terça-feira, 28 de outubro de 2008

Guiné 63/74 - P3370: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (6): O nosso querido patacão

Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/73) > O Fur Mil Op Esp José Casimiro Carvalho, contando o patacão...


Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAV 8350 (1972/73) > A inauguração do bar de sargentos, em meados de Março de 1973, onde se gastava uma boa parte do graveto...

Fotos: © José Casimiro Carvalho (2007). Direitos reservados.


1. O ex-Fur Mil Op Esp José Casimiro Carvalho (*), actualmente residente na Maia, confiou-me, no primeiro encontro da nossa tertúlia (hoje Tabanca Grande) - na Ameira, em 14 de Outubro de 2006 -, uma pequena colecção de aerogramas e cartas que escreveu à família durante o período em que, ainda periquito, esteve em Guileje e depois Cacine e Gadamael, coincidindo com o nosso abandono de Guileje . A unidade a que ele pertencia - a CCAV 8350, Os Piratas de Guileje - esteve lá entre Dezembro de 1972 e 22 de Maio de 1973.

Mais recentemente - por ocasião do III Encontro Nacional do nosso blogue, em Monte Real, em 17 de Maio de 2008 -, entregou-me mais umas tantas cartas e aerogramas. Ao todo, os dois lotes não ultrapassan as 60 cartas e aerogramas, de desigual interesse documental.

Esta correspondência (**) vai até ao período do pós-25 de Abril, altura em que ele esteve na zona leste da Guiné, na região de Gabu, mais exactamente em Paunca, integrado na CCAÇ 11, depois de ter passado, após a saída de Guileje e Gandembel, por Cumeré, Colibuía, Nhala e Cumbijã... Em Paunca ele será uma testemunha privilegiada das profundas alterações político-militares, ocoridas no TO da Guiné, em Maio e nos meses seguintes, na sequência da tomada do poder pelo MFA, em 25 de Abril de 1974.

Nesta correspondência pode encontrar-se algum apontamento ou outro, de maior interesse documental para o conhecimento do quotidiano das NT no sul da Guiné (incluindo a actividade operacional), nomeadamente no chamado corredor da morte (ou corredor de Guileje, para nós; caminho do Povo, para o PAIGC). No primeiro artigo publicaram-se alguns excertos da correspondência relativa a Fevereiro e Março de 1973.

Recorde-se que, em 25 de Março de 1973, num domingo e em pleno dia, o aquartelamento de Guileje foi duramente atacado durante cerca de hora e meia. Foram usados foguetões 122 mm. Um caça-bombardeiro Fiat G-91, que veio em socorro, foi abatido sob os céus de Guileje... É o primeiro, de que há registo na história da guerra da Guiné, de uma aeronave abatida por um míssil terra-ar Strella... Vinte quatro horas depois, o tenente piloto aviador Miguel Pessoa foi resgatado, são e salvo, pelo grupo de operações especiais do Marcelino da Mata...

Em Abril de 1973, começam a aparecer os sinais de isolamento e de degradação da situação: Não havia correio nem evacuações no sul da Guiné, multiplicavam-se os boatas, etc., o que começava a afectar profundamente o moral das NT, acantonadas no perímetro dos aquartelamentos.

J. Casimiro Carvalho - nas poucas cartas que escreve, no mês de Abril de 1973, ao pai, à mãe, ao irmão Fernando - começava a deixar transparecer o stresse em que se vivia, em Guileje... Era, todavia, totalmente incapaz de prever a tragédia que se avizinhava, a batalha de Guileje (17 a 22 de Maio de 1973): recorde-se que, na sequência da Op Amílcar Cabral, levada a cabo pelo PAIGC, o comandante do COP 5, o então Maj Art Coutinho e Lima toma a decisão de abandonar, em 22 de Maio de 1973, o aquartelamento e a tabanca de Guileje, retirando retirando-se, com cerca de 800 elementos (entre os quais 600 civis), para Gadamael.

O Casimiro estava nessa altura em Cacine, coordenando o transporte dos abastecimentos para Guileje, e irá escrever aos seus pais a sua famosa carta de 22 de Maio de 1973:

"Cacine, 22/5/73. Queridos pais: Vou contar-lhes uma coisa difícil de acreditar, como vão ter oportunidade de ler: Guileje foi abandonada" (...).

Em Gadamael, o Casimiro juntou-se, no final de Maio, à sua ostracizada, destroçada e desmoralizada companhia. Bateu-se galharda e corajosamente na desesperada desfesa de Gadamael, até ser ferido por um estilhaço de morteiro, depois de ter ajudado a salvar e a evacuar o seu comandante, o Cap Abel Quintas, também ferido mas esse, com mais gravidade.

Não temos cartas ou aerogramas da 1ª quinzena de Junho de 1973, em que os pára-quedistas do BCP 12 tiveram que vir aliviar a pressão exercida pelo PAIGC sobre Gadamael, a seguir ao abandono de Guileje pelas NT (em 22 de Maio de 1973). Não sei se nessa época o Carvalho escreveu à família, ou se não o pôde fazer.

Publicamos agora mais alguns excertos do segundo lote de cartas e aerogramas, e que vão de 4 de Fevereiro a 20 de Abril de 1973, em Guileje, e depois no Cumeré (algumas cartas, de Julho e Agosto de 1970), sendo a última (já de Dezembro de 1970) remetida novamente do sul, Colibuía. Em 20/12/73, o nosso camarada fez anos, "22 invernos", como escreveu, bem humorado, ao irmão Fernando. (A CCAV 8350 voltara ao sul, sendo agora encarregue da segurança dos trabalhos de construção de uma estrada).

Há, nesta correspondência, amiudadas referências ao dinheiro que se ganha e que se gasta: por exemplo, 100$00 por mês com a lavadeira; 35$00, numa garrafa de vinho do Porto, oferecido aos soldados da sua secção; 60$00, num peixe de 6 kg; 120$00, em duas refeições em Bolama; 40$00 por uma peça de caça, carne de búfalo que deu oara 40 bifes... Vêm ao de cima também as preocupaçõs imediatas da generalidade dos nossos militares, no TO da Guiné, que era a comida e a bebida, para além do correio (que se envia e que se recebe, de preferência todos os dias)...

O J. Casimiro Carvalho falava, terra a terra, mas com humor e ternura, destas pequenas coisas da vida, com os seus pais e irmãos. Quando há petisco, pergunta filosicamente: "Nem sempre a vida é má, não achas ?", para logo concluir: Mas "o pior está para vir" (Colibuía, 22/12/73, aerograma enviado ao Fernando).

Em 9 de Julho de 1973, os Piratas de Guileje estão de passagem pelo Cumeré. O nosso ranger, ligeiramente ferido com um estilhaço de morteiro, tinha partido a 8 de Julho, de Cacine para Bolama, de LDG, presume-se. Em Bolama, vê pela primeira vez mulheres brancas (!) ao fim de 8 meses de mato. Toma um retemperador banho de psicina (entrada: 10$00)e duas refeições (120$00) - incluindo o inevitável e incontornável bife com batatas fritas e ovo a cavalo - que lhe souberam pela vida (uma típica expressão nortenha).

No dia seguinte, no Cumeré, já estava a receber instrução militar, dada pelos comandos. O Cap Mil Abel Quintas, evacuado de Gandemebel, será substituído no comando da CCAV 8350, que algum tempo depois voltará ao sul (Nhala, Colibuía, Cumbijã) por onde ficará até 1974. No Cumeré, em Julho de 1973, a preocupação do J. Casimiro Carvalho é descansar e tranquilizar a família, depois do pesadelo de Guileje e Gadamael... (LG)

A selecção, a revisão e a fixação do texto são da responsabilidade de LG, editor do blogue.



Guileje, 4/2/73
[Carta]

Paizinho:

(…) Aqui quase não dá para juntar dinheiro. Eu recebo 1300$00 por mês, 100$00 vão para a lavadeira, cerca de 700$00 vão para o bar, para o alfaiate fazer calções, ajeitar roupa ao corpo, cerca de 50$00 por mês. O mês passado, 2 calções ligeiros que mandei fazer, foram 80$00 e, é claro, um gravadorzito que comprei e que é indispensável, também custa… Alguma caça que se compra para não se passar fome, também é dinheiro, selos, cartas, fotografias, etc.

Como vê… mas vai-se passando e não preciso de mais dinheiro. Claro que este já é o suficiente. Também os furriéis paga umas cervejas de vez em quando aos soldados, uma garrafa de champagne (50$00) ou de vinho do Porto (35$00) que nós lhes oferecemos, assim como Alfero dá. É uma espécie de PSICO. É mesmo necessário tudo isto para nós os levarmos. Acredite, quem sabe somos nós que aqui andamos. (…)


Guileje, 28/2/73 [data do carimbo do correio]
[Carta, dactilografada]

Fernando:

(…) Eu cá me encontro bem, gordinho e sem nada que fazer, felizmente, pois não é de meu gosto trabalhar muito e ainda por cima para a tropa, não achas que tenho razão ?

Mas ‘Eles’ lá me vão lixando que não é brincadeira, pois cada vez que há serviço para dactilografar para o COP 5 (Comando Operacional) lembram-se cá do Fur Carvalho, que é dos que sabe escrever à máquina, proporcionando-se assim que eu não tenha lá muito descansado fora das hora de trabalho.

Hoje, por exemplo, estava eu a descansar, veio o ordenança do Major [Coutinho e Lima]chamar-me para lá ir. Fui lá e disse-me para eu fazer umas Ordens de Operações (cerca de 7 folhas grandes bem cheias, para eu dactilografar, num papel de cera, para depois meter no duplicador).

Ontem chegou aqui um pelotão de negros de Operações Especiais, chefiados por um Alferes, também negro, muito conhecido na Metrópole e em toda a Guiné pelas suas atrocidades para com os turras (visto estes terem-lhe morto a família), chamado 'Marcelino'.

São 20 homens que valem por 2 companhias de brancos, mas também assassinos natos. Além de, entre nós, serem uns gajos porreiros e brincalhões, usam fardas turras, armas turras (Kalashnikov, RPG-2, Simonov, etc. etc.), saíram hoje com destino secreto. Mas nós sabemos, de antemão, que vão fazer barulho lá com eles. Estes tipos vivem no Quartel General de Bissau com o General Spínola.

Dá cumprimentos meus ao Varinho e deseja-lhe felicidades e que não tenha problemas, nem receio, pois isto no final é uma brincadeira. (…)

Recebe um grande abraço do teu irmão (…)


Guileje, 14/3/73
[Carta]

Paizinho:

Cá recebi o seu aéreo de 3/3/73, mas deve haver algum atrasadonoutro lado qualquer (…).

Hoje mesmo recebi uma carta do meu padrinho de 12/3/73, juntamente com a sua. Já lhe respondi, descanse.

Obrigadinho pela encomenda, vai fazder jeito, então o paio!!! FIUU!

O aumento para furriéis parece que é somente de 500$00, mas mesmo assim não é mau, e sere para passar umas férias em beleza, em Bissau, não acha? E talvez a 'carta' [de condução], quem sabe.

(...) Ontem comprei um peixe melhor que a pescada, com cerca de 6 kg (60$00), e eu e os soldados do meu grupo fizemos um valente petisco com ele, cerveja e pickles que foi um regalo. Hoje vai ser a mesma coisa. Nem sempre há peixe, portanto é aproveitar (…).


Guileje, 15/3/73
[Carta]

Mãezinha:

(…) As diversões que nós vamos tendo são: jogar sueca, king (jogo inglês), pocker de dados, dominó, bisca, damas, futebol, etc. etc.

Vieram para cá outro dia, numa coluna, latas de Milo (38$00) e frascos de pickles (18$50) e eu, claro, que comprei (…).

Junto com a carta viu enviar-lhe uma foto da inauguração do nosso bar de sargentos que, verdade seja dita, ficou excelente, até música boa!!! Que tal ?

Agora quase que não há saídas para a mata, portanto andamos a folgar as costas, só de vez em quando vamos emboscar para fazer protecção à reabertura de uma estrada que vai dar a um sítio que em tempos foi abandonado e que vai ser reocupado.

Agora já há máquina de fazer café, no nosso bar, e portanto biquinha depois das refeições que, quando não são boas, são substituídas por uma latinha de lulas e uns pickles. É o que me vai safando e a outros também. Temos que aguentar. (…)


Guileje, s/d
[possivelmente 15/3/73]
[Aerograma]

Paizinho: (...) Hoje fui até à bolanha (sítio onde abunda terreno húmido) para orientar a fabricação de uma espécie de tijolos brutos, feitos com uma terra que abunda aqui.

Logo vai haver uma comida 'fresca', talvez pescada, batatas, couves, etc. , fruta fresca, pois o avião largiu os 3 habituais pára-quedas, com os ovos, cenouras, batatas, pescada, hortaliça, laranjas, etc.

Isto aqui anda muito con concorrido. Helicópteros, muitas avionetas, algumas armadas, talvez por causa dos tais Op Esp [Operações Especiais] negros que cá estão e que saem todos os dias pra o célebre 'corredor da morte'.

(...) Ontem inaugurou-se o bar de sargentos, muito bonito e acolhedor, com gira-discos e tudo. (...)


Guileje, 20/4/73 [e não 74, como vem no original, por lapso]
[Aerograma]

Fernando:

(… ) A malta aqui tem saído muito pouco, o que já é uma sorte. O capitão [ Abel Quintas,]está de férias, aí no Porto, e o major [ Coutinho e Lima, comandante do COP 5,] também não está cá. Quem manda é um alferes. Hoje estou de sargento de dia e também ao lixo (limpeza do quartel feita pela minha secção) (…)
.


Cumeré, 9/7/73
[Carta]

Minha querida mãe:

Cá está o seu queridinho no Cumeré, o que já não é nada mau. E dormiu uma noite de sonho, numa CAMA COM LENÇÓIS E TRAVESSERO. E comeu uma pescadinha com batatas cozidas, FIUU!... Até admira!

(….) Ontem saí de Cacine e fomos para a antiga capital: Bolama. Linda cidade, com Hotel, cinema, restaurante… MULHERES BRANCAS, que não apreciávamos há 8 meses.

Tomei banho na piscina (10$00), comi duas refeições (bife com batatas fritas, cabrito estufado,etc.) (120$00). Foi um delírio, nem que custasse 500$00
nós comíamos.

(…) Começámos hoje uma instrução de comandos dada pelos mesmos, não sei para quê. Estou curado da [legível] e da diarreia. Agora tenho um furúnculo na barriga e pequenas feridas nos pés.

(…) Agora tomo 3 banhos de duche por dia, é para vingar aqueles dias sem banho em Gadamael.

(…) Cumprimentos aos vizinhos e família e para você todos ‘tudo, do vosso soldadinho que ESTÁ BEM, FINALMENTE (…)



Cumeré, 12/7/73
[Carta]

Querida mãezinha: São 400$00, porque não autorizam a mandar mais, e só ficamos aqui com 100$$.

Ontem fui a Bissau, e almocei lá, comprei umas coisitas, ‘roncos’ assim como fios com uma figurinha para pôr ao pescoço, uma carteira de pele de jibóia (50$00, candonga); e tirei fotografias num fotógrafo, 3 x 100$00… Sem saber como foram co’ caraças 300$00, não se pode ir a Bissau, no mato ao menos o dinheiro chega.

Hoje estive de Sargento de Dia à companhia o que quer dizer ‘Repouso absoluto todo o dia’.

À nossa frente parece que não temos grandes perspectivas acerca de: para onde havemos de ir… Andamos a ter uma instrução dada por comandos e isso quer dizer alguma coisa.

Mas agora estou aqui a beber bebidas frescas, comida boa, boa cama e não posso desejar melhor. Se quiser falar comigo, telefone para José Carvalho, Fur., Companhia de Guileje – Cumeré. Se quiser, claro! 3 ninutos, 75$00. Uma beijoca.


Cumeré, 1/8/73
[Carta]

Mãezinha:

Cá recebi a sua carta (bem grande) que muito me satisfez. Então, estão bem de saúde ? Eu, óptimo.

(…) Eu ando em consulta externa no Hospital, mas parece que o estilhaço não chegou a ficar cá dentro.

Ando com um entorse no pé, e já tirei a radiografia, mas não há complicações com os ossos, felizmente. Foi um pontapé que dei num passeio com botas de lona.

Amanhã vou lá outra vez e, claro, vou escapando à instrução. Já temos um capitão novo (dos Comandos)

90% de probabilidades de ir para Quinhamel (Praia) 6 meses mas… aguardemos (…).

PS - Desculpe a letra (nervos)



Colibuía, 18/12/73
[Carta]

Queridos pais.

Cheguei bem, graças a Deus, e soube que estavam à minha espera para chefiar o pelotão todo e ir embora daqui para Cumbijã, pois o grupo de combate não tinha graduados.

Passei por Nhala, Mampatá e Aldeia Formosa, e depois vim para aqui. Isto é em plena mata e as edificações que existem são todas de lata (bidões), mas se não houvesse nada era pior.

Não há lençóis mas há cobertores e com o frio que há à noite nem se pensa em lençóis.
(…)



Colibuía, 20/12/73
[Aerograma]

Fernando:

Cá reebi a ta pequena missiva que muito me agradou (...). Como é teu desejo, estou muito bem disposto hoje, 20/12/73, dia em que completo 22 invernos (sic).

Os africanos daqui foram à caça e apanharam um búfalo que foram vendendo aos poucos. Eu comprei uma parte do jarrete que me custou 40$00 e que deu uns 40 bifes grandes. A carne é igual à de boi.

Ao pequeno almoço começámos com um valente bife num pão e depois durante a manhã foi bocados de carne com piripiri na brasa.

Nem sempre a vida é má, não achas ? O pior está para vir. (...)

_________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 25 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1625: José Casimiro Carvalho, dos Piratas de Guileje (CCAV 8350) aos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11)

(**) Postes desta série:

25 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1699: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (1): Abatido o primeiro Fiat G91

13 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1727: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (2): Abril de 1973: Sinais de isolamento

14 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1759: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (3): Miniférias em Cacine e tanques russos na fronteira

24 de Maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1784: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (4): Queridos pais, é difícil de acreditar, mas Guileje foi abandonada !!!

18 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1856: Guileje, SPM 2728: Cartas do corredor da morte (J. Casimiro Carvalho) (5): Gadamael, Junho de 1973: 'Now we have peace'

2 comentários:

Costa Abreu disse...

Caro Jose Casimiro,
Li a tua mensagen P3354, e gostava caso te lebres ainda o nome do Alferes do pelotao Africano pois penso que seria um colega meu que esteve comigo nos Comandos em 1965
Sem mais e esperando a tua resposta,
Julio Abreu
Grupo de Comandos Centurioes

Luís Graça disse...

Júlio e Carvalho:

O poste original era o 3354. Mas houve um erro de numeraçã, postes duplicados, etc., pelo que tivemos que proceder às necessárias correcções. As nossas desculpas.
O poste a que o Júlio se refere é, portanto, o P3370.

Como é natural, nem sempre transcrevemos na íntegra as cartas e os aerogramas que nos são confiados e que nos interessam pelo seu valor documental.

Em geral, a maior das passagens não nos interessa, é conversa privada, pessoal, familiar...

Relativamente ao pelotão africano de "tropas especiais", a que se refere o nosso 'ranger', na carta dactilografada, enviada ao irmão Fernando em 28/2/73, é citado explicitamente o nome (ou o primeiro nome) do comandante dessa força, chegada a Guile. Aqui fica o parágrafo completo, tal como vem no original:

"Ontem chegou aqui um pelotão de negros de Operações Especiais, chefiados por um Alferes, também negro, muito conhecido na Metrópole e em toda a Guiné pelas suas atrocidades para com os turras (visto estes terem-lhe morto a família), chamado 'Marcelino'"...

Presumivelmente tratar-se-ia do Marcelino da Mata.

Um Alfa Bravo.

Luís Graça