação, saúde, incluindo um vasto número de avultados fornecimentos às Lojas do Povo. A Guiné foi posteriormente incluída (como único país da África Ocidental) nos chamados "países programados" para a distribuicäo da assistência sueca ao desenvolvimento. Recebeu durante o período de 74/75 a 94/95, um total de 2,5 mil milhões de coroas suecas [c. 270 milhões de euros], colocando a Suécia entre os 3 maiores assistentes económicos da Guiné-Bissau.

A Suécia nunca deu nenum cheque em branco ao PAiIGC, tanto mais que Portugal era um dos seus importantes parceiros comerciais no âmbito da EFTA - Associação Europeia do Comércio Livre, a que ambos os países pertenciam, e de que foram membros fundadores. Ainda em vida de Cabral, em abril de 1972 o Comité ds Nações Unidas para a Descolonizacäo tinha adoptado uma resolução reconhecendo o PAIGC como o único e legítimo representante do território da Guiné-Bissau. Foi um tremendo sucesso político-diplomático para o PAIGC. Isso em nada alterou o pragamtismo da diplomacia sueca. A Suécia só irá reconhecer a Guiné-Bissau como país independente, em 9 de agosto de 1974, ano e meio depois da morte de Amílcar Cabral (que também era um político pragmático). Em novembro de 1972, foi a Noruega,. um país da NATO, a apoiar politica e diplomaticamente o PAIGC. A ajuda militar, essa, foi liderada pela URSS.



Os programas de assistência humanitária eram decididos anualmente entre a agência estatal sueca (SIDA) e o PAIGC.

Inicialmente com a presença de Amílcar Cabral que se deslocava a Estocolmo incógnito.

Para o governo sueco era importante que esta assistëncia näo viesse a tornar-se em apoio à luta armada, mantendo-se unicamente nas áreas civis.

Obviamente era algo difícil de controlar na sua totalidade e implicações mais ou menos subtis.
Os avultados auxílios em alimentação, medicamentos, material escolar, transportes,etc,etc, eram transportados desde a Guiné Conackri para as zonas libertadas do interior da Guiné-Bissau.

Aí, combatentes e população apoiante viviam lado a lado e tinham acesso aos mesmos.

Exemplos de artigos nas listas estabelecidas criavam problemas do tipo:

(i) Säo este tipo de sapatilhas,ou de botas um artigo militar?:

(ii) Säo estas catanas para a agricultura passíveis de ser usadas como armas?

Conta-se que num destes encontros para estabelecer as listas de artigos, e perante este tipo de problemas, Amilcar Cabral terá pegado numa caneta e perguntado:

- Mas isto näo é também uma arma?

Quanto aos alimentos enlatados, o departamento sueco encomendou a uma fábrica local, Strömstad Canning, [,Varet, Strömstad], 100  toneladas de latas de sardinha. [Na imagem à esquerda, uma das marcas de sardinhas, em tomate, "Glória", que a empresa comercializava].

A fábrica procurou informar-se de qual o tipo de etiquetas e texto a serem impressos nas latas. Contactado o então representante do PAIGC em Estocolmo (Onésimo Silveira),  foi por este escolhida a impressäo de uma bandeira do PAIGC, com o texto "Áreas libertadas da Guiné-Bissau".

A propósito, vd. o livro de Tol Selltröm - A Suécia e as lutas de libertaçãoo nacional em Angola, Moçambique e Guiné. Uppsala: Nordiska Africka Institutet, 2008,   (disponível aqui, em português, em formato pdf): na pag. 159, há una foto, a preto e branco dessa lata de sardinhas. com a bandeira do PAIGC, e  os seguintes dizeres:

"PAIGC | Sardinha em óleo de soja | GUINÉ-BISSAU - ZONAS LIBERTAS | Strömstad Canning, Co, A/B, Strömstad, Suécia | País de origem: Suécia | Peso líquido: 225 gramas" 

[Por o documento estar gravado em pdf, não conseguimos copiar e editar a imagem...De qualquer modo 100 toneladas, perfaz 100 mil quilos; admitindo que cada caixa pesasse 300 gr - peso ilíquido - , dá um carregamento de mais de 333 mil latas de sardinha... LG].

 Escusado será dizer que algumas de estas latas vieram posteriormente a aparecer, aqui e acolá, junto das populações sob o controlo portuguës.

José Belo (**)

(continua) 
________________

Notas do editor:

(*) Vd. nota biográfica de Onésimo Silveira (n. Mindelo, São Vicente, Cabo Verde, 1935) na Wikipédia em inglês, donde recolhemos os seguintes elementos:

(i)  quando jovem poeta, era uma dos críticos literários mais proeminentes de Cabo Verde;

(ii)  esteve ligado ao grupo Claridade;

(iii) foi um acérrimo defensor da entidade cultural africana das ilhas;

(iv) estudou em  em Uppsala, na Suécia durante a década de 1960, depois de ter passado um períona China; licenciou-se em ciências políticas;

(v) em Uppsala tinha ligações estreitas um grupo local Comité África da Sul,  o que foi fundamental para o início das acções de ajuda e solidariedade para com o PAIGC, na Suécia;

(vi) tornou-se o representante do PAIGC, na Suécia;

(vii) fez várias visitas à Noruega , onde estabeleceu boas relações com o Conselho  Norueguês para a Africa e o Partido Trabalhista norueguês, tendo desempenhou um importante papel no apoio norueguês oficial ao PAIGC em 1972;

(viii) representou também o PAIGC nas visitas à Finlândia;

(ix) foi demitido do seu cargo de representante do PAIGC na Suécia, em novembro de 1972 (alegadamenet pr razões disciplinares, ao não ido a um  reunião na Guiné-Conacri; no entanto, o  PAIGC reconheceu publicamente o seu importante trabalho no âmbitio da cooperação e ajuda  entre a Suécia e PAIGC;

(x) trabalhou depois para as Nações Unidas, que representou em países como a Somália , Angola e Moçambique;

(xi) com a abertura política multipartidárias em Cabo Verde a partir de 1990, era hostil ao PAICV;

(xii) Em novembro de 1998, formopu o seu próprio partido político , o Partido Trabalhista e da Solidariedade (PTS) ;

(xiii) Foi presidente do município do idade do Mindelo:

(xiv) Em 2006 , foi eleito membro do Parlamento como candidato do PAICV.

(**) Últimos postes desta série

3 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13842: Da Suécia com saudade (40): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte I)... à Guiné-Bissau, de 1974 a 1995, foi de quase 270 milhões de euros... Depois os suecos fecharam a torneira... (José Belo)

4 de movembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)

5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)

6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13853: Da Suécia com saudade (43): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte IV): Rússia e Suécia, vizinhos e inimigos fidalgais, foram os dois países que mais auxiliaram o partido de Amílcar Cabral (José Belo)

13 comentários:

Luís Graça disse...

Zé Belo:

Vê-me a questão data da visita da delegação sueca às "áreas libertadas" da GB...

O relatório da Birgitta Dahl abarca o período de 6 de novembro a 7 de dezembro...

Ora a 22 foi a invasão de Conacri (Op Mar Verde, comandada pelo falecido Alpoim Calvão)... A 26 apanho eu (CCAÇ 12 + CART 2715) uma violentíssima emboscada em área sob controlo do PAIGC (região da Ponta do Inglês, setor L1, subsetor do Xime, com 6 mortos e 9 feridos graves...).

Onde estão nesse dia os nossos amigos suecos, mais o fotógrafo norueguês ?

Conheces o livro de K. Andreassen e B. Dahl (1971) ?... Está na Amazom.com... Talvez dê mais detalhes...

Abraço fraterno. Luis

Luís Graça disse...

Será que o pessoal do PAIGC e a população deslocada nos paíes limítrofges e aquela que vivia no interior da Guiné, sob o seu controlo, gostavam das sardinhas suecas em óleo de soja tanto como nós gostávamos das nossas rações de combate ?

Os meus soldados da CCAÇ 12, fulas, islamizadas, gostavam das nossas sradinhas portugueses, em azeite, em óleo óu em molho de tomate... Muitas vezes eu dava-lhes as conversas de peixe, que eles comiam, só não tocavam, em princípio, nas conservas de carne de porco...

Confesso que hoje adoro as conseravs portuguesas, em especial a sardinha e o filete de cavala, além do atum... São, de resto, hoje, em dia, um produto "gourmet" por esse mundo fora...

Não deixem "matar" a nossa centenária indíustria conserveira!...

Portugueses, comprem e comam o que é nosso!

Anónimo disse...

Posso afirmar e...AFIRMO

Estas fotos são mera propaganda.

O paigc no interior da Guiné apenas tinha bases de curta duração..a que chamavam "barracas"..que,como é óbvio, mudavam constantemente..não eram parvos.

Tinham isso sim "escolas"itinerantes para os próprios guerrilheiros..onde aprendiam a falar português..e outras matérias.

Existia bastante população refugiada no interior da Guiné-conakry e Senegal.

Ridícula a foto da escola...tem carteiras ..uns livros dispersos..e paus para sustentar a cobertura..mas não tem cobertura..!!..se era uma escola a funcionar...e não queriam cobertura nem paredes ..para que queriam os paus...

Não sei se os ditos delegados foram enganados ou se colaboravam na propaganda.

Nós também o fazíamos com pseudo-jornalistas estrangeiros.. ditos independentes.

Latas de sardinha..os guineenses gostavam e certamente os guerrilheiros também...não sei é se não seriam importadas de cá para Suécia..lucraríamos todos..os suecos pagavam.

Nunca dizem onde se localizavam as ditas regiões libertadas..pois..devia ser segredo de estado..a mata era de todos e de ninguém.

C.Martins

Anónimo disse...

Joseph Belo
7 nov 2014 21:05

Birgitta Dahl

Visitou o interor da Guiné em Novembro de 1970.

Além de vários cargos ministriais importantes de 1982 a 1991 foi Presidente do Parlamento Sueco de 1994 a 2002 e Presidente da UNICEF Sueca de 2005 a2011

Luís Graça disse...

Obrigado, José, continuo a querer saber onde ela (e o resto da delegação sueca) no dia 22 de novembro de 1970...

Tem um "ponto negro" no CV político: a questão dos kmers vermelhos do Camboja... Acusam-na de, inicialmente, branquear ou negar oa crimes do regime Pol Pot...


http://en.wikipedia.org/wiki/Birgitta_Dahl

Anónimo disse...



Por falares, Luís Graça, em conservas de sardinha e filetes de cavala, comi hoje, também havia anchovas, com mais três amigos, em casa dum amigo comum. As sardinhas e os filetes, acompanhados com cebola temperada com azeite e vinagre ficam mais saborosos.
O Joseph Belo lá da Suécia, traz-nos essa descrição tão numérica e fria, sem sabor ao bacalhau das águas frias do norte, nem à sardinha das águas quentes do sul. Ele é já o passado ou o futuro que nós nunca fomos ou seremos, é o desterrado, é o norte, a neve, o gelo.É o grande enigma. Cada qual que o intreprete como bem entender e muito obrigado por todas essas informações

Um grande abraço para ele

Francisco Baptista

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Antº Rosinha disse...

Estes testemunhos de José Belo, da ajuda Sueca na luta contra a colonização portuguesa ajuda imenso a compreender a dimensão da alhada em que estavamos metidos.

Naquele tempo já nós eramos sócios dos Suecos, Noruegueses e Dinamarqueses atravez da EFTA, (1960)isto é, quando eramos "orgulhosamente sós".

Já em 1960, aqueles nordicos conheciam bem o problema colonial de Angola, pois alem de aportarem com frequência a Luanda e Lobito (café, algodão e até imensos vagons de mandioca e coconote), aqueles embarcadiços nórdicos gostavam de curtir a maravilhosa noite de Luanda.

Gostavam muito de dialogar com os inúmeros garotos engraixates que vagueavam pelas esplanadas de Luanda, pagavam-lhes gelados e pepsicola e sentavam-nos ao colo.

Os suecos forneciam a imensa camionagem necessária para a enorme Angola: Volvos e Scanias.

Talvez a primeira grande cooperação sueca em África tenha sido com os vizinhos de Angola o ex-Congo Belga.

Era um Sueco o Secretário Geral da ONU, em 1960, e os suecos e suecas cooperantes no Congo, na balbúrdia que se tornou aquilo, atravessavam a fronteira para Angola passar os fins de semana e"respirarem".

Mas como gostavam de África!

Ainda houve uma vaga retaliação tuga contra o apoio sueco aos turras, quando alguns Volvos e Scanias foram sendo substituidos por camiões e autocarros Toyotas com Salvador Caetano.

"Caetano veio para ficar" alguns devem lembrar-se.

Foi uma luta do caraças, até no campo diplomático.

Hoje já nem nos entendemos nem com a CPLP.

Até parece que ficámos invertebrados da maneira como a Merkel nos trata.

Antº Rosinha disse...

Estes testemunhos de José Belo, da ajuda Sueca na luta contra a colonização portuguesa ajuda imenso a compreender a dimensão da alhada em que estavamos metidos.

Naquele tempo já nós eramos sócios dos Suecos, Noruegueses e Dinamarqueses atravez da EFTA, (1960)isto é, quando eramos "orgulhosamente sós".

Já em 1960, aqueles nordicos conheciam bem o problema colonial de Angola, pois alem de aportarem com frequência a Luanda e Lobito (café, algodão e até imensos vagons de mandioca e coconote), aqueles embarcadiços nórdicos gostavam de curtir a maravilhosa noite de Luanda.

Gostavam muito de dialogar com os inúmeros garotos engraixates que vagueavam pelas esplanadas de Luanda, pagavam-lhes gelados e pepsicola e sentavam-nos ao colo.

Os suecos forneciam a imensa camionagem necessária para a enorme Angola: Volvos e Scanias.

Talvez a primeira grande cooperação sueca em África tenha sido com os vizinhos de Angola o ex-Congo Belga.

Era um Sueco o Secretário Geral da ONU, em 1960, e os suecos e suecas cooperantes no Congo, na balbúrdia que se tornou aquilo, atravessavam a fronteira para Angola passar os fins de semana e"respirarem".

Mas como gostavam de África!

Ainda houve uma vaga retaliação tuga contra o apoio sueco aos turras, quando alguns Volvos e Scanias foram sendo substituidos por camiões e autocarros Toyotas com Salvador Caetano.

"Caetano veio para ficar" alguns devem lembrar-se.

Foi uma luta do caraças, até no campo diplomático.

Hoje já nem nos entendemos nem com a CPLP.

Até parece que ficámos invertebrados da maneira como a Merkel nos trata.

Anónimo disse...

Caros camaradas e amigos:
A propósito da pergunta do Luís Graça "Onde estava (ela) (e o resto da delegação sueca) no dia 22 de Novembro de 1970" (?), creio que estou em posição de fornecer uma pequena pista, já que, na data referida, ao saltar do "Ana Mafalda" para terra, creio ter visto no cais de Pidjiguiti, um grupo suspeito, com ares de vikings ou vizinhos, de que fazia parte uma senhora. Como não estava atracada nenhuma embarcação de vela redonda e carranca na proa, mas apenas umas inocentes lanchas de desembarque, fiquei a cogitar sobre como teria chegado ao local tão estranha gente.
Peço desculpa pela brincadeira, até porque, ao contrário do que possam, porventura, pensar, reputo de muito interessantes as informações e o material fotográfico - propaganda ou não, para isso cá estaremos nós a dizer de nossa justiça - com que o José Belo vem enriquecendo o nosso blogue.
Um abraço fraterno,
Mário Migueis

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas
Depois de ter lido os posts sobre este tema ocorre-me perguntar se as autoridades e os cidadão da Suécia não se sentirão ridículos. Os de hoje, que eram jovens naquele tempo e hoje são rapazes e raparigas para a nossa idade, deverão sentir-se mal. Os que fizeram o frete, naquele tempo (não é possível alguém deixar-se iludir daquela maneira), se ainda existirem o que pensarão?
A sociedade sueca de hoje nem sabe o frete que o Olaf Palme fez ao PAIGC.
O melhor é remeterem para o rol do esquecimento...
Claro que a propaganda é o que é e o apoio às organizações dá-se.ou não, por motivos político-ideológicos ou outros, ,as fica provado que o apoio da Suécia, tinha alguns... defeitos.
Um A.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Meus amigos,

Se me permitem, gostaria de chamar a atenção para algo que creio ser extraordinário.

Eu conto 22 bancos na escola que, a avaliar pelos alunos que vemos sentados, deveriam ter a capacidade de cinco cada. Ao todo cento e dez alunos numa escola de mato. É obra!

Certo que a legenda da primeira foto não diz que o equipamento hospitalar está no mato. Mas tudo é possível, até mesmo terem rede elétrica a avaliar pelos transformadores nas paredes.

E mais não digo, mas fica um abraço transatlântico.

José Câmara


Anónimo disse...

Caro camarada JOSÉ CAMARA

Claro que era no "mato nas zonas libertadas"....além dos transformadores também chamo a atenção para o "autoclave"..para quem não sabe, serve para desinfectar o material cirúrgico.

Tinham também "ar condicionado" que não fotografaram porque se acabou o rolo fotográfico.

Quanto aos alunos.. foi só para a foto..tinham turmas de dez alunos..com horário faseado..pedagogia sueca.

Penso eu..de..que

ab

C.Martins