terça-feira, 30 de junho de 2009

Guiné 63/74 - P4613: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (8): Pôr os pontos nos "is"

1. Mensagem de António Paiva, (*), ex-Soldado Condutor no HM 241 de Bissau, 1968/70, com data de 22 de Janeiro de 2009:

Caros Luís, Carlos e Virgínio

Vamos lá pôr os pontos nos iiis. Convém.

Depois de ter mandado duas histórias passadas aos Domingos e outra que tenho para mandar também ter sido passada a um domingo, ainda toda esta família vai pensar que fui condutor de fim-de-semana. Mas não!

Estávamos operacionais, se assim se pode dizer, 24 horas por dia, tudo por amor à esmola que o patrão nos pagava.

Como disse no poste 3511, cheguei com um mês e tal de antecedência, como tal, não fui colocado como condutor, mas sim nos serviços de... telefonista, porteiro ou piquete de urgência.

Quando já estava feito aos meios do hospital, dois meses depois, me colocam com serviço definitivo. Pensei que ia ser por uns tempos, mas não, foi até ao fim de comissão.

Entregaram-me um jeep, não armas, nunca as usei, nem de dia nem de noite, nem fora do hospital mesmo com saídas durante a noite para ir buscar médicos ou enfermeiros, e mandaram-me para a Chefia do Serviço de Saúde, que ficava do lado direito do hospital, depois do pavilhão das consultas externas, ficando a fazer parte do Depósito de Material Hospitalar.

A minha colocação não posso dizer que fosse má, tinha um horário das 9 às l8 de segunda a sexta, pois fora desse horário todo o tempo era meu.

Não gostava, posso mesmo dizer que detestava, preferia estar ligado ao Hospital tempo inteiro, por isso só nos fins-de-semana e noites me sentia útil, quando o trabalho apertava ou complicava... eu estava lá. Era o meu mundo!

Onde param os jovens do meu tempo, que juntos partilhámos das mesmas alegrias e tristezas?

Um abraço
António Paiva
__________

Nota de CV:

(*) Vd. último poste da série de 28 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4432: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (7): 4 dias de inferno em Junho de 1969

2 comentários:

Anónimo disse...

Camaradas
Estou quase com vontade de chamar burro ou analfabeto ao camarada que mandou esta mensagem para o Blog.
Pôs como titulo:
" Pôr os pontos nos is "
Depois,no penultimo parágrafo dá 2 calinádas no português, com grande pinta, ao dizer:
" Não gostava, posso mesmo dizer que detestava"
Gostar e detestar, requer o SUJEITO,para que bem se entenda o quê e o por quê.
Vá lá, dá corda aos dedos.

Cá vai.
Como o pensamento é mais veloz que a escrita, algo me fugiu por entre os dedos.
O que não gostava e detestava, era só uma das missões que tinha no meu trabalho e se manteve durante a minha comissão.
Cá vai o SUJEITO: O Capitão.
O Capitão,era o chefe do Depósito de Material,todos os dias tinha de o ir buscar e levar a casa na Arnaldo Schultz,ás 9, ás l3, ás l5 e ás 18,não era má pessoa,mas ás 9 e ás 15 eu passava muito tempo de pelantão á porta,enquanto Sua Exª.repinpado no banco corrido de madeira fumando o seu cigarro ficava admirando tudo o que passava,muits das vezes tinha de ir con ele até á baixa para regalar a vista
Era um serviço que não dava com a minha maneira de ser.

Ficou esclarecido, camarada comentarista?

Agora a sério:
A mim, não caiu bem a fraze, por isso entendi esclarecer para não haverem duvidas na minha missão.

António Paiva

Anónimo disse...

Antonio Paiva

Por momentos fiquei mais que admirado com a agrecividade do comentário ao "pontos nos iis".

Pensei cá para mim: as coisas não se tratam assim,porra!Este gajo é um grosso do caraças,pá!!Fogo!!

E não é que no seguimento dou-me a ver que o "grosso" eras tu,que se insurgia contra uma auto-falha "sujeitiva".

Pelo pensamento peço-te desculpa e dou-te os parabens pelo texto e pelo aut-comentário,reposição da perceptibilidade.

Um abraço

Luis Faria