segunda-feira, 21 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7976: Blogpoesia (123): 21 de Março, O Dia da Poesia (Joaquim Mexia Alves)

1. Mensagem do nosso camarigo Joaquim Mexia Alves*, ex-Alf Mil Op Esp/Ranger da CART 3492, (Xitole/Ponte dos Fulas); Pel Caç Nat 52, (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão) e CCAÇ 15 (Mansoa), 1971/73, com data de 21 de Março de 2011, a propósito do Dia Mundial da Poesia que hoje se comemora:


O DIA DA POESIA

Pergunta-me o Luís
na sua amizade,
se tenho algum poema,
alguma rima,
algum sentir
expresso em verso,
que da arte,
pobre de mim,
estou escasso.

E eu sentado,
olho a caneta,
aquela que me conhece,
e escreve tudo o que eu sinto,
para suavemente,
num falar muito calado,
lhe perguntar,
o que quer dizer,
a quem me interroga,
sobre versos,
sobre fado,
sobre o viver,
que nos é dado…
ao escrever.

E porquê,
pergunta-me ela,
qual a razão,
qual o motivo,
para escrever palavras,
que digam um sentimento,
vindo do coração,
ou então seja soprado,
às minhas orelhas moucas,
por um impetuoso vento.

São loucas, são loucas,
cantava a nossa fadista!

Mais louco sou eu então,
porque me julgo artista,
me penso versejador,
quando afinal apenas,
conto-vos este segredo,
quem escreve
é a minha caneta,
porque eu…
não sei escrever.

Mas antes que acabe o dia
esta caneta irritante,
quer dizer a não sei quem,
nuns versos,
num pobre instante,
que viver a alegria,
é escrever uns pobres versos
no Dia da Poesia.

Joaquim Mexia Alves
21 de Março de 2011
____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Março de 2011 Guiné 63/74 - P7967: (Ex)citações (134): A propósito do discurso do Presidente da República por ocasião da Cerimónia de Homenagem aos Combatentes no 50º Aniversário do Início da Guerra em África (Joaquim Mexia Alves)

Vd. último poste da série de 21 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7975: Blogpoesia (122): Ai Guiné, Guiné (1) (Albino Silva)

4 comentários:

Jorge Narciso disse...

Caro Joaquim

Depois de uns dias fora do "Ciber espaço", aqui aterro e em dia 2 em 1 (primeiro de primavera e da poesia - ou vice versa) dou contigo a conversar... com a caneta.
E olha que a conversa até resultou bem interessante e despretensiosa e versejante.

E indo uns Posts (e poesias) mais atrás, para além de um meu (involuntário, foi o Vinhal que o promoveu), sobre os cansaços da guerra, lá estás tu, de novo, e mais vinte e tantos comentários a um excelso discurso de alguem que para além da sua posição institucional será, face aos seus antecedentes militares:
Camarada, amigo, camarigo, ou nem por isso?

Deixa-me dizer-te que de longe prefiro esta conversa com a tua caneta e nela a expressão de sentimentos mais personalizados, que independentemente das nossas tangentes, secantes, divergentes ou convergentes convicções, são de um homem frontal e com um grande coração.
Tão grande que mais que nenhum outro próximo da boca. Ou da caneta ?

Acho que já uma vez to disse e repito-o agora:
Sei que não vais mudar e, ainda bem

Abração

Jorge Narciso

Joaquim Mexia Alves disse...

Meu caro Jorge Narciso

Muito obrigado!

Sinto-me confundido com a tua generosidade!

Aceita um forte e amigo abraço

admor disse...

Camarigo Mexia Alves,

Tu que escreves tão bem
com a tua caneta e também
com o teu computador recebe
um grande abraço deste teu
admirador.

Adriano Moreira

Anónimo disse...

Caro Joaquim

Ás vezes, apetece-nos brincar com as palavras!
E...porque não?
Vá lá, não seja modesto!
A caneta ,não escreve sozinha...mas dá muito jeito.

Um Abraço

Felismina Costa