quinta-feira, 5 de julho de 2012

Guiné 63/74 - P10121: Agenda Cultural (210): “Não sabes com vais morrer” um livro do nosso Camarada Jaime de Jesus Froufe Andrade – Moçambique -, 1968-70 (José Martins)





1. O nosso Camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), enviou-nos a troca de e-mails entre ele próprio, o nosso Camarada Juvenal Amado e o autor do livro “Não sabes como vais morrer”, que contem, segundo as suas palavras, “… histórias que 'apenas diferem' nas longitudes ou latitudes, porque guerra é sempre guerra".



O autor é Jaime de Jesus Froufe Andrade, pertenceu ao Batalhão de Caçadores 2842 e fez parte da Companhia 2358, Maio de 68 a Maio de 1970, "sempre na província de Tete e a minha companhia esteve no Bene, Tembué e Vila Coutinho, tendo o meu pelotão estado nesses sítios e ainda nos destacamentos do Tsangano e Cantina do Freitas. A companhia esteve também em Tete na chamada intervenção".


2. Sobre o livro pronunciou-se assim a Agência Lusa:


Trata-se de um conjunto de oito histórias da guerra colonial que o autor viveu em primeira pessoa durante a sua comissão de serviço em Moçambique, como alferes miliciano de Operações Especiais ("rangers"), entre 1968 e 1970. São outros tantos retratos da vida que centenas de milhar de jovens portugueses viveram, nos anos da guerra colonial, no meio do "mato", em Moçambique, Angola ou na Guiné-Bissau.


As histórias são escritas com dramatismo, em que cabem momentos de humor, perplexidade, angústia e ansiedade, mas também a profundidade psicológica, que faltam a muitos relatos de guerra.

As pelo menos duas gerações de portugueses que viveram a guerra em África reconhecer-se-ão facilmente nestas linhas escritas por Froufe Andrade.

Noutro capítulo, o autor narra o regresso atribulado de Moçambique a Portugal, a bordo do navio Vera Cruz, sobrelotado com três mil militares.

Quando navegava perto do Cabo da Boa Esperança (o mítico Cabo das Tormentas de Camões), na África do Sul, o enorme navio foi atingido, na sequência do efeito conjunto de duas ondas sísmicas e de uma tempestade, por gigantescas vagas, sofrendo graves avarias e tendo estado a ponto de soçobrar.

As circunstâncias desta viagem são narradas em primeira pessoa por Froufe Andrade e ainda por um conjunto de 12 depoimentos por ele próprio recolhidos junto de outros militares, oficiais, sargentos e praças, que consigo viajaram. O autor entrevistou ainda o oficial-piloto que estava de turno na ponte de comando do navio e pesquisou ainda o diário de bordo do navio, no Arquivo Central da Marinha, onde recolheu elementos dos dois comandantes que seguiam a bordo, o comandante do navio e o comandante dos militares a bordo.

Jaime Froufe Andrade nasceu em 1945, no Porto. É jornalista profissional, trabalhou durante muitos anos do Jornal de Notícias e integra actualmente os quadros da revista Notícias Magazine, distribuída semanalmente com o aquele jornal portuense e com o lisboeta Diário de Notícias.



Livros: Froufe Andrade publica histórias da guerra colonial na primeira pessoa Porto, 19 Nov (Lusa) - A Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP) lançou "Não sabes como vais morrer", de Jaime Froufe Andrade, um novo título da Colecção Memória Perecível, anunciou hoje fonte da AJHLP.

Notas:

- na imagem Froufe Andrade num Aloette III, pronto para mais uma operação.
- o livro está à venda nos escaparates das livrarias Bertrand e FNAC, pelo preço de 7 € (Sete Euros).

3. A divulgação do livro pelo pessoal do blogue iniciou-se com o seguinte e-mail do nosso camarada Juvenal Amado:

Caros camaradas

Há dias recebi esta mensagem que com a devida autorização divulgo.

"Começo por lhe pedir desculpa por este meu atrevimento, que espero releve sem grandes dificuldades, em nome daquilo que penso ajuizará de mim.

Acaba de sair a segunda edição de um pequeno livro que escrevi sobre a minha experiência de guerra durante a minha comissão em Moçambique como alferes miliciano. Confesso que fiquei com o ego em alta por esta aposta da editora numa segunda edição.

Infelizmente não tenho posses para poder oferecer um exemplar, como tanto gostaria, a cada amigo. Resta-me propor que me "comprem" esta obra-prima com o sombrio nome "Não sabes como vais morrer"...

Outra boa novidade para mim é a prerrogativa que desta vez terei de comprar livros à editora a preço de custo ou seja a 2.80 Euros, quantia que decidi arredondar para os 3 (três) Euros por causa dos portes do correio.

Gosto grande para mim seria tê-lo como leitor. Se estiver nisso interessado só terá de me dar a sua morada (não esquecer o código postal) para eu lhe enviar o livro pelo correio.

A quitação seria pela forma mais prática: uma passagem pelo multibanco e transferência dos ditos três Euros para o NIB 0035 0651 0031 2990 2003 4. 


Pedidos:
froufe.andrade@yahoo.com
Telemóvel:939 320 807 

Que me diz? Confio na qualidade da sua resposta, vá ela em que sentido for.

Abraço
Jaime Froufe Andrade"


4. O Juvenal Amado, recebeu do Froufe Andrade a seguinte resposta:

Caro ex-Combatente Juvenal Amado!

Esta minha "campanha" (venda a preço de custo) é para manter enquanto houver livros. Optei por uma maior divulgação do meu trabalho em detrimento do lucro. É aquela velha realidade: nunca se pode ter tudo...

Segunda-feira de manhã irei ao correio expedir vários livros e aproveitarei para enviar já os vossos. Normalmente o correio demora entre dois a quatro dias a fazer a entrega. Peço-te por favor que mal os dois livros cheguem à tua posse que me avises para eu ficar tranquilo. Sobre esse ponto começo a ficar convencido de que os correios portugueses são muito fiáveis.

Um bom fim-de-semana e até breve. Um abraço.



5. No mesmo dia, 27 de Junho, o Juvenal recebeu esta mensagem: 



Hoje de manhã expedi o teu livro e o do Dinis. Amanhã seguirá o do Manuel Reis. Estou-te muito grato por esta tua acção de divulgação. A editora irá colocar o livro nas livrarias a Sete Euros. No entanto, eu vou tentar ir comprando o mais possível à editora livros a preço de custo (2,80 €) para os passar para as mãos de ex-Combatentes interessados a três euros por causa dos vinte e tal cêntimos de portes).

É verdade que em cada livro expedido perco dois cêntimos, mas vou buscar esse prejuízo nos livros que chegam ao destino sem ser pelo correio. No fim, julgo que "fico em casa" ou seja nem ganho nem perco. 

A minha opção é de facto a da divulgação em desfavor do lucro à custa dos ex-Combatentes. Estás a ver o ponto. O meu objectivo é legar este testemunho vivencial ao maior número de pessoas incluindo pessoas de gerações posteriores à guerra e que também merecem ser esclarecidas através de testemunhos deste tipo de como as coisas se passavam connosco em África. 

Se esta perspectiva te fizer sentido, não te canses de fornecer o meu contacto a eventuais interessados pela temática. Como te disse já, avisa-me por favor quando os livros chegarem para eu poder ficar tranquilo, embora a minha confiança nos correios seja grande. Quem estiver interessado pode enviar o respectivo pedido para:
NIB 0035 0651 0031 2990 2003 4. 


6. Com esta informação enviei ao Froufe Andrade o seguinte e-mail:

A notícia chegou-me através do nosso amigo Juvenal Amado.

Segue, de acordo com mail recebido, as indicações necessárias;

José Marcelino Martins
Rua Dr. Sidónio Pais, 14-1º dtº
12675.503 Odivelas

Agradeço dedicatória do autor no livro pois, como diz um amigo meu, só não tenho "Os Lusíadas" autografado. Mas ainda não perdi a esperança pois, sendo contemporâneo de D. Sebastião, numa manhã de nevoeiro aparecerão os dois.
Um abraço
José Martins
Guiné 1968/70


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Nota de M.R.:

4 DE JULHO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10115: Agenda Cultural (211): Lançamento dos livros "Filhos da Terra - A Comunidade Macaense Ontem e Hoje" e "O Livro de Receitas da Minha Tia/Mãe Albertina", Instituto Internacional de Macau, Lisboa, 11 de julho, 4ª feira, 18h.

5 comentários:

José Nunes disse...

O Camarada Jaime também me enviou uma mensagem,claro que fiquei curioso poia já timha lido a História do Rádio a Pilhas,já tenho o livro em meu podwer e já o devorei,guerra é guerra,a do Jaime foi em Moçambique,geografia e povos diferentes,mas a dor é a mesma.Gostei!
José Nunes
Beng 447
Brá 68/70

Anónimo disse...

Fomos do mesmo batalhão C.caç 2842O Froufe,era da 2358,eu fui da 2357
Vila Gamito.As suas narrativas no que conserne à 57,pelo seu detalhe
reportam-me até àquelas longinquas
paragens e aos seus intervinientes.
Os alferes Duque e F.F.,este úl_
timo era o meu c.de poletão,unia-nos um facto pouco vulgar,num uni_
verso de milhares de homens em todos os TO,estranhamente fomos"pa_
ar"no mesmo local.Nascemos no mesmo
dia;mês e ano.Casualmente?no
mesmo pelotão.Tinha-mos(o meu irmão
gémeo astral,infelizmente,já fale_
ceu)a mesma estatura,entramos para
a tropa ao mesmo tempo,ele para o
COM,eu para o CISMI.Sem nunca nos
conhecermos,encontramo-nos em Tomar
para formar batalhão e foi aí que
descobrimos tantas coincidências.
Até na doença fomos iguais,nós do_
entes oncológicos.Lembro-me muito
bem do Aristides e também do pobre
militar que deu origem à "Resma de
papel brilhante".Como estavamos a
"apanhar"tivemos que ser reforçados
com a passagem de pelotões de in_
tervenção,ele era elemento de um
desses pelotões que por lá passa_
ram.Depois de dois dias e duas noi_
tes tempestuosos,já no regresso a casa,por pouco não tivemos o mesmo
fim que o de um Paquete Inglês,de_
saparecido anos antes naquelas á_
guas,o qual nem deixou rasto.A mi_
nucia com o Andrade nos fala no seu
livro ajuda a ter uma ideia do que
foi aquele pesadelo que aqui também
se pode aplicar a expressão"Não sa_
bes como vais morrer".
Carlos Nabeiro.

Anónimo disse...

Acabei de fazer a transferência para o NIB indicado, pois não vinha a indicação junto do livro, e o cartão indica um telefone e um e-mail que estarão desactivados. Depois tentei contactos com o Juvenal e o Belarmino, pois tinha a impressão de ter sido a partir da iniciativa de um deles, mas o Juvenal não terá percebido a minha mensagem. Pronto, se a mensagem do multibanco excluir fins-de-semana, só na 3ª feira o npilim chegará à conta.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

Mas afinal qual é o e-mail do Froufe Andrade?
Também estava interessado em adquirir o livro.

JPicado

Anónimo disse...

Camarada Capitão Picado o e-mail de
Froufe Andrade é o seguinte:
froufe.andrade@yahoo.com
Ainda ontem à noite trocamos mensa_
gens acerca do livro e de outras materias relacionadas com o nosso
tempo vivido no mesmo batalhão,o
e-mail até ontem era este.
Carlos Nabeiro