terça-feira, 3 de março de 2009

Guiné 63/74 - P3968: Nuvens negras sobre Bissau (10): Voluntários da missão humanitária 2009 a distribuir água pelos militares nas ruas da capital


Título de caixa alta da ediçãod e hoje do Diário As Beiras
(Cortesia de Carlos Marques dos Santos)


1. Mensagem dos nosso 'correspondente' em Coimbra, Carlos Marques dos Santos:

Luís:

Um abraço.
Aqui vai mais uma nota de imprensa de hoje de O Diário AS BEIRAS, de Coimbra.

CMSantos


2. Resumo da notícia, de uma página, da edição de hoje do Diário As Beiras:

O Diário das Beiras, na sua edição de hoje, dá destaque às “peripécias” da Missão Humanitária – Memórias e Gentes, 2009 que foram surpreendidos pelos “tiros de Bissau”. (*)

Chegados por terra na quinta feira passada, esta semana estava programada para ser a da entrega dos muitos bens essenciais que vieram de Portugal em contentor (material escolar e sanitário, roupas, etc.). Preparavam-se para um retemperador churrasco, depois de um dia de caça, quando foram tiveram conhecimento do tiroteiro em Bissau e, só mais tarde, das suas consequências, a trágica morte de dois dos dirigentes máximos do país. Trataram então de regressar rapidamente a João Landim, a cerca de duas dezenas de quilómetros da capital, onde o pessoal da missão humanitária está instalado.

Mais uma vez foi Fernando Ferreira, empresário de Coimbra, e membro da Associação Memórias e Gente, quem deu estas informações, por telemóvel, ao jornalista do Diário As Beiras, Paulo Marques. Logo na manhã seguinte, segunda-feira, souberam do ataque à casa de Nino Veira e da morte deste. À tarde, em Bissau, havia imensa gente nas ruas, mas apenas circulavam viaturas militares.

Cerca das 16h, há três elementos da expedição, com mais uns tantos voluntários locais, que se oferecem para distribuir água pelos militares que estavam em vários postos de controlo. Encheram um jipe com centenas de garrafas de água de Penacova, e aproveitando uma ‘aberta’ distribuíram-nas pelos militares, famintos e sedentos, depois de muitas horas em situação de alerta e de tensão, nos acessos a Bissau e nas principais avenidas da cidade.

Ferreira descreveu a situação humanitária como “arrepiante” não só entre a população civil como entre os próprios militares. Surpreendentemente a situação era de calma, nada como em anteriores situações de golpe de Estado ou de insurreição armada.

A malta da expedição está toda bem. Os planos de regresso na próxima quinta feira, para alguns dos membros da missão, é que podem vir a ser gorados, devido ao encerramento do aeroporto.

(Recorde-se, no entanto, que hoje deve chegar a Bissau o nosso Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e grande amigo da Guiné-Bissau, João Gomes Cravinho, à frente de uma delegação da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que integra ainda o secretário-executivo da organização, Domingos Simões Pereira, e o chefe da diplomacia cabo-verdiana, José Brito. Do que mais precisa, neste momento, a Guiné-Bissau, o seu Governo e o seu povo, é do apoio diplomático internacional e do carinho e da solidariedade da comunidade lusófona).

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Nota de L.G.:

(*) Vd. último poste desta série > 3 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - 3967: Nuvens negras sobre Bissau (9): Falei com o Xico Allen, o Camilo, o Fortunato, o Peixoto e o Pepito (Carlos Silva)

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