domingo, 14 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5815: O 6.º aniversário do nosso Blogue (2): Homenagem ao Fundador Luís Graça e a toda a tertúlia (Joaquim Mexia Alves)


1. O nosso Camarada Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp/RANGER da CART 3492 (Xitole/Ponte dos Fulas), Pel Caç Nat 52 (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, enviou-nos a seguinte mensagem, com data de 13 de Fevereiro de 2010:

Sábado à tarde!

Feliz, (pois então, sou vivo), estou em casa a gozar um pouco de quietude e paz de espírito.

Sente-se a família!

A mulher está a descansar um pouco, (coitada trabalha que nem uma moura para manter esta casa nos padrões que exige de si própria), os filhos mais novos, (que os mais velhos já têm casa própria e um até já me deu dois netos), utilizam o “brinquedo” dos tempos modernos, o computador, e vão dando largas á imaginação, imaginado-se “rambos” em jogos de guerra, lutadores numa arena imaginada pelos EUA, ou muito simplesmente falando e namoriscando à distância de uns “bites”, (dir-se-á assim?), absortos nos seus problemas que nem descortinam, mas vão ser grandes dentro de uns anos pelo jeito que a coisa vai.

E eu estou aqui também, neste computador que nos vai ocupando o tempo livre e às vezes até aquele que não é “livre”, mas que por força de uma “força” que não resistimos, nos leva a estar com “ele”.

Claro que havia eu de fazer, senão abrir o sítio da Guiné?

Deparo-me com a notícia, informação, de que a Tabanca Grande completará 6 anos no próximo dia 23 de Abril!

Fala-nos o Carlos Vinhal e o Jorge Félix da efeméride e aproveitam para muito justamente elogiarem o Luís Graça.

E eu junto-me a eles e faço o mesmo, ou seja, agradeço ao Luís Graça e agradeço o Luís Graça, por nos ter dado este espaço onde falamos com o coração nas mãos, a arma em riste, (mas como se estivesse em bandoleira), onde nos vamos libertando do “império dos tempos” e da “lei da morte”, e vamos tentando encontrar a vida, nas “mortes” que já vivemos.

É que, meus camarigos, calculo o que muitos de vós sofreram, porque eu, graças a Deus, sofri tão pouco!

E se o que eu sofri foi tão pouco, e mesmo assim doeu tanto, calculo meus camarigos o que ainda vos dói agora, porque ainda sinto dor!

E esta Tabanca Grande, que o Luís Graça construiu, com os adobes das memórias, com os “cibos” das dores sofridas, com os “bidons” de sangues derramados e sofridos, com os tectos de lembranças finalmente libertas, com os alicerces do dever cumprido e comprido, com as portas abertas a cada pensamento e vivência por mais diferentes que sejam, é a prova mais provada que hoje é dia de festa, de beber um copo ou dois, (coisa que eu já fiz), para dizer ao Luís, que lhe agradecemos o espaço, mas mais do que isso o convívio que nos liberta e ajuda, a conhecermos o que já fomos, aquilo que ainda somos, para que possamos ser, (mau grado alguns de agora o não quererem), os homens que então disseram: Talvez nem saiba bem porquê, mas estou aqui, com dúvidas ou com certezas, mas dando-me inteiramente por aqueles que comigo estão! Para que apesar de tudo, os nosso filhos e netos, saibam bem quem nós fomos e aquilo que ainda somos, e que não nos envergonhamos daquilo que então fizemos!

Para afirmarmos também, que se nós não nos envergonhamos, deixamos essa vergonha, ao Estado que deixa sem dignidade, aqueles que por ele lutaram.

Mas, meus caros camarigos, o meu coração é grande e nele cabem todos vós, por isso para além do Luís Graça, permitam-me que nele arranje um espaço, muito particular e dedicado, àqueles que todos os dias, me suportam, vos suportam, com escritos e mais escritos, que todos e cada um, querem ver dados á estampa no momento em que os escrevemos, porque é esse momento que importa!

Por isso, no copo que já bebi, e naquele que vou beber, junto ao Luís Graça a quem brindo, o Carlos Vinhal, o Virgínio Briote e o Eduardo Magalhães Ribeiro, porque todos são “culpados” da paz que agora vivo com a guerra da Guiné.

E junto-vos a todos vós, camarigos do meu peito, que juntos fizemos história, que agora vamos escrevendo, em cada dia, em cada hora.

Monte Real > Ortiga> Convívio da Tabanca Grande de 2009

Um abraço muito forte e camarigo para todos,
Joaquim Mexia Alves
Alf Mil Op Esp/RANGER da CART 3492

Fotos: © Casimiro Carvalho (2010). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

1 comentário:

Anónimo disse...

Camarigo Mexia Alves!

Subscrevo e assino por baixo!

Poderia ainda dizer mais alguma coisa, sobre o Luís, sobre o bem que nos fez, ainda faz, e provávelmente fará no futuro, a criação deste Blogue, mas creio que ficou tudo dito no teu P 5815.

Um abraço, extensivo a todos, Editores e tabanqueiros.

Francisco Godinho
Ex.Fur.Mil.C.CAÇ 2753