domingo, 7 de março de 2010

Guiné 63/74 - P5947: A minha série Vindimas e vindimados nada tem a ver com o meu livro Vindimas no Capim (José Brás)

1. Mensagem de José Bras* (ex-Fur Mil na CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), com data de 3 de Março de 2010:

Carlos, meu camarada
Uma ou outra vez pareceu-me que alguns camaradas tinham os meus escritos no blogue, em especial os que saíram sobe o tema genérico “Vindimas e Vindimados**, eram partes do meu livro “Vindimas no Capim”.
Neste momento, face a contactos vários de amigos, antigos combatentes, essa ideia consolidou-se.

Por isso, esta necessidade de esclarecer e negar tal facto, afirmando que nenhum dos episódios editados no âmbito da Tabanca Grande está presente no texto ou na trama de “Vindimas no Capim”, trabalho que construí, na altura sem qualquer propósito de falar de guerra ou da guerra, mas antes como tentativa de buscar os meninos que se fizeram soldados; de encontrar em que País nasceram e cresceram, em que escola, em que catequese, em que relações de poder, de pastores, de cavadores de terra, de vindimadores, de pescadores, de pedreiros, de estudantes, se fizeram militares e partiram para a guerra na crença de que era seu dever defender a Pátria.

O Capim era apenas o cenário violento onde se transformavam dia a dia em outra gente que haveria de voltar ao Cais da Rocha, ao campo de seus pais e avós, à faina da sardinha, a uma outra vida de operário, aos caminhos de França e da Alemanha.

Os textos publicados são mais directamente ligados à guerra e às suas consequências imediatas no campo de batalha, a morte, o sangue, o heroísmo e o medo, entendidos nos dois lados da contenda porque ambos compostos por homens fiéis a ideias e a ideais e dispostos, muitas vezes, a superar-se por dentro para que, por fora, se pudessem apresentar dignos de seu nome.
Portanto, aproveitando para fazer a divulgação (não confundir com publicidade) quem quiser ler “Vindimas no Capim”, vai mesmo ter que adquirir o pedir emprestado a amigo ou na biblioteca municipal.

Outra coisa é o futuro, e por aí não garanto que alguns dos textos editados na Tabanca, não venham a aparecer em livro brevemente. Direi até que tem nome, está em análise em editor, tem 182 páginas entre Guiné, Rio de Janeiro, Salvador, Angola, Canadá, and so on, terras todas de um lote maior por onde andei nesta vida e que uns poucos camaradas conhecem já.

Portanto… ”Vindimas no capim” é uma coisa, “Vindimas e Vindimados” é outra coisa, e “Lugares de Passagem”, que sendo um pouco e de outro modo, a mesma, é ainda outra.

Abraços
José Brás
__________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 17 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5830: Controvérsias (66): A questão colonial (II): Colonização portuguesa - Particularidades (Descolonização e Conclusão) (José Brás)

Ver postes da série Vindimas e vindimados de autoria de José Brás

3 comentários:

Carlos Vinhal disse...

Ontem à noite, depois de ter começado a elaborar este poste, fui dormir.
Quando de manhã me propunha a dar-lhe continuidade, soube da queda da aeronave, em Montemor, nas notícias das 10. Logo muitas incertezas se me afloraram.
Não tinha o contacto telefónico do Brás. Procurei na internete a indentidade das vítimas, mas não estavam acessíveis. Decidi não continuar.

Fora de casa, já no início da tarde, vi nas notícias as identidades das duas vítimas do acidente. Mais tarde o nosso camarada Miguel Pessoa informou-me via telemóvel que o Brás estava bem e que nada tinha a ver com o sucedido.

Regressado a casa, já de noite,com muito prazer acabei este poste.

Lamento profundamente o falecimento daquelas duas pessoas. Às respectivas famílias os meus sentidos pêsames.

Como um sentimento não invalida outro, estou contente porque o nosso camarada e amigo Zé Brás está e estará connosco.

Carlos Vinhal

Anónimo disse...

Confundido? Até noite dentro tinha trocado E-Mails com o José Brás,e.... pela manhä ,as primeiras notícias do acidente do dia anterior.Bruscamente, quase julguei ter estado a trocar E-Mails com um....."espírito"! Ainda bem que o José Brás ainda por cá anda, e de saúde!
Um grande abraco.

Anónimo disse...

Caro Zé,

É uma realidade, só quem leu "Vindimas no Capim" sabe que os teus escritos de agora não têm nada a ver com o livro.
Eu posso emprestar o que tenho em meu poder, só que emprestar livros é a mesma coisa como se diz aí na planíce: (mulheres, espingardas e cavalos não se emprestam a ninguém). Brincadeira! Se ouver algum amigo que queira ler o teu livro, é com todo o gosto que o empresto.

Vá! Escreve lá porque nós gotamos disso. Mas... atenção, não larges a bicharada, pois eu pertenço à "protectora" e se tiver conhecimento ou receba alguma reclamação de algum bicharoco mal tratado,estás tramado.

Como sempre do tamanho do nosso longo e saudoso Cumbijã aquele abraço,

Mário Fitas