sábado, 10 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6711: Ser solidário (79): Campanha para abrir 10 poços de água e construir 10 fontanários na Guiné-Bissau. Segundo poço em Medjo (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira, com data de 4 de Julho de 2010:

Caríssimos amigos.
Peço desculpa por estar a ser tão chato, mas... a causa é linda.

Vamos arrancar com a campanha de angariação de fundos para a abertura do segundo poço na mata do Cantanhêz.

A AD propôs que fosse em Medjo. Melhor que qualquer de nós, o Pepito sabe onde a necessidade é maior.

Vamos seguir em frente.

Peço o favor de passarem no blogue a informação que segue.

Abraço fraterno do
José Teixeira


Medjo

Campanha para abrir dez poços de água e construir 10 fontanários em tabancas no interior da Guiné – Bissau

Como tem sido dado conhecimento através deste blogue, a Tabanca Pequena – Grupo de amigos da Guiné-Bissau, tem vindo a desenvolver com a ajuda preciosa de alguns dos combatentes, um projecto que visa dotar 10 tabancas do interior da Guiné com água potável através da abertura de poços e a montagem de fontanários.

A construção do primeiro poço está em marcha em AMINDARA na Mata do Cantanhez.
É altura de pensarmos no poço seguinte.

Mais uma vez contamos com a ajuda da AD - Acção para o Desenvolvimento, que foi ao terreno e localizou outra tabanca que precisa de água potável, pois tem de a ir buscar a um lugar afastado e cuja qualidade em termos de saúde humana é duvidosa.

MEDJO ou Mejo, perto de Guiledge, uma tabanca que o General Spínola mandou evacuar em Meados de 1968, foi a tabanca escolhida.

Sei que há camaradas que estacionaram em Medjo. Outros passaram por lá em patrulhamentos. Eu ainda ouvi algumas vezes, quando estava em Mampatá, segundo me diziam os nativos, os rebentamentos nos ataques à povoação.

Agora vamos pensar seriamente em criar condições à população que ali vive para que a curto prazo tenha água potável, através do fontanário que ali vamos montar com a vossa ajuda.
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Nota de CV:

(*) Vd. poste de 9 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6702: Ser solidário (78): Campanha para abrir 10 poços de água e construir 10 fontanários na Guiné-Bissau. Primeira fase, Amindara (José Teixeira)

Guiné 63/74 - P6710: In Memoriam (48): Adelino da Silva Sineiro da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67 (Vasco Santos)


1. O nosso Camarada Vasco Santos, ex-1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6, Bedanda - 1972/73 -, enviou-nos uma mensagem triste e fúnebre, em data de 11 de Julho de 2010, que passamos publicar:

Camaradas,

Embora não fazendo parte da Tabanca Grande, gostaria que publicassem a foto, em anexo, de um Camarada nosso que faleceu no passado dia 2.


Este meu pedido deve-se ao facto de este nosso Camarada ter sido meu amigo pessoal, ter cumprido, tal como nós, o seu Serviço Militar Obrigatório na Guiné, nos anos de 1965/1967 e, além disso, era o porta-estandarte da nossa Associação regional de ex-Combatentes da cidade de Vila do Conde.

Os dados que dele consegui reunir são:

Nome: Adelino da Silva Sineiro
Inicio da comissão: 27 de Abril de 1965
Fim da comissão: 8 de Fevereiro de 1967
Integrou a: CCAÇ 798
Localidade: Gadamael Porto

Que descanse em paz e aproveito para apresentar as sentidas condolências aos seus entes queridos.
Os meus agradecimentos.

Um abraço,
Vasco Santos
1º Cabo Op Cripto da CCAÇ 6

Emblema da colecção pessoal: © Carlos Coutinho (2010). Direitos reservados.
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Notas de M.R.:

Guiné 63/74 - P6709: Tabanca Grande (228): António Branco, ex-1.º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16, Bachile, 1972/74

1. Mensagem de António Branco*, ex-1.º Cabo Reab Mat da CCAÇ 16, Bachile, 1972/74, com data de 7 de Julho de 2010:

Estimados editores
A vossa permissão para entrar nesta enorme e solidária tabanca

Sou o ex-1.º Cabo Reabastecimento de Material e fiz a minha recruta em Lisboa no antigo RAL1, depois fui fazer a especialidade no Entroncamento na CDMM de onde segui para Sacavém para a EPSM e de seguida mobilizado para a Guiné onde iniciei a minha comissão de serviço em rendição individual no período compreendido entre 5 de Junho de 1972 e 16 de Março de 1974 e foram meus comandantes de companhia o capitão José Mendes Fernandes Martins e o capitão Abílio Dias Afonso

Durante este tempo fui responsável pela arrecadação de armamento e fardamento da CCAÇ 16, sob a orientação do ex-2.º Sargento António Joaquim Guerreiro e fiz ainda uns part times no bar de sargentos e no bar de oficiais.

Agora, só mais umas notas pessoais: Sou natural de Lisboa onde nasci em 24-06-1950 e onde ainda resido.

Estou presentemente reformado após ter passado por um período de três anos desempregado e sem poder exercer a minha actividade na área do sector automóvel que iniciei com quatorze anos.

Na sequência da situação de desempregado, ocupei o tempo disponível melhorando o meu nível de escolaridade completando o ensino secundário e consequentemente entrei no mundo das novas tecnologias.

Foi assim que acedi ao blogue que faz já parte dos meus favoritos e que visito diariamente pois sou fã incondicional de tudo o que diz respeito à Guiné e muito particularmente ao Bachile e à CCAÇ 16.

E foi através desta enorme família residente na tabanca que decorridos 38 anos consegui encontrar lá longe na China o ex-Capitão José Martins, o ex-1.º Cabo Operador Cripto Miranda, o ex-Furriel Bernardino Parreira, o ex-Furriel José Romão e mais recentemente o ex-1.º Cabo Mecânico Auto João Pereira.

Espero enquanto é tempo e com a colaboração de todos vir a encontrar ainda mais camaradas para que possamos tantos anos depois, recordar uma experiência de vida extraordinária com um grupo de pessoas maravilhosas e numa terra que me marcou imenso e que adorei muito em particular o seu povo.

Não me alongo mais, prometendo que pontualmente irei recorrer à minha memória de forma a partilhar com os camaradas a minha experiência no Chão Manjaco de forma a contribuir para tornar o nosso blogue ainda mais rico.

A todos os camaradas, um forte abraço
A. Branco


2. Comentário de CV:

Caro António Branco
Ainda bem que decidiste fazer parte da tertúlia do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. O Luís tomou em ombros a feitura e manutenção deste blogue, mas para isso precisa da colaboração de todos nós, ex-combatentes e amigos da Guiné, que em conjunto farão história, estamos certos.

Queremos que nos mandes as tuas fotos, devidamente legendadas, e as tuas histórias para que as possamos publicar.

Fazer parte de uma Unidade de guineenses foi de certeza uma experiência riquíssima para ti. O teu contacto próximo com os naturais, e o facto de seres de rendição individual, deram-te uma visão diferente da dos militares que fizeram a sua comissão integrados nas suas Unidades formadas na Metrópole.
São essas impressões que queremos nos transmitas.

Recebe o tradicional abraço de boas-vindas que te mando em nome da tertúlia.
CV
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6680: O Nosso Livro de Visitas (92): A. Branco, CCAÇ 16, Bachile, chão manjaco, 1971

Vd. último poste da série de 8 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6696: Tabanca Grande (227): José Ferreira da Silva, ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913 (Guiné, 1967/69)

Guiné 63/74 – P6708: Estórias avulsas (38): A minha viagem à Guiné-Bissau 3 (José Casimiro Carvalho, Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350)

1. O nosso Camarada José Casimiro Carvalho (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350 - 1972/74 -, e dos Lacraus de Paunca (CCAÇ 11) - Gadamael, Guileje, Nhacra, Paúnca, enviou-nos mais uma mensagem narrando-nos mais algumas memórias e aspectos da sua inesquecível viagem à Guiné-Bissau:
Camaradas,
Para aqueles que ainda não puderam, ou não quiseram, ir à Guiné anexo algumas fotos, que obtive na minha primeira viagem àquela terra 36 anos depois de lá ter saído, de emblemas e guiões militares que sobrevivem ainda hoje das Unidades portuguesas, que por lá povoaram e combateram o PAIGC entre 1962 e 1974.
Desenhados e construídos por malta engenhosa e habilidosa, com muita queda para as artes, uma boa parte deles continua incólume, apesar dos anos passados mostrando apenas alguns efeitos do natural abandono a que foram votados.
Uns tantos identificam-se de imediato porque as inscrições são inconfundíveis.
Os não identificados constituem um desafio que aqui deixo registado, às memórias de quem com eles privou de perto.
Identifiquem-nos, ok!

Memorial da CART 2338 Memorial da CART 1742
Memorial da CCAÇ 1588
Memorial ao soldado português da CCAÇ 1588
Memorial com os emblemas da CAÇ 1418 (em cima) e (?) à direita Emblema da CAÇ 1418
Emblema de (?)Emblema da CCAÇ 2724
Memorial aos mortos da CCAÇ 1623 (?)
Memorial da CCAÇ 1623
Memorial da CART 2413
Memorial da CCAÇ 1682
Exterior de um expaldão do PEL MORT 2006
Interior de um espaldão do PEL MORT 2006
Memorial do PEL MORT 2006
Emblema do PEL MORT 2006
Memorial ao PEL MORT 3032
Um abraço,
José Carvalho
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350 e CCAÇ 11
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

25 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 – P6467: Estórias avulsas (88): A minha viagem à Guiné-Bissau 2 (José Casimiro Carvalho, Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAV 8350)

Guiné 63/74 - P6707: Notas de leitura (128): A Libertação da Guiné, de Basil Davidson (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso Camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 2 de Julho de 2010:

Queridos amigos,
Era inevitável uma referência a esta obra de Basil Davidson, que correu mundo.
Nem tudo aconteceu conforme se previa no final do livro, mas o conteúdo apologético surtiu efeito, Cabral passou a ser muito mais conhecido no mundo anglófono graças a este texto apologético.

Um abraço do
Mário



A libertação da Guiné: o clássico de Basil Davidson

por Beja Santos

Em 1969, Penguin Books editam The Liberation of Guiné, de Basil Davidson, um publicista britânico que não escondia as suas simpatias pelos movimentos de libertação em luta na África portuguesa. O livro correu mundo, transformou-se no principal cartão-de-visita do partido de Amílcar Cabral em todo o mundo anglófono. Cabral e Davidson estivam reciprocamente. Aliás o prefácio do líder guineense, escrito no Boé, em Outubro de 1968, é de uma extrema beleza e revela profunda admiração: “[Basil Davidson] aceitou todos os riscos e canseiras para poder entrar em contacto, pessoalmente, com o modo de vida actual dos nossos povos. Três vezes entrou no nosso país, onde permaneceu tanto tempo quanto quis, falou com quem lhe apeteceu, viveu a realidade quotidiana da nossa vida e da nossa luta. Juntos usámos as mesmas canoas, os mesmos barcos, os mesmos trilhos do mato; estivemos presentes nas mesmas reuniões; bebemos pelas mesmas cabaças, comemos dos mesmos pratos, atravessámos os memos incontáveis rios do Sul, vadiámos através da mesma lama, lavámo-nos na mesma água, deitámo-nos e levantámo-nos à mesma hora, fomos escoltados pelos mesmos guerrilheiros”.

A viagem/reportagem começa no Quitáfine, fala do napalm lançado pelos Fiat, na travessia dos arrozais e depois o autor faz uma resenha histórica da colonização portuguesa na Guiné até ao levantamento dos grupos anti-colonialistas. Apresenta algum dos líderes políticos e militares como Osvaldo Vieira ou Otto Schacht. Combatentes como Pascoal Alves, um dos principais políticos da frente Sul falam da sua adesão ao partido, da luta ideológica dos primeiros tempos, dos medos, das alterações que se operaram no mapa. Basil Davidson evidencia as analogias que vai encontrando entre a luta do PAIGC e o combate que presenciou na Jugoslávia, durante a II Guerra Mundial, e a resistência dos vietnamitas perante os norte-americanos. Regista as conversas de Cabral em toda a região do Quitáfine, por onde vão passando. Fala das Lojas do Povo, da nova organização instalada nas chamadas regiões libertadas. O combatente Armando Ramos diz: “Chamamos zona libertada a uma área em que temos controlo quotidiano, em que apenas excepcionalmente temos de usar o nosso exército para neutralizar uma possível sortida portuguesa a partir de uma dessas guarnições e em que a população está mobilizada para o nosso lado, tanto no sentido político como no sentido militar da palavra. Outro activista do PAIGC, António Bana, fala da mobilização dos camponeses e da sensibilização dos homens grandes, a partir de 1960. A aceitarmos os dados expressos do Davidson, a acção doutrinária do PAIGC fermentou cerca de três anos eclodir a luta armada e a separação dos campos. Cabral e os outros dirigentes falam dos fulas e da sua ligação às autoridades portuguesas, isto quando visitam as zonas do Sudoeste. Os ataques maciços a Beli são explicados pormenorizadamente até ao abandono do aquartelamento, que irá isolar Madina do Boé (também abandonado em Fevereiro de 1969). Cabral vai contando a Davidson como está organizado o PAIGC nas suas bases exteriores, sobretudo a partir de Conacri, como são formados os quadros na Academia de Nanquim, e nos centros de Moscovo e Praga. Revela que em Outubro de 1967 cerca de 500 quadros frequentavam cursos na URSS e na Europa oriental.

Tratando-se de uma obra de divulgação, Davidson dá conta da evolução do pensamento político de Cabral e das principais etapas da política diplomática, da chegada do equipamento militar e da estratégia de guerrilhas centrada em dois objectivos: desarticulação da economia e dos transportes dos portugueses e construção da economia das zonas libertadas.

Escusado é dizer que estamos perante uma obra panfletária, apologética, Amílcar Cabral é o centro da placa giratória, destaca-se o crescendo da guerra que leva inclusivamente ao ataque do aeroporto de Bissau, no início de 1968. Na derradeira conversa entre Davidson e Cabral fica claro que o PAIGC estava pronto a negociar uma retirada pacífica dos portugueses, estes tinham-se metido num dilema infernal, sabiam que já não podiam recuperar o controlar da Guiné e temiam que negociar a independência deste pequeno país iria minar a posição portuguesa em Angola e Moçambique.

“A Libertação da Guiné, aspectos de uma revolução africana”, por Basil Davidson, foi editado pela Livraria Sá da Costa em 1975.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6701: Notas de leitura (127): Caminhos Perdidos na Madrugada, de Fernando Vouga (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P6706: Memória dos lugares (90): Mais postais ilustrados (Parte I): Nova Lamego (ou Gabu) (Agostinho Gaspar)



















Guiné > Nova Lamego (ou Gabu) > "Nova Lamego, Guiné Portugesa".  Colecção "Guiné Portuguesa, nº (?)". (Edição Foto Serra, C.P. 239 Bissau. Impresso em Portugal,  Imprimarte, SARL).

[Digitalização  e edição de imagem: L.G.]




1. Continuação da publicação de uma selecção de postais ilustrados da Guiné (*), da colecção do nosso camarada Agostinho Gaspar (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, 3.ª CCAÇ/BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1972/74), natural do concelho de Leiria.  

Estas imagens foram obtidas a partir de um único postal ilustrado, igualmente aqui reproduzido, da famosa colecção "Guiné Portuguesa", edição Foto Serra... Já agora, alguém sabe o número do postal, dentro da citada colecção ?


Sobre Nova Lamego e Gabu, temos menos de 100 referências no nosso blogue, no conjunto dos dois descritores,  mesmo assim baixo de outras localidades da Zona Leste como Bambadinca (c. 300),   Mansambo (128) (que, em rigor, não era uma localidade, era apenas um Bu...rako!, que o Torcato Mendonça e o Carlos Marques dos Santos tornaram mundialmente famoso), Bafatá (112), Xime (112),  Galomaro (100), ... Mas mesmo assim mais do que Xitole (82), Saltinho (58), Piche (56), Madina do Boé (51), Pirada (42), Canjadude (41), Geba (40), Fajonquito (32), Canquelifá, Enxalé (30), Contuboel (27), Buruntuma (12), etc., sem ter a preocupação de ser exaustivo.


O António Santos, o Tino Neves e outros camaradas que viveram em Nova Lamego poderão ajudar-nos a completar as legendas das fotos. Por exemplo, onde ficava a fonte da Várzea do Cabo, de 1945... Onde ficava ? Quem será o autor do azulejo ? O que era feito, no nosso tempo,  dos cavalos dos fulas ?

Já devolvi ao Agostinho Gaspar o seu precioso álbum, em Monte Real, no nosso V Encontro Nacional, no passado dia 26. Ei-o aqui, na foto, na ponta esquerda, ao lado da esposa, Maria Isabel, se não me engano... Na ponta direita, está o  José Eduardo Alves e a Maria da Conceição (Leça da Palmeira / Matosinhos)... Espero não ter trocado as esposas, que ainda chegámos à Guiné... (LG)

Foto: © Luís Graça (2010). Direitos reservados.

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 Nota de L.G.:


Vd. último poste da série > 27 de Junho de 2010 >Guiné 63/74 - P6645: Memória dos lugares (80): Bissau, cidadezinha colonial (Parte V) (Agostinho Gaspar)



sexta-feira, 9 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6705: O discurso de António Barreto no dia 10 de Junho de 2010 (5): Não há nada a fazer! (António Martins de Matos)





1. O nosso Camarada António Martins de Matos (ex-Ten Pilav, BA12, Bissalanca, 1972/74, hoje Ten Gen PilAv Res), enviou-nos, em 4 de Julho último, o seguimento da sua mensagem publicado no poste – P6618, a propósito do dia 10 de Junho:


Não há nada a fazer!

Camaradas,

Quando andava na Academia havia um cartaz pregado numa parede que dizia “o Exército é o Espelho da Nação”.
Passada a vaidade e imodéstia de quem inventou tal frase, acredito que as Forças Armadas sempre reflectem o que de bom e de mau se passa no país.
Para que não haja dúvidas em algumas cabeças mais contestárias ou daquelas que gostam de dividir para reinar, sou um militar do Quadro Permanente, o meu suor, a minha coragem e o meu medo sempre foram exactamente iguais ao suor, coragem e medo dos Milicianos de Guidage, Bajocunda, Xitole ou Fulacunda, quer fossem Capitães, Furriéis ou Soldados.

Antes do nosso almoço em Monte Real escrevi um pequeno texto (poste P6618) a tentar demonstrar o que somos e que podemos vir a ser em termos de antigos combatentes.
No entanto acabei de chegar à conclusão que a palavra “podemos” estava fora do contexto, mais apropriado teria sido escrever “poderíamos”.
E porquê?
Porque, aparte algumas palavras de estímulo e encorajamento, tanto em comentários no blogue, como de viva voz, nada mais aconteceu, no fundo estamos conformados com a situação.

Alguém mais distraído dirá numa voz comprometida, “precisamos é de nos organizar”.

Consultado o site do Ministério da Defesa constatei que, não contabilizando as associações clandestinas, existem oficialmente pelo menos 12 (doze) organizações que tratam dos Antigos Combatentes, a saber:
- Liga dos Combatentes (LC),
- Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra (ANPG),
- Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA),
- Associação de Apoio aos Ex-Combatentes Vitimas de Stress de Guerra (APOIAR),
- Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra (APVG),
- Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar (ANCU),
- Associação dos Combatentes do Ultramar Português (ACUP),
- Associação Portuguesa de Ex-Combatentes Militares (APECM),
- Associação Sócio Cultural dos Vila-Condenses Ex-Combatentes do Ultramar (ASCVCU),
- Associação de Comandos,
- Associação de Fuzileiros,
- Associação Reformados e Ex-Militares Ex-Combatentes Portugueses França (ARMCPF),
- Comissão de Ex-Militares Portugueses (OGBL)

Se retirarmos deste conjunto a ADFA, entidade que merece todo o meu respeito, o que fazem as restantes, quem as controla, quem as subsidia, a quem prestam vassalagem?

Ainda tentei aprofundar o tema mas confesso ter logo desistido por frustração ao constatar que uma delas há mais de 35 anos que não consegue estabelecer uma simples lista dos que morreram no Ultramar, outra que diz ter 40.000 sócios e que se orgulha de facultar consultas pós-traumáticas, cobra aos seus associados uma quota anual de 20 euros. (com mais 4 euros já podiam ser sócios do meu Spotem!!!!), outras duas que recebem do Estado um subsidio de 125.000 euros/ano (palpita-me que recebem todas mas confesso já não ter tido vontade para investigar).

No seu comentário o amigo Magalhães Ribeiro referiu uma Federação dos Combatentes que, segundo o jornal Sol de 17Dez2007, terá reunido 5 destas Associações.
O pouco que acabei por encontrar da referida Federação foi através do Jornal de Tondela, “O Beirão”, onde é referido que o seu Presidente também o é da ANCU, que alteraram os Estatutos em 27Março2010, que têm um programa para 2010 baseado em 13 items (quaisquer que eles sejam) e que estão a preparar as comemorações dos 50 anos do inicio da Guerra do Ultramar (deve ser coisa fina).

Perdemos no futebol, ainda não foi desta que os futuros Heróis da Pátria se conseguiram afirmar, não por falta de uns tantos golpes de mão ou investidas contra o inimigo ou mortos no campo da honra, antes pelo facto de não terem marcado uns golitos.
Tivesse a coisa corrido bem e já estava a ver o 10 Junho com uma centena de condecorações, do Madail ao apanha bolas, que as medalhas até já deviam estar em banho-maria.
E pronto, vamos continuar a ler “A Bola”, comentar as transferências, o Moutinho que foi para o Porto, “ganda” malandro, ainda que tenha deixado 11 milhões nos cofres do meu amado Spotem.

Como eu gostava de ter nascido em Inglaterra, nem precisava de ser em Stratford-upon-Avon, qualquer cantinho da “Velha Albion” me servia.
Pelo menos tinha a certeza que as futuras gerações iriam respeitar a minha memória.
Assim, paciência, somos como somos, não há nada a fazer...

http://www.youtube.com/watch?v=lygVz1mjkrI&feature=PlayList&p=0D56ED9BA66D4986&playnext_from=PL&playnext=1&index=7

Um Abraço,
António Martins de Matos
Ten PilAv na BA12
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Nota de M.R.:

Guiné 63/74 - P6704: Contraponto (Alberto Branquinho) (11): Você é preto!?

1. Mensagem do nosso camarada Alberto Branquinho (ex-Alf Mil de Op Esp da CART 1689, , Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69), com data de 4 de Julho de 2010:

Caríssimo Carlos
Estou a enviar junto o texto para o Contraponto (11), com os desejos habituais de saúde e sorte, que não é, propriamente, a sorte ao jogo, mas pode ser, também, incluída.

Um abraço do
Alberto Banquinho




CONTRAPONTO (11)

VOCÊ É PRETO !!!


Foi em Outubro ou Novembro de 1966. Em Lamego e durante o Curso de Operações Especiais – “Rangers”.

Talvez não saibam que, durante o curso, os aspirantes e os furriéis (cabos milicianos?) que o frequentavam eram enquadrados em “parelhas”, ou seja, em grupos de dois. Tentavam assim criar um espírito de entreajuda, companheirismo e sentido de co-responsabilidade. O meu sócio/parelha era cabo-verdiano, há muito residente em Lisboa, de quem fiquei amigo. Reencontrei-o, depois do regresso da Guiné, na Faculdade de Direito de Lisboa, para onde me transferi, depois de ter chegado a Coimbra em plena crise de 1969.

Em Lamego, durante o curso, havia provas individuais mas havia, também, provas em que se funcionava por parelhas.

Numa noite fria e de céu estrelado, sem lua, fomos carregados, de olhos vendados, em camiões de caixa fechada e transportados para muitos quilómetros de Lamego, por estradas e caminhos de terra batida. O camião parava de onde em onde e vinha a ordem: - Salta a parelha n.º x!

A parelha apeava-se, eram tiradas as vendas e era largada num qualquer caminho no meio de um pinhal… sem despedidas. Corrigidos os atacadores das botas, amanhadas as calças, corrigido o aperto o cinto e de canhangulo (velho, inútil e avariado) em bandoleira, havia que decidir que caminho tomar.

- Qual era a missão? –( perguntarão).

Era alcançar Lamego e o CIOE (quartel) o mais rapidamente possível, sendo proibido seguir estradas ou caminhos. Se detectados em infracção por um carro militar, estacionado e de faróis apagados, seríamos recarregados para uns excelentes quilómetros lá mais para trás.

A primeira decisão foi deixar que o camião se afastasse e seguir-lhe o rumo, procurando espaço com alguma visibilidade.

Alguém perguntará: - Porque é que não tentavam orientar-se pela Estrela Polar? – Porque não sabíamos se Lamego estava para Norte, para Sul ou Leste ou Oeste…

A tentação foi fazer batota – seguir a primeira estrada ou caminho onde os primeiros faróis surgissem e encontrar uma placa sinalizadora.
Bem agachados e quietos no meio do mato (“mata” seria mais tarde, na Guiné), evitando ser vistos, enquanto os carros passavam.

Caminhámos, caminhámos sem que surgisse qualquer placa a indicar Lamego ou proximidades.
Discutimos, discutimos. – Se queres ir por aí vai tu. Acho que a luminosidade que se vê além só pode ser Lamego.
Como natural do Alto Douro, eu achava que tinha melhor conhecimento do terreno (Onde foi que, meses mais tarde, eu ouvi isto?).

E foi durante estas andanças que ouvimos um cão ladrar. Mas bem longe. Por entre o arvoredo parecia ver-se uma luz muito fraca tremeluzindo, longe e em baixo. Aparecia e desaparecia. E o ladrar parecia vir desses lados. “- Vamos lá perguntar o caminho”.

Começámos a caminhar na direcção da luz. Agora não havia dúvidas – era uma luz. Fraca, muito fraca. “- Vamos depressa, que eu já estou farto disto”.

O terreno começava a descer de forma pronunciada. Comecei a tactear o que me pareceram ser videiras. Lembrei-me dos socalcos do Douro e, como ele seguia à minha frente, aconselhei:

– Vai devagar. Vê onde pões os pés”. Deixei de o entrever e, depois de um barulho de restolhada, ouvi-o cair e queixar-se.

- Onde estás?” – perguntei, tacteando o chão à minha frente.

- Caí, estou aqui”. Usando o canhangulo, fiz o reconhecimento do chão escuro à minha frente. Toquei em arames e percebi que ele tinha caído em cima dos arames de suporte das videiras e, depois, no chão. Estaria, portanto, dois a três metros abaixo. O enleado dos arames teria amortecido a queda.

- Estás bem?

- Estou todo cagado.

Deixei-me escorregar pelo desnível e aproximei-me. Estava bem.
Agora já não se via a luz.

Continuámos, torneando socalco a socalco. O ladrar estava mais próximo e a encosta era cada vez mais íngreme. A luz voltou a surgir lá mais abaixo, mas fraca e parecia apagar-se de vez em quando.

Afinal, estava mais longe do que parecia.

Em terreno quase plano e aberto surgiu o barulho de água a correr. O cão ladrava já mais fortemente, pressentindo-nos. A luz, embora vacilante, era já bem visível.
Caminhámos ainda mais uns dez a quinze minutos e o cão veio ao nosso encontro, ladrando ameaçador. Assobiei-lhe baixinho para o acalmar. Ouviu-se, então, a voz de um homem:

- Quem vem lá?

- Militares. De Lamego.

- Cheguem-se cá. Cala-te, Leão.

O cão parou de ladrar. Caminhei pela laje de xisto na direcção da porta do casebre de onde vinha a luz. O homem esperava à porta.

- São só vocês?

- Só.

Ouvia-se o forte caudal da água do ribeiro correndo ali bem perto.

- Querem um copo de vinho?

- Agradecemos. Dá licença?

Entrámos, limpando as botas na soleira, com o cão atrás de nós, cheirando-nos, com o focinho colado às botas.

- Sentem-se.

O homem foi buscar uns copos de esmalte, andou uns passos no sentido do marulhar da água que corria junto à parede, passou-os por água, sacudiu-os e entregou-nos.

Quando passou junto ao candeeiro de petróleo, a figura agigantou-se na sombra, contra a parede e telhado. Constatei, então, que o homem estava ali por causa do trabalho na azenha (ou moinho de água, como lhe chamam no sul).

Puxou da garrafa e encheu-me o copo. Quando ia encher o copo do meu companheiro, parou, a olhá-lo. Foi buscar o candeeiro, ergueu-o à altura da cara e, com espanto, exclamou:

- VOCÊ É PRETO !!!

Olhou-me e perguntou:

- E está aqui na tropa?

Fixei-o nos olhos, acenei que sim com a cabeça, ao mesmo tempo que pensava: ”E eu sou Branquinho”.

Bebemos o copo de vinho e, já informados, abalámos na direcção de Lamego.

Alberto Branquinho
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 8 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6562: Contraponto (Alberto Branquinho) (10): Grafia do crioulo da Guiné-Bissau

Guiné 63/74 - P6703: V Convívio da Tabanca Grande (16): A Guiné em Monte Real ou um Encontro de camarigos (Joaquim Mexia Alves)

1. Depois de uma arreliadora avaria nesta máquina infernal (PC), que não sendo muito importante, dele acabamos por depender, dava uma vista de olhos pelo monte do correio acumulado, e eis que encontro esta pérola cintilante, entre as mensagens à espera de tratamento:

Meu caros camarigos editores
Estava para aqui sentado, à distância de quase uma semana do nosso encontro e, de repente surge o anexo!

Eu gostava de vos agradecer a todos, editores, camarigos que connosco estiveram, aos que não puderam estar, e às camarigas que deram a graça a um encontro que corria o risco de ser um "almoço de velhos" nas suas recordações.

Agradecer também a generosidade de todos os que contribuíram para amenizar a falta dos que não puderam estar e que tanta falta fizeram, porque «todos não somos demais»!

Aqui fica a pobreza dum escrito em fraca rima, mas que sai do coração.

Um grande, forte e camarigo abraço, desta vez primeiro para elas, as vossas mulheres que tão bem vos acompanham, e depois para todos os camarigos, mais apertado e com batimento de mãos nas costas!!!
Joaquim

Foi assim que saiu e é assim que vai... se tiver erros, paciência!!!
Monte Real, 2 de Julho de 2010



2. Joaquim Mexia Alves foi o responsável máximo pelo organização dos três últimos Encontros da Tertúlia, que tiveram um êxito assinalado. Este ano não fugiu à regra, apesar das anormais ausências de pessoas inscritas, quase todas devidamente justificadas. Cremos, não voltará a acontecer.
CV

Aspecto do exterior do Palace Hotel de Monte Real, quando se atacavam já as Entradas e se trocavam as primeiras palavras entre camaradas e acompanhantes.


Aqui fica o poema do incansável Mexia Alves*:


A GUINÉ EM MONTE REAL OU UM ENCONTRO DE CAMARIGOS

A manhã nascera auspiciosa!
O Sol já brilhava
mesmo antes de eu abrir os olhos,
que afinal estavam abertos
há longas horas na noite.
“Quem tem responsabilidades
não dorme”,
diz o ditado,
que eu levei à letra
nessa ansiosa e longa noite.
Chego a Monte Real,
discretamente,
não quero ainda ver ninguém,
pois preciso de ultimar listas,
pensar nas palavras,
que hei-de dizer,
mas que depois de pensadas,
não sairão,
ficaram caladas,
porque nessas alturas
apenas manda o coração.
Chego-me então a eles,
aos primeiros,
que já chegaram,
e a conversa começa,
pelo meio dos abraços.
Um aperto de mão aqui,
um beijo dado ali,
nas mulheres que acompanham,
os homens da guerra ida,
e é tal a confusão,
que quase dou beijos também,
aos homens que vão chegando,
pelo meio de embaraços.
Lembras-te de mim?
Eu lembro-me de ti!
Terás estado em Farim?
Ou Mansoa, ou Bafatá?
Eu estive no Pidjiquiti,
Gadamael, Canquelifá.
Surgem os nomes de tanta terra,
estranhos nomes,
de longínquos lugares,
feitos presença agora,
numa nova vivência
de uma já antiga guerra.
Oh pá, e o coiso?
Que é feito dele?
E aquela emboscada,
aquele ataque,
aquela picada,
aquela operação,
aquela noite mal passada,
à espera da evacuação?
Estás mais gordo!
Estás mais magro!
Olha o que estamos todos,
é cada vez mais velhos!
Eh pá,
Aquele nosso amigo,
lá se foi!
Que queres, pá,
todos temos de partir!
Mas sabes do que ele gostava?
Era assim de nos sentir,
de nos acompanhar a falar,
a contar histórias sem fim,
era de nos ouvir a rir.
E o Sol aperta,
o calor traz recordações,
de manhãs que nasciam quentes,
como se não houvesse frio,
ali naquelas paragens.
Fala-se daqueles que lá ficaram,
dos filhos daquelas gentes,
que ao nosso lado lutaram.
Toldam-se os olhos,
aperta-se o coração,
e quase num grito mudo,
dizemos uns para os outros:
hoje não, pá, hoje não!
Finalmente já sentados,
(posso descansar um pouco),
uns conversam,
outros estão calados,
e outros há ainda,
que de tanto falarem,
tem de beber um copo,
atrás de outro copo,
o que parecendo que não,
lhes solta ainda mais a língua!
Ai pecado meu, pecado meu!
E há discursos,
E discursatas,
e homenagens,
e histórias,
e bravatas!
E há quem cante,
e também toque,
quem encante,
e quem também vá…
a reboque!
Serenamente,
elas estão ali,
orgulhosas dos seus homens,
pensando bem no seu intimo:
nem sabes o que eu passei…
apenas e só por ti!
Cai a noite,
o dia chegou ao fim.
Cala-se lentamente o vozear,
há promessas de encontros,
torna-se difícil partir.
Há abraços repetidos,
uma vez e outra vez,
“está no ir, está no ir”,
mas só apetece ficar,
a falar, a recordar,
a contar mais uma história
para a qual já não há tempo,
para o ano,
para o ano, talvez!
Depõe-se as armas,
despem-se os camuflados,
tiram-se as pinturas de guerra,
e apresenta-se um ar “normal”!
É que durante umas horas,
quase sem ninguém se dar conta,
esteve a Guiné toda inteira,
um dia em Monte Real!


Monte Real, 2 de Julho de 2010
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 8 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6697: 20 Anos depois da Guiné, à procura de mim (J. Mexia Alves) (7): Eu sei quem sou

Vd. último poste da série de 2 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6669: V Convívio da Tabanca Grande (11): Caras novas (Parte II): Jorge Araújo, Acácio Correia, Manuel Carmelita, Eduardo Campos, João Malhão Gonçalves, Júlia Neto, Arménio Santos.. (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P6702: Ser solidário (78): Campanha para abrir 10 poços de água e construir 10 fontanários na Guiné-Bissau. Primeira fase, Amindara (José Teixeira)

Mensagem do nosso camarada José Teixeira, com data de 2 de Julho de 2010:

Caríssimos amigos e camaradas
Junto texto e diversas fotos sobre o projecto "Sementes e água potável para a Guiné-Bissau" que permitem apreciar o estado actual da primeira fase do projecto.

Pedia o favor de publicarem no blogue para que todos os camaradas que contribuíram para o projecto possa ter conhecimento do andamento do projecto.

Muito obrigado
José Teixeira



Campanha para abrir dez poços de água e construir 10 fontanários em tabancas no interior da Guiné – Bissau*

Apesar da torneira ligada aos corações dos combatentes da Guiné, que fez jorrar alguns milhares de euros para o projecto SEMENTES E ÁGUA POTÁVEL PARA A GUINÉ-BISSAU me parecer que já sofre da terrível seca que nos apoquenta e deixou de “pingar”  a obra segue em frente.

Juntamos algumas fotos bem elucidativas do andamento das obras em AMINDARA, sem comentários, pois as fotos são bem expressivas.

Ainda não conseguimos a totalidade dos euros necessários, mas está quase.
Para a obra de construção do poço, sistema de elevação de água, depósito e canalização, faltam menos de 100 €.

A AD - Acção para o Desenvolvimento ONG, a Associação local com quem fizemos uma parceria, está a proceder à construção do poço por administração directa o que permite a poupança de algumas centenas de euros.
Ficam assim criadas as condições para a Tabanca de Amindara, ter água potável as necessidades higiénico sanitárias.

Todavia o nosso projecto passa pela dinamização da agricultura, pelo que se torna necessário angariar fundos para a aquisição de sementes. (Segunda fase do projecto).
Temos a garantia, também neste campo, da experiência dos técnicos da AD – Ver http://www.adbissau.org/adbissau/ em fomentar a agricultara através da organização nas comunidades locais de associações de desenvolvimento com o objectivo de preparar tecnicamente os habitantes locais para a cultivo de produtos agrícolas e rentabilização dos meios.
No caso concreto de Amindara juntamos uma foto da senhora (habitante local) que assumiu a responsabilidade de unir os habitantes em torno do projecto que com a nossa atitude ganhou pernas para andar, sobre a orientação técnica e anímica da AD – Acção para o Desenvolvimento.

Ouso insistir no apelo que lancei aos combatentes da Guiné. Uma oferta de 20€ para a dinamização deste projecto, pois como diz o ditado migalhinhas é pão.
As crianças de Amindara merecem melhor sorte. Merecem água pura para saciarem a sua sede sem riscos para a saúde.

Zé Teixeira
Tabanca pequena – Grupo de amigos da Guiné-Bissau

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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 6 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6543: Ser solidário (76): O projecto de sementes e água potável para a Guiné-Bissau já arrancou na tabanca de Amindará (José Teixeira)

Vd. último poste da série de 12 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6580: Ser solidário (77): Em busca de fotos da antiga escola do Gabu (José Bastos, União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa)