segunda-feira, 5 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6676: V Convívio da Tabanca Grande (15): Caras Novas (Parte IV ): O JERO, aquele rapaz de Alcobaça e de Binta, lembram-se dele ? (Luís Graça)


From: Nhabijoes | 4 de Julho de 2010 | 2 visualizações


Monte Real, Palace Hotel, 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. O Jero, ao lado do Joaquim Mexia Alves, faz entrega ao Luís Graça de uma lembrança do evento: uma bonita peça de cristal de Alcobaça, sua terra querida... Dizeres: V Convívio da Tabanca Grande, Mapa da Guiné-Bissau, Luís Graça. Neste vídeo, segundo eu percebo (há um grande ruído de fundo), ele confessa que o nosso blogue, liderado discretamente por mim, mudou a sua vida... Só espero que para melhor. A confissão, vinda de um amigo, tem que passar pelo sistema de triagem... A lembrança (mesmo que o gravador tenha trocado a Tabanca Grande por Palanca Grande) merece as minhas mais enternecidas palavras de agradecimento e reconhecimento... (LG)


Vídeo (1' 25''): Luís Graça(2010). Alojado em You Tube > Nhabijoes



O JERO ou José Eduardo Oliveira é um dos mais produtivos membros do nosso blogue (já com mais de 60 referências ou marcadores), para o qual entrou há menos de um ano...


Natural de Alcobaça, bancário reformado, director adjunto do jornal local, ofereceu-se de imediato para organizar o V Encontro Nacional da Tabanca Grande. Acabámos por optar por Monte Real, e associá-lo à Comissão Organizadora (de que fizeram parte, além dele, o Carlos Vinhal, o Joaquim Mexia Alves, o Miguel Pessoa e o Belarmino Sardinha).


O JERO é daqueles camaradas que, uma vez apresentados, se tornam,  ao fim de cinco minutos, velhos conhecidos, que a gente se apressa a pôr na lista dos amigos favoritos... Ele é a gentileza em pessoa, uma doçura como os licores e doces da abadia à sombra da qual nasceu e cresceu a sua terra. E tem uma qualidade que é rara entre os primatas: pratica a amizade, é gentil, é prestável, é leal, sem quaisquer pretensões de protagonismo, sem intriga, lisonja ou má-língua... 


Cara nova ? Sim, é a primeira vez que ele vem a um Encontro Nacional da Tabanca Grande. Razão por que merece este destaque.




Dedicatória do então Cap Inf Tomé Pinto, comandante da CCAÇ 675, oferecendo ao autor (Fur Mil Enf Oliveira) o livro que ele (JERO) escreveu e o capitão editou, em 1965... Uma edição limitada, rodeada de cautelas próprias da época: afinal, tratava-se de um diário com material classificado e que, como tal, não podia ser manuseado por qualquer pessoa...  A Nação estava em guerra, mas era bom que pouco ou quase transpirasse para a rua... Havia, na época, o entendimento de que a segurança (não apenas nacional, mas dos homens que combatiam em África) estava em primeiro lugar... Terá sido uma tragédia, para este país, a conspiração do silêncio à volta de um guerra que a censura (política e militar) só muito tardiamente chegasse a ser posta na agenda política e social dos portugueses... A palavra de ordem era, então, "A Pátria Não Se Discute" (Salazar).








Capa (original) do livro, "Comp CCAÇ 675, Nunca Cederá", da autoria do JERO. Edição do Comandante da Companhia, Tomé Pinto, em 1965 (hoje, Ten Gen Ref; julgo que foi também padrinho de casamento do JERO e da 


Exemplar nº 10. Dedicatória, manuscrita, do autor, Fur Mil Enf José Eduardo Oliveira: "*Para os meus queridos Pais, Avó e Irmã: A história de um ano de Guiné que eu não vos contei nas minhas cartas.  Vosso, José Eduardo. Binta, 1 Out 65".







Imagens digitalizadas por L.G., a partir de um exemplar, original, gentilmente cedido por (e já devolvido, em Monte Real, no dia 26 de Junho passado,  a) o JERO, aquela jóia de moço de Alcobaça e de Farim, que insiste em tratar-me, para grande constrangimento meu, por comandante... Por fim, publicidade é devida à marca LineCrystal, da empresa Alcoplas, Lda, com sede em Alcobaça. 


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 Nota de L. G.:


  3 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6670: V Convívio da Tabanca Grande (12): Caras novas (Parte III): O João Barge, da CCAÇ 2317, que foi meu actor em A Cantora Careca, com o Rui Barbot/Mário Claúdio... (Carlos Nery)

3 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

O Jero é daquelas pessoas com quem é sempre muito bom estar.

Ele não leva a mal e eu conto.

Por volta do dia 6 de Abril deste ano, (meu aniversário), enviei-lhe um mail pedindo que me indicasse um bom restaurante em Alcobaça.

Claro que ele percebeu porquê, e a meio do almoço apareceu no restaurante com um presente para mim...outro para a minha mulher e outros dois para cada um dos meus filhos!!!

A sua companhia deu mais graça aquele almoço e assim tive comigo no dia dos meus anos os meus camarigos da Guiné.

digam lá se isto não é de um homem de mão cheia?

Para ti Jero, para ti Luís, para todos os camarigos o meu forte e camarigo abraço

Luís Graça disse...

Se aos amigos pudéssemos dar estrelas, vocês os dois teriam direito à chapa cinco!

Às vezes tenho a sensação de que esta gente de cinco estrelas pertencem a espécies que estão em risco ou em vias de extinção...

Que o nosso blogue contribua, ao menos, para as salvar e proteger!

Manuel Joaquim disse...

Meu caro JERO

Aqui está uma bela ocasião para te dar um abraço. Aproveitando as palavras do Luis Graça venho reforçá-las, fazendo o que já ando para fazer há uns meses, desde o momento em que te vi neste blogue.

Em inícios de Outubro de 1965, estava a minha CCaç.1419 em Bissau,coube à minha secção fazer segurança interna a um transporte marítimo- fluvial
Bissau>Farim>Bissau, no caso a um pequeno barco e a dois batelões de reabastecimento.

Já no regresso de Farim, descendo o belo rio Cacheu, atracámos em Binta.A minha secção estacionou no aquartelamento da CCaç.675 enquanto decorreram as operações de carga/descarga e se cumpriu o período de descanso da tripulação.

O meu anfitrião foi um tal fur.milº Oliveira(!). A esta distância temporal não me lembro,objetivamente,dos temas das nossas conversas. A não ser de dois,o trabalho operacional da CCaç.675 e um teu trabalho suplementar que era a redação de um Diário da Compª, de que me lembro de ver o 1º vol.já impresso(?)e que manuseei.

O bom nível do convívio foi tal que nunca mais me esqueci dele. Alguma razão deve ter havido para isto acontecer, sem dúvida a qualidade do meu interlocutor.Agora,pelas referências elogiosas que aqui recebes, confirmo que continuas a mesma figura agradável que marca quem contigo convive.

Estou muito contente por te saber vivo e bem "vivo".

Um grande abraço do

Manuel Joaquim
(fur.milºda CCaç.1419,Guiné-65/67)