quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7150: Tabanca Grande (249): Carlos Fernandes, ex-1º Cabo Pára (CCP 122, 1971/74) e ex-elemento do Grupo Os Vingadores, do Alf Grad Marcelino da Mata


Guiné > Bula > 1973 > O grupo Os Vingadores, comandado pelo Alf Graduado Marcelino da Mata, no dia em que receberam as Boinas Vermelhas. Na foto, dois militares do BCP 12, o Cap Pára Valente dos Santos (conhecido por Capitão Asterix) e o 1º Cabo Pára Carlos Fernandes (na ponta esquerda). O grupo terá sido fuzilado pelo PAIGC, depois da independência, com excepção de um elemento gravemente ferido, evacuado para Lisboa,  bem como do Marcelino da Mata, que saiu oportunamente da Guiné. A informação é da autoria do Carlos Fernandes.




Guiné > S/l > O 1º Cabo Pára Carlos Fernandes, da CCP 122 / BCP 12 (Bissalanca, 1971/74) > Legenda do autor: "Eu e aminha MG 42"... 



Guiné > S/l > Brasão da CCP 122 / BCP 12... O Carlos Fernandes chegou à Guiné em Novembro de 1971 e saiu em  Agosto de 1974. O Carlos diz ter pena de não ter hoje 20 anos, para poder continuar nos páras, e servir a Pátria no Kosovo ou no Afeganistão.


Fotos : © Carlos Fernandes (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Mensagem do Carlos Fernandes, ex-1º Cabo pára-quedista, CCP 122 / BCP (Bissalanca, BA 12, 1971/74) que passa a partir de hoje a integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande. 

Com este poste completa-se a sua apresentação e fica registada a sua vontade expressa de se reunir a este grupo, virtual, de antigos combatentes da Guiné (1963/74), unidos por laços de camaradagem e pelo desejo de partilhar memórias desse tempo e desse lugar. Em meu nome, dos demais editores e dos restantes camaradas, desejo-lhe as boas vindas (*):


Data: 19 de Outubro de 2010 15:47
Assunto: Sobre a Ambulância


Boa tarde, amigo Luís Graça


Eu, Fernandes, antes de mais pretendo enviar as maiores saudações, para todos os camaradas de armas neste magnífico blog.

Pretendo e desejo dizer que não é o meu intuito falar mal de quem seja, ou chamar nomes a qualquer pessoa, se bem que por vezes temos essa vontade e também um desejo enorme de dizer algo, que nos vai na alma... Mas foi com total respeito que eu fiz a minha entrada, muito ao de leve, no teu blog e em companhia de bons amigos. Por sinal e não por acaso como dizem na gíria ser por acaso porque não existe,  mas sim caso ou casualidade, que já obti notícias de ex-colegas do mesmo pelotão e da mesma companhia da Guiné. Magnífico!...

Luis Graça,  o que de momento me leva a enviar estas palavras  é para falar a respeito da notícia sobre a Ambulância, que foi capturada entre Copá e a Fronteira. Eu estive nessa operação, eu e o Capitão Asterix (que não era o Ramos, mas sim o Valente dos Santos). 

Nessa altura,  ou seja entre fins de 1973 a Agosto de 74, quem fez parte do COE, foram o Major Veiga da Fonseca,  do Exército,  já falecido,  e o Capitão Pára Valente dos Santos de quem junto uma foto de grupo, onde estou eu e o Valente dos Santos [, vd. foto acima]. Foi tirada em Bula a quando da entrega das Boinas Vermelhas. Foi o nosso grupo o primeiro a usar tal cor de boina.


Hoje a Boina, que o Marcelino usa nesta foto , que também junto [, à esquerda], fui eu que lha ofereci, antes de ter vindo viver para a Madeira. Dei-lhe o crachá bem como os emblemas do grupo,  os Vingadores.

Pois nessa operação, que teve por nome Gato-Zangado, em Fevereiro de 74, saímos de Bajocunda,  andámos toda a noite... A operação consitia em armadilhar as linhas de água, com as "Bailarinas" e as "Viúvas Negras", pelo Alferes Tarro,  do Exército. Eu fiquei encarregue de lhe fazer a segurança,  a esse Alferes. 

Já tinhamos colocado algumas armadilhas na zonas de água e estavamos no nosso descanso, quando aparecem dois sujeitos da população do PAIGC, com uns baldes, para irem buscar água, dentro do território deles. Aí começa a caça ao inimigo. Houve uma troca de tiros e,  na perseguição, encontrámos caixotes de Armamento, granadas de RPG, bem como Armas. 



Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Ambulância, de origem russa, capturada ao PAIGC em Copá, Fevereiro de 1974. 



Foi pedido apoio aéreo, na retirada do material, e foi numa das voltas do héli-canhão, que se deu com algo escuro, que de cima não deu para ver o que seria. Foi com base na informação do piloto do héli, que deparámos com uma viatura tipo Ambulância que se encontrava tapada, camuflada com árvores cortadas, com o sistema de ligação estragado. Foi o Marcelino que conseguiu colocá-la a trabalhar,  depois de pedir combustível a Bajocunda, que era o quartel mais perto. Depois a Ambulância foi levada até Massacunda, local onde estava uma coluna de mantimentos para Copá e Bajocunda.

No dia seguinte à captura da Ambulância, tivemos um forte contacto,  muito bem cedo. Era um forte grupo, isto dito pelo Marcelino,  para cima de 100 guerrilheiros do PAIGC e com elementos Cubanos a comandar. Neste contacto foram feitos vários feridos e creio que também houve mortos pelo nosso lado, do lado do pessoal do Exército da coluna, que era para seguir para Copá. Essa coluna  não foi levada para diante. O grupo de guerrilheiros tinha estado de noite a enviar fogo para Copá.

O Capitão Valente dos Santos pediu apoio aéreo dos Fiat e a Ambulância foi levada depois para Bajocunda e também com um grupo de Milícias a dar proteção à restante coluna.

Pois eu até levei um louvor nessa operação, bem como depois levei outro louvor, já na operação Bétula, em Março de 74 na zona de Jumbembem [ou Jemberém ?], perto de Cacine, que deu a origem a uma cruz de guerra de 4ª classe, proposta pelo Marcelino da Mata.

Nesta operação foi para dar apoio moral e também dizer ao IN que seria possível os travar nas intenções deles se bem que,  no quartel de Jumbembem, estaria não uma Companhia, mas sim um Batalhão,  perto de mil e tal homens, mas não tinha ordens de fazer fogo pela assinatura do Governador da Guiné. 



Ao Grupo do Marcelino da Mata coube dar apoio ao pessoal,  em conjunto com os Fuzileiros Negros de Cacine, creio que era o Destacamento 2 comandada por um Tenente branco Fuza. Eu aí conheci o Látas, bem como o Guiné, Fuzileiros Especiais, que foram guardas-costas de um Comandante dos Fuzas, que não me recorda agora o nome dele.


Esta operação de facto teve o nome de Bétula, feita no mês de Março e iniciou-se de noite, com a saída de Cacine antes da meia noite, em botes da Marinha. Andámos rio acima, rio abaixo, tudo por culpa do Oficial da Marinha, que não soube dar com a entrada no local, fomos colocados já de manhã cedo, era dia e ao iniciarmos a entrada no tarrafo, que era lama, levámos uma emboscada de todo o tamanho, pois que o IN teve a possibilidade de fazer valas de noite, à nossa espera.

Nesta operação foi morto um chefe de grupo do IN, que tinha uma Kalash Especial, com um tambor de 40 munições,  que só os chefes de grupo é que as usavam, como aconteceu em Moçambique com as Armlites,  a menina R10 de alça. Os números do grupo apontados pelo Marcelino eram da ordem dos 80 elementos. A minha posição era (e sempre foi) a 3ª . O 1º era um elemento do grupo com a Kalash,  em 2º o Marcelino [, foto ao lado], eu em 3º e o Capitão Valente dos Santos em 4ª posição. Eu fui guarda-costas do Valente dos Santos, era a minha função no grupo.


Tivemos metade do grupo ferido e foi nesta operação que o Marcelino foi ferido com uma bala nas costas e onde um elemento levou uma rajada nos joelhos, sendo mais tarde evacuado para Lisboa.

Quanto aos restantes elementos do grupo,  tirando o Chefe e mais este da rajada,  todos eles foram fuzilados pelo IN, depois da Independência da Guiné.






Guiné > Região de Tombali > Aldeia Formosa > CCP 122 / BCP 12 > 2 de Abril de 1972 > O 1º Cabo Pára-quedista Carlos Fernandes, apontador de MG 42, fotografado com um casal feito prisioneiro: em primeiro plano, a criança,  do sexo feminino, filha do casal, completamente nua, levada pela mão do Carlos... A foto foi tirada pelo enfermeiro  do pelotão, o Serra.



Quanto à operação da foto de início, que deu origem à minha entrada na Tabanca Grande (*) pretendo dizer que foi na zona da Aldeia Formosa, em que diziam que o Nino estaria por aqueles lado. Antes de sairmos para a dita operação ou para o mato, foi-nos comunicado pelo héli-canhão, que fazia reconhecimento das zonas. Fizemos um Héli-Assalto, que deu com as três figuras meios escondidas [, um homem, uma mulher e uma criança, do sexo feminino]. 

O Comandante Araújo e Sá estava na Aldeia [ Formosa] e foi pedido voluntários das armas pessadas, para irem buscar  o casal, mais a miúda nua (que estava com muito medo devido às munições do héli, que eram de ponta vermelha incendiárias).

Quanto ao fotógrafo,  foi o Enfermeiro do pelotão,  o Serra, camarada de quem perdi o rastro. Não sei nada dele, desde a minha saída da Guiné, já tentei saber o paradeiro dele mas até agora não o consegui encontrar.

Já agora digo que conheço o [Sargento] Mor Rebocho. Foi por ele que eu apanhei a minha 1ª porrada na tropa. Se eu fosse mulher não me perdia de amores por ele. Isto ao fim de 3 anos... E depois daí apanhei mais 3, que no total foram 4 porradas.  A 3ª tinha eu 8 dias de Guiné e foi em Teixeira Pinto.

Haveria mais coisas para contar, mas fica para uma outra altura e já agora me deixa dizer, eu não fui herói, mas sim fui um Combatente. Fui bem treinado no ano de 1968 e tenho pena,  na data presente de 2010, não ter 20 anos, para poder ir até ao Kosovo ou ao Afeganistão.


Envio um forte abraço muito amigo para ti,  Luis,  e para todos os Camaradas de armas,  sejam eles quais forem. Um bem haja a todos.

Carlos Fernandes

[ Revisão / fixação de texto: L.G.]
____________

Notas de L.G.:

(*) Último poste desta série > 20 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7147: Tabanca Grande (248): Augusto José Saraiva Vilaça, ex-Fur Mil da CART 1692/BART 1914 (Sangonhá e Cacoca, 1967/69)


(**) Vd. poste de 7 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7093: (De) Caras (4): Eu também estive lá (Carlos Fernandes, ex-1º Cabo Pára-Quedista, CCP 122/BCP 12, 1971/74)


20 comentários:

an disse...

Muito interessante a tua descrição.
Estive convosco em Teixeira Pinto, era alferes no CAOP 1, com o coronel Ferreira Durão.
Depois fui parar a Cufar e lembra-me bem do vosso sacrifício ali ao lado em Jemberém, Cantanhez, Março de 1973.
Vocês, páras, com excepções ,carmos vicentes e outros, foram uns combatentes valentes e generosos.

Forte abraço,

António Graça de Abreu

Manuel Peredo disse...

Caro António Graça de Abreu,será que conheces bem o Carmo Vicente?

Amilcar Ventura Ex. Furriel Mil da 1ª comp BCAV8323 disse...

AMIGO E CAMARADA DE GUINÉ CARLOS FERNANDES, GOSTARIA QUE CONTASSES MAIS ALGUMA COISA DA AMBULÂNCIA, QUEM A CONDUZIU ATÉ BAJOCUNDA, QUERO-TE DIZER QUE NA EMBOSCADA QUE FOI FEITA HÁ AMBULÂNCIA, NÃO HOUVE MORTES, MAS ALGUNS FERIDOS DE TEU GRUPO, O SARGENTO QUE NÃO ME LEMBRA O NOME E UM FURRIEL, A EMBOSCADA FOI LOGO DE POIS DA AMBULÂNCIA TER ABANDONADO A COLUNA QUE IA PARA COPÁ, HÁ ALGUMAS COISAS QUE FALAS DA AMBULÂNCIA QUE SE CALHAR COM TODO ESTE TEMPO PASSADO NÃO CONRESPONDEM HÁ VERDADE, MAS ISSO É O MENOS, ATÉ QUE ENFIM APARECE ALGUÉM QUE ESTEVE NA CAPTURA DA AMBULÂNCIA, PARA FAZER JUS AOS MEUS FACTOS DA CAPTURA DA VIATURA, SE CALHAR AGORA ALGUNS CAMARADAS DEIXAM DE DUVIDAR DE MIM QUANDO EU CONTEI, AMIGO CARLOS QUERO-TE DIZER QUE TAMBÉM TENHO UM LOUVOR PELA CAPTURA DA AMBULÂNCIA.O MEU E-MAIL É AMILCARJVENTURA@GMAIL.COM GOSTARIA DE FALAR CONTIGO.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TI E TUA FAMÍLIA.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 8323
PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ

antonio graça de abreu disse...

O Carmo Vicente, DFA, é aquele rapaz que escreveu um livro exemplar chamado "Gadamael". Leiam, é educativo, instrutivo, esclarecedor.
Talvez o Carmo Vicente de hoje, Outubro de 2010, já esteja arrependido do que escreveu.
Todos os camaradas da Guiné, repito todos, me merecem respeito. Pena alguns, muito poucos, não se terem respeitado a si próprios, nem à farda que voluntariamente (o vosso caso, páras)vestiram.
Há também tremendas sequelas de natureza física e psicológica,também política, eu sei.
E todos somos tremendamente imperfeitos.
Apenas isto.

Abraço,

António Graça de Abreu

Luís Graça disse...

Carlos:

Sei muito pouco ou nada sobre o Grupo Os Vingadores de que fizeste parte entre Janeiro e Agosto de 1974. Para além do comandante operacional, o Alf Grad Marcelino da Mata, quem era o oficial, hierarquicamente
a seguir a quem vocês reportavam ? O Major Veiga da Fonseca, do Exército, e que tu dizes ter já falecido ? Qual o papel do Cap Valente dos Santos ? E, já agora, o teu ? Vocês eram dois páras, pertenciam à Força Aérea...

Curiosidade minha e, se calhar, de outros leitores do teu poste: como foste lá parar ? Continuaste a pertencer à CCP 122 / BCP 12 ? Foste voluntário ?

Outra coisa: sabes se alguém tem uma lista dos membros do grupo, que foram fuzilados a seguir à independência ? Onde e quando foram fuzilados ? Qual era a composição do grupo (por etnias, origens...) ? E, já agora, quando é que o grupo nasceu ? Enfim, questões a que podes (ou não) responder. Estás à vontade. Um abraço do Luís

PS - Quando for à Madeira, gostava de falar contigo, pessoalmente.

Unknown disse...

Carlos Fernandes, a alguns dias fiquei desperto com um Post seu (ou sobre si) com uma foto da criança.
Mas, adiante, tudo bem com relação ao mesmo. Agora me deparo com o P7150, e não posso deixar de comentar.
No seu primeiro parágrafo manifesta um sentimento de culpa pouco normal. Claro que não irias ofender ninguém no Blogue, porque seus editores, não permitiriam, penso eu.
Mas lá no fundo conforme reconheces e por isso mesmo foi que "... eu fiz a minha entrada, muito ao de leve, no teu blog e em companhia de bons amigos.".
Dito isto, acho um gesto simpático a oferta da boina, o crachá e os emblemas do grupo os Vingadores ao sr. Marcelino da Mata. Amor com amor se paga, não será assim?
Sobre as movimentações militares não observo nada, nada salvo pormenores por ti descritos.
Bailarinas e Viuvas Negras em linhas de água, onde existia tambem população? E o que aconteceu aos "...apareceram dois sujeitos da POPULAÇÂO do Paigc, com uns baldes, para irem buscar àgua"?
"Era um forte grupo...dito pelo Marcelino" ..."e com elementos cubanos". E acrescentas "creio que tambem houve mortos pelo nosso lado". Então não estavas lá nesse momento dos acontecimentos e porque o Sr. Marcelino sabia o que o Fernandes não sabia ?
Essa do Batalhão em Jumbembem, sem ordem de fogo "pela assinatura do Governador da Guiné",podia ser uma ordem para auto-suicidio; não?
E mais à frente, o sr. Marcelino volta a ser o conhecedor de que havia "da ordem de 80 elementos." O sr. era realmente um militar geralmente bem informado, o que não duvido absolutamente nada.
"...nesta operação que Marcelino foi ferido com uma bala pelas costas...", para mim é um pouco invulgar um operacional da daquela tempera conhecida, ser ferido pelas costas.
Agora o principal motivo da minha presença aqui: tua foto com uma criança e um casal. Tanto fugacho, tanto movimento militar e cubanos à mistura, para capturar um casal de meia idade, senão velhos e uma criança NUA como se fosse invulgar naquelas paragens.
Eu pessoalmente não teria tanto orgulho, vaidade, o que lhe queiras chamar.
Parabéns pela cruz de guerra de 4ªclasse. Proposto pelo militar Marcelino da Mata,"...que saiu oportunamente da Guné.",conforme legenda da foto do Grupo.
E o final do teu Post é de facto conclusivo: Foste bem treinado. Gostarias de ser mais novo para ir para outros cenários de guerra.
Não, ainda bem que tems naturalmente saúde e continua por cá escrevinhando algo, que nos vai ilucidando, sobre as facetas humanas na guerra colonial.

Com um abraço

Carlos Filipe
ex CCS BCAÇ3872 Galomaro

Amilcar Ventura Ex. Furriel Mil da 1ª comp BCAV8323 disse...

CARLOS FILIPE, QUERO FALAR-TE DE UM PARÁGRAFO TEU, SOBRE O FORTE GRUPO QUE NOS ATACOU QUANDO TRAZIA-MOS A AMBULÂNCIA PARA BAJOCUNDA, HÁ UM BOCADO DE EGAJERO NO QUE O CARLOS DIZ
A EMBOSCADA NÃO DEMOROU UMA MINUTO E A REACÇÃO DO GRUPO DO MARCELINO FOI RÁPIDA, ISTO TAMBÉM PORQUE O GRUPO DO PAIGC ERAM POUCOS, QUAL CUBANOS QUAL CARAPUÇA, FOI O PRÓPRIO MARCELINO QUE ME AVISOU COMO JÁ CONTEI NUM TEXTO, DIZIA ELE PARA ME PÔR A PAU QUE VINHA UM PEQUENO GRUPO DO PAIGC ATRÁS DE NÓS DESDE QUE COMEÇAMOS A ANDAR COM A AMBULÂNCIA, E QUE COM MEDO DA COLUNA QUE IA PARA COPÁ ELES ATACARIAM-NOS LOGO ASSIM QUE DEIXASSE-MOS A COLUNA E FOI O QUE ACONTECEU COMO JÁ CONTEI, E AGORA QUERO DIZER UMA COISA, TENHO PENSADO E REPENSADO E NÃO VI NO GRUPO DO MARCELINO NESSA OPERAÇÃO NENHUM BRANCO A NÃO SER O CAPITÃO PARA-QUEDISTA "AXTÉRIX". TAMBÉM QUERO DIZER QUE FOI ESSA COLUNA QUE CHEGOU A COPÁ E QUE TROUXE O PELOTÃO DA MINHA COMPANHIA QUE ESTAVA LÁ, TAMBÉM QUERO DIZER QUE NA NOITE EM QUE FICAMOS JUNTOS NA COLUNA NÃO HOUVE ATAQUE NENHUM A COPÁ O CARLOS DEVE ESTAR A FAZER CONFUSÃO. EU NÃO QUERIA ESTAR A DIZER ISTO, MAS RELI O TEXTO DO CARLOS E ACHEI MUITA VAIDADE DA PARTE DELE, PEÇO DESCULPA MAS É A MINHA MANEIRA DE VER, AINDA COM RESPEITO AO "ASTÉRIX" TINHA INFORMAÇÃO QUE ERA O RAMOS E NÃO O VICENTE. POR AGORA TENHO DITO

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 8323
PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

Amilcar Ventura Ex. Furriel Mil da 1ª comp BCAV8323 disse...

CARLOS FILIPE, QUERO FALAR-TE DE UM PARÁGRAFO TEU, SOBRE O FORTE GRUPO QUE NOS ATACOU QUANDO TRAZIA-MOS A AMBULÂNCIA PARA BAJOCUNDA, HÁ UM BOCADO DE EGAJERO NO QUE O CARLOS DIZ
A EMBOSCADA NÃO DEMOROU UMA MINUTO E A REACÇÃO DO GRUPO DO MARCELINO FOI RÁPIDA, ISTO TAMBÉM PORQUE O GRUPO DO PAIGC ERAM POUCOS, QUAL CUBANOS QUAL CARAPUÇA, FOI O PRÓPRIO MARCELINO QUE ME AVISOU COMO JÁ CONTEI NUM TEXTO, DIZIA ELE PARA ME PÔR A PAU QUE VINHA UM PEQUENO GRUPO DO PAIGC ATRÁS DE NÓS DESDE QUE COMEÇAMOS A ANDAR COM A AMBULÂNCIA, E QUE COM MEDO DA COLUNA QUE IA PARA COPÁ ELES ATACARIAM-NOS LOGO ASSIM QUE DEIXASSE-MOS A COLUNA E FOI O QUE ACONTECEU COMO JÁ CONTEI, E AGORA QUERO DIZER UMA COISA, TENHO PENSADO E REPENSADO E NÃO VI NO GRUPO DO MARCELINO NESSA OPERAÇÃO NENHUM BRANCO A NÃO SER O CAPITÃO PARA-QUEDISTA "AXTÉRIX". TAMBÉM QUERO DIZER QUE FOI ESSA COLUNA QUE CHEGOU A COPÁ E QUE TROUXE O PELOTÃO DA MINHA COMPANHIA QUE ESTAVA LÁ, TAMBÉM QUERO DIZER QUE NA NOITE EM QUE FICAMOS JUNTOS NA COLUNA NÃO HOUVE ATAQUE NENHUM A COPÁ O CARLOS DEVE ESTAR A FAZER CONFUSÃO. EU NÃO QUERIA ESTAR A DIZER ISTO, MAS RELI O TEXTO DO CARLOS E ACHEI MUITA VAIDADE DA PARTE DELE, PEÇO DESCULPA MAS É A MINHA MANEIRA DE VER, AINDA COM RESPEITO AO "ASTÉRIX" TINHA INFORMAÇÃO QUE ERA O RAMOS E NÃO O VICENTE. POR AGORA TENHO DITO

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA.

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1ªCCAV/BCAV 8323
PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

Anónimo disse...

O texto abaixo, que aparece aqui como comentário após a leitura do texto de Carlos Fernandes, havia sido enviado antes ao José Dinis, com a estranheza funda pelas palavras do Graça Abeu sobre Carmo Vicente.
Conheço bem o Sargrnto Paraquedista e não vejo como as possa merecer, nem na escrita, nem como soldado.
Por isso aqui fica como comentário ao poste de Carlos Fernando, acrescentando eu que conheci o Cap. Valente dos Santos porque ele acompanhou o Grupo de Forcados do Colégio de Tomar como amigo, tendo sido incentivado a fardar-se, coisa que não aceitou.
O Carlos Fernandes deve ser do tempo do meu irmão Xico Brás, pára ferido em combatre no Quitexe.


José Dinis

Ninguém naquela guerra tinha a obrigação de ser herói e, quanto a mim, que a fiz, nem sequer a obrigação moral de a fazer.
Logo AGA, não tinha nenhuma obrigação de ter sido senão o que foi, mais um dos milhares de soldados que passaram naquela terra sem grande história e importantes apenas por eles próprios, seres humanos que nos merecem todo o respeito.
Conheço pessoalmente Carmo Vicente, conheço quase tudo o que escreveu e considero de facto Gadamael um livro exemplar, não porque tenha acrescentado qualidade à literatura portuguesa, na forma, no estilo, na erudição da língua, na técnica de comunicação literária, mas porque é um relato extremamente vivido e vivo das suas andanças pelas antigas colónias de arma na mão.
Quanto a mim, pobre de recursos para analisar e criticar seja lá o que for, na palavra escrita e/ou dita; na declamação de vidas num palco; nas cores, nos volumes, no brilho, na expressão de um uma obra plástica; na soma de cenas que se monta com lógica para nos contar histórias nos filmes, sei lá, ainda assim com grande atrevimento diria que, pelo menos no plano do relato movimentado, quase cinema, conheço poucas coisas melhores que Gadamael, sempre carregado da emoção do combate e não isento de tomar parte, parte numa perspectiva que a vida lhe veio a desenvolver no mato e nos quarteis das cidades.
Eu próprio, sem qualquer complexo de pretenso erudito, já ofereci vários exemplares do Gadamael a intelectuais de Portugal e do estrangeir, sendo até curioso que, actualmente e por isso, não tenho nenhum na minha posse.
Carmo Vicente, sim, além de ter aceitado até voluntariamente a participação, foi um desses heróis que seguraram em mais do que uma ocasião situações complicadas para as nossas tropas.
Isto é o que se me oferece dizer e te digo sem raivas mas de algum modo e ao mesmo tempo triste pelas palavras de um amigo que considero, e alegre porque tais palavras tenham servido para daqui dar o meu abraço ao Carmo Vicente.
José Brás

Anónimo disse...

O texto abaixo, que aparece aqui como comentário após a leitura do texto de Carlos Fernandes, havia sido enviado antes ao José Dinis, com a estranheza funda pelas palavras do Graça Abeu sobre Carmo Vicente.
Conheço bem o Sargrnto Paraquedista e não vejo como as possa merecer, nem na escrita, nem como soldado.
Por isso aqui fica como comentário ao poste de Carlos Fernando, acrescentando eu que conheci o Cap. Valente dos Santos porque ele acompanhou o Grupo de Forcados do Colégio de Tomar como amigo, tendo sido incentivado a fardar-se, coisa que não aceitou.
O Carlos Fernandes deve ser do tempo do meu irmão Xico Brás, pára ferido em combatre no Quitexe.



Ninguém naquela guerra tinha a obrigação de ser herói e, quanto a mim, que a fiz, nem sequer a obrigação moral de a fazer.
Logo AGA, não tinha nenhuma obrigação de ter sido senão o que foi, mais um dos milhares de soldados que passaram naquela terra sem grande história e importantes apenas por eles próprios, seres humanos que nos merecem todo o respeito.
Conheço pessoalmente Carmo Vicente, conheço quase tudo o que escreveu e considero de facto Gadamael um livro exemplar, não porque tenha acrescentado qualidade à literatura portuguesa, na forma, no estilo, na erudição da língua, na técnica de comunicação literária, mas porque é um relato extremamente vivido e vivo das suas andanças pelas antigas colónias de arma na mão.
Quanto a mim, pobre de recursos para analisar e criticar seja lá o que for, na palavra escrita e/ou dita; na declamação de vidas num palco; nas cores, nos volumes, no brilho, na expressão de um uma obra plástica; na soma de cenas que se monta com lógica para nos contar histórias nos filmes, sei lá, ainda assim com grande atrevimento diria que, pelo menos no plano do relato movimentado, quase cinema, conheço poucas coisas melhores que Gadamael, sempre carregado da emoção do combate e não isento de tomar parte, parte numa perspectiva que a vida lhe veio a desenvolver no mato e nos quarteis das cidades.
Eu próprio, sem qualquer complexo de pretenso erudito, já ofereci vários exemplares do Gadamael a intelectuais de Portugal e do estrangeir, sendo até curioso que, actualmente e por isso, não tenho nenhum na minha posse.
Carmo Vicente, sim, além de ter aceitado até voluntariamente a participação, foi um desses heróis que seguraram em mais do que uma ocasião situações complicadas para as nossas tropas.
Isto é o que se me oferece dizer e te digo sem raivas mas de algum modo e ao mesmo tempo triste pelas palavras de um amigo que considero, e alegre porque tais palavras tenham servido para daqui dar o meu abraço ao Carmo Vicente.
José Brás

Anónimo disse...

O texto que irei publicar no comentário a seguir, após a leitura do texto de Carlos Fernandes, havia sido enviado antes ao José Dinis, com a estranheza funda pelas palavras do Graça Abeu sobre Carmo Vicente.
Conheço bem o Sargrnto Paraquedista e não vejo como as possa merecer, nem na escrita, nem como soldado.
Por isso aqui fica como comentário ao poste de Carlos Fernando, acrescentando eu que conheci o Cap. Valente dos Santos porque ele acompanhou o Grupo de Forcados do Colégio de Tomar como amigo, tendo sido incentivado a fardar-se, coisa que não aceitou.
O Carlos Fernandes deve ser do tempo do meu irmão Xico Brás, pára ferido em combatre no Quitexe.


José Brás

Anónimo disse...

Ninguém naquela guerra tinha a obrigação de ser herói e, quanto a mim, que a fiz, nem sequer a obrigação moral de a fazer.
Logo AGA, não tinha nenhuma obrigação de ter sido senão o que foi, mais um dos milhares de soldados que passaram naquela terra sem grande história e importantes apenas por eles próprios, seres humanos que nos merecem todo o respeito.
Conheço pessoalmente Carmo Vicente, conheço quase tudo o que escreveu e considero de facto Gadamael um livro exemplar, não porque tenha acrescentado qualidade à literatura portuguesa, na forma, no estilo, na erudição da língua, na técnica de comunicação literária, mas porque é um relato extremamente vivido e vivo das suas andanças pelas antigas colónias de arma na mão.
Quanto a mim, pobre de recursos para analisar e criticar seja lá o que for, na palavra escrita e/ou dita; na declamação de vidas num palco; nas cores, nos volumes, no brilho, na expressão de um uma obra plástica; na soma de cenas que se monta com lógica para nos contar histórias nos filmes, sei lá, ainda assim com grande atrevimento diria que, pelo menos no plano do relato movimentado, quase cinema, conheço poucas coisas melhores que Gadamael, sempre carregado da emoção do combate e não isento de tomar parte, parte numa perspectiva que a vida lhe veio a desenvolver no mato e nos quarteis das cidades.
Eu próprio, sem qualquer complexo de pretenso erudito, já ofereci vários exemplares do Gadamael a intelectuais de Portugal e do estrangeir, sendo até curioso que, actualmente e por isso, não tenho nenhum na minha posse.
Carmo Vicente, sim, além de ter aceitado até voluntariamente a participação, foi um desses heróis que seguraram em mais do que uma ocasião situações complicadas para as nossas tropas.
Isto é o que se me oferece dizer e te digo sem raivas mas de algum modo e ao mesmo tempo triste pelas palavras de um amigo que considero, e alegre porque tais palavras tenham servido para daqui dar o meu abraço ao Carmo Vicente.
José Brás

antonio graça de abreu disse...

Um exemplo apenas do rigor e seriedade intelectual de Carmo Vicente, no seu livro "Gadamael".

Escreve: "Em Caboxanque e Cadique tínhamos sofrido alguns mortos e feridos enquanto fazíamos a protecção dos trabalhadores que construíam a nova estrada asfaltada entre Cadique e Jemberém. Uma distância de pouco mais de trezes quilómetros que nos ficou à razão por um morto por quilómetro. Encontrávamo-nos terrivelmente cansados, depois daqueles três meses de mato e esperávamos descansar. Porém, não era o que pensava o nosso comandante de batalhão. Ele tinha passado os últimos três meses em Bissau e Cufar, fazendo a guerra com umas cervejas frescas na frente, bebendo à medida que ia estudando os mapas… não vale a pena perder tempo a demonstrar a estupidez militarista deste homem. Não era o único, havia-os ainda piores do que ele. Existiram na guerra colonial centenas de comandantes iguais que se guindaram à custa do sangue, do suor e das lágrimas dos homens que comandavam… O comandante do BCP 12 tinha oferecido os pára-quedistas a Spínola, talvez na mira de apanhar mais algumas armas, mesmo que para isso tivesse que sacrificar a vida dos homens que comandava”.


O Zé Brás está com o Carmo Vicente, o Zé Dinis acho que também.
Cada um fica na sua.
Eu não estou com o Carmo Vicente.
Abraço,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...

Para terminar, e porque estamos a falar de uma guerra e não de um banquete ao luar, as últimas palavras do Mário Beja Santos na sua crítica ao "Gadamael", post 5030:

"São relatos sofridos, onde não se esconde o ressentimento, são libelos acusatórios, filípicas e catilinárias dirigidas a comandantes e outros, são memórias em carne viva pelo sofrimento dos camaradas e até da população inocente. Há, no entanto, que questionar se o autor mediu as consequências de tanta acusação e tanto despeito, depois do que se escreveu e já não se pode voltar atrás".

Mais um abraço,

António Graça de Abreu
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Anónimo disse...

Sugiro que não escrevam em MAIÚSCULAS.
Além de não se ler muito bem, parece que estão a falar aos gritos.

Anónimo disse...

António Graça Abreu, sabes como gosto de ti, pelo trato que temos tido, sem nos escondermos atrás de sorrisos e palmadinhas nas costas; pelo teu Diário que considero mesmo muito bom, quer do ponto de vista do relato, quer do ponto de vista da construção literária, algumas vezes a beirar um lirismo que sempre parece impossível num Diário; pelos teus poemas, os que escreves e os que traduzes, trazendo ao nosso convívio poetas dessa terra e dessa cultura tão (aparentemente) longe de nós.
E para gostar de ti não tenho necessidade, nem de me amparar em opiniões alheias, nem de me sentir obrigado a dizer sim.
O Carmo Vicente não andou nas três frentes aos caídos, nem recusou nunca o combate como sei que, próximo dele, gente de maior responsabilidade fez. Mesmo contrariado, assumiu sempre o que se dizia ser e hoje nem sei se era ou não, a obrigação de um português.
Viu o diabo, posso garantir-te, e viu também alguns diabos, como eu vi, como provavelmente tu não viste mas viram muitos dos nossos.
A escrita dele talvez reflicta isso mesmo e a revolta contra isso, sobretudo num tempo como aquele em que escreveu e publicou.
Nisso, aliás, se parece um pouco com o Filipe Bento do “Vindimas”, se bem que do ponto de vista literário sejam coisas diferentes.
Hoje não diria o mesmo?
Nem eu o digo dessa forma com alguma raiva à mistura, como podes constatar no que escrevo.
Mas tais diferenças, maturadas pelo tempo, nem negam o passado nem precisam de pedir desculpa a ninguém.
Repito, Carmo Vicente foi um homem de agá grande, como se costuma dizer, serio, valente e cumpridor, apesar da revolta das entranhas que algumas vezes terá sentido e nos contou.
Portanto, meu amigo, não precisamos de ficar nessa de “cada um na sua” porque homens somos nós também, e provavelmente suficientemente inteligentes para entender o dito “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”.
Um abraço
José Brás

Anónimo disse...

Camaradas,
Lá está... a Formação do Conhecimento!
Pelo extracto do livro Gadamael, não vejo porque é que o autor possa ser vilipendiado.
O AGA passou a comissão colocado no CAOP-1, sob o comando do então Cor. Durão, onde exercia uma inexpressiva chefia burocrática sobre um ou dois amanuenses, cfr o seu Diário.
Colou-se ao comandante, que tem exultado, talvez com justiça.
Mas o que sabe da actividade operacional dos páras permite-lhe depreciar, gratuita e ofensivamente, um militar que pode ter passado das boas, só porque escreveu o que lhe ia na alma naqueles momentos?
O AGA é um tipo simpático, pelo que, admito, a leitura apaixonada de Gadamael lhe tenha incutido uma reserva em relação ao autor, tanto mais que não viveu as mesmas experiências.
Por outro lado, também admito, que aquele parágrafo "Vocês, páras, com excepções, carmo vicentes e outros, foram uns combatentes valentes e generosos", não pode aferir qualquer tipo de cobardia ou valentia, antes, a incapacidade para controlar o impulso.
Sobre o conceito de herói, referi ao Zé Brás que adoptei o do Zé Câmara Leme, que se refere aos jovens arrancados das aldeias, onde desde pequenos ajudavam os pais na lavoura, sendo alguns o sustento da família, que eram transportados para África nos porões insalubres, e lá, mal alimentados e em míseras condições, recebiam ordens para tudo, com e sem nexo, por vezes vexando-os,mas que a tudo resistiam, e corajosamente cumpriam as suas tarefas.
Abraços fraternos
JD

antonio graça de abreu disse...

Zé Dinis
É preciso ter um grande estômago para encaixar certos disparates, chamemos-lhe assim, que vais dizendo. Dizes:

"O AGA passou a comissão colocado no CAOP-1, sob o comando do então Cor. Durão, onde exercia uma inexpressiva chefia burocrática sobre um ou dois amanuenses, cfr o seu Diário.
Colou-se ao comandante, que tem exultado, talvez com justiça."

Não te mando para um sítio feio porque todos os camaradas da Guiné me merecem respeito.
Onze meses em Cufar,73/74 sem nenhum coronel Durão. Não fales do que não conheces.
O simplório insulto que fazes cai sobre o autor do simplório insulto, não sobre mim.
Já tens idade para ter juízo.

Abraço, em especial para o Zé Brás.
Que diferença na resposta e comentário do Zé Brás!...

António Graça de Abreu

jteix disse...

O que mais me impressiona nesta estória toda é a cara de terror desta "terrorista" criança, nua e exposta a toda a tropa, nitidamente arrastada pelo 1º Cabo Pára-quedista Carlos Fernandes, este na foto (publicada 2ª vez) com ar de felicidade
de tamanha façanha.
E o que aconteceu á criança, alguém sabe?

cumprim/jteix

antonio disse...

Só uma correcção ao comentário do meu camarada Amílcar Ventura.

A coluna relacionada com a captura da ambulância, que se dirigia de Bajocunda para Copá, infelizmente mais uma vez não chegaria ao seu destino, tendo regressado ao ponto de partida.

Só uma semana depois, chegaria de facto a Copá a coluna que acabou por nos resgatar.

UM abraço do António Rodrigues.
Ex-combatente em Copá.