sábado, 8 de janeiro de 2011

Guiné 63/74 - P7571: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (11): Regresso de Madina e Belel, com paragem em Canturé

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Janeiro de 2011:

Malta,
Este dia 26 vai desdobrado, tal o estendal de encontros e desencontros. Até num lastro de camião se viajou com a motocicleta de Lânsana Sori bem empanada.
Demasiado tarde, descobriu-se que a solução para chegar aos lugares mais ermos é mesmo uma motocicleta.
O Tangomau está tocado por ter sido apanhado pelas circunstâncias imprevisíveis, ele que se julgue metódico e disciplinado como um alemão. Por engano, está a horas de regressar e os horários não sopram de feição, haverá objectivos que não se cumprirão.
É por isso que a viagem nunca termina, é sempre possível recomeçá-la, haja determinação por parte do viandante.

Um abraço do
Mário


Operação Tangomau (11)

Beja Santos

Regresso de Madina e Belel, com paragem em Canturé

1. É indiscutível que a passagem pelo Enxalé foi empolgante, há ali vestígios que mereciam uma atenção maior, estudo aturado e, sabe-se lá, um projecto de recuperação. A vida dos camaradas não deve ter sido fácil mas o ambiente é muito belo, o Tangomau recordou as duas viagens que lá fez e até pôde, com dificuldade das imagens difusas com 40 anos, recordar como o quartel ocupava um espaço central circundado pela compactação das moranças. Agora é tudo diferente, desafogado, são panorâmicas amplas, ali ninguém se pode queixar de claustrofobia ou ter sentimentos dominados pela aridez ou falta de água. Aqui se junta a última imagem de um plinto que tanto entusiasmou o Tangomau. Há já uma outra versão que seguiu no episódio anterior. Mas fica-se a guardar muito respeito por esta pedra escalavrada onde o homem cinzelou a sua presença, nada disto tem a ver com as garrafas lançadas ao mar, são monumentos aos vindouros, qualquer coisa como: “Recorda-te, camarada subsequente, aqui lavrámos a paz e a guerra, derramámos sangue, penámos as penas do inferno, não nos esqueças, chegará a hora em que sentirás vontade de gravar as tuas alegrias e as tuas dores, neste ou num novo plinto, até à consumação deste sofrimento.



2. É um momento extraordinário, o que se passou em Belel. A tabanca é pequena, os homens ainda estão na horta. Pediu-se para falar com alguém de uma idade próxima do Tangomau. E responderam: “Vamos já chamar o chefe da tabanca e um antigo combatente aqui de Belel”. Foi assim que chegaram à fala Farazinho Pereira e Sampere Mendes, ouviram atentamente as razões da viagem, o Tangomau identificou-se, mostrou os livros, pediu informações, quis saber quem ali vivia e como vivia. O que o Tangomau reteve desta conversa que decorreu numa atmosfera amena é que aqueles senhores, elementos do antigo “inimigo” guardavam a serenidade das contas feitas e sem fantasmas, tinham curiosidade em perceber qual a trajectória desta deambulação dentro do Cuor. E fizeram perguntas sobre a Missirá daquele tempo, até se pôs um mapa em cima dos joelhos e comentavam-se nomes de localidades por onde, uns e outros, patrulhavam, minavam e emboscavam. É por isso que se vê com muito enlevo a serenidade e a postura de quem nada deve com que se enfrenta a câmara. À despedida, tanto Farazinho Pereira como Sampere Mendes insistiram: “Volta sempre que queiras. É mais fácil tu vires de Bambadinca que nós irmos lá, de bicicleta é muito longe. Gostamos de visitas, pena é tudo ser tão pobre, para repartir”.



3. O regresso é um pequeno calvário para Lânsana Sori, paragens de quilómetro em quilómetro para bombear um pneu furado. Ele insiste e pede desculpa ao cliente. Mal sabe ele como o Tangomau se deslumbra com a cantilena dos pássaros, a passagem das formigas, os mares de capim agreste. Nestas paragens, até há tempo para conversar com quem viaja ou quem está à sombra, na tentativa vã de se refrescar. Há quem pergunte sempre ao Tangomau que missão o traz ali, se é médico, comerciante ou missionário. Passe o devaneio, a pesporrência, um quase estado de delírio, o Tangomau exulta, à semelhança de Ponta Varela veio hoje bater à porta do antigo “inimigo”, só recebeu consideração, provas de afabilidade, gente curiosa que quer saber mais sobre os porquês desta quase peregrinação. Uma coisa é chegar às tabancas como Amedalai ou Samba Juli e reencontrar rostos amigos, conhecidos, confrontar diferenças, pressentir queixumes, múltiplos sofrimentos. Outra coisa é a remoçada Missirá, que se expandiu, que não tem marcas da guerra. Outra coisa mesmo é bisbilhotar por territórios novos que eram terra de ninguém, as tropas do Tangomau podiam confrontar-se com as do PAIGC, mas era terra de ninguém mesmo, ali não havia direito de posse. Assim se conversou com Aliu Fati em Mato de Cão ou com o povo de Chicri, por exemplo. Mas outra coisa diametralmente distinta é subir aos territórios onde o PAIGC tinha as suas barbacãs, torres de atalaia, pontes levadiças, ali, quanto muito, era entrar a disparar e sair-se sem quaisquer tipos de diálogo. É esta a sensação que frutifica no ânimo do Tangomau. Enquanto Lânsana Sori se desmultiplica no esforço de bombear aquele pneu inútil, o Tangomau tagarela, capta imagens, com a devida licença, destes grupos humanos perguntadores, eles vêm do trabalho, o sustento liminar estampa-se-lhes no rosto. Nisso esta imagem é um espelho fiel.



4. Deu que fazer chegar à estrada do Enxalé, houve que negociar com um camião transportara a motocicleta semiadormecida, condutor e passageiro, tudo até à Batanjã Mandinga, onde se localiza uma oficina. Na caixa desse camião, o Tangomau deslumbrou-se com o desfrute da paisagem, mais dois metros acima do solo, dá para ver o Geba ao longe, os campos de nenúfares, as fainas de gente laboriosa. O que se fotografou perdeu-se e daí o recurso a uma imagem que sobrou do passeio ao Xime, aqui estão os vestígios do porto que o Tangomau viu medrar e transformar-se na mais importante infra-estrutura portuária da região Leste, a partir dos finais de 1969. Caprichos do destino, foi quando o transferiram de Missirá para Bambadinca, por coincidência Mato de Cão perdeu a relevância que tivera todo este tempo da sua estadia no Cuor. O pneu foi substituído, a motocicleta deu meia volta, voltou-se a passar o Geba, visitou-se Canturé. Quem arquitecta romances, novelas ou contos possui alguns segredos íntimos. O Tangomau está convencido que já descobriu o ambiente em que se finaliza aquele livro que anda por aí à solta a germinar, uma viagem que começou em 1967 e que terminará em Dezembro de 2010. Mas há que confirmar diferentes lugares. Por isso se volta a Canturé, uma das encruzilhadas maiores da vida do Tangomau.



5. Não faltasse uma hora para o sol se pôr a pique e o Tangomau iria vasculhar de Finete até Malandim. Urgindo o tempo, ali vai a motocicleta na gáspea, o estradão é de uma beleza impressionante, orlado pelos possantes poilões que vêm de um passado muito mais antigo que o Tangomau. Há que simular junto do povo de Canturé que é uma curta viagem, há ali um ou dois pormenores a ter em conta e depois se regressa a Bambadinca. Até se inventa o pretexto de que é precisa uma fotografia às toranjas de Canturé. A hora a que chega é de remanço e por isso o povo e as suas autoridades vão em conversas, querem sessão de boas vindas com Malã Mané, o chefe de tabanca à cabeça e incluindo Aruma Dahaba (ineditamente um familiar de Fodé). Malã esteve na guerrilha, nas fileiras do PAIGC. Trata sempre o Tangomau por Baké, prova de consideração mais elevada não há. Entre outras coisas, Baké é o guerreiro destemido, não há bala que lhe perfure o corpo. As saudações arrancam desse passado e chegam quase meteoricamente ao presente. O Tangomau está de olhos semicerrados, mais em escrita mental que em relação social. Está sonhador, esta Canturé que ele calcorreou praticamente todos os dias é de uma rara beleza, é luxuriante, tem hortas, está quase tudo cultivado, tudo é pobre mas nada é miserável. O Tangomau põe-se de pé e ata todos os vínculos com Canturé, abraçando Malã Mané, veio a propósito, a seguir a Belel e a Madina. Convém esclarecer, em abono da verdade, que a imagem que aqui se mostra foi tirada à porta da casa do Fodé, dois dias depois, em dia de festa. O que é inesquecível foi Malã ter afirmado perante o seu povo que recebia o visitante com orgulho em Canturé, aquele Baké mais do que destemido dera provas provadas de uma estima arreigada pelo Cuor e pelas gentes. E aquela guerra eram águas passadas.



6. Foi um dia extenuante, amanhã será mais. Porque amanhã ir-se-á de Missirá a Sansão, antes de Missirá, Maná; depois Madina de Gambiel; regressar-se-á a Bambadinca, Lânsana Sori precisa de descansar uma hora para a provação que se segue, de Bambadinca ao Xime, daqui até à Ponta do Inglês. O Tangomau anda com a consciência revolvida, vai regressar a Bissau dentro de dois dias deixando na escuridão pontos fundamentais: Fá, Demba Taco, Samba Silate, por exemplo. E se ficasse mais um dia, deitando para as ortigas o que se propõe fazer em Bissau? É neste dilema que se despede do Bambadincazinho e vai ver o pôr-do-sol no Bairro Joli. É tempo de mostrar gente da casa. Como se disse, vive aqui o engenheiro Fernando Ramiro Semedo, irmão do embaixador Inácio Semedo, ambos filhos do fundador deste projecto, Inácio Semedo, um dos dirigentes históricos do PAIGC. Fernando Semedo procura pôr de pé um projecto de recuperação de diferentes culturas entre o Bairro Joli e a Ponta Nova. É casado com Dada, o casal tem dois meninos. Estamos a ver Alberto Djata, trabalhador e quase da casa. É Felupe e já estivemos a ver fotografias de danças Felupes. O Alberto cozinha magnificamente. Trata-se de um instantâneo, o Alberto está concentrado e parece feliz. Depois o Tangomau foi para o balcão, levou “Gog”, de Giovanni Papini, aproveita o esplendor dos últimos raios solares.



7. Muitos críticos consideram “Gog” como a obra-prima absoluta de Papini. Trata-se de uma sátira de alguém que saiu do manicómio, fez fortuna e agora tem meios para satisfazer imensos caprichos. Um deles passa por conhecer os grandes monumentos literários mundiais. E Papini escreve: “Tive coragem para ler aqueles livros todos, menos três ou quatro que, logo às primeiras páginas, não pude suportar. Hostes de homens, chamados heróis, que se estripavam durante dez anos a fio, sob as muralhas de uma pequena cidade, por culpa de uma velha seduzida; a viagem de um vivo à fossa dos mortos, com o fim de falar mal dos mortos e dos vivos; um doido héctico e um doido gordo que vão, mundo fora, em busca de sovas; um guerreiro que perde um juízo por uma mulher e se diverte a arrancar azinheiros pelas selvas; um pulha cujo pai foi assassinado e que, para o vingar, faz morrer uma rapariga que o ama e outras personagens diversas; um diabo coxo que levanta os telhados de todas as casas para exibir as suas misérias; as aventuras de um homem de estatura média que faz de gigante entre os pigmeus e de anão entre os gigantes, sempre de modo inoportuno e ridículo; a odisseia de um idiota que, através de ridículas desventuras sustenta que este mundo é o melhor dos mundos possíveis; as peripécias de um professor demoníaco servido por um demónio profissional; a aborrecida história de uma adúltera provinciana que se enfastia e, por fim, se envenena; as surtidas loquazes e incompreensíveis de um profeta acompanhado de uma águia e de uma serpente; um rapaz pobre e febril que assassina uma velha e que depois – imbecil – nem sequer sabe aproveitar um álibi e acaba por cair nas mãos da polícia”. O Tangomau está divertido com leitura tão saborosa e tão desviante das epopeias do seu quotidiano. É nisto que a bola de fogo anuncia o rigor da noite tropical, com os vagidos, os mistérios e os odores das florestas à volta. Vamos ter noite estrelada pela certa. O Tangomau empolga-se, aquilo não é uma bola de fogo, é um primo dos cometas que se lança num estranho oceano vegetal. E diz para si, fundamentalista: quem não aprecia este fim de dia não sabe viver. Saboreia o jantar e vai cedo para a cama, preparar a longa jornada que o espera. E que será imprevisível, aquele sábado, 27 de Novembro, reserva-lhe alguma das mais bonitas emoções de todo o sempre. Para ler depois.

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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 7 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7567: Notas de leitura (185): Guiné-Bissau, Aspectos da Vida de um Povo, de Eva Kipp (Mário Beja Santos)

Vd. postes da série de:

2 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7370: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (1): Primeiras notícias da Guiné-Bissau

4 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7379: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (2): O primeiro dia em Bissau

7 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7397: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (3): O segundo dia em Bissau

10 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7417: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (4): 20 de Novembro, de Bambadinca para o Bairro Joli

15 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7440: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (5): Do Bambadincazinho para Ponta Varela

18 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7462: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (6): Bambadinca, recordações da casa dos mortos

26 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7504: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (7): O primeiro dia no Cuor

27 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7511: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (8): O primeiro dia no Cuor (continuação)

30 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7528: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (9): O dia no Xitole e o regresso a Finete

5 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7557: Operação Tangomau (Mário Beja Santos) (10): O dia no Enxalé, em Madina e Belel

4 comentários:

Luís Graça disse...

Meu caro Mário:

Há viagens que só podem ser únicas, irrepetíveis e solitárias, esta a Madina e a Belel (ou simplesmente Madina / Belel, como a gente dizia na nossa santa ignorância geográfica), eu nunca a faria nem farei (?), se voltar à Guiné, mas tu, por certo, estavas condenado a lá voltar... Eu sabia que tu um dia lá voltarias, a Madina/Belel... O Cuor era também o teu corpo e coração e abcesso de fixação. Podias lá ter morrido, foste um homem audaz e com sorte... Dizia-se que a sorte protegia os audazes.

Deixa-me recordar o que aqui escreveste, no poste de 10 de Maio de 2008 >
Guiné 63/74 - P2831: Operação Macaréu à Vista - II Parte (Beja Santos) (31): Tigre Vadio: Um banho de sangue no corredor do Oio


(...) "Luís, acredita que foi um pesadelo escrever este episódio. Belel ficou juncada de cadáveres e todos nós juncados de sofrimento. Um sofrimento que eu parcialmente não vivi, tu estiveste lá até ao fim, eu limitei-me a assaltar Belel e a destruí-la com grandes soldados. Por favor, pensa em ilustrações que envolvam o Geba, Missirá, Fá, Enxalé ou o Xime, não me ocorre dar-te mais nenhuma sugestão. Espero entregar-te na próxima semana os episódios n.º 32 e 33. Um abraço do Mário.

"Luís, reenvio-te o texto, estava cheio de besteiras. Bem gostava de ter a tua opinião, tu estiveste lá do princípio ao fim. Foi a mais sangrenta de todas as nossas operações. Ao que parece, Napoleão Bonaparte gostava de generais que soubessem fazer a guerra mas que tivessem sorte. Naquele dia tivémos muita sorte, entrámos em Belel com toda a gente a fazer a sesta. Por favor, escolhe as ilustrações possíveis. Um grande abraço do Mário."

(...)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/05/guin-6374-p2831-operao-macaru-vista-ii.html

Mário: Na altura (e lá vão mais de 2 anos e meio, por razões de que já não me lembro, não consegui arranjar-te material para ilustrar esse episódio como tu me pedias e a gente merecia... Se calhar foi cobardia minha, ou simples pudor, ou mais provavelmente falta de tempo e de material... É agora, graças a ti, Tangomau / Tigre de Missirá, que eu vejo as primeiras fotos de Madina e de Belel, onde as gentes de Bambadinca íam todos os anos, no tempo seco, por volta de Março, em "romarias sangrentas"... A Op Tigre Vadio foi para mim uma das experiências mais dolorosas do meu tempo de Guiné...

Vejo agora que, à laia de comentário, escrevi um poema amargo, amargurado, irónico (que já veio de Abril de 1970 e retomei em Julho de 2006)... a que chamei o "O Relim não é um poema" ...

Estive a relê-lo... Vou ganhando "distância" emocional com a blogoterapia que vamos fazendo (eu faço) todos os dias no nosso blogue...

http://blogueforanadaevaodois.blogspot.com/2006/07/blogantologias-ii-30o-relim-no-um.html

Curiosamente, tenho andado em vão há anos a "tentar apanhar" o nosso Vidal Saraiva... Sei que se reformou mas tem casa (e possivelmente consultório) junto ao mar, numa das últimas praias de Vila Nova de Gaia, mais para os lados de Espinho ... Estranho o telefone nunca me atender... Se ele estiver vivo (como espero) e me reconhecer e me abrir a porta da sua casa, juro que lhe vou entregar, em papel, as tuas memórias, as tuas fotos mais recentes e quiçá até ler-lhe o "O Relim não é um poema", se me sobrar coragem...

(Continua)

Luís Graça disse...

(Continuação)


O Alf Mil Méd Vidal Saraiva já foi identificado, numa fotos Arlindo T. Roda, por dois camaradas nossos, o ex-1º Cabo Cripto Gabriel Gonçalves, da CCAÇ 12 (1969/71) e o ex-Alf Mil Cav, José Luís Vacas de Carvalho, comandante do Pel Rec Daimler 2206 (1970/71). O Zé Luis gostava de acompanhar os médicos da CCS porque "queria ir para medicina"...

O Vidal Saraiva, de seu nome completo, Joaquim [António Pinheiro] Vidal Saraiva, nascido em 26 de Junho de 1936, trabalhou no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE. Tenho o seu nº de telefone, mas não consegui apanhá-lo neste último Natal. Está(va) inscrito na Ordem dos Médicos, Secção Regional do Norte, como especialista em Cirurgia Geral. (Sempre parti do princípio que se trata da mesma pessoa, Joaquim Vidal Saraiva ou Joaquim António Pinheiro Vidal Saraiva, residente em S. Félix da Marinha, Vila Nova de Gaia... Fará este ano 75 anos e devemos-lhe uma homenagem)...

O médico Vidal Saraiva terá vindo de Guileje para Bambadinca, por volta de Outubro de 1969, vindo substituir o David Payne (psiquiatra).

... De qualquer modo, Mário, não posso deixar de reconhecer a tua granítica determinação, a tua coragem de ferro, a tua brutal capacidade de trabalho e a tua nobreza de carácter ao empreenderes esta Operação Tangomau... Ninguém conhece verdadeiramente o outro, e tu continuas a surprender-me... desde Missirá, 1969, onde te conheci como um autêntico Tangomau...

Pessoalmente fico-te agradecido pela tua foto-reportagem. O pessoal que andou pelo Cuor, Xime, Badora, Corubal seguramente que também... Mas cada um dos nossos camaradas tem boca para falar e dedos para teclar... Eu já falei e postei aqui o meu comentário, a título pessoal... Como editor, gostava que aparecessem mais...

Torcato Mendonca disse...

Consegui apanhar o P e o poema.

Já não me lembrava. Arrepia.Até a mim me arrepia. Bolas , bolas e depois ainda lemos certos escritos.
Vidas Luís, Vidas. Está aqui e paro!!!!
Fiz copy/paste ao poste e ao poema, a tudo e depois, um dia, se calhar amanhã, vou ler outra vez.
Nós estivemos lá naquilo?
o Mário fez uma viagem fantástica. Ainda bem. isto será blogoterapia Luís Graça?

Abraço fraterno para ambos T.

Hélder Valério disse...

Caro Mário

O que nos contas, o que relatas, o que descreves, é certo que tem necessariamente o teu olhar, mas nem por isso será menos verdadeiro.

Percebe-se como te emocionas com tudo o que vês, com o que te acontece. Como o passado está sempre presente, seja pela sua evidência, seja pelo que a tua memória teima em 'ver', seja ainda pela forma como as coisas (paisagens, pessoas, pormenores) vêm ao teu encontro. E dizes que a 'viagem' pode ser sempre retomada (não exactamente repetida), o que concordo, assim tenho percebido dos relatos de outros amigos que aí foram com o coração aberto e com a humildade necessária para (re)aprender.

Abraço
Hélder S.