terça-feira, 17 de novembro de 2015

Guiné 63/74 - P15377: Agenda Cultural (437): "A Rua Suspensa dos Olhos", ternurenta coletânea de estórias e memórias, de Ábio de Lápara (pseudónimo literário de José A. Paradela): sessão de lançamento, domingo, dia 22, às 16h, na Biblioteca Municipal de Ílhavo



Conviet para o lançamento do livro. Vd. Facebook de Ábio de Lápara




"A Rua Suspena dos Olhos", de Ábio de Lápara (pseudónimo literário de José António Boia Paradela) Capa e ficha técnica.


 


Excerto do livro de estórias e memórias "A Rua Suspensa dos Olhos" (pp. 7-9), de Ábio de Lápara, com a devida vénia. O ivro poderá ser encomendado através do correio eletrónico de José Paradela. As receitas provenientes da venda  dos seus livros têm fins de beneficência.



José A. Paradela. Foto de LG (2007)
1. O meu amigo José António Paradela, arquiteto, vai lançar na Biblioteca Municipal de Ílhavo, no domingo, dia 22, às 16h, mais um dos seus livros. Trata-se de uma edição de autor. A apresentação é do jornalista e escritor Viriato Teles, também ilhavense. E os todos os amigos e conhecidos do José A. Paradela estão convidados.

O José António Paradela é irmão de Tibério Paradela, que se estreou na escrita com o romance "Neste Mar é Sempre Inverno" (ed. autor, Aveiro, agosto de 2014,  262 pp.), e é grande amigo de infância de Valdemar Aveiro, o capitão Aveiro,  um dos míticos capitães da pesca do bacalhau, de quem já aqui publicámos notas de leitura dos seus livros.

Todos os três são por sua vez conterrâneos e amigos  do nosso camarada Jorge Picado. o único de resto  que não andou na pesca do bacalhau. (Em contrapartida, fez um comssão na Guiné como cap mil, CCAÇ 2589/BCAÇ 2885, Mansoa, na CART 2732, Mansabá e CAOP 1, Teixeira Pinto, 1970/72).

Um simples olhar de relance pelo índice do livro, de 164 pp., permite advinhar quanto humanidade, ternura, inocência, traquinice, generosidade   e poesia havia na rua suspensa dos olhos...Com a autorização do autor, iremos publicar aqui, no todo ou em parte, o relato da sua viagem de seis meses na safra do bacalhau, nas costas da Terra Nova e da Groenlândia, quando ainda adolescente, aos 16 anos, e dois anos depois de ter frequentado, com boas notas,  a Escola Profissional de Pesca,  em Pedrouços, Lisboa,  é chamado para embarcar e fazer "A Viagem":...

"Corria  [, então, ] o ano de 1954, longe ainda dos tempos da emigração maciça e da guerra colonial" (p. 92). Sim, porque filho de marinheiro ou de pescador, naqueles tempos que não favoreciam nem promoviam a mobilidade social, só podia ser marinheiro ou pescador... Contrariando o estino, perdemos se calhar um mau marinheiro e ganhámos  um promissor escritor,um grande arquiteto, e ainda um melhor amigo...

2. Tenho pena de não poder estar no domingo na sessão do lançamento do livro do Zé António, em Ílhavo, mas reservo-me para a próxima sessão em Lisboa. Aí apresentarei, com todo o gosto, ao vivo, a minha "nota de leitura" desta ternurenta coletânea de estórias que são, ao fim e ao cabo, também as da infância de muitos de nós, sobretudo dos mais velhos, daqueles de nós que nasceram em meados dos anos 30, e fizeram-se homens na dureza das condições de vida e de trabalho das décadas de 1940 e 1950.

De resto, este não é o seu primeiro nem será o último. Se não erro, é o terceiro... E é bom recordar que o Zé António, como bom ilhavense, é, também ele, filho e neto de gente do mar, tendo passado, aos 16 anos, pela pesca do bacalhau, e feito a tal "viagem" que muitos dos seus antepassados fizeram ao longo de 13 séculos (!), desde talvez o séc. VII... Essa viagem foi também a sau tropa, a sua guerra da Guiné... Uma experiência, duríssima, de seis meses, que o marcou para sempre... Homem de múltiplos talentos, escreveu  um primeiro livro, a pensar nos amigos, com o belíssimo título Uma Ilha no Nome: Crónica dos Dias Líquidos, que eu tive a honra e o prazer de prefaciar. (LG)

"A Rua suspensa dos olhos", de Ábio de Lápara (Aveiro, ed. de autor, 2015): 
índice  elaborado por LG

1 comentário:

Anónimo disse...

Jose Paradela
23 nov 2015 12:10

Muito obrigado Luis, por esta divulgação do evento. Pena que não estejas cá. Um dia destes será, em Lisboa. Grande abraço