quinta-feira, 21 de abril de 2011

Guiné 63/74 - P8144: Notas de leitura (231): A Última Missão, por José de Moura Calheiros - Gostei francamente do que li (TCor José Francisco Robalo Borrego)

1. Mensagem de José Borrego (*), Ten Cor na Reserva, que pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau e ao 9.º Pel Art, Bajocunda (Guiné, 1970/72), com data de 19 de Abril de 2011:

Acabei de ler o livro “ ÚLTIMA MISSÃO “ do Senhor Coronel Pára-quedista José de Moura Calheiros e gostei francamente do que li! É sempre confortável ler a experiência de alguém que esteve na Guiné, mais a mais, de um homem que teve responsabilidades de Comando e Estado-Maior.

Fiquei a “conhecer “ a mítica península do Cantanhez, encravada entre os rios Cumbijã e Cacine e as dolorosas batalhas travadas em Guidage e Gadamael-Porto, entre Maio e Julho de 1973, com a preciosa ajuda dos pára-quedistas.
A minha comissão na Guiné foi repartida por Bissau, Bajocunda, Paúnca e Ganguará na península de Gampará. Pertenci ao Grupo de Artilharia nº 7, estacionado em Bissau (Santa Luzia).

O livro descreve de maneira simples e detalhada o que foi a recuperação do Cantanhez e a actividade do Batalhão de Pára-quedistas n.º 12 na Guiné, através das suas Companhias de Intervenção, em apoio da Manobra Sócio-económica, defendida pelo Comando-Chefe.
Quanto à população, também partilho da ideia de bondade e simplicidade da mesma, aliás, a maioria daqueles que por lá passaram, guardam boas recordações com quem conviveram.
A esmagadora maioria de nós é sensível a tudo o que se passa na Guiné e queremos o bem daquela terra! Ficámos emocionalmente ligados àquele País e à cultura das suas gentes!

Voltando ao Cantanhez, deixo uma pergunta para quem queira responder: Se aquela península era considerada um “ Santuário“ e uma base logística do PAIGC, porque esteve abandonada tanto tempo pelas NT?

No livro, apreciei também o extraordinário trabalho e espírito de sacrifício que foi levado a cabo pelas Equipas Técnica e de Missão na exumação dos restos mortais dos militares pára-quedistas que foram enterrados no cemitério de campanha de Guidage, há trinta e cinco anos, por dificuldades de evacuação, o que revela bem os difíceis dias ali passados!

Senhor coronel Calheiros, muitos parabéns pelo seu testemunho, através do seu magnífico livro que é, na minha opinião, um excelente documento histórico!
Pela minha parte, o meu penhorado muito obrigado.

Aproveito esta oportunidade, para desejar a todos os camaradas e Excelentíssimas famílias uma Feliz e Santa Páscoa.

Um abraço fraterno do
JOSÉ BORREGO
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4685: In Memoriam (27): Recordando o Major Raul Passos Ramos (José Borrego)

Vd. último poste da série de 20 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8141: Notas de leitura (230): O Meu Testemunho, uma luta, um partido, dois países, por Aristides Pereira (Mário Beja Santos)

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