quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2347: Blufo, orgão dos pioneiros do PAIGC, fundado por Luís Cabral (Francisco Palma/FMS)

Por iniciativa do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares, em 23 de Outubro de 2003, foi lançado um CD ROM sobre o Blufo, orgão dos pioneiros do PAIGC, fundado por Luís Cabral.


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Apresentação

A Escola-Piloto, localizada em Conakry, foi criada na sequência do I Congresso do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), realizado no interior da Guiné-Bissau, em Cassacá, de 13 a 17 de Fevereiro de 1964.

Os seus primeiros alunos foram, precisamente, muitas das crianças que aí tinham acorrido, acompanhando os dirigentes das diferentes regiões e que, de acordo com as orientações de Amílcar Cabral, foram levadas para Conakry, a fim de aí poderem receber instrução.

A partir deste momento, começou a funcionar a Escola-Piloto, cujo ensino veio a estender-se até ao 6.º ano, quase sempre ministrado em português, por professores guineenses, cabo-verdeanos e, pelo menos, também um português.

Em 1966, foi também editado pelo PAIGC O Nosso Primeiro Livro de Leitura (1).

Luís Cabral foi o principal impulsionador da criação do Blufo, orgão dos pioneiros do PAIGC – o que lhe advinha das suas responsabilidades no Secretariado Permanente do Conselho Executivo da Luta em matéria de informação e propaganda.

O CD-ROM que o Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares agora publica permite o acesso à série completa do Jornal Blufo, disponibilizada por Luís Cabral, e ainda a alguns sons e imagens.

O Blufo

A saída mesmo irregular e em pequenas tiragens do Blufo – que se publicou ao longo de cinco anos (Janeiro de 1966 a Dezembro de 1970) – constituíu, sem dúvida, um marco assinalável na vida da Escola-Piloto, ao mesmo tempo que a sua influência se fazia sentir em muitas regiões do interior da Guiné onde chegava.

A própria designação do pequeno jornal decorreu de uma escolha criteriosa: Blufo significa o jovem balanta ainda não circunsisado, a quem, no fundo, tudo é permitido e de quem se espera rebeldia e coragem.

Um outro traço marcante do Blufo é a presença nas suas páginas de fotografias de jovens guineenses, como sinal de esperança no futuro, quando o país vivia uma guerra difícil e mortífera. Ora, muitos desses jovens são hoje médicos, engenheiros, advogados, políticos – o que contrasta severamente com a herança colonial em matéria de educação.

Texto e imagem, retirados da Página da Fundação Mário Soares, com a devida vénia

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Nota de CV:

(1) - Vd. Post de 29 de Junho de 2007> Guiné 63/74 - P1899: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (1): O português...na luta de libertação

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