sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Guiné 63/74 - P2432: Diorama de Guileje (1): Geradores: Grupos Diesel Lister ou Frapil: fotos ou manuais, precisa-se (Nuno Rubim / Victor Condeço)


Um gerador de marca Lister, parecido com o que deveria existir em Guileje. Imgem retirada da Net: Nuno Rubim (2007). 

  
1. Mais um pedido, urgentíssimo, do Nuno Rubim com data de 3 do corrente, e que já circulou pela Tabanca Grande. Devido ao ruído de fundo, o pessoal da caserna não ligou patavina ao nosso coronel... No tempo da outra senhora, na Metrópole, isto piava mais fino... Houve uma honrosa excepção, que eu saiba: o Victor Condeço , ex-Fur Mil Mecânico de Armamento, CCS / BART 1913 ( Catió, 1967/69)... 

Desta, como da outra vez , quando pediu informações sobre as cores dos bidões de combustíveis e lubrificantes (*)... Bem hajas, Victor! 

 Pessoal da ferrugem, pessoal do serviço de material, camaradas: como nos bons velhos tempos, na Guiné, na nossa Tabanca Grande, vamos lá desenrascar o nosso homem... É por uma boa causa: O diorama de Guiledje... 

 Hoje, se eu voltasse à guerra, à nossa guerra (cruzes canhoto!), eu se calhar daria muito mais importância, mais valor, aos gajos da ferrugem, aos mecânicos auto, aos tipos do serviço de material, das nossas unidades, etc. que eram vistos pelos operacionais, com alguma condescendência ou até sobranceiria... Afinal, tanto na guerra como na paz todos somos úteis e importantes!... 

Nunca imaginei que (ou nunca me perguntei se) o gerador, em Bambadinca, podia bifar; nem nunca me preocupei se havia gasolina, gasóleo ou petróleo nos bidões (a não ser quando andava no mato, ou nas tabancas em auto-defesa, e sonhava com o meu uisquinho com 2 pedrinhas de gelo e água de Perrier)... Ou se tínhamos viaturas, em bom estado de conservação e de segurança, para fazermos, com sucesso, as nossas colunas logísticas e levar a bianda aos nossos camaradas de Mansambo, Xitole, Saltinho... 

 Hoje sei que, enquanto uns faziam a guerra, havia outros que se preocupavam com a logística, o material e até com o nosso bem-estar e conforto... Ontem como hoje... Confesso que o único mecânico de armamento que conheci na tropa foi... o nosso Victor Condeço. Ainda por cima, conhecimento virtual, já que ainda não fizémos o teste do quebra-costelas, como diria o nosso Paulo Raposo, o Almansor de Montemor-O-Novo, de quem já tenho saudades... (LG) 

 Caro Luís:

  Quando oportuno mais uma pergunta aos Camaradas do blogue. De uma relação existente em Guileje apurei a existência de : 

- Atrelado 1 Ton (Estação de serviço móvel ); 
- Motor diesel marca Lister com alternador Frapil 20 KVA;
- Motor diesel marca Lister com alternador Brush 1375 KVA ;

 Julgo que este tipo de material estaria distribuído a outras unidades da Guiné (aliás lembro-me de haver em Mansabá um gerador de um destes dois tipos, 1965). O que eu precisava: fotos ou eventualmente instruções ou manuais ilustrados destes equipamentos. 

 Obrigado.  Um abraço,   Nuno Rubim 

2. Resposta do Victor Condeço, no dia 5 de Janeiro: 

 Meu caro camarada Nuno, 

 Depois de várias pesquisas na Net e consulta ao meu camarada Alf Mil do Serviço de Material, que era responsável pela manutenção dos geradores de Catió (1967/1969), consegui pouco, apenas o que a seguir transcrevo da resposta recebida e de onde se depreende que o Grupo de 1375 KVA dificilmente terá existido no Guileje (terá havido confusão com os de 7,5 KVA ou com os de 47,5 KVA): 

"Infelizmente não posso ajudar grande coisa, pois não disponho de fotos nem de manuais, na minha posse. 

 "Em Catió, no quartel tínhamos 2 excelentes Grupos Diesel LISTER, refrigerados a ar, de 47,5 KVA – isto é seguro. Tenho quase a certeza de que os alternadores eram FRAPIL, mas a minha lembrança aqui já é menos segura. 

 "Estes Grupos de 47,5 KVA eram usados principalmente em sedes de batalhão, de certa forma pela sua potência e excelente qualidade eram ao tempo um luxo, e ainda para mais com reserva de 100%. 

 "Nas companhias mais pobrezinhas (Cachil, Ganjola) , fundamentalmente para fazer a iluminação da vedação, usavam-se uns Grupos de fabrico nacional – EFI, com alternador FRAPIL, penso que com uma potência de 7,5 KVA. 

 "Nas companhias mais importantes (Cufar, Bedanda), usavam-se os Grupos LISTER/FRAPIL de 20 KVA. 

 "Os Grupos referidos de 1375 KVA, ou seja 1 MW, isso já é outra fruta. É equipamento pesado de potência suficiente para alimentar uma pequena cidadela africana. Penso que seria equipamento para uma central civil de uma cidadela de alguma importância. 

 "Sendo a LISTER uma marca de referência no campo dos Grupos Diesel, e, estando estes tão difundidos em África, será que não conseguem arranjar localmente um manual?! O aspecto externo destes equipamentos não mudou muito."

Nuno, das minhas pesquisas na Net encontrei este site, EAGLE POWER LTD - Used and New Diesel Generators: as fotos aqui mostradas são o que de mais parecido encontrei, assemelham-se muito com os grupos existentes em Catió, embora o gerador fosse menor e a cor original era um verde, ligeiramente mais claro. Desculpa se não ajudei e te fiz perder tempo. 

 Um abraço e bom trabalho Victor Condeço 

3. Resposta do Nuno Rubim: 

 Caro Camarada Condeço: Perder tempo ???... Ganhar é que foi, pois estamos sempre a aprender qualquer coisa ! A ajuda foi importante pois, a partir da informação do seu camarada do Serviço de Material (a quem peço que agradeça em meu nome), encontrei na Net uma foto de um grupo que me parece muito semelhante ao que havia em Guileje (vd. foto acima) e que já me vai permitir fazer uma miniatura. 

 O que me envia, parece ser coisa mais moderna, mas muito obrigado pela sua colaboração. 

 Um abraço Nuno Rubim

 ____________ 

 Nota dos editores: 

 (*) Vd. postes de: 


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