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sábado, 5 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2408: Sistema de cores dos bidões de Combustíveis & Lubrificantes, usados pelas NT no CTIG (Victor Condeço)

Guiné > Zona leste > Sector L1 > Regulado do Cuor > Missirá > Pel Caç Nat 54 > Março de 1970 > O HUmberto Reis, Fur Mil Op Esp, 2º Gr Comb, CCAÇ 12, ostentando um jacaré do Rio Geba... Por detrás, vêem-se bidões de várias cores: Vermelho (gasolina), verde claro (petróleo branco), amarelo (gasóleo)... Recorde-se que este destacamento, no Cuor, a norte do Rio Geba, não tinha gerador eléctrico, sendo o seu perímetro de arame farpado iluminado com garrafas de cerveja de 0,6 l (bazucas), com petróleo.


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Ponte do Rio Udunduma > 2º Gr Comb, CCAÇ 12 (1969/71) > O Fur Mil Op Esp Humberto Reis à entrada de um improvisado abrigo, protegido lateralmente por bidões cheios de terra... Pela cor (verde claro), seriam bidões de petróleo branco...

Fotos: © Humberto Reis (2005) . Direitos reservados.

1. Resposta do Victor Condeço, em 31 de Dezembro de 2007, a uma pergunta do Nuno Rubim sobre o sistema de cores dos bidões de Combustíveis e lubrificantes, usado pelas NT no CTIG (1):

Meu Caro Nuno:

Li mais uma vês li o teu apelo sobre a cor dos bidões dos combustíveis. Fui à lista do pessoal do meu batalhão, o BART 1913 (2), agarrei no telemóvel e contactei o Arlindo Dias Costa, que foi o homem da especialidade de Combustíveis e Lubrificantes.

Feita a pergunta, vieram as confirmações:

Vermelho = Gasolina

Azul = Gasóleo

Verde-Claro = Petróleo branco

Amarelo = Óleos

Segundo o meu camarada, no caso dos combustíveis para aeronaves (em Catió também tínhamos) os bidões também eram verde-claro, mas de tampa (topo do bidão) de cor branca.

Havia na categoria dos óleos inscrições nos bidões que os diferençavam quanto à viscosidade. Foi toda informação que consegui obter, ainda alvitrei outras cores, mas ele não se recorda de outras cores.

Com os desejos de um Bom Ano de 2008 com saúde e felicidades.

Um abraço do

Victor Condeço

2. Comentário de L.G.:

Victor: Neste último dia do ano, tu mereces um brinde especial!!!... Estou-te muito grato e imagino que o Nuno esteja também muito feliz com esta informação (preciosa)...já que ele quer acabar o seu diorama de Guileje, que vai ser (já é) uma obra-prima...

São estas pequenas coisas que fazem grande o nosso blogue... Se eu fosse teu comandante diria que tinha muito orgulho em ti... Como sou apenas teu camarada (que é o posto máximo que temos cá na nossa Tabanca Grande), eu direi: Dá cá uma Alfa Bravo, ganda Victor!... Muita saúde para 2008. Luís

3. Resposta do Victor:

Camarada Luís:

Grato pela tua mensagem, mas não tens nada que agradecer, nem tu nem o Nuno, fiz o que já devia ter feito logo no primeiro apelo, telefonar de imediato, porque depois passa a oportunidade e acabamos por nos esquecer (...).

___________

Notas dos editores:

(1) Vd. post de 31 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2394: Quem se lembra das cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes ? (Nuno Rubim)

(2) O Victor Condeço, que vive hoje no Entroncamento, foi fur mil, mecânico de armamento, da CCS do BART 1913 (Catió, 1967/69).

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2394: Quem se lembra das cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes ? (Nuno Rubim)

Guiné > Região de Tombali > Gandembel > CCAÇ 2317 (1968/69) > O calvário das colunas logísticas... Foto 511 > Numa das últimas colunas, provenientes de Aldeia Formosa, a ponte, de madeira, sobre o Rio Balana ruíu ao peso de uma GMC cheia de bidões... Na imagem, vê-se a parte posterior da GMC assenta no leito do rio, ainda cheia de bidões... É pena que a foto não seja a cores (1)...

Foto: © Idálio Reis (2007). (Editada por L.G.). Direitos reservados.


1. Mensagem do Nuno Rubim:

Caro Luís

Julgo que o pedido abaixo transcrito foi apenas enviado ao pessoal da Tertúlia, pois só recebi uma resposta, aliás inconclusiva (1). Seria possível publicá-lo no blogue, que dispõe de um público mais alargado ?

Obrigado

Nuno Rubim

2. Mensagem do Nuno Rubim, de 18 de Dezembro:

Assunto - Pergunta ao Blogue sobre cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes

Caro Luís

Quando fôr oportuno, agradeço-te que coloques esta questão no blogue.

Na fase quase terminal da elaboração do Diorama sobre o aquartelamento
de Guileje, ainda me surgem dúvidas ( e mais haverão que ficarão por
responder per secula seculorum...) ! Mas isso é um dado perfeitamente
adquirido e assumido ! Não há complexos ... A História não é uma
ciência ( felizmente, a meu ver ) exacta ...

O pessoal do blogue será certamente capaz de me dar uma ajuda nesta
temática. Questão prosaica, mas aí vai ela ... :

Os bidões metálicos de combustíveis & lubrificantes, que serviram para
inúmeros usos, civis e militares..., tinham várias cores. O padrão era o
mesmo para toda a Guiné e, sem dúvida, para todas as outras frentes de
guerra e mesmo para a Metrópole.

Do que me lembro (e é fortemente possível que esteja enganado ), creio que
as cores eram a seguintes:

Vermelho: Gasolina
Azul : Gasóleo
Verde claro: Petróleo
Amarelo : ???
Outras côres : ???


Agradece-se, pois, qualquer contributo nesta questão.

Nuno Rubim

__________

Nota dos editores:

(1) Vd. troca de correspondència com o Santos Oliveira, em 19 de Dezembro de 2007:

(i) Caríssimo

Estou a tentar saber o código de cores dos combustíveis e lubrificantes. Está a ser difícil, porque o fim da guerra também trouxe a extinção desse código. Coincidências (???). Estou a tentar encontrar pessoal que, ao tempo, trabalhava no ramo. Darei notícias logo que as possua. Entretanto, para informação, apenas são obrigados a ter símbolos; as cores, são as que cada Companhia arbitrariamente queira utilizar.

Um Feliz Natal, e um abraço, do
Santos Oliveira

(ii) Caro Camarada:

Obrigado pela sua resposta.

Acho que não, o sistema de côres devia estar estandardizado, senão
seria uma confusão medonha logo nos centros de expedição.

Também lhe desejo a si e sua Família um Feliz Natal.

Um abraço

Nuno Rubim

(iii) Camarada amigo

É verdade que com as antigas Normas DIN, assim era. Entretanto foram criados determinados símbolos sobre diversos produtos de risco e foi determinada a utilização desses desenhos. Nos carros de transporte funciona com cor alaranjada e um número; esse número é que indica o tipo de produto transportado. O resto…

Vamos esperar mais um pouco e talvez se concretize o teu saber acerca deste assunto.

Um novo e maior abraço, do
Santos Oliveira

(iv) Amigo Santos Oliveira

Assim era, mas uma coisa eram as Normas sobre símbolos dos produtos
de risco (aliás ainda em uso, embora alguns diferentes, de acordo com as
regulamentações da OTAN ), outra as côres dos bidões de combustíveis e
lubrificantes para distribuição às unidades.

Mas como disse, vamos esperar por mais contribuições.

Um grande abraço

Nuno Rubim

_________

Nota de L.G.:

(1) Vd. post 18 de Setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2117: Fotobiografia da CCAÇ 2317 (1968/70) (Idálio Reis) (10): O terror das colunas no corredor da morte (Gandembel, Guileje)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2432: Diorama de Guileje (1): Geradores: Grupos Diesel Lister ou Frapil: fotos ou manuais, precisa-se (Nuno Rubim / Victor Condeço)


Um gerador de marca Lister, parecido com o que deveria existir em Guileje. Imgem retirada da Net: Nuno Rubim (2007). 

  
1. Mais um pedido, urgentíssimo, do Nuno Rubim com data de 3 do corrente, e que já circulou pela Tabanca Grande. Devido ao ruído de fundo, o pessoal da caserna não ligou patavina ao nosso coronel... No tempo da outra senhora, na Metrópole, isto piava mais fino... Houve uma honrosa excepção, que eu saiba: o Victor Condeço , ex-Fur Mil Mecânico de Armamento, CCS / BART 1913 ( Catió, 1967/69)... 

Desta, como da outra vez , quando pediu informações sobre as cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes (*)... Bem hajas, Victor! 

 Pessoal da ferrugem, pessoal do serviço de material, camaradas: como nos bons velhos tempos, na Guiné, na nossa Tabanca Grande, vamos lá desenrascar o nosso homem... É por uma boa causa: O diorama de Guiledje... 

 Hoje, se eu voltasse à guerra, à nossa guerra (cruzes canhoto!), eu se calhar daria muito mais importância, mais valor, aos gajos da ferrugem, aos mecânicos auto, aos tipos do serviço de material, das nossas unidades, etc. que eram vistos pelos operacionais, com alguma condescendência ou até sobranceiria... Afinal, tanto na guerra como na paz todos somos úteis e importantes!... 

Nunca imaginei que (ou nunca me perguntei se) o gerador, em Bambadinca, podia bifar; nem nunca me preocupei se havia gasolina, gasóleo ou petróleo nos bidões (a não ser quando andava no mato, ou nas tabancas em auto-defesa, e sonhava com o meu uisquinho com 2 pedrinhas de gelo e água de Perrier)... Ou se tínhamos viaturas, em bom estado de conservação e de segurança, para fazermos, com sucesso, as nossas colunas logísticas e levar a bianda aos nossos camaradas de Mansambo, Xitole, Saltinho... 

 Hoje sei que, enquanto uns faziam a guerra, havia outros que se preocupavam com a logística, o material e até com o nosso bem-estar e conforto... Ontem como hoje... Confesso que o único mecânico de armamento que conheci na tropa foi... o nosso Victor Condeço. Ainda por cima, conhecimento virtual, já que ainda não fizémos o teste do quebra-costelas, como diria o nosso Paulo Raposo, o Almansor de Montemor-O-Novo, de quem já tenho saudades... (LG) 

 Caro Luís:

  Quando oportuno mais uma pergunta aos Camaradas do blogue. De uma relação existente em Guileje apurei a existência de : 

- Atrelado 1 Ton (Estação de serviço móvel ); 
- Motor diesel marca Lister com alternador Frapil 20 KVA;
- Motor diesel marca Lister com alternador Brush 1375 KVA ;

 Julgo que este tipo de material estaria distribuído a outras unidades da Guiné (aliás lembro-me de haver em Mansabá um gerador de um destes dois tipos, 1965). O que eu precisava: fotos ou eventualmente instruções ou manuais ilustrados destes equipamentos. 

 Obrigado.  Um abraço,   Nuno Rubim 

2. Resposta do Victor Condeço, no dia 5 de Janeiro: 

 Meu caro camarada Nuno, 

 Depois de várias pesquisas na Net e consulta ao meu camarada Alf Mil do Serviço de Material, que era responsável pela manutenção dos geradores de Catió (1967/1969), consegui pouco, apenas o que a seguir transcrevo da resposta recebida e de onde se depreende que o Grupo de 1375 KVA dificilmente terá existido no Guileje (terá havido confusão com os de 7,5 KVA ou com os de 47,5 KVA): 

"Infelizmente não posso ajudar grande coisa, pois não disponho de fotos nem de manuais, na minha posse. 

 "Em Catió, no quartel tínhamos 2 excelentes Grupos Diesel LISTER, refrigerados a ar, de 47,5 KVA – isto é seguro. Tenho quase a certeza de que os alternadores eram FRAPIL, mas a minha lembrança aqui já é menos segura. 

 "Estes Grupos de 47,5 KVA eram usados principalmente em sedes de batalhão, de certa forma pela sua potência e excelente qualidade eram ao tempo um luxo, e ainda para mais com reserva de 100%. 

 "Nas companhias mais pobrezinhas (Cachil, Ganjola) , fundamentalmente para fazer a iluminação da vedação, usavam-se uns Grupos de fabrico nacional – EFI, com alternador FRAPIL, penso que com uma potência de 7,5 KVA. 

 "Nas companhias mais importantes (Cufar, Bedanda), usavam-se os Grupos LISTER/FRAPIL de 20 KVA. 

 "Os Grupos referidos de 1375 KVA, ou seja 1 MW, isso já é outra fruta. É equipamento pesado de potência suficiente para alimentar uma pequena cidadela africana. Penso que seria equipamento para uma central civil de uma cidadela de alguma importância. 

 "Sendo a LISTER uma marca de referência no campo dos Grupos Diesel, e, estando estes tão difundidos em África, será que não conseguem arranjar localmente um manual?! O aspecto externo destes equipamentos não mudou muito."

Nuno, das minhas pesquisas na Net encontrei este site, EAGLE POWER LTD - Used and New Diesel Generators: as fotos aqui mostradas são o que de mais parecido encontrei, assemelham-se muito com os grupos existentes em Catió, embora o gerador fosse menor e a cor original era um verde, ligeiramente mais claro. Desculpa se não ajudei e te fiz perder tempo. 

 Um abraço e bom trabalho Victor Condeço 

3. Resposta do Nuno Rubim: 

 Caro Camarada Condeço: Perder tempo ???... Ganhar é que foi, pois estamos sempre a aprender qualquer coisa ! A ajuda foi importante pois, a partir da informação do seu camarada do Serviço de Material (a quem peço que agradeça em meu nome), encontrei na Net uma foto de um grupo que me parece muito semelhante ao que havia em Guileje (vd. foto acima) e que já me vai permitir fazer uma miniatura. 

 O que me envia, parece ser coisa mais moderna, mas muito obrigado pela sua colaboração. 

 Um abraço Nuno Rubim

 ____________ 

 Nota dos editores: 

 (*) Vd. postes de: 


domingo, 13 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2436: Diorama de Guileje (2): a casota do gerador Lister... Agora só faltam os torpedos bengalórios (Nuno Rubim)

Diorama de Guiledje > 2008 > A casota do gerador Lister: miniatura, da autoria de Nuno Rubim.

Fotos: © Nuno Rubim (2008). Direitos reservados 


 1. Mensagem do Nuno Rubim, com data de 11 de Janeiro: 

 Caro Luís: Nem de propósito ! Eu acabar o modelo da casa do gerador de Guileje e ir ao blogue ver se encontrava algo de novo sobre os torpedos bangalore (1). E dou de caras com o poste sobre o motor Lister ! (2) Tirei logo duas fotos ! Pois o Vítor Condeço foi de grande ajuda. E aqui vai o se pôde fazer. 

A casota do gerador (ainda sem telhado, que era em chapa de zinco ondulada), com o seu grupo Lister, dois bidões com as cores indicadas pelo Condeço (3) e dois jerricãs. Claro que no Diorama isso será dificilmente visível, mas que me deu um grande gozo fazê-la, lá isso deu ... E se eu tivesse a vista e as mãos de há vinte ou trinta anos ... 

 Um abraço, Nuno Rubim 

  2. Comentário de L.G.: 

 Nuno, a verdade é que ninguém sabe o que eram esses tais torpedos bengalórios, a que se refere o Idálio Reis... Alguém sabe ? Eu confesso a minha ignorância, mas na Wikipédia, na versão inglesa, encontrei uma definição, além de uma imagem (espero que isto dê uma ajudinha). Já agora, acrescentarei que em português, no Google, só encontrei duas referências ao termo "torpedos bengalórios" - uma das quais remetendo para o nosso blogue (1) - e cerca de 20 mil ao termo "bangalore torpedo"... Agora percebo que fizesse sentido o PAIGC usar estes engenhos explosivos para cortar o arame farpado ou abrir brechas nos nossos campos de minas... 

  "A Bangalore torpedo is an explosive charge placed on the end of a long, extendable, tube. It is used by combat engineers to clear obstacles that would otherwise require them to approach directly, possibly under fire. It is sometimes colloquially referred to as a Bangalore mine, bangers or simply a Bangalore. It has been estimated that the modern Bangalore torpedo is effective for clearing a path through wire and mines up to 15 metres long and 1 metre wide". 

 É descrita também a sua origem histórica e as suas primeiras utilizações no teatro de operações: 

  (...) "The Bangalore torpedo was first devised by Captain McClintock, of the British Army Bengal, Bombay and Madras Sappers and Miners at Bangalore India, in 1912. He invented it as a means of exploding booby traps and barricades left over from the Boer and Russo-Japanese Wars. The Bangalore torpedo would be exploded over a mine without the sapper having to approach closer than about three metres (ten feet). "(...) By the time of World War I the Bangalore torpedo was primarily used for clearing barbed wire before an attack. It could be used while under fire, from a protected position in a trench. "The torpedo was standardized to consist of a number of externally identical 1.5 metre (five foot) lengths of threaded pipe, one of which contained the explosive charge. The pipes would be screwed together using connecting sleeves to make a longer pipe of the required length, and a smooth nose cone would be screwed on the end to prevent snagging on the ground. It would then be pushed forward from a protected position and detonated, to clear a 1.5 metre (five foot) wide hole through barbed wire " (...).

Israel > Museu Batey ha-Osef > Um torpedo bengalório...

Fonte: Wikipedia (2008) (imagem do domínio público, copyleft)

_______________ 

 Notas de L.G.: 


 (...) Assunto - Torpedos bengalórios (...) "Dos 372 ataques/flagelações que Gandembel sofreu, o maior foi a 15 de Julho (de 1968) e, com consequências mais desastrosas, bem diferenciado dos 2 que tiveram lugar na 1ª quinzena de Setembro. É que quando se quer quantificar o arsenal que o IN fez utilizar, somente lhe posso reconhecer que foi variado e imenso, ter a sensação do tempo dispendido, avaliar o tipo de armamento posto nesse teatro e tentar reconhecer os resultados. Fui incapaz de reconhecer quanto armamento ou efectivos se cercaram de Gandembel. "A utilização dos 'torpedos bengalórios' fez-se incidir muito em especial em 15 de Julho, em que se tornou bem visível que houve destruição do arame farpado em frente ao paiol" (...). 


 (3) Vd. postes de: 


sábado, 19 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2455: Diorama de Guileje (4): A cozinha e o depósito de géneros alimentícios (Nuno Rubim)

Diorama de Guiledje > 2008 > A cozinha do aquartelamento, miniatura, da autoria de Nuno Rubim.


Foto: © Nuno Rubim (2008). Direitos reservados


1. Mensagem de Nuno Rubim, já enternato divulgada internamente na nossa Tabanca Grande:


Caro Luís

Agora é que me parece que serão os últimos pedidos que faço aos camaradas do blogue, que me têm e muito, ajudado na obtenção de fotografias com detalhes para a feitura do diorama de Guileje.

Desta feita preciso de fotografias onde se possam ver caixas e latões, latas e outro tipo de embalagens/recipientes, de géneros alimentícios, em madeira, metálicos ou sacas. Eram iguais para todas as unidades.

Bem sei que não será fácil, o pessoal ( incluo-me a mim próprio ) não estava p'ra aí virado, mas pode ser que tenha alguma sorte ... As miniaturas deste tipo, que eventualmente venham a ser feitas, são para colocar junto ao edifício do depósito de géneros. E como com estes se destinavam à alimentação do pessoal, já está acabada a maqueta o edifício da cozinha / refeitório de praças, de que junto uma fotografia.

Repararão num cartaz ali afixado. Foi o cozinheiro da CCAÇ 726 que o colocou, num desabafo... Tem a ver com uns tais Pastéis de Basooka (sic) cuja estória está ainda por contar ...

Quem fôr ao Simpósio vai ter oportunidade de obter uma explicação complementar sobre este assunto ... E o Pepito ( Carlos Schwarz ) diz-me que já obteve a receita ! Duvido muito, mas vamos lá ver ...

As fotos da cozinha e do cartaz foram-me fornecidas pelo camarada ex-Furriel Alberto Pires (Teco), dessa Companhia.

Um abraço

Nuno Rubim

2. Comentário de L.G.:

Nuno: O teu pedido é irrecusável e estou convicto de que a nossa malta não te/nos vai desiludir, a começar pelos nossos Intendentes que devem, por certo, ter fotos com caixas, latões e embalagens de géneros alimentícios... O teu diorama é já um sucesso e eu estou a imaginar o ronco que ele vai fazer em Guileje no próximo mês de Março...

Em troca da nossa empenhada colaboração, tu vais prometer-nos enviar uma reportagem (fotográfica) completíssima da tua obra de arte... Como é um exemplar único, vamos perdê-la... Ou melhor, os guineenses vão ganhá-la e nós vamos ter que ir ao sul da Guiné-Bissau, ao futuro núcleo museológico de Guileje, para a ver ao perto... É claro, vamos ficar todos muito orgulhosos do teu/nosso diorama... Vou já começar a fazer circular o teu pedido pela nossa rede tertuliana. Mais logo publico um poste no blogue, com foto da cozinha que está um mimo. Palmas também para o Teco, da CCAÇ 726, e, já agora, para o anónimo pasteleiro... Um abraço do Luís

________

Nota de L.G.:

(1) Vd. postes anteriores desta série (ou com ela relacionados):

31 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2394: Quem se lembra das cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes ? (Nuno Rubim)

5 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2408: Sistema de cores dos bidões de Combustíveis & Lubrificantes, usados pelas NT no CTIG (Victor Condeço)

11 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2432: Diorama de Guileje (1): Geradores: Grupos Diesel Lister ou Frapil: fotos ou manuais, precisa-se (Nuno Rubim / Victor Condeço)

13 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2436: Diorama de Guileje (2): a casota do gerador Lister... Agora só faltam os torpedos bengalórios (Nuno Rubim)

15 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2441: Diorama de Guiledje (3): Torpedos bengalórios (Idálio Reis /Nuno Rubim)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2584: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (23): O diorama está pronto e é uma obra-prima (Pepito / Luís Graça)

Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Dois anos de trabalho... do Nuno Rubim (1) e de um pequeno Grupo de Combate de gente valorosa e solidária, guineenses e portugueses (2), com destaque naturalmente para o Pepito e a sua esquipa da AD...

Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Planta

  O Nuno Rubim a trabalhar no diorama, em casa (Seixal, Portugal) Fotos : © Nuno Rubim (2008) / © AD - Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados.

 
Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Um encontro inesperado: o nosso co-editor Virgínio Briote com o Teco e o Guedes... Estes dois últimos estiveram em Guileje, na CCAÇ 726 (Outubro de 1974 / Junho de 1966) , sob o comando do Nuno Rubim... Voltaram a agora a colaborar juntos no projecto Guilej (3) ... Além de colaboradores, o Nuno Rubim tem neles dois grandes amigos. O Teco, que é natural de Angola, tem um fabuloso arquivo fotográfico desse tempo (mais de 500 fotos); o Guedes saiu da CCAÇ 726 para se ofereceu, como voluntário, para os comandos, onde foi camarada do Briote... 

 Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.


O saudoso Cap José Neto (1929-2007), à esquerda, com o Pepito, foi um dos primeiros grandes entusiastas da Iniciativa de Guiledje... Eles e e outros camaradas que passaram por Guileje e outros aquartelamentos do sul, contribuiram em muito para enriquecer o espólio documental da AD - Acção para o Desenvolvimento. Teria muito orgulho se fosse vivo, em "voltar a ver e a visitar o seu quartel e a sua tabanca", à escala de 1/72... Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados. 

  1. Mensagem do Pepito, com data de ontem: Luís Olha para esta obra-prima do nosso Nuno Rubim. Concluiu hoje a montagem do diorama. abraço pepito 

  2. Adaptado da página oficial do Simpósio Internacional de Guiledje > Organização > Núcleo Museológico > Diorama De há cerca de 2 anos a esta parte, o Nuno Rubim pôs, apaixonadamente, voluntariamente, sem qualquer contrapartida, o melhor de si, a sua reconhecida competência, a sua visão histórica, o seu rigor de investigador, e o seu gosto pelo bricolage, na concepção do Núcleo Museológico de Guiledje e, em especial, do diorama do quartel de Guiledje, uma obra ímpar que ficou ontem concluída e que estará disponível durante o Simpósio. É algo "que nos enche de orgulho, a todos quantos se abalançaram a esta iniciativa", diz o Pepito. As fotografias que permitiram a feitura do diorama foram cedidas, na sua grande maioria, por Alberto Pires (Teco), ex-Fur Mil da CCAÇ 726, o qual foi incansável na sua pesquisa. Outras foram enviadas por Carlos Guedes, também da mesma Companhia (mais tarde, Comando). Ambos também forneceram informações preciosas sobre vários aspectos importantes da configuração do quartel. Foram também aproveitadas várias fotografias do saudoso Capitão José Afonso da Silva Neto, da CART 1613 (Junho de 1967/Maio de 1968) (Na altura, 2º Sargento, sendo o comandante o Cap Eurico Corvacho). 

Foi igualmente importante a colaboração de vários membros do nosso blogue, que forneceram informação relevante ao autor do diorama. Muitos colaboradores, guineenses e portugueses, contribuiram para este resultado, que também deve muito ao entusiasmo e a energia do Pepito e da sua equipa de gente magnífica. Seria injusto, por exemplo, não menciponar aqui a importância que tevce, para a concepção do diorama, o levantamento topográfico efectuado em Guiledje em 2005, por Fidel Midana Sambú, colaborador da AD- Acção para o Desenvolvimento. A título meramente exemplificativo apresentamos aqui uma selecção de algumas miniaturas que compõem o diorama do quartel de Guiledje. Os nossos parabéns ao autor da obra, que vai ficar no Núcleo Museológico de Guiledje, com muito orgulho (e uma pontinha de inveja) dos... tugas.

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Posto de transmissões (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Edificío dos oficiais e comando (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Posto de primeiros socorros, centro cripto e cantina (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Caserna do Pelotão de milícias da Companhia de Milícas nº 12 (miniatura)

 
. Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Cozinha e refeitório das praças (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Outro pormenor da cozinha (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Um abrigo (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma palhota (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma viatura Daimler (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma vaitura GMC (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Um jipe (ou jeep) (miniatura) Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma vitura White (miniatura)

 
Guiné > Região de Tombali > Guileje > Diorama > Uma avioneta DO 27 (miniatura) Fotos: © Nuno Rubim (2008) / © AD - Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados. Concepção do Diorama 

 (i) A povoação de Guiledje teve ali instalada unidades militares portuguesas desde Fevereiro de 1964 até 22 de Maio de 1973, altuar em que foi abandonada e ocupada pelo PAIGC. 

 (ii) Assumida a decisão de ser feito um diorama, foi necessário determinar a data que o mesmo iria representar, dado que ali estiveram instaladas 11 Companhias, além de outras unidades menores (Pelotões de cavalaria, de artilharia, de de caçadores nativos, de mílicias...) . No decurso desse período e sobretudo a partir de 1969, o aquartelamento sofreu alterações significativas (por exemplo, contrução de abrigos pela Engenharia Militar). CCAÇ 495 (Fev 1964/Jan 1965) CCAÇ 726 (Out 1964/Jul 1966) (contactos: Teco e Nuno Rubim) CCAÇ 1424 (Jan 1966/Dez 1966) (contacto: Nuno Rubim ) CAÇ 1477 (Dez 1966/Jul 1967) (contacto: Cap Rino) CART 1613 (Jun 1967/Mai 1968) (contacto: Cap Neto) [infelizmente já desaparecio, José Neto, 1929-2007] CCAÇ 2316 (Mai 1968/Jun 1969) (contacto: Cap Vasconcelos) CART 2410 (Jun 1969/Mar 1970) (contacto: Armindo Batata) CCAÇ 2617 (Mar 1970/Fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio Pimentel) CCAÇ 3325 (Jan 1971/Dez 1971) (contacto: Jorge Parracho); CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio); CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho

 (iii) Foi decidido escolher a data de 1965-66 pela seguinte razão: foi nessa altura que aí esteve sediada a unidade que ali permaneceu mais tempo, a CCAÇ 726 que, com a unidade que se lhe seguiu, a CCAÇ 1424, foi também a Companhia que efectuou mais operações no sector e sofreu mais baixas em combate.

 (iv) O Diorama, ou maqueta, pretende pois representar o aquartelamento e a tabanca nesse período. 

 (v) A escala escolhida foi a de 1/72, pois isso permitiria adaptar modelos em miniatura comercializados. 

 (vi) Após aturado trabalho de estudo, e da recolha e análise de fotografias e declarações de ex-militares que ali estiveram no período em causa, foi possível desenhar um plano à escala para aí serem inseridas as localizações de edifícios, cubatas, abrigos e outros detalhes.

 (vii) Estes, depois de também serem desenhados à escala, foram construídos utilizando plástico, madeira, metal e resina, e depois pintados de forma a representá-los tão exactamente quanto possível. 

 (viii) No diorama poderão ser pois observados, além das infraestruturas, modelos de viaturas (GMC, Fox, Daimler, White...), depósitos, diversos utensílios etc…

 (ix) E também uma DO-27, a aeronave que proporcionava talvez o único momento de alegria para as tropas, pois era quem trazia e levava o correio e alguns frescos...

 ____________ 

 Notas de L.G.: 

 (1) Vd. poste de 10 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P862: O nosso novo tertuliano, o Coronel Nuno Rubim (...) "Comandei em Guileje, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá. O que foi a minha vivência em Guileje, fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado. Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento ? E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas" (...).

Vd. ainda o poste de 18 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2554: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (21): Chegou o Nuno Rubim, em Mejo o Capitão Fula (Pepito)

(2) Vd. postes de:



10 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLV: Projecto Guileje (7): recuperação do quartel













sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25037: E as nossas palmas vão para... (24): Nuno Rubim (1938-2023), autor do Diorama de Guileje, uma pequena obra-prima, que levou dois anos de trabalho, paixão, rigor... Foi oferecido, em 2008, ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Planta do quartel em 1966. Reconstituição de Nuno Rubim, coronel de artilharia, na reforma; realização plástica de Carlos Guedes, ex-fur mil. Um e outro fizeram parte da CCAÇ 726 (Guileje, 1964/66), o primeiro como comandante.

Foto ( e legenda): © Pepito / Acção para o Desenvolvimento (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 


Guiné > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008 >  Diorama do quartel (à data de 1996):  dois anos de trabalho... do Nuno Rubim  (1) e de um pequeno "grupo de combate" de gente valorosa e solidária, guineenses e portugueses (2), com destaque naturalmente para o Pepito e a sua esquipa da ONGD  AD - Acçãio Para o Desenvolvimento


Guiné-Bissau  > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008 > Diorama: planta
 
O Nuno Rubim a trabalhar no diorama, em casa (Seixal, Portugal) 

Fotos (e legendas) : © Nuno Rubim / Pepito / Acção para o Desenvolvimento (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
 

Lisboa > Fundação Mário Soares > 12 de Novembro de 2007 > Um encontro inesperado: o nosso coeditor Virgínio Briote com o Teco e o Guedes... Estes dois últimos estiveram em Guileje, na CCAÇ 726 (Outubro de 1974 / junho de 1966), sob o comando do cap art Nuno Rubim... Voltaram agora a colaborar juntos no projecto Guileje (3)... Além de colaboradores, o Nuno Rubim tem neles dois grandes amigos. O Teco, que é natural de Angola, tem um fabuloso arquivo fotográfico desse tempo (mais de 500 fotos); o Guedes saiu da CCAÇ 726 para se oferecer, como voluntário, para os Comandos do CTIG, onde foi camarada do Briote... 


O saudoso cap José Neto (1929-2007), à esquerda, com o Pepito, foi um dos primeiros grandes entusiastas da Iniciativa de Guiledje... Eles e outros camaradas que passaram por Guileje e outros aquartelamentos do sul, na região de Tombali, contribuiram em muito para enriquecer o espólio documental da AD - Acção para o Desenvolvimento. Teria muito orgulho se fosse vivo, em "voltar a ver e a visitar o seu quartel e a sua tabanca", à escala de 1/72... 
   
Fotos (e legendas): © Luís Graça (2007). Todos os direitos reservados. [Edição:: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
  


Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > O cor art ref Nuno Rubim, entre o cor cav ref Carlos Matos Gomes e o "Gringo de Guileje", o ex-fur mil Zé Carioca, da CCAÇ 3477 (Guileje, Nov 1971/Dez 1972), explicando pormenores da sua obra-prima que foi o diorama de Guileje...

Guiné-Bissau > Bissau > Hotel Palace > Simpósio Internacional de Guiledje (1 a 7 de Março de 2008) > Dia 5 de Março de 2008 > Painel 3 >" O pós-Guiledje: efeitos, consequências e implicações político-militares do assalto ao aquartelamento". Moderador: Mamadú Djau (Director do INEP) > Comunicação de Nuno Rubim, português, cor art ef > 17h30 – 18h00 > "A batalha de Guiledje: uma tentativa de reconstituição histórica em dioramas"

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados. [Edição:: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Organização > Núcleo Museológico > Diorama  de Guileje

Adaptado da página oficial do Simpósio Internacional de Guiledje  (páginaa dcscontinuada, mas em parte disponível aqui: 

Desde 2006, o Nuno Rubim (que faleceu em 25 de dezembro de 2023)  pôs, apaixonadamente, voluntariamente, sem qualquer contrapartida, o melhor de si, a sua reconhecida competência, a sua visão histórica, o seu rigor de investigador, e o seu gosto pela bricolage, na concepção do Núcleo Museológico de Guiledje e, em especial, do diorama do quartel de Guiledje, uma obra ímpar que ele ofereceu à Guiné-Bissau, na pessoa do Pepito, Carlos Schwarz da Silva (Bissau, 1949 - Lisboa, 2012), engº agrónomo, cofundador e diretor da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, e "alma-mater" do Simpósio Internacional de Guiledje (Bissau, 1-7  de março de 2008).

É algo "que nos enche de orgulho, a todos quantos se abalançaram a esta iniciativa", disse na altura o Pepito. As fotografias que permitiram a feitura do diorama foram cedidas, na sua grande maioria, por Teco (Alberto Pires), ex-fur mil da CCAÇ 726, o qual foi incansável na sua pesquisa. Outras foram enviadas por Carlos Guedes, também da mesma Companhia (mais tarde, Comando). (O Carlos Guedes é membro da nossa Tabanca Grande; o Teco ainda não, por lapso nosso: será o primeiro do ano de  2024.

Ambos também forneceram informações preciosas sobre vários aspectos importantes da configuração do quartel. Foram também aproveitadas várias fotografias do saudoso cap SGE  José Afonso da Silva Neto, da CART 1613 (Junho de 1967/maio de 1968) (Na altura, 2.º sargento, sendo o comandante o cap Eurico Corvacho).

Foi igualmente importante a colaboração de vários membros do nosso blogue, que forneceram informação relevante ao autor do diorama. Muitos colaboradores, guineenses e portugueses, contribuiram para este resultado, que também deve muito ao entusiasmo e energia do Pepito e da sua equipa de gente magnífica.

Seria injusto, por exemplo, não mencionar aqui a importância que teve, para a conceção do diorama, o levantamento topográfico efectuado em Guileje em 2005, por Fidel Midana Sambú, colaborador da AD- Acção para o Desenvolvimento.

2. A título meramente exemplificativo apresentamos aqui uma seleção de algumas miniaturas que compõem o diorama do quartel de Guileje. Os nossos parabéns ao autor da obra, que vai ficar no Núcleo Museológico Memória de Guiledje (sic), com muito orgulho (e uma pontinha de inveja) dos... tugas.
 

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Posto de transmissões (miniatura)
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Edifício dos oficiais e comando (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Posto de primeiros socorros, centro cripto e cantina (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Caserna do Pelotão de milícias da Companhia de Milícias n.º 12 (miniatura)
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Cozinha e refeitório das praças (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Outro pormenor da cozinha (miniatura)
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Um abrigo (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008>Uma palhota (miniatura)
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Uma viatura Daimler (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008>Uma vaitura GMC (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Um jipe (ou jeep) (miniatura)

Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008>Uma vitura White (miniatura)
 
Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico de Guiledje (em preparação) > 2008> Uma avioneta DO 27 (miniatura) 
 
Fotos (e legendas) : © Nuno Rubim / Pepito / Acção para o Desenvolvimento (2008). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Concepção do Diorama 

(i) A povoação de Guileje  (lê-se: Guiledje)  teve ali instalada unidades militares portuguesas desde fevereiro de 1964 até 22 de maio de 1973, altuar em que foi abandonada e ocupada, momentaneamente, três dias depois, pelo PAIGC. 

(ii) Assumida a decisão de ser feito um diorama, foi necessário determinar a data que o mesmo iria representar, dado que ali estiveram instaladas 11 Companhias, além de outras unidades menores (Pelotões de cavalaria, de artilharia, de caçadores nativos, de mílicias...) 

No decurso desse período e sobretudo a partir de 1969, o aquartelamento sofreu alterações significativas (por exemplo, contrução de abrigos pela Engenharia Militar). 

  • CCAÇ 495 (Fev 1964/jan 1965) 
  • CCAÇ 726 (Out 1964/jul 1966) (contactos: Teco e Nuno Rubim) 
  • CCAÇ 1424 (Jan 1966/dez 1966) (contacto: Nuno Rubim ) 
  • CAÇ 1477 (Dez 1966/jul 1967) (contacto: cap Rino) 
  • CART 1613 (Jun 1967/mai 1968) (contacto: cap Neto) [infelizmente já desaparecio, José Neto, 1929-2007] 
  • CCAÇ 2316 (Mai 1968/jun 1969) (contacto: cap Vasconcelos) 
  • CART 2410 (Jun 1969/mar 1970) (contacto: Armindo Batata) 
  • CCAÇ 2617 (Mar 1970/fev 1971) > Os Magriços (contacto: Abílio Pimentel) 
  • CCAÇ 3325 (Jan 1971/dez 1971) (contacto:cap  Jorge Parracho); 
  • CCAÇ 3477 (Nov 1971 /dez 1972) > Os Gringos de Guileje (contacto: Amaro Munhoz Samúdio); 
  • CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973) > Os Piratas de Guileje (contacto: José Casimiro Carvalho ) 

(iii) Foi decidido escolher a data de 1965-66 pela seguinte razão: foi nessa altura que aí esteve sediada a unidade que ali permaneceu mais tempo, a CCAÇ 726 que, com a unidade que se lhe seguiu, a CCAÇ 1424, foi também a Companhia que efectuou mais operações no sector e sofreu mais baixas em combate.

(iv) O Diorama, ou maqueta, pretende pois representar o aquartelamento e a tabanca nesse período. 

(v) A escala escolhida foi a de 1/72, pois isso permitiria adaptar modelos em miniatura comercializados. 

(vi) Após aturado trabalho de estudo, e da recolha e análise de fotografias e declarações de ex-militares que ali estiveram no período em causa, foi possível desenhar um plano à escala para aí serem inseridas as localizações de edifícios, cubatas, abrigos e outros detalhes.

(vii) Estes, depois de também serem desenhados à escala, foram construídos utilizando plástico, madeira, metal e resina, e depois pintados de forma a representá-los tão exactamente quanto possível. 

(viii) No diorama poderão ser pois observados, além das infraestruturas, modelos de viaturas (GMC, Fox, Daimler, White...), depósitos, diversos utensílios etc…

(ix) E também um DO-27, a aeronave que proporcionava talvez o único momento de alegria para as tropas, pois era quem trazia e levava o correio e alguns frescos...

As nossas palmas vão para o nosso saudoso Nuno Rubim (1938-2023) (4)
____________ 

Notas do editor L.G.: 


(...) "Comandei em Guileje, sucessivamente (de castigo !..., eu qualquer dia conto esta estória) as CCAÇ 726 e 1424, depois de ter também comandado a CART 644 em Mansabá e a CCmds em Brá. O que foi a minha vivência em Guileje, fazem os amigos ideia... Foram de facto perto de 10 meses infernais, com mortos, feridos, estropiados, de ambos os lados, enfim o triste rosário de uma guerra que Portugal nunca devia ter travado. Tinha também um Grupo de Combate em Mejo, de que pouco tenho ouvido falar. Quando terá sido desactivado esse pequeno aquartelamento ? E ainda voltei à Guiné em 1972-74, mas isso é outra história..., que meteu o início da conspiração que levou ao 25 de Abril, entre outras coisas" (...).

Vd. ainda o poste de 18 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2554: Guileje: Simpósio Internacional (1 a 7 de Março de 2008) (21): Chegou o Nuno Rubim, em Mejo o Capitão Fula (Pepito)

(2) Vd. postes de:



10 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLV: Projecto Guileje (7): recuperação do quartel














(4) Último poste da série > 30 de abril de 2023 > Guiné 61/74 - P24269: E as nossas palmas vão para ... (23): Inês Allen, hoje nossa tabanqueira nº 875: Devolveu a Empada, em fevereiro de 2023, a efígie de "Os Metralhas", divisa da CCAÇ 3566 (1972/74), e nome do clube de futebol local, dando cumprimento à última vontade do pai, Xico Allen (1950-2022)