sábado, 9 de fevereiro de 2008

Guiné 63/74 - P2514: Convite (2): Lançamento da biografia de Cecília Supico Pinto, a líder do MNF: 12 de Fevereiro, 18h30, na Sociedade de Geografia


Capa e contracapa do livro de Sílvia Espírito Santo, Cecília Supico Pinto: O Rosto do Movimento Nacional Feminino, a ser lançado no dia 12 de Fevereiro de 2007. Preço: c. 20 €.


1. A editora A Esfera dos Livros teve a gentileza de nos mandar um convite para a sessão de lançamento da obra da investigadora Sílvia Espírito Santo, com o título Cecília Supico Pinto: O Rosto do Movimento Nacional Feminino. Será já no próximo dia 12 de Fevereiro, 3ª feira, às 18h30, na Sociedade Portuguesa de Geografia, Rua das Portas de Santo Antão, 100, Lisboa, Telefone 21 342 5401. Apresentação a cargo de Anne Cova, historiadora, e de Fernando Dacosta, escritor, ex-jornalista (autor de, entre outras obras, Máscaras de Salazar e Salazar - Fotobiografia).

A autora é investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI), licenciada em História pela Universidade de Coimbra e mestre em Estudos sobre as Mulheres, pela Universidade Aberta de Lisboa. É autora, entre outros, dos seguintes trabalhos relacionados com a guerra colonial:

(i) "Por Deus e pela Pátria", in A Guerra do Ultramar: Realidade e Ficção (Lisboa, Notícias Editorial, 2002);

(ii) Adeus até ao Meu Regresso, O Movimento Nacioanl Feminino na Guerra Colonial, 1961-1974 (Lisboa, Livros Horizonte, 2003;

(iii) E a guerra aqui tão perto - os ex-combatentes da guerra colonial (Região de Leiria - RL, 2003)...

2. Cecília Supico Pinto (nickname, Cilinha) nasceu em 1921, em Lisboa. Cecília Maria de Castro Pereira de Carvalho, de seu nome de solteira, era oriunda de uma família da alta burguesia financeira. Casou com Lúís Supico Pinto, economista, homem do núcleo duro do regime de Salazar com quem o casal privava. Salazar era visto por Cecília Supico Pinto como "um verdadeiro príncipe". Em 1961, ela irá fundar o MNF - Movimento Nacional Feminino (1), uma organização que se pretendia independente do Estado, e que tinha por missão mobilizar as mulheres portuguesas no apoio moral e material aos soldados que combatiam em Angola e, depois, em Moçambique e na Guiné.

A primeira metade da década de 1960 terá sido para Cecília Supico Pinto e suas colaboradores de exaltação, mobilização e ensusiasmo... A partir de 1966, a líder do MNF confessa começar a dar conta da fadiga provocada pela guerra, traduzida na desmobilização da sociedade civil e na redução de donativos, a par do crescimento da contestação, ora surda, ora aberta, da guerra no Ultramar...

O 25 de Abril aconteceu alguns dias depois a seguir à sua última missão no Ultramar, justamente na Guiné. Não terá sido apanhada completamente de surpresa.... Ainda tentou transformar o MNF numa organização de assistência e apoio aos ex-combatentes do Ultramar, mas já não a tempo de evitar que, três meses depois da queda do regime político que era o seu, de alma e coração, o MNF fosse extinto, por despacho do Ministro da Defesa Nacional, a 22 de Julho de 1974.

Cecília Supico Pinto foi, reconhecidamente, uma mulher de forte personalidade, uma líder com carisma, amiga íntima de Salazar (mas já não de Marcelo Caetano...) que concitou tremendos ódios e paixões, a começar pelos próprios militares e sobretudo pelos contestatários da guerra colonial, do colonialismo e do regime político de Salazar/Caetano...

Esta biografia ajudará a conhecê-la melhor, a ela, à sua época e à sua obra. "Dei tudo o que tinha. O Movimento foi a vida minha! - disse ela em entrevista à autora do livro. "Os militares e o trabalho no Movimento foram, de certo modo, os filhos a que me dediquei". Vive hoje, em Cascais, retirada da vida pública.


3. A editora mandou-nos um exemplar do livro de que faremos muito brevemente a respectiva recensão.

Contacto: Margarida Damião

A Esfera dos Livros

Rua Garrett, n,º 19 - 2º A
1200-203 Lisboa

Tel. 21 340 40 64 / Telm. 96 344 19 79 / Fax. 21 340 40 69

__________

Notas de L.G.:

(1) Sobre o Moviment0 Nacional Feminino, há já aqui, no blogue, alguns postes:

18 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2362: O Movimento Nacional Feminino no filme em DVD Natal de 71, de Margarida Cardoso, que recomendo (Diana Andringa)

17 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2357: O meu Natal no mato (3): Banjara, 1965 e 1966: um sítio aonde não chegavam as senhoras do MNF (Fernando Chapouto)

18 de Agosto de 2007 > Guiné 63/74 - P2059: Um disco oferecido pelo MNF, às NT, no Natal de 1973 (Álvaro Basto/Carlos Vinhal) 08 Março 2006

8 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCXIV: Dia Internacional da Mulher (2): As Tias Lili Caneças de antigamente (João Tunes)

16 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CXCIII: Antologia (19): os 'remorsos de guerra' do tenente Tunes (João Tunes)

Sem comentários: