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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Guiné 61/74 - P23286: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (25): Cacheu, restos que o império teceu... - II (e última) Parte


Foto nº 1 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu > O que resta do Monumento em homenagem do "V Centenário da Morte do Infante Dom Henrique [1460-1960]... Nas proximidades fica a antiga Casa Gouveia, agora comvertida em Memorial da Escravatuar e do Tráfico Negreiro.


Foto nº 2 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu > Cacheu > "Este monumento ...em que a pedra não está a aguentar...como nós", escreve o Patrício com fina ironia...


Foto nº 3 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu > Forte de Cacheu (séc- XVIII) > Aspecto parcial, com alguns dos 16 canhões de bronze...


Foto nº 4 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Cacheu >  Forte de Cacheu (séc. XVIII): exterior e porto


Foto nº 5 > Guiné > Bissau > Região de Cacheu >  Chacheu > Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro >  O museu foi inaugurado em 8 de julho de 2016... mas já apresenta sinais de degradação (manchas de salitre nas paredes interiores, por exemplo, visíveis nesta foto...) > O grande mentor deste projeto museológico foi o nosso amigo Pepito (1949-2014) que já não viveu para poder assistir á sua inauguração. É aqui lembrada por uma foto (da autoria de Luís Graça: Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública / Universidade de Lisboa, 2006...e tal como o retratado, a palmeira também já não existe...)... Na foto à sua direita, o antigo edifício da Casa Gouveia, em ruínas, que foi recuperado para nele ser instalado este museu. 

O projeto da construção deste memorial, dando continuidade ao projeto Percurso dos Quilombos, recebeu um financiamento da União Europeia e  resultou dos esforços e colaboração da ONGD guineense Ação para o Desenvolvimento (AD), da Associazione Interpreti Naturalistici (AIN), de Itália, da COAJOQ, Cooperativa Agropecuária de Jovens Quadros e a Fundação Mário Soares.

Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Segunda (e última) parte de um conjunto de fotos que nos foram enviadas recentemente pelo nosso colaboador permanente Patrício Ribeiro (Bissau), sobre a cidade do Cacheu e os restos da presença portuguesa (*). Fotos tiradas no domingo, dia 15 de maio, no Cacheu onde esteve em trabalho.

Sobre o Mmeorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro, em Cacheu, ver aqui um excerto de página da UCCLA:

 Guiné-Bissau, Cacheu > Inaugurado memorial de escravatura em Cacheu

A cidade de Cacheu (Membro Efetivo da UCCLA), no norte da Guiné-Bissau, conta, desde o dia 8 de julho, com um memorial dedicado à escravatura e tráfico negreiro, erguido num edifício em ruínas cujas obras de reabilitação foram custeadas pela União Europeia.

O memorial consiste num pavilhão multiusos, salas de formação, residência para investigadores e um museu que preserva alguns artefactos que marcavam o dia-a-dia dos escravos. A população de Cacheu contribuiu com os artefactos - colheres de cozinha, tachos, correntes, ferros que serviam para marcar os escravos depois de passados em lume, chicotes - que podem ser contemplados no museu.

A iniciativa é da organização guineense Acão para o Desenvolvimento (AD), com apoios de várias organizações locais e internacionais, nomeadamente a Fundação Mário Soares de Portugal que forneceu técnicos para a reabilitação arquitetónica do antigo edifício da Casa Gouveia hoje transformado no memorial.

O memorial foi apresentado como sendo um espaço que visa "valorizar a memória de uma realidade que marcou profundamente os países africanos e ainda hoje permanece com grande acuidade nas sociedades dilaceradas pelo tráfico negreiro".

A ideia da construção do memorial foi iniciada pela AD em 2010, no âmbito do projeto Percurso dos Quilombos, sempre contando com o apoio financeiro da União Europeia, dai que o representante desta comunidade na Guiné-Bissau, Vítor dos Santos, tenha enaltecido o trabalho realizado até aqui. "O memorial inicia hoje um longo caminho representando um elemento de união entre o presente e o passado e o futuro da comunidade em seu território bem como uma ligação com outros territórios (...) Estados Unidas, o Canada e o Brasil na perspetiva da compreensão da própria historia e da construção da memória histórica".

O ministro guineense da Cultura, Tomas Barbosa, disse que o memorial deve ser usado como um chamariz para os descendentes de escravos para que possam voltar à terra dos seus antepassados. (...)

Fonte: Excertos de UCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa > Guiné-Bissau, Cacheu > Inaugurado memorial de escravatura em Cacheu. Publicado em 09-07-2016 (com a devida vénia...)
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Nota do editor:

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Guiné 61/74 - P21493: Notas de leitura (1318): "Guia turístico: À descoberta da Guiné-Bissau", 2ª ed., 2018, 176 pp. Uma notável iniciativa da ONGD Afectos com Letras, com apoio da União Europeia.



Capa






Contracapa


À descoberta da Guiné-Bissau : guia turístico / Joana Benzinho, Marta Rosa ; il. Jorge Mateus, Nuno Tavares. 2a ed. rev. e atualiz. [S.l.] : Afectos com Letras, 2018, 176 pp- ISBN 978-989-20-6252-5.


Disponível em pdf, em 4 versões (em português, inglês, francês e espanhola). Descarregar aqui a versão portuguesa:

Versão portuguesa - Guia Turístico: À Descoberta da Guiné-Bissau

 
A 2ª edição, revista e aumentada, deste belo livro, escrito a quatro mãos, foi lançada em março de 2018, e apresentada em Bissau em 10/5/2018. É um edição da ONGD Afectos com Letras ( que tem sede em Pombal), com apoio da União Europeia. Esta ONGD tem já mais de dez referências no nosso blogue.

Sobre o "making of" do livro, vale a a pena reler ou reler uma crónica da sua primeira autora, Joana Benzinho, publicada na "Bird Magazine", na devida altura. É também um convite para os nossos leitores descarregarem o livro, em formato digital, lerem-no, divulgarem-no e fazerem chegar, ao nosso blogue, algumas notas de leitura ou simples comentários. (**)

Para alguns dos nossos leitores vai permitir o regresso a lugares (vd. índice alfabético do livro) que ficaram, com marcas indeléveis, na sua memória da guerra, desde Bambadinca a Buba, passando pelo Boé, ou desde Mansoa a Gabu, passando pelo Saltinho e Guileje ... Para outros, pode ser um sugestão para uma viagem... "on line" à Guiné-Bissau, que tem hoje o triplo da população do nosso tempo, mais de 1,5 milhões de habitantes, metade dos quais têm menos de 18 anos, Existem entre 27 e 40 grupos étnicos.

E há lugares de que ouvimos falar pela primeira vez... É o caso de Nhampassaré (p. 101):

(,..) "Nas imediações de Gabú, é possível visitar as Grutas de Nhampassaré, onde se encontra reunido um património de valor arqueológico e natural notável. Aqui, podemos ver as referidas grutas ocupadas pelo homem pré-histórico com alguns vestígios de gravuras e formações em quartzito com várias formas de erosão produzidas pela natureza, nomeadamente com formas colunares. A gruta e as pedras gigantescas de Nhampassaré são, de facto, uma fascinante obra natural e terão sido habitadas pela primeira vez na época do neolítico. Neste local, também existe um santuário muçulmano, onde é comum as pessoas fazerem pedidos." (...)

Ficamos a saber também que, de acordo com o censo de 2009, os grupos étnicos com maior expressão na Guiné-Bissau, são os Fulas (28,5%) que vivem essencialment no leste do país (Bafaté e Gabu), seguidos dos Balantas (22,5%)) que se encontram principalmente na região Sul (Catió) e Norte (Oio), e dos Mandingas (14,7%), que vivem no Norte do país. Em 4º e 5º lugares, vêm os os Papéis (9,1%) e os Manjacos (8,3%). Balantas, Papéis e Manjacos são essemcialmente povos ribeirinhos.

Os indicadores de desenvolvimento mostram que praticamente metade da população (48,9%) da população vive em condições de extrema pobreza, com menos de $1,25 dólares por dia. Só 13% falam português, a língua oficial, a par do crioulo (que só 60% entende)...Há cerca de 20 línguas locais, fazendo a Guiné-Bissau uma autêntica Babel... Além da sua diversidade cultural, é um país, com uma espantosa biodiversidade, tendo em conta o seu diminuto tamanho (o equivalente ao nosso Alentejo). Basta referir, por exemplo, que estão identificadas mais de 370 espécies de aves, Tem 5 (cino!) parques nacionais... Infelizmente, na agricultura, continua a predominar a monocultura do caju (, que sucedeu à mancarra colonial), e de cuja exportação a Guiné Bissau está dependente: representa mais de 90% das exportações, mais de 60% do PIB e cerca de 17% das receitas fiscais...

Em suma, um país que nso diz muito e que vale a pena conhecer, visitar ou revisitar... E o turismo, se sustentável, pode ser uma alavanca para o tão necessário e desejável desenvolvimento integrado, que continua a ser uma miragem desde a independência, em 1974.

No entanto, com os problemas de saúde que já têm ou começam a ter os antigos combatentes portugueses que lá estiveram entre 1961 e 1974, torna-se cada vez menos exequível (e recomendável) um regresso (feliz e seguro) à terra onde passaram dois anos das suas jovens vidas, agora em "turismo de saudade".

Há regiões da Guiné, como por exemplo, o Boé ou quase todas as ilhas do arquipélago dos Bijagós onde é extremamente difícil (e caro) chegar. E os preços que as agências de turismo praticam ainda são incomportáveis para as nossas bolsas. Vamos ver, daqui a uns meses, as ofertas turísticas pós-pandemia Covid-19.

Mas àparte as acessibilidades, o país não pode oferece ainda, ao turista estrangeiro, grandes garantias de apoio sanitário, em caso de acidente ou doença súbita... O hospital mais próximo é... Dacar, no Senegal. E as infraestruturas hoteleiras são extremamente rudimentares...

A primeira edição deste guia é de 2016. Alguns reparos nossos foram corrigidos (*). E esta 2ª edição é altamente meritória e profissional, com excelente ilustração e boa execução gráfica. Merece seguramente uma leitura, mais crítica e atenta, da nossa parte, numa próxima oportunidade. Joana Benzinha, uma "mulher de armas", mas também dotada de uma grande sensibilidade sociocultural e ecológica, explica aqui o impacto que teve, na sua vida, a primeira descoberta da Guiné-Bissau em 2008. (LG)


GUINÉ-BISSAU: A VIAGEM DA MINHA VIDA

por Joana Benzinho


[Com a devida vénia à autora e ao editor...)

Aterrei pela primeira vez na Guiné-Bissau em Agosto de 2008, com muita chuva , para duas semanas de férias que iriam moldar o meu futuro e levar à criação da ONG Afectos com Letras que tem levado a cabo um trabalho intensivo na área da educação, no apoio às mulheres e na criação de bibliotecas por todo o país.

E foi nessa condição inicial de turista que conheci a enorme dificuldade em encontrar informação sobre as características económicas, sociais, culturais ou geográficas do país. 

Depois de uma busca demorada por livrarias em Portugal e na Bélgica acabei por encontrar no Amazon um guia dos anos 90, completamente desfasado da realidade do país que passou por momentos difíceis com uma guerra em 1998 que o desvirtuaram de algumas das suas características arquitectónicas mas não ao abalaram a sua fabulosa biodiversidade.

Surgiu assim em 2015 a possibilidade de passar para o papel o muito que palmilhei e conheci na Guiné-Bissau, numa parceria com a União Europeia e em co-autoria com a Marta Rosa em nome da Afectos com Letras. Este Guia Turístico, a quem demos o nome “À descoberta da Guiné-Bissau” veio colmatar uma falha sentida por quem queria visitar a Guiné e permitiu também aos próprios guineenses conhecerem o seu país de uma forma mais aprofundada.

A procura da primeira edição, de Fevereiro de 2016, superou todas as nossas expectativas e cruzou fronteiras e oceanos. Fomos contactadas desde o Brasil, a Cuba, Alemanha ou Suécia por pessoas interessadas no guia. Chegou a vários países como presente oficial em visitas de Estado, o que muito nos honrou. E isso é sintomático da falta que fazia e do interesse que suscitou. 

É um trabalho que nos fez correr centenas de quilómetros e outras tantas milhas em busca do mais interessante para dar a conhecer deste maravilhoso país que é a Guiné-Bissau. Posso dizer que foi esta “A Viagem” da minha vida.

Agora, dois anos passados, o guia caba de regressar numa segunda edição revista e atualizada, apresentada esta semana em Bissau.

A Guiné-Bissau tem variados recursos que podem ditar uma mudança positiva no seu futuro e um turismo sustentável é claramente um deles. Foi precisamente isso que tentámos trazer até ao leitor, o melhor deste país berço de uma biodiversidade fabulosa e detentor de um arquipélago de quase 100 ilhas onde a palavra paraíso encontra a sua definição e o seu conteúdo.

Este Guia serve vários propósitos e públicos que vão desde o turista clássico, ao investidor que procura informação sobre o país, passando pela simples curiosidade de quem quer aumentar a cultura geral sobre as suas características ou para dar a conhecer aos guineenses, residentes no país ou na diaspora, as belezas que a Guiné abriga.

O Guia Turístico “À descoberta da Guiné-Bissau”, está disponível em papel nas versões portuguesa, inglesa e francesa e pode também ser descarregado gratuitamente nestas três versões e ainda na versão espanhola.

A quem não conhece este paraíso, fica a sugestão de um passeio pelas páginas do livro. Quem sabe se uma viagem até Bissau não mudará a vossa vida, como mudou um dia a minha, já lá vão nove anos.

Joana Benzinho

[ Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, Diplomada em Direito Europeu pelo Institut d'Études Européens - Université Libre de Bruxelles e Diploma da Academia Diplomática Europa e pelo Institut Européen des Relations Internationales. Assessora Parlamentar no Parlamento Europeu desde 1999. Fundadora da Associação Afectos com Letras, criada em 2009 e professora de informática de emigrantes portugueses na Bélgica em regime de voluntariado desde 2004. "A minha casa é a minha de viagem", vd. a sua página no Facebook ]


2. Amostra (por ordem alfabética)  de projetos financiados pela União Europeia (entre 201o e 2020), e citados no "guia turístico":

O guia turístico não podia deixar de referir, com algum detalhe, os diversos projetos de desenvolvimento apoiados com o dinheiro dos contribuintes europeus, entre 2010 e 2020. É uma amostra:

Áreas Protegidas e Resiliência às Mudanças Climáticas, regiões de Quinara, Tombali,Gabú, Bafatá, Cacheu, Bolama-Bijagós: c. 3,9 milhões de euros (p.  27);

Bafatá Misti Igua, Bafatá, c. 880 mil euros (p. 89);

Bambadinca Sta Claro  – Programa Comunitário para Acesso a Energias Renováveis, Bambadinca: c. 1,6 milhões de euros (p. 93)

Bubaque Cidade Aberta, ilha de Bubaque, arquipélago dos Bijagós; c. 480 mil euros (p. 131);

Conservação pelas Comunidades dos Valores Culturais e Naturais do Setor de Boé: c. 500 mil euros (p. 100)

Conservação e Desenvolvimento das Ihas Urok   – projetos “Urok Osheni! “, “Bemba di Vida!” e “ Etikapun N'ha - Urok”, ilhas Urok: c. 1,8 milhões de euros;

Cultura i Nô Balur – Uma estratégia de Educação para a Cultura na Guiné-Bissau. c. 700 mil euros (p. 44);

EcoCantanhez – Ecoturismo no Parque Nacional de Cantanhez, região de Tombali; c. 490 mil euros (p. 117)

Festivais de Cultura  – Sustentar o Homem e a Biosfera. Bubaque: c. 330 mil euros (p. 132)

Gestão Sustentável dos Recursos Floresais no ParqueNatural dos Tarrafes de Cacheu, região de Cacheu, c. 2 milhões de euros (p. 68):

Gestão Transparente  – Recursos Sustentáveis: Projeto de Reforço de Capacidades da Sociedade Civil para a monitorização da gestão dos Recursos Naturais na Guiné-Bissau, c. 200 mil euros (p. 27);

Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu   – projetos “Cacheu, Caminho de Escravos” e “Cacheu di si Cultura i istoria “, região de Cacheu, c. 1,05 milhões de euros (p. 65);

No Cultura i No Riqueza – Promoção da Economia Criativa, c. 690 mil euros, região de Bissau (p. 43);

Observatório dos Direitos  - Casa dos Direitos, c. 300 mil euros (p. 37);

Parque Europa – Lagoa N’Batonha – projeto “Kau di catchu ku kau di pecadur”, c. 390 mil (p.

Projeto de Apoio Integrado ao Desenvolvimento Rural nas  regiões de Bafatá, Quinara e Tombali (PAIDR), regiões de Baftá, Quinara e Tombali, c. 3,5 milhõs de euros (p.108):

Reforço do Turismo Natural, Histórico e Cultural como Crescente Atividade Económica para o  Desenvolvimento da Guiné-Bissau, ilha de Orango, arquipélagos dos Bijagós: c. 500 mil euros (p. 138)

Tchossan Soninké  – Panos de Ponte Nova, Bafatá: c. 1,150 milhões de euros  (p. 91)

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terça-feira, 13 de junho de 2017

Guiné 61/74 - P17460: Recortes de imprensa (88): O nosso amigo capitão Valdemar Aveiro, em Vigo, Galiza, defendendo os pergaminhos da história da pesca do bacalhau ("Faro de Vigo", 10.06.2017)



Espanha > Galiza > Vigo > Club Faro de Vigo >Auditório Municipal e Areak > 9 de junho de 2017 > O capitão Valdemar Aveiro, à direita, com José Manuel Muñiz. presidente da Asociación de Titulados Náutico-Pesqueros (AETINAPE).


 Foto: Marta G. Brea. Fonte: Faro de Vigo, 10.06.2017 ( Com a devida vénia,,,)

Valdemar Aveiro > 
"Los políticos están destruyendo las flotas pesqueras"

Faro de Vigo | Ágatha De Santos Vigo 10.06.2017 | 03:03

(...) "Los caladeros están llenos de pescado y sin embargo, hay quienes continúan diciéndonos que tenemos que tener cuidado con lo que pescamos porque vamos a quedarnos sin recursos pesqueros". Así de contundente se mostró el invitado de ayer del Club FARO, Valdemar Aveiro, capitán portugués especialista en la pesca del bacalao, que repasó la historia de esta pesquería y habló de su presente y también de su futuro, uno futuro que no augura nada bueno.


"Los políticos y la Unión Europea están destruyendo las flotas (pesqueras) y aún dicen que tenemos que tener mucho cuidado con las cuotas si no queremos quedarnos sin pescado. Y no puedo entender que digan esto cuando hay tanta gente en paro", afirmó durante su intervención en el Auditorio Municipal do Areal, que fue presentada por José Manuel Muñiz, presidente de la Asociación de Titulados Náutico-Pesqueros (AETINAPE)."

El invitado del Club FARO aseguró que esta advertencia sobre la escasez de recursos marinos es falsa. Es más, según Aveiro los caladeros de pescado están llenos. "Hay tal cantidad de pescado que se están comiendo a sus crías", advirtió el capitán de pesca portugués, de 83 años, que añadió que esto supone un serio problema para el medio marino. "Quienes siguen empeñados en que creamos que no hay suficiente pescado, nos dicen también que hay un problema con el pescado pequeño, que no hay. Y no hay porque los peces grandes se están comiendo a los pequeñitos", insistió.

Tampoco es cierto, añadió, que el problema de la escasez aludida se deba a los ciclos de reproducción de los peces. No al menos en el caso del bacalao. "Es falso que el bacalao solo se reproduzca una vez al año. Además, la hembra del bacalao pone entre siete y ocho millones de huevos, aunque no sobreviven todos, por supuesto", explicó.

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O jornalista lembra que o conferencista se matriclou co mo moço aos 15 anos, num barco de pesca de bacalhau tradicional, o duro sistema de pesca tradiconal português, baseado na pesca à ,linha com os "dóris", e que aos 21 anos se diplomou como capitão da marinha mercante. 

Dedicou toda uma vida à pesca do bacalhau na Terra Nova e na Groenlândia, tendo-se reformado como capitão do navio "Coimbra" [, foto à esquerda, de Valdemar Aveiro], o campeão da frota de pesca bacalhoeira portuguesa. 

Mantendo.-se ainda no ativo como gestor, é também um reputado e vigoroso cronista da história da pesca do bacalhau na segunda metade do século passado. É já autor de cinco livros sobre este setor piscatório que, durante anos e anos, foi fundamental para a economia não só portuguesa como também para a economia das regiões galega e basca.

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(...) Durante los años que pasó embarcado, siempre dedicado a la pesca de arrastre, también ha sido testigo de naufragios, como el del "Santa Mónica". Aún así, continúo embarcado. Tampoco la dureza del oficio le disuadió para quedarse en tierra. "Hablar de la pesca del bacalao es hablar de una saga heroica", dijo refiriéndose a los cientos de marineros que hicieron de esta pesca su modo de vida.

A esto, se sumaría después las reducciones en el número de capturas de la Unión Europa. "Las cuotas miserables nos han perjudicado a todos", aseguró. Y por último, las plataformas petrolíferas, que limitan también la zona pesquera.

La política pesquera no ha beneficiado precisamente a las flotas pesqueras, ni a la gallega ni a la portuguesa. "No sé cuántos barcos tenía la flota española. Sé que era una de las más importantes del mundo. La portuguesa es mucho más pequeña, pero llegó a tener 77 barcos de pesca. Hoy no tenemos más de once, y no todos son portugueses, sino holandeses", dijo el ponente, que añadió que hoy en día nada de sorprende.

El conferenciante estuvo hace tres días en el Parlamento portugués precisamente para hablar sobre la situación de la flota pesquera portuguesa como experto en la materia. (...)

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Guiné 63/74 - P14596: Agenda cultural (397): Comemorando o Dia da Europa mas também o fim da II Guerra Mundial... Reitoria da Universidade de Lisboa, 8/5/2015... Canção ("Refugee blues"), de W. H. Auden / David Mourão Ferreira, magistralmente dita pela jovem atriz Catarina Wallenstein


Cartaz do evento > Comemoração do Dia da Europa, na Reitoria da Universidade de Lisboa

1."A Europa continua a mostrar a sua incapacidade de resolver os problemas políticos e económicos que se agravam todos os dias. Nesse ambiente, apraz registar a resposta criativa de tantos artistas que todos os dias lançam pistas para o futuro".

Nesse sentido, o Instituto Europeu e o Instituto de Direito Económico Financeiro e Fiscal (IDEFF), da Faculdade de Direito (FD) da Universidade de Lisboa (ULisboa), decidiram comemorar o Dia da Europa (que se celebra a 9 de maio, um dia a seguir ao da celebreação do fim da II Guerra Mundial na Europa) (*) com um grande concerto na Aula Magna da Reitoria, no passado dia 8, pelas 21 horas.

O espectáculo que se prolongou por mais de 3 horas, com um público jovem entusiástico,   teve a  participação o Coro Juvenil da Universidade, e de jovens três músicos, de grande talento e irreverência:

Éme,
To Trips (Dead Combo)
B Fachada,

Houve ainda uma pssagem,breve pelo palco, de um "homem da casa", José Barata Moura (filósofo, professor universitário, antigo reitor da UL),  que, acampanhado da sua viola, cantou alguns dos seus  míticos temas, que ficaram nos nossos ouvidos de pais e filhos: "Olha a Bola, Manel", "Joana, Come a Papa", "Fungagá da Bicharada"... Curiosamente acabava de chegar do "Parque Jurássico" (leia-se, Lourinhã)...

Durante o concerto houve, igualmente, espaço para "outros criativos" como David Machado (Prémio de Literatura da União Europeia de 2015), Catarina Wallenstein e  Nuno Costa Santos, bem como jovens estudantes, que nos deram o seu testemunho sobre a Europa. É uma geração, "filha do Erasmus",  que já não conheceu as fronteiras (físicas, culturais e simbólicas) que nos dividiram s nós, europeus,   no passado... A nós, a nossa geração, e a geração dos nossos pais e avós... (**)



Lisboa, Reitoria da Universidade de Lisboa, 8 de maio de 2015 > Final da atuação do coro juvenil da Universidade de Lisboa




Vídeo (3' 04''). Alojado em You Tube / Luís Graça 


Reitoria da Universidade de Lisboa, 8 de maio de 2015 >  Comemoração do Dia da Europa.> A Nova Música da Velha Europa > A atriz Catarina Wallenstein (n. 1986) declamou um poema de H.W. Auden, traduzido por David Mourão Ferreira. Reproduz-se aqui um excerto com a devida vénia...

A poesia tal como a música faz parte do nosso riquissimo património comum europeu.  O nosso obrigado também,à Catarina, pela beleza, juventude, talento, generosidade e exercício de  cidadania que emprestou ao espetáculo. Espero que ela entenda este vídeo (amador) como um tributo... Foi feito  à distância, em condições técnicas necessariamente deficientes...

O poema "Canção", na tradução de David Mourão Ferreira, tem como título original em inglês "Refugee Blues", e foi publicado no outono de 1939. É um poema premonitório do Holocausto... que alguns ainda hoje continuam a negar, a minimizar ou a querer esqucer. Vídeo de Luís Graça (2015)


Canção

de H.W. Auden (1907-1973)
[trad. de David Mourão-Ferreira, poema repoduzido com a devida vénia] (***)




Dizem que esta cidade tem dez milhões de almas:
Umas vivem em mansões, outras em tugúrios;
Não há contudo lugar para nós, meu amor, 
não há contudo lugar para nós.

- Outrora tivemos uma pátria e pensávamos que isso era justo.
Olha o mapa, e ali a encontrarás.
Não mais podemos lá voltar, meu amor, 
não mais podemos lá voltar.

- O cônsul deu um murro na mesa e disse:
«Se não têm passaporte, estão oficialmente mortos.»
Mas nós ainda estamos vivos, meu amor, 
mas nós ainda estamos vivos.

- Aí em baixo, no adro da igreja, ergue-se um velho teixo:
Em cada primavera floresce de novo;
Velhos passaportes não podem fazê-lo, meu amor, 
velhos passaportes não podem fazê-lo.

- Fui a uma repartição; ofereceram-me uma cadeira;
Disseram-me polidamente para voltar no próximo ano;
Mas onde iremos hoje, meu amor, 
mas onde iremos hoje?

- Fomos a um comício público; o orador levantou-se e disse:
«Se os deixarmos aqui ficar, hão-de roubar-nos o pão de cada dia»:
Estava a falar de ti e de mim, meu amor, 
estava a falar de ti e de mim.

- Ouvimos um clamor que nem trovão retumbando no céu;
Era Hitler berrando através da Europa: «Eles têm de morrer!»
Oh, nós estávamos no seu pensamento, meu amor, 
nós estávamos no seu pensamento.

- Vimos um cachorro, de jaqueta apertada com um alfinete;
Vimos uma porta aberta e um gato a entrar;
Mas não eram judeus alemães, meu amor, 
não eram judeus alemães.

- Descemos ao porto e parámos no cais;
Vimos os peixes nadando como se fossem livres;
Apenas a dez pés de distância, meu amor, 
apenas a dez pés de distância.

- Passeámos por um bosque, havia pássaros nas árvores;
Não tinham políticos e cantavam despreocupados;
Não eram de raça humana, meu amor, 
não eram de raça humana.

- Sonhámos com um edifício de mil andares,
Com mil portas e com mil janelas;
Nenhuma delas era nossa, meu amor, 
nenhuma delas era nossa.

- Corremos à estação para apanhar o comboio expresso;
Pedimos dois bilhetes para a Felicidade;
Mas todas as carruagens estavam cheias, meu amor, 
mas todas as carruagens estavam cheias.

- Quedámo-nos numa grande planura com a neve a cair;
Dez mil soldados marchavam para cá e para lá,
À tua e à minha procura, meu amor, 
à tua e à minha procura. 

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Notas do editor:

(*) Vd. sítio Comissão Europeia em Portugal:

(...) Porquê um Dia da Europa?

Quando, em 9 de maio de 1950, propôs à República Federal da Alemanha e aos outros países europeus que quisessem associar-se a criação de uma comunidade de interesses pacíficos, Robert Schuman realizou um acto histórico. Ao estender a mão aos adversários da véspera, não só apagava os rancores da guerra e o peso do passado como desencadeava um processo totalmente novo na ordem das relações internacionais, ao propor a velhas nações, pelo exercício conjunto das suas próprias soberanias, a recuperação da influência que cada uma delas se revelava impotente para exercer sozinha. Esta proposta de Robert Schuman, conhecida como "Declaração Schuman", é considerada o começo da criação do que é hoje a União Europeia. Na Cimeira de Milão de 1985, os Chefes de Estado e de Governo decidiram celebrar o dia 9 de maio como "Dia da Europa".

A Europa que, desde essa data, se constrói dia a dia representou o grande desígnio do século XX e uma nova esperança para o século que se inicia. A sua dinâmica nasce do projecto visionário e generoso dos pais fundadores saídos da guerra e animados pelo desejo de criar entre os povos europeus as condições de uma paz duradoura. Esta dinâmica renova-se sem cessar, alimentada pelos desafios que se colocam aos nossos países num universo em rápida e profunda mutação. Este imenso desejo de democracia e de liberdade fez cair o muro de Berlim, devolveu o controlo do seu destino aos povos da Europa Central e Oriental e hoje, com a perspectiva de próximos alargamentos que consagrem a unidade do continente, confere uma nova dimensão ao ideal da construção europeia.(...) 


(**) Último poste da série > 7 de maio de 2015 >  Guiné 63/74 - P14579: Agenda cultural (396): no 70º aniversário do final da II Guerra Mundial, uma sugestão iimperdível: três obras-primas do realizador de cinema italiano Roberto Rossellini: Roma, Cidade Aberta (1945), Paisá-Libertação (1946) e Alemanha, Ano Zero (1948)...Em cartaz, em cópias restauradas, em Lisboa (Espaço Nimas) e no Porto (Teatro do Campo Alegre)

(***) MOURÃO-FERREIRA, David - "W. H. Auden -- Canção" / David Mourão-Ferreira. In: Revista Colóquio/Letras. Tradução de Poesia, n.º 165, Set. 2003, p. 161-162.  [Original em imnglês "Refugee Blues", escrito em 1939]

quinta-feira, 4 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5927: Ser solidário (60): Petição: Senhores da Europa, mantenham o vosso apoio aos nossos amigos da Guiné-Bissau!

Página de rosto do sítio da OXFAM Novib ,[ versão em espanhol,] uma importante ONG holandesa que anunciou recentemente  a sua retirada da Guiné-Bissau, depois de longos anos de trabalho no terreno.


1. Três prestigiadas ONG [, Organizações Não-Governamentais], uma de Portugal, outra do Canadá e outra ainda da Bélgica, históricos cooperantes na Guiné-Bissau,  lançaram uma petição pública, em linha [pela Internet], aos (i) Ministros dos Negócios Estrangeiros Europeus, e aos (ii) dirigentes das ONG europeias, mostrando a sua inquietação face à mudança de estratégia de países como a Holanda  no domínio da cooperação com a Guiné-Bissau, e mais concretamente ao anúncio da retirada, deste país lusófono,  de importantes ONG como a OXFAM NOVIB.

Aqueles de nós que concordarem com o conteúdo da petição, poderão assiná-la, bastando para o efeito deixar os seguintes elementos de identificação:  Nome (obrigatório) / Endereço de email (obrigatório) / Nº do BI (facultativo) /  Comentário (facultativo) / Organização (facultativo).
 
 Eu, Luís Graça,  assinei (nº 631).


 Keep on supporting Guinea-Bissau
 
View Current Signatures   -   Sign the Petition


To:  European governments, European NGOs, Donors
(Versão em Português a seguir) (*)

Petition by the organizations CIDAC (Portugal), INTERPARES (Canada) and Solidarité Socialiste (Belgium)

To the European Foreign Affairs Ministers
To the leaders of European NGOs

From the conquering and recognition of its independence in 1974, Guinea-Bissau has suffered political instability and demonstrated very little capacity to assure a minimum level of basic needs satisfaction for its 1,5 million inhabitants. Facing growing predatory exploitation of its natural resources, with environmental and social risks caused by mining operations without proper legislation and the State's inability to assume its regulator and referee role, along with recent waves of political unexplained murders, the country has additionally found itself tangled in the narcotraffic web over the last 4 years. Guinea-Bissau is part of a region where the sum of the instabilities represents a real risk to all Western Africa.

Within this volatile context, Non-Governmental Organizations from Guinea-Bissau have played a fundamental role in maintaining minimum stability though their civic action, and systematically providing a number of basic services to the populations in the areas of health, education, agriculture, economy and environment... trough their interventions both in urban and rural areas. Following the legislative and presidential elections that took place in 2008 and 2009, witch have reestablished constitutional law in the country, Guinean Civil Society Organizations will additionally play a crucial part in ingraining the ideas of democracy, social justice, fight against poverty and for the environment, alongside with a government that remains fragile and with little means to reach out to all the population and territory.

Facing this scenario and in a moment where the necessity for continuous support to Guinean Civil Society Organizations seems so obvious as well as a precondition for building and consolidating a true culture of peace in Guinea-Bissau, it is with unease we hear of the departure of long time allies of Guinean NGOs, especially in the cases of the withdrawal announcements made by historical partners such as OXFAM NOVIB, in the context of drastic changes in the Dutch cooperation policy framework.

To allege lack of visible results in contrast with the effort and investments made by European States and NGOs in Guinea-Bissau, as well as being far from the truth, is a fundamental strategic error. Development is a long term process and attaining social justice is only possible though ties of solidarity which in turn need time to mature and become fruitful.

The undersigned organizations and individuals support this petition and reiterate the necessity of
- donors
- European Governments and
- European NGOs

not to give in to current trends of aid concentration that very clearly contribute to further marginalizing countries such as Guinea-Bissau, and to reconsider their relationship with Guinea-Bissau, making funds available and weaving long term alliances and solidarity ties with Guinean CSO, thus assuring that CSO can continue to fulfill their vital role in the country's development.

(*) Versão portuguesa

Mantenham o apoio à Guiné-Bissau!

Petição submetida pelas organizações CIDAC (Portugal), INTERPARES (Canada) e Solidarité Socialiste (Belgique)

Aos Ministros dos Negócios Estrangeiros Europeus,
Aos dirigentes das ONG europeias,


Desde a conquista e reconhecimento da sua independência em 1974, a Guiné-Bissau tem padecido de instabilidade política e demonstrado pouca capacidade em assegurar um nível mínimo de satisfação das necessidades básicas para os seus cerca de 1,5 milhões de habitantes. Confrontada com uma predação crescente dos seus recursos naturais, com riscos ambientais e sociais devidos à uma exploração mineira sem quadro legislativo apropriado e à incapacidade do Estado em assumir o seu papel de regulador e árbitro, com recentes ondas de assassinatos políticos inexplicados, o país encontrou-se também nestes últimos 4 anos preso nas malhas do narcotráfico. A Guiné-Bissau inscreve-se numa região em que a soma das instabilidades representa um risco real para toda a África Ocidental.


Neste contexto bastante volátil, as Organizações Não Governamentais [ONG] da Guiné-Bissau têm tido um papel fundamental na manutenção de uma estabilidade mínima através da sua acção cívica, e na permanência de um leque de serviços de base para as populações nas áreas da saúde, educação, agricultura, economia, ambiente... através das suas intervenções tanto em zonas rurais como urbanas. Na sequência dos processos eleitorais legislativo e presidencial decorridos em 2008 e 2009, que repuseram a ordem constitucional no país, as organizações da Sociedade Civil Guineense terão ainda um papel crucial a desempenhar em favor do enraizamento da democracia, da justiça social, da luta contra a pobreza e pelo meio-ambiente, ao lado de um Estado que continua frágil e com poucos meios para chegar ao conjunto da sua população e do seu território.


Perante um cenário e num momento em que a necessidade de continuidade e de reforço do apoio às Organizações da Sociedade Civil [, OSC,] guineenses parecem uma evidência e uma condição imprescindível para a construção e consolidação de uma verdadeira cultura de paz na Guiné-Bissau, assistimos, inquietos, a anúncios da saída de aliados das ONG guineenses, sendo de destacar o anuncio da retirada de parceiros históricos como é o caso da OXFAM NOVIB, na sequência de alterações drásticas do quadro de cooperação holandês. Alegar a falta de resultados visíveis perante os esforços e investimentos levados a cabo pelos Estados e ONG europeus na Guiné-Bissau é, além de uma contra verdade, um erro estratégico fundamental. O desenvolvimento é um processo de longo prazo e o alcance da justiça social só é possível através de laços de solidariedade que também precisam de tempo para amadurecer e dar frutos.


Os abaixo-assinados, organizações e pessoas singulares, apoiam esta petição, e reiteram a necessidade,


dos doadores,
dos governos europeus,
das ONG europeias,


não cederem às tendências de concentração da ajuda que de maneira muito clara marginalizam ainda mais países como a Guiné-Bissau e reconsiderarem a sua relação com a Guiné-Bissau, disponibilizando fundos e mantendo ou tecendo alianças e laços de solidariedade de longo prazo com as OSC guineenses, garantindo assim que estas podem continuar a desempenhar o seu papel vital em favor do desenvolvimento do país.
[ Fixação / revisão de texto / título: L.G.]

terça-feira, 8 de julho de 2008

Guiné 63/74 - P3034: Blogues da nossa blogosfera (1): Bissau Calling (Joaquim Mexia Alves)

A Guiné-Bissau é como um sorriso do outro mundo

Mensagem do Joaquim Mexia Alves, de 23 de Junho:

Caro Luis e camarigos,

Chamo a atenção para um blogue, dum portugês chamado Miguel Girão de Sousa, e que é o "Conselheiro Político, de Protocolo e de Informação Pública da Missão da União Europeia de Apoio à Reforma do Sector de Segurança da Guiné-Bissau" (1).

O blogue chama-se Bissau Calling ( http://bissaucalling.blogspot.com/) e tem como subtítulo "A Guiné-Bissau é como um sorriso do outro mundo".

Começou há pouco tempo [, Maio de 2008,] e tem fotografias óptimas.

Aqui fica a sugestão (2).

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves
__________

Edição de vb:

(1) Para quem estiver interessado em conhecer um pouco melhor a Missão da União Europeia de Apoio à Reforma do Sector de Segurança da Guiné-Bissau, clique aqui.


(...) "The EU has decided to establish an advice and assistance mission in support of the Security Sector Reform (SSR) in Guinea-Bissau. The mission will be undertaken in partnership with the Guinea-Bissau authorities. It will be conducted under the ESDP (European Security and Defence policy).

Called 'EU SSR Guinea-Bissau', the mission will provide advice and assistance on reform of the security sector in Guinea Bissau in order to contribute to creating the conditions for implementation of the National Security Sector Reform Strategy.

The mission is part of a coherent EU approach and complementary to the European Development Fund and other European Community activity.
General Esteban Verástegui has been appointed as the Head of Mission for EU SSR Guinea-Bissau " (...).


(2) Aqui vai um excerto de um poste, para amostra:

"Estava eu a ler com a A. e mais algumas pessoas o Anunciador, jornal escolar de referência do Liceu Dr. Rui de Barcelos, quando me deparo com o seguinte texto que não resisto em partilhar: 'Em negócios, como turistas ou para visitar familiares e amigos, são cada vez mais os visitantes (estrangeiros e nacionais) que chegam à cidade de Bissau. Para uma estadia mais curta ou mais prolongada, há diversas opções para passar o tempo em Bissau: visitar monumentos de referência histórica, fazer desporto, assistir a espectáculos variados, tomar um café ou um refresco, repousar, dançar, entre outros…' Não imaginam as filas de espera para visitar o Palácio Presidencial, os museus e igrejas (entre outros...). Ao fim de semana é para esquecer. Pior do que em Paris ou Amesterdão. Só mesmo com bilhete reservado... A Turangra devia pensar mais neste destino. "
in Bissau Calling, de 7 de Julho de 2008