quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Guiné 63/74 - P10341: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (13): Abuso de poder

1. Mensagem do nosso camarada Hélder Sousa (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), com data de 2 de Setembro de 2012:

Caros amigos
Nesta época de alegada menor produção editorial e de atenção ao Blogue por parte daqueles que normalmente o seguem, envio-vos este texto que foi produzido por inspiração dum episódio retratado no "P10305" da autoria do Juvenal Amado e que podem, caso queiram e achem oportuno, fazer publicar.

Trata-se de uma situação de abuso de poder, de atitudes reprováveis mas afinal tão recorrentes. E também de solidariedade.

Embora não se passando em terras da Guiné trata-se de coisas que se passaram 'em tempo de guerra', que é o lema que escolhi para os relatos das minhas recordações, e com pessoas que estavam a ser preparadas para 'ir para a guerra', sendo que alguns dos que se referem no texto também pisaram terras da Guiné.

Abraços
Hélder Sousa


HISTÓRIAS EM TEMPOS DE GUERRA (13)

ABUSO DE PODER


Caros camaradas, amigos e outros…
A memória tem destas coisas. Certas cenas, certas situações, ficam arrumadas lá, nalgum cantinho do cérebro, por incomodarem, por não lhes darmos importância ou por outro motivo qualquer mas, às vezes, basta um pequeno ‘clic’, uma pequena referência, para voltarem a aparecer, mais ou menos claras, mais ou menos difusas. O que agora pretendo relatar é uma dessas situações. Passou-se fez agora 42 anos e foi o texto do Juvenal Amado no “P10305”, relatando a atitude prepotente de um Oficial, em claro abuso de autoridade, perfeitamente descabelado, no caso que ele ilustrou sobre o Silva, que me fez relembrar este outro episódio do qual fui uma testemunha privilegiada. Neste meu relato há lugar à revelação dessa atitude de abuso de poder mas também às manifestações de solidariedade subsequentes.

Foto retirado da página http://zala.fotosblogue.com/129565/Codigo-de-Morse/, com a devida vénia

O local foi o então designado Regimento de Transmissões, no Porto, na Rua do Vale Formoso, ali perto do Jardim da Arca d’Água. A data foi o dia 1 de Setembro de 1970, os tais 42 anos que acima referi. O espaço em causa foi nas proximidades do Refeitório, aquando da formatura para o almoço.

As personagens principais foram o Sargento-de-dia, papel desempenhado pelo 1.º Cabo Miliciano de serviço na escala desse dia e um tal “Capitão C” vulgarmente conhecido na Unidade com a ‘cobra cuspideira’ pelo facto de ser usual falar espalhafatosamente lançando ‘perdigotos’ para cima dos seus interlocutores que deveriam guardar prudente distância. As personagens secundárias foram o Sr. Oficial-de-dia e o conjunto de soldados-instruendos em formatura e outros nas proximidades. O que se passou, e a que eu assisti, foi o seguinte:

Aquando da verificação das presenças e ausências autorizadas para a entrada no Refeitório, com os diversos pelotões formados, sob um sol a pino, abrasador, o Sargento-de-dia verificou que faltavam dois elementos que, por sinal eram do seu Pelotão de instrução. Procurou saber o que se passava e logo outros instruendos lhe disseram que os elementos em falta tinham sido ‘desviados’ pela ‘cobra cuspideira’ para ir até à pedreira, ali ao lado (cerca de 30, 40 metros), quando se dirigiam para o Refeitório, para participarem numa acção de rebentamento dessa pedreira e retirada rápida de algumas pedras. Esse trabalho demorou mais do que se previa e desse modo os homens ainda se encontravam sob as ordens forçadas do “Capitão C” estando agora em falta à formatura.

Para procurar resolver a situação o Sargento-de-dia dirigiu-se ao local onde estavam os elementos em falta para saber como se tinha processado a ‘requisição’ e como e quando os homens seriam ‘libertados’.

Nesse momento, o “Capitão C”, sentindo-se questionado na sua autoridade, dirigiu-se em passo apressado, gesticulando e vociferando, perguntando ao 1.º Cabo Miliciano o que é que ele tinha que interferir no trabalho. O 1.º Cabo Miliciano suportando estoicamente os ‘perdigotos’ da ‘cobra cuspideira’, colocou-se em sentido e respondeu-lhe que só estava a cumprir e a fazer cumprir as suas responsabilidades de Sargento-de-dia e pretendia os homens na formatura ou então um documento de requisição dos mesmos para justificar a ausência deles à formatura.

De cabeça perdida, por lhe contestarem a sua ‘autoridade’ normalmente impune, o “Capitão C” ensaia enfiar uma chapada com a sua mão direita na face esquerda do Sargento-de-dia que teve reflexos mais rápidos que o agressor, levantando o braço esquerdo e sustendo a chapada ao mesmo tempo que a mão direita agarrou fortemente o braço da ‘cobra cuspideira’ dizendo qualquer coisa que ficou apenas no conhecimento dos dois (e dos dois instruendos que se encontravam ali a dois metros), já que estavam face a face.

O Sr. Oficial-de-dia resolveu então entrar para ‘salvar’ a situação, assumindo a ‘justificação’ da não presença dos instruendos ‘requisitados’ pelo “Capitão C” e dissuadindo o “Capitão C” de voltar a interferir com as obrigações do Sargento-de-dia, mas como tudo se tinha passado à vista dos vários Pelotões e do próprio Oficial-de-dia os acontecimentos não iriam ficar por ali.

Até aqui falei do ‘abuso de poder’, mas é preciso também falar da solidariedade.

Acontece que naquela época decorriam obras no Quartel sendo que era voz corrente, no tal diz-que-diz, que a ‘dupla maravilha’ que por lá havia nessa época, constituída pelo referido “Capitão C” e pelo “Tenente VT”, manobrou a empreitada de modo a fazer com que algum trabalho necessário fosse executado pelos próprios soldados-instruendos, economizando as verbas correspondentes, sendo que o tal ‘diz-que-diz’ aventava hipóteses bem mais ‘cabeludas’.

O certo é que esse referido trabalho consistia essencialmente na recolha e transporte de pedras da pedreira para o local das obras, trabalho feito sem luvas (estávamos longe da intervenção da inspecção de trabalho…) o que originava frequentes cortes, esfoladelas e inchaço nas mãos. Os instruendos envolvidos, requisitados obrigatoriamente’, faziam-no rotativamente pelos vários Pelotões, mas andavam contrariados, revoltados mesmo, porque essas acções originavam frequentemente um menor desempenho nos testes de aproveitamento semanal, que permitiriam, ou não, a ida de fim-de-semana.

Deste modo, a cena ocorrida à sua frente, de desautorização do Sargento-de-dia pelo “Capitão C” e correspondente oposição só podia suscitar apoio e simpatia ao 1.º Cabo Miliciano.

O “Capitão C” no meio da sua fúria, para além de sentir desafiado na sua ‘autoridade’ dizia que tinha sido ofendido porque o 1.º Cabo Miliciano quando o impediu de bater e lhe agarrou o braço lhe teria dito:

- Se voltas a repetir isto, meu cabrão, mato-te! - e, em consequência ameaçou o 1.º Cabo Miliciano que lhe ia ‘fazer a folha’, ia fazer uma participação que o meteria na cadeia. Os instruendos juraram que o que ouviram foi:

- Se volta a repetir isto, meu capitão, bato-lhe!-  e dispuseram-se para o testemunhar onde e como fosse preciso.

Várias pessoas, incluindo o Oficial-de-dia que presenciou a cena (mas não o ‘diálogo’) e por exemplo o então 1.º Sargento Guedes Barbosa (que mais tarde também esteve na Guiné) que é um exemplo vivo de como as pessoas do Quadro não são indiferentes às injustiças, aconselharam o Sargento-de-dia a ‘fazer queixa’ do “Capitão C” com base de desautorização de funções e de tentativa de agressão testemunhada.

Com estas premissas decorreu a refeição e logo a seguir ao almoço foram várias as ‘movimentações’ que se processaram em vários sentidos. Nos ´rádios´ recebidos por essa altura, depois de descodificados, tomou-se conhecimento de várias mobilizações, designadamente de sete 1.ºs Cabos Milicianos para o CTIG, entre os quais o que protagonizava o episódio do dia.

Uns quantos dissuadiram o “Capitão C” de apresentar a tal participação, porque as suas razões eram fracas, havia largas dezenas de testemunhas para falar da tentativa de agressão e, além disso, “o rapaz já tinha castigo suficiente, tinha acabado de ser mobilizado para a Guiné”.

Outros ‘mostraram’ ao 1.º Cabo Miliciano que não valia a pena ir para a frente com a queixa porque o processo iria demorar algum tempo e já não estaria lá para o acompanhar. O melhor era mesmo anularem-se as acções, a participação e a queixa. E assim se fez.

Mais difícil foi dissuadir alguns dos instruendos mais revoltados com a situação de exploração a que estavam submetidos, trabalhando como escravos e ‘metendo dinheiro ao bolso’ dos tais membros da ‘dupla maravilha’ e que aproveitaram a situação para tentarem algum desforço deles.

Recordo alguns, como o “Tony” que trabalhou no “Hotel Cibra” em Cascais (e que também foi mais tarde parar à Guiné) e o “Marinheiro” que trabalhou na “Lanalgo” em Lisboa, entre outros, que estavam apostados em ‘visitar’ a propriedade da ‘cobra cuspideira’ em Gaia e fazer lá alguns ‘trabalhos’ para se sentirem de algum modo vingados das afrontas.

Acho que consegui fazer-lhes ver que não valia a pena tais acções, nem por mim que iria seguir a minha mobilização e não queria mais perturbações, nem por eles pois podiam ter algum dissabor que lhes iria estragar a vida. Mas valeu a solidariedade!

Um abraço para toda a Tabanca!
Hélder Sousa
Fur. Mil. Transmissões TSF
____________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 25 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10195: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (12): O senhor Major Calixto

9 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro Hélder,

Se isto se enquadra ou não no blogue isso agora não me interessa, interessa-me sim que no final deixas caír o pano sobre o 1º cabo meliciano em questão e mais outros camaradas mas omites sempre o nome desses dois FP desses oficiais, vergonha de qualquer inatituição militar que se prese de o ser. Nunca vi ou ouvi que, sobre eles, tivesse havido qualquer chamada de atenção pelos responsáveis do quartel, um tenente coronel e um major, sou por isso levado a considerá-los iguais, logo incompetentes.
Certamente já morreram, devido à sua avançada idade, mas estamos a falar das atitudes que foram tomadas por homens e das implicações que isso poderá ter tido. Acho que o teu escrito merece ter o nome dos intervenientes para que não parem dúvidas ou suspeitas sobre nenhum outro que o não mereça.
Sobre um deles, o VT, já o Eduardo Campos se pronunciou uma vez, o outro, homónimo em um dos nomes do Eduardo, era igualmente responsável pelo bar das praças e refeitório. Quem lucrava com tanto rabo de pescada...
Vivi também uma história com um desses oficiais e um senhor aspirante a oficial meliciano, verdadeiro oficial e cavalheiro, mas não acho que se enquadre aqui.
Um abraço.
BS

JD disse...

Viva Helder!
O género humano pode ser fraco. O género humano português, pode ser muito fraco.
Isso pode ficar a dever-se ao regime feudal que catacterizou a vida politica e social portuguesa até há poucos anos. "Monarquia" que persiste em resistir ao interesse público.
Já aqui tenho referido a "troika" que na minha companhia se governava sem querer saber da saúde e da segurança do pessoal. Mas houve outras estórias desse teor, conduzidas por milicianos, que o faziam na continuidade dos que os antecediam. Não eram estórias milionárias, mas eram do mesmo significado. Relativisava-se.
Essa é uma caracteristica da fraqueza do nosso povo, que não age quando é necessário.
Foi o que fiz, pelo Natal de 1970, quando receei denunciar o gamanço dos vinte e cinco tostões dados pelo ComChefe para melhoria do rancho. Durante o discurso de general estive a matutar se havia de falar ou não. Não!
Calei-me, e ainda remoo o cagaço da retaliação.
Actualmente acho-me mais determinado, contesto como posso todas as manifestações insolentes de abuso de poder, de crimes contra o interesse público, mas não resolvo nada. Há um vasto campo a desminar.
Um grande abraço
JD

Henrique Cerqueira disse...

Camarada Hélder
Todos nós instruendos passamos por situações idênticas de abuso de poder e Desumanidade.Todos teremos estórias a contar desses abusos.No entanto lá fômos aguentando com mais ou menos dôr sendo muitas veses tratados abaixo de animal.Lembro aqui o pior dos piores locais por onde passei.Foi em Tavira no ano de 1971."Que a terra seja pezada a quem me maltratou".Não lhes perdoo.
Hélder só não entendi esse posto de "1ºcabo meliciano".Eu pensava que só havia "cabo meliciano"ou então 1ºcabo,após escola de cabos.
Um abraço Henrique Cerqueira

Luis Faria disse...

Caro Hélder de Sousa

Ao que me parece,esse tal Cabo Miliciano de outrora,apaziguador mas que se não anulou perante a prepotencia de um poder,continua a seguir hoje o mesmo rumo apaziguador mas firme sem rigidez nas suas atitudes
Só naõ entendo e desculpa-me se estou errado,porque não relataste este episódio,real, na primeira pessoa.

Um abraço
Luis Faria

Eduardo Campos disse...

Helder.
Passo com muita frequência em frente antigo reg.transm.ocupado actualmente pela PSP.e sinto sempre uma nostalgia de um passado em que a memória já começa a dar sinais de cansaço.
Mas o Helder hoje, fez com que eu ficasse f....., pois também fui um dos muitos pedreiros que trabalharam árduamente e afinal o escudo ia para o bolso de alguns artistas, nunca tinha pensado nisso e mais f... fico porque estive dois dias na pildra "torre" junto à piscina, lembram-se? precisamente por um dia dizer que não era pedreiro (tinha as mãos num misero estado) e foi precisamente o meu homónimo( que o BS fala) que meu deu esse prémio.
O ABUSO DO PODER,reinava por lá e infelismente julgo que mesmo hoje em todas as actividades da nossa sociedade isso acontece.
Mas não quero terminar sem dizer que também havia gente mais "simpática" o então Comamdante Cor. Pires Afonso? para mim foi um deles.
Certo dia fiz uma asneira muito feia e o homem no gabinete dele durante mais de uma hora, resolveu o assunto com palavras,que me acompanharam até ãos dias de hoje e o assunto em causa era para prisão.
Um Abraço.



Hélder Valério disse...

Caros amigos
Os vossos comentários suscitam-me alguns esclarecimentos.
Em primeiro lugar para o Luís Faria:
- Não me identifiquei logo no início como o protagonista da situação porque lembrei-me de ter prometido ao Branquinho de 'não falar de mim nem do meu umbigo' e porque deixei à perspicácia dos leitores a descoberta que, afinal, até nem era difícil.

Depois para o Belarmino:
- O 'enquadramento' no Blogue do que relatei é sempre relativo. Na verdade não se tratou de uma situação passada 'lá', na Guiné, mas nela estão camaradas que 'estiveram' na Guiné; a situação relatada, como uma evidenciação de atitude prepotente, de abuso de autoridade, é idêntica à que foi relatada pelo Juvenal e por tantas outras que já foram referidas e de mais umas quantas que todos se lembram mas que ainda não foram relatadas, como por exemplo as questões relacionadas com as messes que o Zé Dinis aflora e que também já foi aparecendo por aqui, uma vez ou outra.

Quanto ao facto de ter omitido os nomes dos então "Capitão C." e do "Tenente VT", não o fiz por 'consideração' ou 'receio' mas sim por respeito por familiares já que não tenho informação se são vivos ou mortos, embora, em boa verdade, possa ser 'gato escondido com rabo de fora' já que, pelo menos para o pessoal que passou pelo então RTm, são perfeitamente reconhecíveis imediatamente.

Para o Henrique Cerqueira:
- De facto acho que tens razão, deveria ser "Cabo Miliciano". o 1º estará 'a mais'...

Para o Eduardo Campos:
- Calculei, pelo teu tempo, que também tivesses 'contribuído' para a construção do edifício...
Realmente, com as feridas e os inchaços das mãos como é que conseguiam captar as 70, 65 ou mesmo 60 letras por minuto que se exigiam nos testes? Aqueles, para registar os conjuntos de várias letras de 'cifra maluca' como lhe chamavam? Que os instrutores faziam correr naquelas máquinas que liam automaticamente as fitas perfuradas? Era aí, principalmente, que as queixam iam aumentando todas as semanas, pois eram cada vez mais os que não conseguiam ter a rapidez e destreza de escrita suficientes para alcançar o exigido.

Quanto à 'pildra' Torre/Pombal de que foste 'cliente', de que me lembro perfeitamente (e que mesmo hoje em dia ainda lá está, pode-se ver no google) tenho também uma pequena história, mas não cabe agora aqui.

Abraços
Hélder S.

José Marcelino Martins disse...

Eu tambem passei pelo RTm, no último turno de 1967, para a especialidade de Teleimpressor.

Foi lá, durante a instrução que tive um "problema" com um Cabo Miliciano, já que na altura ere recruta do Contingente Geral.

Voltei a encontrar-me com esse individuo que tentou "reeditar o caso havido". Alguém chamou a atenção para não rebuscar o passado, ainda que recente. Insistiu dizendo que ainda fazia com que "este gajo" apanhe uma porrada, por andar à civil.

Curiosamente, já estavamos em Novembro de 1968, eu já era Furriel, com 6 meses de Guiné, e ele ainda era Cabo Miliciano.

Talvez um dia publique, já que está escrita.

Anónimo disse...

Hélder,
Não quero gerar polémica à volta deste assunto, contudo vou tentar dar o meu ponto de vista e encerrá-lo pela minha parte.
Lembro-te que, com igual importância ou não, por de figuras públicas se tratar, Salazar, Marcelo Caetano ou Américo Tomás também têm familiares vivos e não deixa de se dizer deles aquilo que eram ou foram... Nem a família tem culpa nem deve ser vista ou achada no assunto.
As coisas são o que são e cada um é o que é.
Um abraço,
BS

Hélder Valério disse...

Caros amigos

Esta minha história não tinha, nem tem, qualquer intenção de 'acertar contas' com o passado.
Aliás, já nada se vai alterar.
Ocorreu-me, como já disse, pela relativa semelhança com o relato do Juvenal. Apenas lhe tentei dar um enquadramento mais 'literário'. E, valha a verdade, já me tinha esquecido de quase tudo.
É certo que os procedimentos dos então Tenente Val Telhas e Capitão Carneiro foram prejudiciais para muitos dos instruendos, nas acções que relatei e em outras que também se falavam mas, em que é que isso, hoje, altera a realidade?

Está visto que em todas as épocas, em todos os locais, havia sempre alguém, que gerava situações problemáticas, tal como refere o Zé Martins. No então BT tivemos (o pessoal do meu Curso) uma situação instigada pelo 1º Afonso, por exemplo.

Abraços
Hélder S.