quinta-feira, 21 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8583: Facebook...ando (11): Partidas e chegadas... (Durval Faria, ex-Fur Mil, CCAÇ 274, Fulacunda, 1962/64)

Foto nº 1 - Lisboa, Praça do Comércio, Janeiro de 1964 ... Foto tirada "depois da nossa chegada de Bissau"...



Foto nº 2 - "Chegada ao porto de Bissau, no ano de 1961. Foto adquirida na Papelaria Benfica, junto ao estádio Sarmento Rodrigues (nome que tinha altura)".
 
Foto nº 3 - "Lisboa, Castelo de São Jorge, Janeiro de 1964. No regresso da Guiné"...


Fotos (e legendas) do Mural do Facebook, do nosso camarada Durval Faria (Lagoa, S. Miguel, Açores) (Aqui reproduzidas com a devida vénia...)


1. O nosso camarada e membro da nossa Tabanca Grande Durval Faria [ foto á esquerda,] foi um dos primeiros a partir para a Guiné, logo em 1962...  Pertenceu à CCAÇ 274 / BCAÇ 356 (1962/64)...

A CCAÇ 274 foi mobilizada pelo BII 18 (Ponta Delgada, S. Miguel, Açores), partiu para a Guiné em 17/1/1962, no T/T Índia e regressou exactamente dois anos depois, em 17/1/1964. Esteve em Bissau e Fulacunda. Comandante: Cap Inf Adérito Augusto Figueira.

2. Sobre a foto nº 2, surge-nos uma dúvida: durante anos, o porto de Bissau não tinha infra-estruturas modernas de modo a permitir o desembarque directo das NT em navios de grande calado... O leito do canal tinha, de resto, como tem hoje, problemas de assoreamento no canal do Geba, entre a cidade de Bissau e o Ilhéu do Rei.

Em Maio de 1969, eu já desembarquei directamente no porto de Bissau, mas durante os primeiros anos da década de 60 (não sei exactamente até que ano) tanto passageiros como mercadorias tinham que ser transportados para terra em batelões, ficando o navio ao largo... A foto (ou postal ilustrado) nº 2 possivelmente está mal legendada. Pode tratar-se de outro porto, e de outra data... De resto, em Janeiro de 1961 não há registo de tropas desembarcadas em Bissau... O Durval poderá tirar-nos a dúvida (LG).

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Nota do editor:


8 comentários:

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Estive recentemente em São Miguel e apreciei uma exposição que a Liga dos Combatentes levou a efeito no átrio de um centro comercial local, em Ponta Delgada.
Não tinha máquina fotográfica comigo pelo que tirei algumas fotos com o telemóvel, de fraca qualidade, sendo que me parece que duas delas eram mesmo muito más.
Já enviei essas fotos para os editores e é provável que aparecem em breve. No entanto essas duas a que me refiro eram da listagem das presenças e dos mortos açorianos, por concelhos, e a do nosso camarigo Durval que estava lá de facto referenciado como pertencendo à Comp. Caç. Especiais 274.
Refiro aqui apenas a indicação dos 'especiais' que não está visível na identificação da Unidade.

Abraço
Hélder S.

Anónimo disse...

De facto, foi a CCE (Companhia de Caçadores Especiais) 274, mobilizada pelo BII 18. Os instrutores tinham sido instruídos em Lamego. Esses graduados vieram já com boina e camuflado e note-se que os caçadores especiais foram os primeiros a usar boina.
Na época a companhia foi sempre designada de "Caçadores Especiais", o que se pode ver pela imprensa da época (levantamento que fiz e tenho comigo).
Um abraço,
Carlos Cordeiro

JC Abreu dos Santos disse...

Não foram localizados quaisquer registos castrenses (designadamente no AHM), nem bibliográficos (p.ex, edições 412, 526 e 595 do Jornal do Exército, ou obras tais como “CIOE- da Guerra do Ultramar aos Dias de Hoje”, e “CIOE/CTOE – Operações Especiais – 50 anos”), que consintam aceitar como verídica a afirmação supra, segundo a qual os «graduados» da citada Companhia de Caçadores nº 274 (tal como os da congénere 273, estes mobilizados pelo BII17-Angra do Heroísmo, e todos na mesma data embarcados no NTT “Índia”), hajam sido «instruídos em Lamego»: é provável que o gen. Adérito Augusto Figueira, antes de ser nomeado para constituir aquela 274, tenha frequentado um curso no CIOE; daí não se podendo inferir, nem que os «graduados» – seja, oficiais e sargentos do QP do Exército -, daquela CCac, tenham igualmente sido «instruídos em Lamego», nem que aquela subunidade - pela circunstância da especialização de alguns (ou mesmo todos os) «graduados» -, pudesse ser considerada «de Caçadores Especiais».
Note-se que, em cada ficha individual dos três militares – naturais dos Açores -, pertencentes àquela subunidade e que morreram em combate (2 em 06Fev63 e 1 em 22Abr63), a designação oficial [EME] é: «Companhia de Caçadores nº 274».
Se os «graduados» daquelas Companhias (273 e 274) – tal como sucedido com todos os efectivos de outras subunidades de infantaria (e de artilharia e de cavalaria), anterior e subsequentemente destinadas a Angola e a Moçambique -, no início de 1962 embarcaram/desembarcaram envergando o «uniforme 2-G» - vulgo “camuflado e boina” -, apenas significa que, àquela época, no Exército já estava em curso a distribuição faseada de tal fardamento “de combate” - conforme determinação nº.11 publicada na OE nº8/1ªSérie -, sendo que o “camuflado” [modelo 2-C] deixara de constituir, desde 31Jul61, exclusivo atributo aos “Caçadores Especiais”.

Anónimo disse...

Na minha chegada a Bissau em 20 de Setembro de 1963, no N/M Manuel Alfredo, este navio acostou ao Cais, bem como o faziam outros com o mesmo calado, caso do Alfredo da Silva, Ana Mafada, entre outros.
Mais tarde foi construido um cais bastante maior, onde já acostavam navios de maior calado, portanto a foto 2 não é de Bissau, pois também não existiam carris, nem guindastes.
Rui G. dos Santos

Anónimo disse...

É evidente que contra factos não há argumentos. Se todas as fontes oficiais dizem que se tratou de uma CCaç (ou melhor de duas, considerando a 273), então só tenho que reconhecer o erro. Mas, recentemente, o Senhor General Adérito Figueira confirmou-me que a 274 era uma Companhia de Caçadores Especiais. Falou-me também na instrução em Lamego.
A Companhia seguiu para o continente ém 29 de Julho de 61, onde se manteve, em Santa Margarida, até ao embarque em Janeiro de 62.
O que se sabe é que o Exército uniformizou a designação das companhias de caçadores, a partir de determinada altura de 1962. Vendo a lista dos mortos no site da APVG (presumo que seja mais ou menos fiel à informação oficial), verifico que diversas unidades que se autodesignam de CCE são apresentadas como CCaç, como, por exemplo, as CCE 81 e 82, as 270 e 271 (O Guião tem inscrito "CCE"), etc. Por aquilo que vi (mas não afianço o rigor da "pesquisa") na lista de mortos referente a Angola surgem como CCE a 4.ª, a 7.ª e a 78.
Que quererá isto dizer? Não sei. Talvez o facto de as companhias terem sido constituídas como CCE e depois, oficialmente, terem passado para CCaç.
O que repito é que a imprensa, na ida, a meio (na publicação de crónicas vindas de lá) e no fim (nas cerimónias oficiais) sempre tratou a 274 como CCE. Também a enfermeira pára-quedista Ivone Reis evoca numa entrevista (www.ces.uc.pt/rccs/includes/download.php?id=857) um episódio que passou na CCE 274.
No fundo, aqueles valorosos combatentes identificam-se com a designação de origem. Talvez seja isto o mais importante ainda que, como se vê, oficialmente a designação seja outra.

Carlos Cordeiro

José Marcelino Martins disse...

No II Volume da CECA, pagina 195 estão referidas 10 Companhia de Caçadores Especiais - 1ª à 10ª CCE - que posteriormente alteraram a designação para CC xx.
Tambem está referida a denominação de 1ª CAt, mobilizada pelo RI 2.
Será companhia de Atiradores?
Na altura a unidade básica do Exercito era o Batalhão, constituido por três companhias de Atiradores e uma de Armas Pesadas, tambem conhecida como Acompanhamento. O esquema, com a adaptação de unidade básica de companhia, que Ascompanhias tinham o mesmo esquema 3+1.
Com a passagem da companhia a unidade básica, o pelotão de armas pesadas ou acompanhamento, "trocou" AP por atiradores, passando a ter 4 pelotões com atiradores e AP.

Anónimo disse...

Caro Rui G Santos,
O cais a que se refere ter sido construído mais tarde foi de raiz ou acrescentaram o existente? E se acrescentaram foi para fora ou apenas na largura do molhe de acostagem para acomodar os navios mais compridos?
Abraço,
José Câmara

Anónimo disse...

Camaradas,

A minha pergunta acima está mal feita.
Onde digo "largura do molhe de acostagem" deveria ter dito "comprimento do molhe de acostagem".

Fiz a pergunta porque tenho uma fotografia de 1973, que mostra dois sulcos paralelos compatíveis com a exitência de carris de guindaste.

Abraço,
José Câmara