terça-feira, 23 de novembro de 2010

Guiné 63/74 – P7320: Controvérsias (111): Copá: Quero aqui repor a verdade dos factos! (António Rodrigues, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323)


1. O nosso Camarada António Rodrigues, membro da nossa Tabanca Grande, ex-Soldado Condutor Auto do BCAV 8323,
Copá, 1973/74, autor do manuscrito “Memórias de um Soldado", enviou-nos a seguinte mensagem (que nos chegou através da sua filha, Sandra Rodrigues, e do António Graça de Abreu):

Quero aqui repor a verdade dos factos!
Estimados Amigos e Camaradas da Guiné,

Fazendo jus à palavra de ordem do Blogue (Não deixes que sejam os outros a contar a tua História por ti!) depois de ter lido os livros "No Ocaso da Guerra do Ultramar", de Fernando de Sousa Henriques, e "Guineense Comando Português", de Amadu Bailo Djaló, fiquei deveras estupefacto e com uma espécie de murro no estômago, com as mentiras e enormidades que lamentavelmente o autor do 1º. e o editor do 2º. livros escrevem sobre Copá, deturpando a verdade da História e de alguns factos aí ocorridos.

Ora, eu como protagonista, que junto, com os meus camaradas, vivemos e presenciámos esses mesmos factos, não posso nunca, enquanto viver, permitir que quem quer que seja, escreva mentiras tão torpes, induzindo em erro todos os seus leitores, e por isso quero aqui repor a verdade dos factos, até porque eu e os meus camaradas da altura nos sentimos bastante ofendidos com o que nesses dois livros está escrito sobre o mesmo assunto.

Relativamente ao primeiro caso, no capítulo "Os Derradeiros Dias do Destacamento de Copá" (página 329), o autor escreveu que este destacamento era comandado por um furriel, e termina o capítulo (ao qual dedica cinco páginas) exarando um voto de louvor a esse furriel e aos seus dois ou três acompanhantes que junto dele sempre se mantiveram. [Sobre este livro, vd. também poste do nosso camarada Hélder de Sousa, de 10 de Novembro de 2008].

Diz também que, aí pela segunda quinzena de Fevereiro [de 1974], depois de uns três dias seguidos de assédio forte a Copá e aí a meio de uma tarde que nunca esqueceremos, foram aparecendo aos poucos e em pequenos grupos, ou isoladamente os elementos provindos daquele destacamento. Sem o saberem deixaram para trás o furriel, o fulano das transmissões e não sei se mais alguém.

Nada mais falso do que isto. Senão vejamos:
(i) Na segunda quinzena de Fevereiro de 1974, já não havia um único soldado em Copá, fomos evacuados no dia 12;
(ii) A partir do dia 13 de Janeiro desse ano, a guarnição de Copá ficou constituída por 40 militares todos brancos, pertencentes à 1ª. Companhia do BCav 8323, aquartelada em Bajocunda (o comando do batalhão estava em Pirada), vinte e sete homens do 4º. Pelotão que já lá se encontravam desde 18 de Novembro de 1973 comigo incluído, comandado por um alferes, dois furriéis, quatro primeiros-cabos e vinte soldados;
(iii) A 13 de Janeiro de 74 fomos reforçados com mais 13 homens do 1º. Pelotão da mesma companhia, dois furriéis e onze soldados.

Ora qualquer leitor que desconheça a verdade, ao ler o referido capítulo do livro, fica com a ideia que a quase totalidade destes militares fugiu ou desertou (miseráveis desertores,  como escreve o autor).

A verdade dos factos por mim testemunhada é a seguinte.
- Como atrás referi, o comando do destacamento de Copá sempre pertenceu ao alferes comandante do 4º. Pelotão que lá se encontrava e nunca a um furriel: 1ª. mentira.

- Depois de vários dias seguidos de forte assédio de bombardeamentos a Copá, (estávamos a ser bombardeados todos os dias desde o dia 31 de Janeiro,  dia em que foi abatido um FIAT G91) ficamos com o aquartelamento destruído e com a moral em derrocada,  como escreve o autor (e é verdade) e no dia 9 de Fevereiro, durante mais um bombardeamento, a meio da tarde, 5 camaradas nossos fugiram para Canquelifá,  a cerca de 12 kms de Copá, 4 dos quais regressaram ao amanhecer do dia seguinte (o 5º. recusou-se a regressar e foi sobe prisão para Nova Lamego, donde regressou mais tarde à companhia já em Bajocunda).

Donde se conclui que não houve nenhum furriel que ficasse sozinho em Copá,  acompanhado de 3 homens, porque 35 de nós mantivemo-nos firmes em Copá até ao fim, junto do nosso alferes que de facto nos comandava.
Quando li o livro fiquei bastante irritado, ao sentir que também eu era considerado mais um miserável desertor, o que como se vê pelo exposto não é verdade.

A prová-lo, segue junto uma cópia da ordem de serviço nº. 9 de 12 de Abril 74 da 1ª. CCav / BCav 8323,com um louvor aos 35 que nunca fugiram de Copá.
Ora que eu saiba, quem é desertor não recebe louvores.

Curiosamente, ainda no capítulo do livro referente a Copá, o autor escreve o seguinte (página 332):

Normalmente durante a noite, ouvíamos o roncar de viaturas que deviam proceder ao reabastecimento das diferentes posições no terreno ou, então, à mudança das mesmas com transportes de pessoas, armas e munições.

Esta situação trazia-me preocupado, pois se viessem ao assalto ao nosso aquartelamento a nossa oposição seria difícil, no caso de utilizarem viaturas blindadas, de que já se ouvia falar, uma vez que só dispunha-mos de umas três ou quatro bazucas, usadas nos patrulhamentos e sem nenhum pessoal treinado para a luta anti-carro. Os RPG-2 e RPG-7, usados pelo IN, revelavam-se de manejo mais fácil e eficaz.

Também em Copá se ouvia de vez em quando o roncar dessas viaturas durante a noite.

Ora nós em Copá, no dia 7 para 8 de Janeiro de 74, enfrentámos o assalto do PAIGC ao nosso aquartelamento, precisamente com dois blindados, um dos quais chegou a entrar dentro do aquartelamento e nós na altura,  só com 27 homens (bazucas uma) e muita sorte, lá os conseguimos repelir.
Conclusão: acho que o autor deveria ter pesquisado mais qualquer coisa para escrever a verdade, ainda por cima tendo estado no aquartelamento que estava mais perto de nós e na mesma altura. Quanto ao resto do livro, estou de acordo com o que está escrito em geral.

Lamentavelmente, o editor do livro "Guineense Comando Português" também escreve na página nº. 262 - em nota do editor nº. 291 -, o seguinte:

O destacamento de Copá (da Companhia de Pirada BCav 8323), depois de três dias de intensas flagelações, foi temporariamente abandonado durante a tarde de 13Fev74 pela maioria dos militares da guarnição, que, em fuga se dirigiram para Canquelifá deixando no aquartelamento um furriel e dois ou três camaradas. Na manhã de 14Fev74, os militares foragidos regressaram ao seu destacamento que, depois de armadilhado e minado, foi oficialmente extinto em 05Abr74.

Isto parece-me uma cópia tirada a papel químico do livro "No Ocaso da Guerra do Ultramar". Ora pelo acima exposto mais uma vez isto não corresponde à verdade e tenho pena que isto não venha a ser corrigido quer num quer no outro livro. Comentários para quê: é uma pobreza Franciscana.

Nota final: Soube recentemente, através de uma pessoa que se deslocou à Guiné e a Copá e falou com os guerrilheiros da altura, que lhe disseram que, durante os combates na noite de 7 para 8 de Janeiro de 74, com carros de combate do PAIGC, lhes matamos o comandante que os comandava nessa noite. E a minha conclusão é que esta foi mais uma razão para eles retirarem ao fim de 01,10 horas e assim termos escapado a uma quase eminente captura.

Conclusão, faço votos para que quem escreve sobre estas coisas procure ser bastante mais rigoroso.

Transcrição da ordem de serviço Nº 09 de 12 de Abril de 1974 da 1ª C.CAVª./B. CAVª. 8323.RESERVADO Pág. Nº 74

Continuação da ordem de serviço Nº09 de 12 ABR 74 da 1ª. C.CAVª./B.CAVª. 8323

3º. Louvo os Militares abaixo designados porque:
Tendo feito parte do Destacamento de Copá, sobre o qual o IN desencadeou fortíssimas e a partir de 31 Janeiro, ininterruptas flagelações da maior violência e duração, evidenciando notável serenidade, coragem, capacidade de sofrimento e elevado espírito de missão, constituíram-se como verdadeiros exemplos de virtudes Militares, tendo com a sua atitude, merecido o respeito, consideração e apreço de todos os seus camaradas e superiores, sendo inclusivamente citados pela sua conduta em mensagens expressas por S EXA CMDT CHEFE, escrevendo já uma página para os Factos e Feitos do BCav 8323,que se orgulha de os ter nas suas forças.
Por tais actos, justo se torna que publicamente se dê testemunho do conceito em que a sua conduta é tida, o que faço através do presente louvor.
Às praças são concedidos 10 (dez) dias de licença nos termos do Artº. 107º. do R.D.M.
(O.S. Nº. 55 DO B. CAVª. 8323)

1ª. CCV./ B. CAV. 8323 – 1º. PELOTÃO

- Fur. Milº. Nº. 16891072 – CARLOS EUGÉNIO A. P. SILVA
- ..“..... “..... Nº. 18533372 – JOSÉ CARLOS PEIXOTO MOTRENA
- SOLDADO Nº. 00605573 – CARLOS AMÍLCAR DA C. BARATA
- .......“........ Nº. 01372673 – JOÃO MANUEL DA SILVA FRANCISCO
- .......“........ Nº. 01620173 – MANUEL GERALDES ALEXANDRE
- .......“........ Nº. 02703373 – ANTÓNIO MANUEL PIRES
- .......“........ Nº. 02915273 – MANUEL CARVALHO
- .......“........ Nº. 02965173 – ANTÓNIO JOSÉ CARDOSO GASPAR

1ª. C.CAV/B.CAV 8323 – 4º. PELOTÃO

- ALF. MILº. Nº. 04718772 – MANUEL JOAQUIM BRÁS
- FUR. MILº. Nº. 12876872 – GUILHERME MANUEL ROSAS DA SILVA
- ... “..... “...... Nº. 15767472 – JOSÉ LUÍS FILIPE
- 1º. CABO Nº. 02510373 – FRANCISCO RODRIGUES FERREIRA
- “...... “.... Nº. 02963673 – JAIME DE JESUS TIAGO
- “......“..... Nº. 03151673 – JOÃO GONÇALVES RIBEIRO
- “...... “.... Nº. 17515373 – FERNANDO DE SOUSA DAS NEVES
- SOLDADO Nº. 00235371 – JOSÉ MARIA DA SILVA C. MAIA
- .......“........ Nº. 01004773 – ALFREDO MANUEL DA SILVA TOMÁZ
- .......“........ Nº. 01217273 – JOSÉ BORGES VICTOR
- .......“........ Nº. 01375373 – JOSÉ DO ROSÁRIO FERNANDES
- .......“........ Nº. 01385673 – DOMINGOS DE ALMEIDA
- .......“........ Nº.01591473 – ANTÓNIO CARLOS DE JESUS
- .......“........ Nº. 01703075 – JOÃO REIS SILVA
- .......“........ Nº. 01960473 – CASSIANO PEREIRA DE SOUSA
- .......“........ Nº. 02612773 – MANUEL PIRES ESTÊVÃO
- .......“........ Nº. 02860473 – MANUEL JOSÉ MIRANDA DA SILVA
- .......“........ Nº. 02897673 – ARLINDO MARQUES TEIXEIRA
- .......“........ Nº. 03086073 – ANTÓNIO DE OLIVEIRA LEAL
- .......“........ Nº. 03179673 – GABRIEL VIEIRA DIAS LOBO
- .......“........ Nº. 03203073 – JOÃO FERNANDES PIRES
- .......“........ Nº. 03425073 – JOÃO MANUEL DA SILVA CUSTÓDIO
- .......“........ Nº. 08984273 – FRANCISCO VAZ GONÇALVES
- .......“........ Nº. 17232372 – MANUEL VICENTE ANTUNES
- .......“........ Nº. 17365472 – JOAQUIM MANUEL DOS SANTOS
- .......“........ Nº. 03566873 – FRANCISCO ANTÓNIO DE BRITO
- .......“........ Nº. 01852273 – ANTÓNIO RODRIGUES

4º. Louvo o 1º. Cabo Enfermeiro Nº. 15226573 – José Manuel Magalhães Teixeira porque, fazendo parte da força que, em 07JAN74 foi fortemente emboscada na picada para Copá e apesar de ferido, encontrou força e ânimo para mesmo nessa situação continuar a tratar dos vários feridos e relegando-se a si próprio para último lugar, quando já exausto, terminara praticamente a sua Missão.
Evidenciou assim o 1º. Cabo Teixeira, notável estoicismo e abnegação que importa realçar, o que faço através do presente louvor, que ao abrigo do Artº. 107º. do R.D.M., é acompanhado de 10 (dez) dias de licença. (O. S. Nº. 72 DO B. CAVª. 8323)

RESERVADO

Forte abraço para todos os Ex-Combatentes.
António Rodrigues
Sold Cond Auto do BCAV 8323
__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:

13 de Novembro de 2010 > Guiné 63/74 – P7277: Controvérsias (110): O que era ser ranger entre 1960 e 1974? (3) (Pedro Neves, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 4745)

22 comentários:

Manuel Joaquim disse...

Oh meu deus!

Como foi possível que a chegada de cinco soldados, após 12 Km de marcha(fuga),se transforme em "...foram aparecendo aos poucos e em pequenos grupos ou isoladamente ... "! Aceitando a versão do António Rodrigues como a verdadeira ( eu aceito ), parece que anda por aí alguém que quis imitar Cristo ("multiplicação dos pães")com uma multiplicação de soldados!
E a história do abandono de Copá?!!! Como é possível dizer coisas tão afastadas da realidade?(acredito neste P7320 do AR) E, mais grave, tão atentatórias da dignidade de camaradas combatentes?!!!

Manuel Joaquim disse...

Caros camaradas

As minhas afirmações anteriores não têm em conta o que o camarada A. Rodrigues diz sobre o editor do livro de Amadu Djaló que, no meu entender, tomou como fidedigna(s) a(s)fonte(s)que consultou.E nada mais. E, como é óbvio, parto do princípio de que a transcrição que o AR faz do livro "No Ocaso da Guerra do Ultramar" está correta.

Agora um pouco de matemática (conjuntos):
São 5 homens,em pequenos grupos(mais do que um grupo)ou isoladamente. Só pode ter estas soluções: 1+2+2 ou 2+2+1 ou 2+1+2

Abraço a todos

antonio barbosa disse...

Bravo Antonio Rodrigues
A verdade deverá sempre ser reposta, pois infelizmente a Guerra Colonial tornou-se um negócio com lucro fácil para escribas que sem conhecimento de causa se atrevem a por de rastos o bom nome dos valorosos soldados portugueses, nunca em tão pouco tempo apareceram tantos escritores e romancistas, parem de brincar com a dignidade dos COMBATENTES e
quando quizerem fazer algo de bom e sério façam pesquiza e deixem-se do diz que disse
Um grande abraço
ANTONIO BARBOSA Cabuca 73/74

Luís Graça disse...

Amigos e camaradas:

Releiam o poste de 7 de Março de 2009
Guiné 63/74 - P3995: Os bravos de Copá e um caso de... 'abuso de confiança' (António Graça de Abreu / António Rodrigues)


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/03/guine-6374-p3995-os-bravos-de-copa-e-um.html

Luís Graça disse...

Recorde-se aqui como o nosso amigo e camarada António Graça de Abreu descobriu a marosca do Benigno:


(...) "Tenho uma casinha humilde em S. Miguel de Alcainça, a meio caminho entre a Malveira e Mafra. Há quase um ano atrás, descobri que o homem do único talho existente na aldeia tinha na montra (o talho de Alcainça tem uma montra!) dois pratos de faiança pintada comemorativos de encontros do seu BCav 8323, que esteve na Guiné em 1973/74 (Paunca, Pirada, Bajucunda, Buruntuma, Copá).
- Então como é, meu caro amigo e camarada, conte-me estórias dessa fase final da guerra na Guiné. Eu também por lá andei e escrevi um livrinho sobre esse período que talvez tenha curiosidade em ler.

"Acabei por trocar o meu Diário da Guiné por um quilo de bifes do lombo e um quilo de costoletinhas de borrego, tudo tenrinho e delicioso. Selámos uma amizade.

"E o soldado Joaquim Vicente Silva, meu camarada, dono do talho de Alcainça, fez-me chegar (fotocopiei tudo!) o testemunho escrito em 1984, dez anos após o regresso da Guiné, por um dos homens de Copá, o soldado condutor auto-rodas António Rodrigues. O texto chama-se Memórias de um Soldado e li as fotocópias de um fôlego.

"Como tinha algumas dúvidas sobre pormenores da descrição do António Rodrigues, pedi ao Joaquim Vicente do talho de Alcainça o contacto do Rodrigues. Telefonei para o Porto, falei com o António Rodrigues e fiquei a saber que as Memórias de um Soldado do António Rodrigues haviam sido publicadas em livro 'escritas' por um tal Benigno Fernando, sob o título O Princípio do Fim.

"Com a justificação de corrigir um ou outro erro de português e melhorar o estilo, o Benigno Fernando, nascido em 1960 e que nunca foi à Guiné, apropriou-se da prosa excelente, sentida, do António Rodrigues e, quase sem mudar uma palavra do texto, transformou-a num livro em que passa por ser o autor, com o semi-bombástico título de O Princípio do Fim.

"Para mostrar a sua 'honestidade', o Benigno Fernando, no fim da 'sua obra', pag. 75, numa linha do posfácio despercebida entre muitas outras, escreveu: 'Esta história só foi possível ser escrita com a colaboração do António Rodrigues, ex-combatente da guerra colonial na Guiné' " (...)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/03/guine-6374-p3995-os-bravos-de-copa-e-um.html

Anónimo disse...

Caros Camaradas
Há que repor sempre a verdade dos factos, doa quem doer.
Acima de tudo sempre a VERDADE.
Nós Combatentes, é que escrevemos a verdadeira história da Guerra Colonial.
Alfa Bravo
Luís Borrega

Pereira da Costa disse...

Caro amigo António Rodrigues no meu blogue vai ser contada a actividade operacional do teu batalhão e em especial com a do 4.º Pelotão, complementada com o teu livro.
Vai ser deste modo para que toda a gente conheça a verdade de uma vez para sempre.
Existem comentários aos teus postes anteriores, de pessoas que se dizem que estiveram aqui, tiveram grande esxperiência de combate e põem em dúvida alguns dos factos que reproduzes do teu livro «Memórias de um Soldado»
Em breve receberás notícias minhas
João Maria Pereira da Costa
ex-fur mil ope.info (CIOE68) - Piche - Bart 2857
Um abraço e ouvidos moucos.

Luís Graça disse...

Não sei como estão as "contas" do António Rodrigues com o Benigno Fernando que terá abusado da sua confiança e se terá apropriado de um manuscrito seu ("Memórias de um soldado")para escrever e publicar o livro "No Princípio do Fim" (Porto, Campo das Letras, 2001).

Neste poste não está agora em causa o "amigo" Benigno, mas Fernando de Sousa Henriques (um continental radicado nos Açores, S. Miguel), autor de "No acaso da guerra do Utramar" bem como o editor de "Comando, Guineense, Português" (por causa apenas de uma nota de pé de página sobre Copá).

Anónimo disse...

É evidente que António Rodrigues tem toda a razão para se sentir profundamente indignado: já não bastara o roubo da autoria do livro (passou somente a colaborador!!!) - tão oportunamente denunciado por AGA - para agora ver três dezenas e meia de camaradas seus acusados de deserção, quando foram HERÓIS com maiúscula em em toda a acepção da palavra. É que, por muito que se queira pôr em dúvida o escrito por AR, há uma prova insofismável: o louvor com os nomes dos que lá permaneceram (com os cinco que não aguentaram a pressão teríamos então os 40 de que nos fala - 27+13).
Não sei se Fernando Henriques faz alguma chamada de atenção prévia sobre possíveis lapsos nas páginas do livro, que não é, presumo, uma obra de História, mas um repositório de memórias.
Mas, como tenho uma visão optimista sobre a natureza humana, acredito que os "caminhos da memória" o tenham traído. E que se deve sentir triste por tal ter acontecido.
Mesmo assim, não deixa de ser uma situação lamentável, pois, felizmente, os nossos camaradas que passaram por tão dramáticos acontecimentos estão ainda entre nós e, certamente, de boa saúde. Assim o espero sinceramente.
É possível que Fernando Henriques acompanhe o blogue, até porque é presidente do Núcleo da Liga dos Combatentes nos Açores.
Um abraço,
Carlos Cordeiro

Luís Graça disse...

António (Rodrigues):

Antes de mais, a continuação das tuas melhoras, da tua recuperação (Sei que foste à faca, recentemente, e que estando no "estaleiro" te deu para escrever....).

Não nos acompanhas com assiduidade, porque não ainda te sentes familiarizado com os computadores e a Internet... Mas lá chegarás com a ajuda da tua filha Sofia...

Quero que fiques ciente que, no teu/nosso blogue, foste tratado como um "bravo", tu e os teus camaradas... Vê este poste, a seguir, com mais de ano e meio...

Um Abraço. Luís Graça

PS - Tens o nosso blogue para publicar, no todo ou em parte, o teu manuscrito, "Memórias de um soldado"... O António Graça de Abreu poderá dar-te uma ajuda na edição do texto. O resto é connosco.

_________________

7 de Março de 2009
Guiné 63/74 - P3995: Os bravos de Copá e um caso de... 'abuso de confiança' (António Graça de Abreu / António Rodrigues)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/03/guine-6374-p3995-os-bravos-de-copa-e-um.html


Um Abraço. Luís Graça

Anónimo disse...

Caro António Rodrigues,
Lamentável o que fizeram consigo, no entanto, espero que não desanime e siga em frente com a publicação de "Memórias de um Soldado", aqui neste espaço, que acredito todos vão gostar de ler.
Votos de rápidas melhoras
Filomena

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo António Rodrigues

Nem sei o que te dizer, a não ser que me permitas que te dê um grande abraço.

Tento calcular o que deves sentir, mas não me é fácil imaginar.

Queria escrever mais palavras, mas porra, não me sai nada a não ser indignação!!!

Talvez depois, sem o sangue a ferver!!!

Um grande camarigo e repetido abraço

Sinto orgulho em escrever neste mesmo espaço em que tu também escreves.

antonio graça de abreu disse...

Meus caros

Estão a ver como a nossa História 73/74 tem sido falsificada?
A derrota militar em Guileje, em Copá, na Guiné, patati, patatá...
A ofensa que fazem a todos nós que aguentámos dignamente até 25 de Abril de 1974. Com 240 aquartelamentos em toda a Guiné, um, apenas um, Guileje foi abandonado por medo do inimigo, o outro Copá, com apenas 40 homens,foi desactivado (mas todo armadilhado!) por razões de pura estratégia.
Quase 40 homens aguentaram heroicamente em Copá, ali juntinho à fronteira da Guiné-Conacry, de onde vinham os guerrilheiros do PAIGC, com tanques e tudo. Não tiveram um morto. Retiraram porque
o suicídio colectivo não é heroicidade, é estupidez.

Vamos respeitar a História e os homens que a fizeram, portugueses guerrilheiros e povos da Guiné, 1972/74.

Abraço,

António Graça de Abreu

Carlos Silva disse...

Amigos & Camaradas

Apesar de atrasado e como sou defensor que a história deve ser narrada de verdade ou tão próxima da verdade quanto possível, reparo que o nosso camarada António Rodrigues contesta o nosso camarada Fernando Sousa Henriques autor do Livro "No Ocaso da Guerra do Ultramar" no que se refere apenas ao Comando do Destacamento de Copá, que 2º ele não era comandado por um Furriel, mas sim por um Alferes que presumo fosse o Alf Mil Manuel Brás indicado na lista e pouco mais mais contesta em termos relevantes se é que contesta, caso de datas, o que fico na dúvida.
Fala apenas em 5 camaradas fugitivos, tendo regressado 4 e ficando um em Canquelifá.
Contudo, pelo que li do livro, presumo que houve mais fugitivos, de acordo com o que lá está escrito pelo Autor que estava presente, 2º depreende da leitura do livro, e o Manuel Joaquim, 1º comentador coloca no 1ºcomentário e que O António Rodrigues não responde.
Afinal em que ficámos, apenas 5 fugitivos? ou mais? Como se depreende da leitura do livro? Quantos, afinal? Nesta parte o Fernando Henriques também está a mentir? O António Rodrigues diz que regressaram 4 no dia seguinte. Regressaram nas mesmas condições em que fugiram? Ou foram conduzidos pelos camaradas de Canquelifá?
Estando um Alferes a comandar o Destacamento, o mesmo não se deu conta da fuga? E depois de dar-se conta do sucedido o mesmo não actuou em conformidade tentando saber do seu paradeiro?
O nosso camarada Fernando Sousa, que assistiu em parte à história aqui narrada, pois viu os grupos de camaradas a chegarem a Canquelifá, pese embora não estar em Copá, mas aquando da altura em que escreveu o livro, por acaso não não entrou em contacto com o António Rodrigues e com outros camaradas para melhor se aperceber dos acontecimentos e preparar-se para escrever o Capítulo em causa?
Enfim, para mim, sem pôr em causa que houve uma deserção do Destacamento de Copá, os factos sobre esta História não estão suficientemente narrados e esclarecidos, bem como me admira, o responsável pelo Destacamento não saltar a terreiro face a eventuais deturpações aqui chamadas à colação.
Deste modo gostaria de ver todas estas questões esclarecidas pelo António Rodrigues que para além de ser o protagonista viveu tais factos.
Com um abraço amigo
Carlos Silva

Unknown disse...

Os derradeiros dias do Destacamento de Copà

Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.

Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...

Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.

...

Fernando Henriques

Unknown disse...

Os derradeiros dias do Destacamento de Copà

Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.

Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...

Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.

Fernando Henriques

Unknown disse...

Os derradeiros dias do Destacamento de Copà

Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.

Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...

Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.

Fernando Henriques

Unknown disse...

Os derradeiros dias do Destacamento de Copà

Tendo sido alertado por um Camarada amigo para uns comentários à volta do meu Livro “No Ocaso da Guerra do Ultramar”, mais precisamente na parte respeitante ao Capítulo “Os derradeiros dias do Destacamento de Copà”, procurei ver do que se tratava.
Devido a uma série de actividades e a dois trabalhos que estou a ultimar neste momento, só agora passo a responder e de forma sucinta.

Não querendo entrar em diálogo, nem fazer especulações e evitando excessivo protagonismo, tenho de referir:
1 - Jantei com o Camarada António Rodrigues, no Porto, em Julho passado, a convite de um amigo comum;
2 - Aí o conheci, tendo-me este relatado o que se passara do lado dele em Copà, dando-lhe eu a minha ideia daquilo que pensava que se estava a passar;
3 - Entendemo-nos bem, pelo que agora fiquei admirado pela forma como refere sentir-se ofendido, tanto mais que fora eu a despoletar no meu livro a situação de Copà que estava perfeitamente esquecida e que achei não dever passar em claro, pois eram factos que se desenrolaram nas proximidades do meu aquartelamento. Isto em detrimento de mais de cem páginas que deixei ficar de fora devido ao elevado número das mesmas que este já continha (483 pgs.);
4 - Quanto a ter considerado ser um Furriel a comandar Copà é porque só este é que aparecia nas transmissões rádio, aquando dos ataques àquele Destacamento. Pena é o Capitão da minha Companhia ter falecido, porque ele é que se situava no Abrigo das Transmissões, quando decorriam os ataques. Não sabia até que tinham existido dois Alferes em Copà e que os Milícias deles os tinham abandonado.
5 - Não duvido que Copà tenha sido abandonada em 12 de Fevereiro, pois como estávamos sujeitos, igualmente, a intensa acção da Guerrilha, sofrendo fortes ataques de foguetões, de canhão sem recuo e de morteiro 120, não havia disposição “nem aço”, para se assentar datas ou quaisquer dados, pois nem se sabia se se iria sair dali com vida.
Será erro grave a distância que separa o dia 12 da segunda quinzena (15) de Fevereiro? Uma coisa é certa: nesse dia senti-me mais só no Leste, pois aqueles meus Camaradas tinham partido.
6 - Efectivamente supunha que em Copà só existisse ums Secção reforçada e não os tais 40 militares brancos, o que já pressupunha alguma actividade operacional, como aquela que a minha Companhia veio a desenvolver ao longo de toda a sua Comissão, se bem que lá para Fevereiro de 1974 cada Pelotão só contasse com cerca de 12 militares operacionais.
7 - Claro que a referência feita aos desertores nunca foi extensiva aos restantes militares, pois estes até tinham sido abandonados. Só enfia o barrete quem quer!...

Julguei que tudo isto tinha ficado bem claro, na longa conversa que mantive com o Condutor Auto António Rodrigues. No final desta nossa conversa até me disponibilizei para o ajudar a editar o que ele tinha escrito.

Fernando Henriques

Unknown disse...

A complementar não posso deixar ainda de referir:

1 - Desconhecia que a passagem dos elementos da Companhia de Bajocunda por Copà fora efémera, já que se situara entre 18 de Novembro de 1973 e 12 de Fevereiro de 1974 (escassos 3 meses), enquanto que a C.Caç. 3545 se encontrava em Canquelifá desde Abril de 1972 e ali se manteve até Maio de 1974, arrostando com a forte pressão de luta armada que o IN impunha (ataques, minas, emboscadas, etc.), para além dos seus Homens terem percorrido milhares de quilómetros a pé percorrendo toda a sua Zona de Acção – estes sim, autênticos super-heróis “desconhecidos”;
2 - Desconhecia, sem nunca pôr em causa tal situação, que fossem louvados nominalmente todos os militares que compunham a Guarnição de Copà, enquanto que os que sofreram em Canquelifá tiveram um louvor gerala nível de Companhia, atribuído pelas instâncias superiores, com excepção de uns poucos Camaradas que, tal como eu, tiveram mais sorte, tendo recebido diversos louvores;
3 - Desconhecia que se entretinham com caçadas, quando tal era estritamente proibido na minha Companhia – aquilo ali não era “bem uma coutada de caça”;
4 - Estranho a falta de actividade operacional, nem que fosse apenas em redor do aquatelamento, pois nalguns patrulhamentos aos marcos fronteiriços apenas se viu actividade do IN, consubstanciada no abandono de inúmeros cunhetes junto a Copà.

A seguir, para os diversos comentadores/críticos lanço uns quantos reptos:
1 - Não cedam à crítica fácil, mas falaciosa, sem conhecerem os factos e olhem para os que foram de facto operacionais, pois deixam uma triste imagem que em nada enaltece os Combatentes;
2 - Querem que os outros investiguem e nunca falhem, mas gostaria, por exemplo, que aquele que refere Copà e a “vizinha Guiné-Conacri” fizesse esse “patrulhamento” a pé e apenas com um cantil de água… e uma sandes para a viagem…. – não desacreditem os Combatentes;
3 - Escrevam um Livro sobre a Vossa Comissão de Serviço Militar Obrigatória, para assim a História poder ser contada com a verdade que pretendem.
Parabéns ao António Rodrigues por aquilo que escreveu.
4 - Leiam o meu Livro, que continua a ser de factos, e depois critiquem-no, pois isso é importante para mim.

A finalizar quero pedir desculpa a alguém que se possa sentir magoado com algumas das afirmações produzidas, garantindo desde já que serão rectificadas em possíveis futuras edições as gralhas que conduziram a este pequeno quiproquó.

Fernando Henriques

Unknown disse...

A complementar não posso deixar ainda de referir:

1 - Desconhecia que a passagem dos elementos da Companhia de Bajocunda por Copà fora efémera, já que se situara entre 18 de Novembro de 1973 e 12 de Fevereiro de 1974 (escassos 3 meses), enquanto que a C.Caç. 3545 se encontrava em Canquelifá desde Abril de 1972 e ali se manteve até Maio de 1974, arrostando com a forte pressão de luta armada que o IN impunha (ataques, minas, emboscadas, etc.), para além dos seus Homens terem percorrido milhares de quilómetros a pé percorrendo toda a sua Zona de Acção – estes sim, autênticos super-heróis “desconhecidos”;
2 - Desconhecia, sem nunca pôr em causa tal situação, que fossem louvados nominalmente todos os militares que compunham a Guarnição de Copà, enquanto que os que sofreram em Canquelifá tiveram um louvor gerala nível de Companhia, atribuído pelas instâncias superiores, com excepção de uns poucos Camaradas que, tal como eu, tiveram mais sorte, tendo recebido diversos louvores;
3 - Desconhecia que se entretinham com caçadas, quando tal era estritamente proibido na minha Companhia – aquilo ali não era “bem uma coutada de caça”;
4 - Estranho a falta de actividade operacional, nem que fosse apenas em redor do aquatelamento, pois nalguns patrulhamentos aos marcos fronteiriços apenas se viu actividade do IN, consubstanciada no abandono de inúmeros cunhetes junto a Copà.

A seguir, para os diversos comentadores/críticos lanço uns quantos reptos:
1 - Não cedam à crítica fácil, mas falaciosa, sem conhecerem os factos e olhem para os que foram de facto operacionais, pois deixam uma triste imagem que em nada enaltece os Combatentes;
2 - Querem que os outros investiguem e nunca falhem, mas gostaria, por exemplo, que aquele que refere Copà e a “vizinha Guiné-Conacri” fizesse esse “patrulhamento” a pé e apenas com um cantil de água… e uma sandes para a viagem…. – não desacreditem os Combatentes;
3 - Escrevam um Livro sobre a Vossa Comissão de Serviço Militar Obrigatória, para assim a História poder ser contada com a verdade que pretendem.
Parabéns ao António Rodrigues por aquilo que escreveu.
4 - Leiam o meu Livro, que continua a ser de factos, e depois critiquem-no, pois isso é importante para mim.

A finalizar quero pedir desculpa a alguém que se possa sentir magoado com algumas das afirmações produzidas, garantindo desde já que serão rectificadas em possíveis futuras edições as gralhas que conduziram a este pequeno quiproquó.

Fernando Henriques

Anónimo disse...

Olá, António Rodrigues,
Acredito sinceramente no que escreveste sobre o que se passou em Copá, em 1974.
Resistiram, não abandonaram!
Foste injustamente tratado.
Um grande abraço,
Um Santo Natal e Feliz Ano Novo.
José Pechorro
Ex. 1º Cabo Op Cripto
CCaç 19 – Guidage - Maio 1973

opinioesanalisesecomentarios.blogspotot.pt disse...

É triste tantos comentadores, tantos autores, tantos editores, tanta gente inteligente, mas quando não saibam concretamente o que se passou, fazem melhor estarem calados.
Façam pesquisa.
Quanto ao senhor Luís Graça mais uma vez continua a por manteiga nos assuntos.
No meu caso com o seu amigo Santiago nem se deu ao trabalho de pedir desculpa. Teve que ser o Vinhal aflorando o assunto para não melindrar o comportamento verbal do seu amigo.
É por estas e por outras razões que nem pertenço ao blogue nem escrevo para o mesmo.
Pereira da Costa
ex-Fur mil Oper Info (CIOE68) CCS/BART 2857 - Piche - 1968 a 1970