sexta-feira, 25 de março de 2011

Guiné 63/74 - P8001: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca...é Grande (37): Venturas e desventuras da nossa amiga Gilda Brás em terras de Arouca: finalmente tem a certidão de nascimento de seu pai, Afonso Pinho Brandão


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 18 > Vista para as traseiras da Igreja tirada da torre desta, vê-se em primeiro plano o posto médico/enfermaria e outro edifício administrativo.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço >Foto 19 >Escola primária oficial na avenida, foto tirada da torre da Igreja.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 20  > A Rotunda e casas de habitação vistas da torre da Igreja.


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 4Igreja Paroquial de N. Sª. de Catió.



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Vila > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Foto 34  > Rua do Bar Catió, à direita as lojas e residência do Sr. José Saad, depois o Bar com a bomba em frente, a seguir o telheiro dos jogos de ping-pong e matraquilhos e por fim o muro do quartel.

Fotos (e legendas): © Victor Condeço (2007). Direitos reservados. 


1. Notícias, fresquíssimas (e reconfortantes), da nossa amiga Gilda Brás (guineense, de nome de solteira Gilda Pinho Brandão, uma órfã de guerra, que através do nosso blogue ganhou um novo país e uma nova família, um caso, de resto, que muito sensibilizou e mobilizou os amigos e camaradas da Guiné reunidos nesta Tabanca Grande; membro da nossa Tabanca Grande desde 25 de Julho de 2007) (*)

Caro Luís: (...) Aproveito também para lhe dizer que já fui a Arouca visitar alguns familiares do meu pai Afonso, fui bem recebida pela cunhada e sobrinhos dele, mas repudiada pelos filhos dele (desculpe, mas custa-me chamá-los de irmãos).

A única coisa que lhes pedi foi que me dissessem o ano do nascimento do pai, que era para pedir uma certidão de nascimento, a resposta que obtive, foi que me dirigisse ao registo [civil], respondi que já lá tinha estado mas, como não tinha praticamente dados nenhuns, a funcionária não me pôde ajudar, respondeu que também não me podia ajudar . Desejei-lhe um bom dia e fui-me embora. Voltei novamente ao registo, pois tinha combinado com a senhora independentemente de ter alguns dados ou não, de lá voltar; Deus realmente escreve direito por linhas tortas, assim que entrei a senhora chamou-me e disse que já tinha uma certidão de nascimento do meu pai para mim; ficou tão impressionada com o caso que, durante a hora de almoço dela, foi fazer uma busca intensiva em todos os livros de registo e lá encontrou o do arouquense AFONSO PINHO BRANDÃO.


Mantenho contacto com a cunhada do meu pai (a tia Sãozinha, que é um doce de senhora) e um dos sobrinhos (o primo António) e a esposa dele, pois os outros estão emigrados. 

Pelo menos a minha filha já ficou a conhecer alguns familiares do avó de quem só sabia o nome, viu fotografias do tio avô e conheceu alguns primos e eu já sei um pouco mais da história do homem que foi o meu pai e, dou-me por satisfeita e feliz, a Márcia já pode fazer a sua árvore genealógica, com os nomes dos bisavós, avós e alguns tios.

Há duas semanas atrás uma das filhas do meu pai, como sabe que o meu primo se dá connosco, foi ter com ele para tentar saber como é que eu era, onde vivia, etc., no fim de tudo isso vira-se para ele e diz que só acredita que eu sou filha do pai dela se fizer um teste de ADN. Podem esperar sentados, pois a palavra da minha mãe Mariboi e do meu avó paterno estão acima de qualquer teste.

Peço desculpa por toda esta lenga lenga, mas só agora é que tive disponibilidade para lhe contar esta minha aventura por terras de Arouca

Muito obrigada por tudo, pois foi graças a muitos amigos do blogue, ao Luís e aos sábios conselhos do nosso saudoso Amigo Victor Condeço, que sempre me incentivou a ir mais na busca pelas minhas raízes paternas, que cheguei até aqui.


Aproveito para informar tenho um novo mail de casa [...] e no Facebook se receber um pedido de amizade de uma Gi Pinho, sou eu, apesar de a foto não ser minha. 

Um bom fim de semana, um grande beijinho para si e muito, muito obrigada por tudo.

Cumprimentos,
Gilda Brás  [Pinho Brandão, de solteira; foto à esquerda, quando veio para Portugal, aos 7 anos, para uma família de acolhimento, trazida por um camarada nosso, o Fur Mil Pina, a quem ela chama mano].

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Notas do editor:

Último poste da série > 21 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7481: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (36): O 64º Aniversário cá do rapaz (Humberto Reis), seguido da história da misteriosa bajuda de Nhabijões (Luís Graça)

(*) Vd. poste de 25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país


 (...) Boa tarde, Amigo Luís,

Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.

Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (...).


2 comentários:

Anónimo disse...

Caros camarigos

Começo por sublinhar a beleza das fotos do nosso saudoso camarada Victor Condeço, infelizmente afastado do nosso convívio o ano passado.

Mostram a Igreja de Catió com a sua imponência e grandiosidade, pelo menos para o meio em questão e mostram também o arranjo das ruas e casas, a largueza das vias, a harmonia que se desprende do que se vê, tudo bem caracterizado.

Pelo que li da Gilda, o Condeço teve o condão de a incentivar na busca das suas raízes, tarefa agora coroada de êxito e que a Gilda não omite. O nosso amigo Condeço tinha por certo essa capacidade de envolver em estima tudo o que dissesse respeito a Catió. Já a viúva do Joaquim Djassi, salvo erro Leontina de seu nome (Hugo Ferreira pode corrigir), também com ligações a Catió, tinha igualmente grande estima pelo Condeço que sempre a procurou ajudar na doença do marido.

No que diz respeito à demanda da Gilda, ainda bem que a sua persistência foi premiada. Haver reticências e obstáculos é natural, ainda para mais agora em tempos em que tudo se vive em função do que se aprende nas novelas e nas revistas das vidas dos 'famosos', mas o importante mesmo é valorizar o que foi aceitação e amizade e deixar de lado o resto.

Parabéns, Gilda!

Abraço
Hélder S.

Unknown disse...

Ainda bem que a Gilda conseguiu os seus intentos.
Talvez agora perceba o porquê do Victor me pedir sigilo sobre umas demarches que fiz a seu pedido.