quinta-feira, 9 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14450: Os nossos seres, saberes e lazeres (85): Berlim, cidade ainda hoje invisivelmente dividida: as marcas da guerra e do terror (Parte III) (Luís Graça)


Berlim, Postsdamer Platz, 27 de março de 2015.  Por aqui passava o muro da vergonha (de todos nós, europeus, do oeste e do leste)... Completamente destruída na II Guerra Mundial, a praça Potsdam é hoje um dos símbolos feéricos da fénix renascida que é a cidade de Berlim...  Aqui se ergue também o famoso Sony Centre"...

Vídeo (0' 34'') alojado em You Tube > Luís Graça













Berlim, 27 de março de 2015 > Potsdamer Platz > A "arquitetura BMW" (*)...

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados

1. Legenda para o vídeo: na natureza nada se desperdiça, tudo se transforma... A gralha cinzenta (corvus cornix, se não erro) aproveita o nosso "lixo" para fazer o seu ninho... Há de continuar  a aproveitar os nossos restos mortais quando o IV Reich dos mil anos desaparecer, e com ele a nossa civilização e a nossa espécie...

O "homo sapiens sapiens" foi demasiado bem sucedido, ao longo de muitos milhares de anos, mas o sucesso tem um preço... Não soube respeitar as outras espécies, o planeta terra que o hospeda e sobretudo os outros indivíduos da sua espécie... O nosso modelo de desenvolvimento é insustentável... Temos horror ao vazio, em lugar das enormes crateras deixadas pelas bombas da II Guerra Mundial, os berlinenses construiram  templos de aço e vidro dedicados aos deuses do capital, do mercado e do consumo... Mesmo assim, têm 16 mil hectares de espaços verdes, jardins e parques... E corvos, muitos corvos...Mas o urso, já desaparecido,  é que é a mascote da cidade...

Na nossa cultura, o corvo está associado ao terror e à morte... Em Lisboa, é o símbolo e o padroeiro da cidade, mas eu é raro ver corvos pela minha cidade do Tejo e das sete colinas... Diz a lenda que o corpo do São Vicente, martirizado pelos romanos no séc. IV, foi resgatado dos mouros e  chegou a Lisboa, vindo do Algarve (, do Cabo de São Vicente), no séc. XII, de barco,  acompanhado  por dois corvos... Pobre corvo, indevidamente instrumentalizado  na luta entre duas civilizações e duas religiões monoteístas...


2. Berlim, cidade aberta, 
fénix renascida...
A Alemanha não é Berlim,
ou Berlim não é a Alemanha,
diz-me um luso-alemão,
filho de mãe teutónica e de pai tuga,
que o amor não escolhe nacionalidades...
"Berlim é a civilização,
o resto são as tribos germânicas"...
O turista, o estúpido em férias,
não se apercebe das diferenças...
Afinal, a Alemanha não é monolítica...
O que faz o secreto encanto de Berlim ?
Quem são os berlinenses ?
Os filhos do Kaiser?
Os filhos do Adolf Hitler ?
Os filhos do Walter Ulbricht ?
Os filhos do Willy Brandt ?
Os filhos da Angela Merkhel ?
São filhos do desejo de liberdade, justiça e paz...
Afinal, somos todos filhos, menores. de um deus maior. (**)

Berlim, 23 de março de 2015
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Notas do editor:

4 comentários:

Hélder Valério disse...

Caro Luís

As tuas interrogações/reflexões são muito importantes.
O tipo de resposta que (colectivamente) se fizer a algumas delas determinará, em boa parte, o futuro mais ou menos prolongado da nossa espécie.

A chave da solução está na compreensão e aceitação do que está contido em "O "homo sapiens sapiens" foi demasiado bem sucedido, ao longo de muitos milhares de anos, mas o sucesso tem um preço... Não soube respeitar as outras espécies, o planeta terra que o hospeda e sobretudo os outros indivíduos da sua espécie... O nosso modelo de desenvolvimento é insustentável..."

Se se conseguir inverter a tendência, talvez, mas só talvez, se poderá pensar em futuro....

Abraço
Hélder S.

Torcato Mendonca disse...

São sempre,maioritáriamente, descendentes de quem provocou duas guerras mundiais no sec XX.

De muito menino, nasci em 44, ouvia "histórias"contadas por quem detestava nazis. (O Povo não )

Hoje voltaram a ser os "donos" da Europa?
Não acredito e pergunto-me:quanto devem eles ter recebido dos ditos vencedores para reconstruir a (as) sua (s) pátria?
Quanto ficou por pagar?
Ab,T.

Luís Graça disse...

Com a devida vénia... LG

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(...) A "Potsdamer Platz" é o antigo centro da cidade. Um ponto de entroncamento dos transportes entre o antigo centro do leste e antigo oeste berlinense. Juntamente com a Praça de Leipzig "Leipziger Platz", situada a oeste, está situada diretamente na frente do antigo portão citadino de Potsdam e do muro fiscal/alfândega de Berlim.

Até a segunda guerra mundial, a Praça de Potsdam situada em frente à Estação Ferroviária com o mesmo nome era, com as suas inúmeras linhas de interseção de bondes e ônibus, e o primeiro sistema de semáforos do continente, uma das praças mais movimentadas da Europa. Quase completamente destruída durante a guerra, a Praça de Potsdam passou mais de 40 anos num sono de Bela Adormecida, como terreno baldio da cidade entre Leste e Oeste.

O renascimento

Contudo, após a reunificação, surgiu aqui a oportunidade de se construir de novo um bairro citadino completo no centro de uma metrópole. Os arquitetos Heinz Hilmer e Christoph Sattler venceram em 1991 o "Concurso de ideias da "Praça de Potsdam"/"Praça de Leipzig"". O seu conceito foi baseado no modelo da "Capital Europeia", que opta conscientemente contra uma construção densa de arranha-céus.

Em 1993 começou a construção do quarteirão da DaimlerChrysler de acordo com o plano principal dos arquitetos Renzo Piano e Christoph Kohlbecker. A execução foi realizada por arquitetos de renome internacional, tais como Renzo Piano, Richard Rogers e Arata Isozaki. No maior canteiro de obras da Europa, foi criado do nada em apenas cinco anos um novo centro urbano. O Sony Center, concluído no ano de 2000 por Helmut Jahn, contrasta com sua estética futurista com o quarteirão da DaimlerChrysler. No início de 2004, foi aberto o elegante Beisheim Center no triângulo de Lenné.

Até mesmo os antigos céticos admitem agora que através da remodelação a vida regressou novamente à Praça de Potsdam. (...)

http://www.visitberlin.de/pt/node/657582

Anónimo disse...

Berlim é feeeeiiia
Berlim é deprimente.
Berlim é enorme
Os alemães são nim--nem simpáticos nem antipáticos.Julgo que não serei injusto...mas lá no fundo..ainda são um pouco "nazis"..

A Merkel não gosta de queijo da serra...não sabe o que perde.
Sabiam que de uma forma geral os alemães são muito contidos nos gastos do quotidiano..compram uma maçã para o jantar..se querem comer uma..nós aqui compramos logo um quilo senão passamos por pindéricos..vestem muito mal..mentalidades é o que é..lá é importante o ser e não o parecer..aaahh e também andam de bmw, audi,mercedes..etc que como toda a gente sabe são uns "chaços".

C.Martins