sábado, 18 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14896: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (7): E o amor não tem cor - poema de José Teixeira, Fermero da CCAÇ 2381

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux Enf, CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), com data de 12 de Julho de 2015:

E como o amor não escolhe cor, junto um poema soltado ao vento há muitos anos que poisou na minha mente, empurrado pelo tempo que nos tornou velhos e de consciência tranquila... ou não, porque o amor, esse, aconteceu, não tenho dúvidas. 
E este tempo de férias é bom para re(viver). 

Abraços 
Zé Teixeira


E o amor não tem cor

Tinha uma pele de uma suavidade intensa,
Pigmentada com laivos do sangue
Que a impregnava e, transformava o negro, negro,
Numa coloração rosada; divinal para os meus olhos sedentos
E coração inflamado de amor.

Assim era a pele daquela jovem africana,
De corpo esbelto e seios firmes.
E o Sol incidindo sobre ela os seus raios doirados,
Dava ainda mais beleza àquele corpo
Talhado por mão divina em noite de lua cheia.

Meu coração deixou-se encandear,
Meus dedos, agilmente, procuraram os pomos ardentes
Que lhe saltavam do peito descoberto,
Atraídos pelo sorriso cativante e acolhedor
Que me devorou as entranhas,
Na ânsia de neles encontrar a chave da porta do futuro.

Um olhar, profundo e firme
Vindo de uns olhos amendoados e de um negro cativante
Disse-me que estava a ser ousado em demasia,
Enquanto duas mãos firmes me retinham o gesto,
Deixando-se ficar entrelaçadas nas minhas mãos atrevidas.

Perdi-me na prisão dos seus braços
E fizemos das nossas vidas o mais belo templo do amor.

José teixeira
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14885: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (6): Convívio da Tabanca de Porto Dinheiro, 12 de julho de 2015 (Parte III): Álvaro e Helena do Enxalé, sejam bem-vindos à Tabanca Grande!...Oxálá / inshallah / enxalé nos possamos voltar a reunir mais vezes para partilhar memórias (e afetos)... Vocês passam a ser os grã-tabanqueiros nºs 695 e 696

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo José Teixeira, viva! como está?
Dei um saltinho ao Blogue e deparo-me com este seu belo poema, que retrata um tempo que permanece vivo pelos mais variados motivos.
Tantas "chuvas" já passaram, mas nada consegue apagar da memória as lembranças, boas e más, de um tempo vivido.
Parabéns pelo poema

Beijinho

Felismina mealha

Hélder Valério disse...

Caro José Teixeira

Um poema digno de figurar num catálogo de poesia erótica.
Mas, em simultâneo, é também uma homenagem.
À mulher africana, à nossa juventude.
E, também e ainda, à pureza de sentimentos e de comportamentos.

Abraço
Hélder S.