segunda-feira, 23 de março de 2015

Guiné 63/74 - P14401: Convívios (660): Rescaldo do último Encontro da Magnífica Tabanca da Linha, levado a efeito no passado dia 19 de Março (José Manuel Matos Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), actualmente Amanuense da Magnífica Tabanca da Linha, com data de 20 de Março de 2015:

No passado domingo, dia 15, recebi um surpreendente telefonema de um camarada muito estimado, cronista consagrado de estórias de antanho em confronto com a vida moderna de uma remota localidade transmontana, Brunhoso, mas também atento observador da vida moderna, em todos os seus contornos, não só rústicos, mas também cosmopolitas, onde se mostram as tendências de uma comunidade, e onde se acumulam as mais impertinentes manifestações de vaidade e inocuidade. O Francisco Baptista tem sabido lidar com as diferenças, e ainda poupa a sociedade moderna ao confronto com a sociedade de onde provém, onde se cultivavam valores e raízes.
No meio de um supermercado da capital tive a primeira oportunidade de manter uma animada conversa com ele. Falámos do Blogue, de alguns dos seus proeminentes membros, de encontros, e de matérias em que nos envolvemos. Mas também falámos de nós, do que nos anima e interessa, acabando com o desejo recíproco de provocarmos um encontro. Mas o que o Francisco queria dizer, é que tinha um grande desejo de vir ao encontro da Magnífica, mas as forças locais estavam a oferecer-lhe alguma resistência para a concessão da necessária autorização. Fronteiras do norte, claro!

Ontem, durante o encontro, citei várias outras mensagens ao pessoal, da parte de camaradas que não puderam comparecer, mas, amigavelmente, manifestaram votos de tudo decorresse com agrado geral. Foi o caso dos seguintes camaradas: o João Sacoto; o João José Martins; o Miguel Rocha, e, finalmente, o Marcelino da Mata que foi obrigado a desmarcar por força duma rara consulta médica para que foi convocado. Mereceram a atenção geral.

O dia estava bom, com temperatura agradável, que não era afectada pela suave brisa atlântica, e a luz era bastante clara, como que a sugerir a primavera que o encontro antecipou. Dois dias antes, por telefone, confirmei que estava tudo okay. Porém, na hora. veio a verificar-se que não estava, o que causou o desagrado geral, na medida em que o pessoal reivindica os direitos adquiridos sobre os mimos já alcançados, bom serviço, bom preço, e boa pinga, a célebre Esteva. O vinho sobre as mesas, com as garrafas já abertas, era da Casa Messias, mas do desagrado geral. Diligenciaram a substituição em poucos minutos provinda do Guincho, mas veio alguma coisa da região de Setúbal, um vinho escuro, áspero, só para pessoal de barba e palato rijo. Depois constatámos a falta de dois elementos, um na cozinha, outro na sala, a que se juntou uma outra confusão com a atribuição de uma dose para seis, numa mesa de 3, e vice-versa. O Senhor Comandante reagiu mal, pois até ele era afectado. A comida apresentou-se ao nível costumeiro. Logo se decidiu que o próximo encontro realizar-se-á noutro local.

Tiraram-se fotografias, e conviveu-se, com a dificuldade de serem convívios restritos à proximidade de cada mesa, e ao que era possível nos intervalos. Eu tive que sair mais cedo, 3 camaradas acompanharam-me, pois entreguei-lhes as chaves de casa para terem o que fazer, e fui avaliar a reparação de um estrago que fiz há dias atrás. Abalei preocupado, pois se os três gentios descobrissem onde guardo o melhor produto embotelhado, ficaria a chupar o dedo, dadas as evidentes facilidades de arrumação dos individuos, o João António e o Carlos Santa, apesar do perigo maior vir do perigoso lingrinhas To Zé Castanheira. Quando cheguei a casa, estavam encostados ao carro, no estacionamento, pois não tinham dado com as chaves acertadas. Já iam lindos, como se infere com facilidade. Mamaram um terço de uma Canadian Clube, deixaram-me para o jantar o equivalente a um copinho de Esteva, aberto na ocasião, e, tanto eu, como o João António, tomámos dois cálices de uma reserva Portal, que há una anos trouxe da adega. A minha psicóloga teve que ir perto de S. João das Lampas, no concelho de Sintra, buscar o neto que ali mora e frequenta a escola, pelo que ainda salvei uma boa parte dos líquidos disponibilizados. Avé!

Logo após os camaradas terem saído, telefonou-me o gerente do restaurante, que pediu desculpa pelas más ocorrências, e a quem comuniquei que vamos para outro azimute na próxima ocasião, mas, posteriormente, voltaremos ao contacto. É que uma mudança de ares pode fazer bem.

Assim, muito mal informado sobre os acontecimentos durante a minha ausência do encontro, não tive qualquer notícia desagradável, pelo que as coisas correram bem, e sei que houve pelo menos um encontro desde há 40 anos. Também tentei ligar ao Luís Graça, que teve a gentiliza de me enviar uma mensagem que só abri à posterior, mas não atendeu, e já era tarde na viragem do dia. Também falei com o Senhor Comandante que se referiu ao azar do serviço, e manifestou-me a preocupação se promoverem encontros mais garantidos, no sentido de proporcionar as melhores condições para convívio. Aceitou o argumento de que Oitavos vai sofrer uma punição, mas que oferece excelentes condições de localização, de estacionamento, de instalação, e tem sido uma excelente relação qualidade/preço. Verá-se, como dizia o outro.

Ainda me recomendou a transmissão de saudações para todos os camaradas do Blogue.

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OBS: -  Selecção das fotos da responsabilidade do editor
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de Março de 2015 > Guiné 63/74 - P14398: Convívios (659): Encontro do pessoal da CCAÇ 816 (Bissorã, Olossato e Mansoa, 1965/67), dia 23 de Maio de 2015 em Fátima (Rui Silva)

4 comentários:

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Não estive presente.
Não posso "ir a todas"!
Mas tive o cuidado de, com a devida antecipação, comunicar tal impedimento ao 'amanuense' e já durante o repasto enviei mensagem de saudação.

Gostei de (re)ver caras conhecidas e outras menos mas, se me permitem, gostaria de realçar duas fotos: aquela foto do Resende e do Armando Pires, por saber que são bons companheiros e por assim verificar que o Armando está a reagir à tristeza e a outra foto da mesa em que aparece o "amanuense" em alegre convívio com o Mário Fitas e o Graça de Abreu, entre outros.

Pois que continuem de boa saúde, que os problemas aparecerão sempre em todo o lado....

Hélder S.

Anónimo disse...

De. Augusto Silva Santos

Aproveito para trancrever o comentário que já tive oportunidade de fazer no facebook da Magnifica Tabanca da Linha.

"Serviço de restaurante à parte, pois já se fez referência ao mesmo, e já que o mais importante é sempre o convívio, gostaria de salientar na qualidade de "periquito" nesta andanças, que foi com imenso prazer que estive presente. Primeiro porque finalmente tive o prazer de conhecer e abraçar pessoalmente o camarada e amigo Manuel Resende, meu "conterrâneo" de terras da Guiné / Jolmete, e depois porque, passados 43 anos, vim a encontrar outro camarada e amigo, mais propriamente o António José Castanheira que, tal como eu, passou durante algum tempo pelo Depósito de Adidos em Brá, e me foi render na Secção de Justiça, e de quem não tinha notícias desde essa altura. Volto a repetir, foi um imenso prazer!"

JD disse...

Caros Camaradas,
Quero aqui referir duas coisas:
1 - Que não fiz a revisão do texto, pois estava para sair de fim-de-semana. Nem o li. Por isso há frases truncadas, outras sem sentido, e palavras caídas das respectivas frases. Tenho que colocar a cabeça no cepo para a acção justiceira que S.Exa. entenda adequada;
2 - O camarada Helder, conhecido pelas suas intervenções moralistas, não vai acreditar, mas peço aos camaradas da luta, que confirmem como fiz a diligência de interromper as actividades manducantes, para lhes referir o telefonema que acabara de receber, e que ele despeitadamente refere, o que aconteceu sob o óbvio protesto e desagrado geral.
Assim, sugiro ao prestigiado e faltoso que para a próxíma, possa fazer a tal chamada do local próprio, no sentido de constatar a "imerecida" atenção que lhe vem sendo dispensada.
Ainda assim, também o incluo no meu abraço fraterno
JD

Anónimo disse...



Ao José Manuel Matos Dinis, ou J.D. como ele também assina, agradeço toda a importância, que como camarada e modesto escrevinhador que por falta de episódios mais marcante da vida militar ou por falta de imaginação para se afirmar, vai desenterrar o passado antigo da nossa infância e adolescência, na aldeia de Brunhoso, tão similar ao de tantas aldeias do interior, desse mundo atrasado e rural, onde muitos de nós crescemos.
Meu caro amigo aprecio muito a tua boa forma literária com que te expressas, e a tua capacidade de argumentação por vezes um pouco falaciosa,( já antes te disse isso). Tu tens qualidades para superar alguns defeitos de pormenor, dás muita animação ao nosso blogue, és um grande amigo e camarada, és o cronista-mor da Magnifica Tabanca da Linha e és o lugar-tenente do Comandante Rosales (aponta Bruno!)
Amigos e camaradas a nossa vida está cada vez mais curta, temos que a ir vivendo e gozando, sem a querer esticar demais nem encurtá-la demasiado. Eu sou sócio da Tabanca de Matosinhos, há pouco mais de um ano, que reune para almoço todas as quartas-feiras, é também um espaço de convívio muito agradável. Tenho a certeza que lá todos os camaradas são também, sempre benvindos O J.D. sob as ordens do grande Comandante Rosales, que já teve a amabilidade de falar comigo ao telefone, tem organizado agradáveis convivios entre camaradas. Prometo lutar para conseguir um passaporte das forças locais e familiares para um dia estar presente num desses almoços.
Confesso que não sei falar à moda da linha, mas tenho uma irmã e três cunhados e cunhadas que moram para as vossas bandas e vou procurar antes aprender com eles.
Com o J.D. penso que não terei problemas pois a mim parece-me que ele "corta" (termo de Brunhoso, significa fala) muitas linguas.
Com o Comandante Rosales também não terei muita dificuldade, se ele ainda não esqueceu o galego, pois Trás-Os-Montes e a Galiza sempre tiveram muito vocabulário comum.

Um grande abraço a todos

Francisco Baptista