quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10762: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (17): 18.º episódio: Emboscando a morte

O triunfo da morte, de Pieter Brueghel o Velho, (1562)


1. Em mensagem do dia 1 de Dezembro de 2012, o nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), enviou-nos o décimo oitavo episódio da sua campanha no K3, dias que fazem parte dos melhores 40 meses da sua vida.


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

18º episódio: Emboscando a morte

Certo dia preparei-me para aprisionar uma presença indesejável que todos sabíamos por ali andar. Pretensamente fantasmagórica mas que não nos assustava, a sua missão era a de arrebanhar gananciosamente, algum menos cauteloso e desprotegido.

Muitos de nós já com ela tinham convivido, bem como eu próprio, até que um dia e por via da tão ansiosa e sôfrega procura, "mostrou-se".
Ao fazê-lo, caiu na emboscada que lhe preparei, após um pensado e melhor elaborado plano de captura, abaixo descrito.

Algemada aí estava pi-ursa, ameaçando, gesticulando, implorando.

De estatura mediana, pr'aí um metro e setenta de altura, viseira verde, fato anti-bala, esgrimia com a mão direita um tridente, que é uma espécie de forquilha, mas só com três dentes.

Vinha do lado de lá atacante, decidida a despachar-se rápido, e pensando decerto que seria canja o cumprir do objectivo a que se propunha, mas eu, esperto e atento e de fato branco de anjinho e Judas, (cá está o plano) finquei os pés no chão vermelho, deixei-a aprochegar, empunhei a canhota ao mesmo tempo que inocentemente, mas com ares teatrais, lhe gritei:
- Rende-te morte... ou desfaço-te". ( E fá-lo-ia... se a não partisse em quatro, pelo menos abri-la-ia d'alto a baixo)

Solicitada que estava a ser a minha presença, ateia-a a um cajueiro, vesti de novo o camuflado e ainda cheguei a tempo de ajudar o 44, felupe de nascimento e que na altura se esforçava para introduzir duas granadas na bazooca, pois que ao que me disse acabaríamos mais depressa com a peleja, dada ser hora para o jantar.

Repelida que foi mais esta flagelação, fui interrogá-la. Havia mudado de visual e agora estava bem mais atraente, fazendo-me crer ter-se transformado na BB. Confessou-me que não fugira porque não quisera, e que estava apaixonada por mim. Aguardara-me pois pretendia que fosse com ela. Disse-me que se poderia mudar para a forma que eu quisesse e aí tremeliquei e estive quase a pedir-lhe para ser aquela professora que quase tudo me ensinou na faculdade da vida e cujas aulas frequentei desde os 14 anos, uma vez por semana, ao sábado.

E não foram mais os leccionamentos, pois que dez escudos... eram uma pipa de massa. Ainda hoje considero uma lástima terem acabado com essas Universidades (em 1964? 1965?) dado que aprendíamos mesmo e as "meninas" não eram tão despidas de pêlo como as d'hoje, que se depilam... depilam e ficam tão sem jeito.

Voltando à prisioneira: sendo inimiga e estando sob o meu jugo, não lhe dei quaisquer abébias embora estivesse mesmo sedento de vingança e com um rancor inimaginável.

A novidade foi-se divulgando, provavelmente devido a fugas de informação, ou não, porque a operação fora considerada secreta e logo se foram vindo alguns outros camarigos que mesmo explicando-lhes antes, quem era a terrífica personagem não deixaram de a vir espiolhar.

E saíam insinuando que cá o JE, estaria de "cabeça grande" mas que, e como de costume, mantinha o proveito de sempre bem acompanhado.

Lá por altas horas da noite, deixei que fugisse, não sem que antes me garantisse que só me voltaria a contactar lá para 2049 e eu, em contrapartida e por exigência dela, terei , se o conseguir à época, e em conjunto, "partir qualquer coisa".

(continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Dezembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10750: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (16): 17.º episódio: O mistério das luzinhas do K3

3 comentários:

Bispo1419 disse...

Apreciei, gostei desta tua alegoria sobre a morte, meu caro Veríssimo.
A guerra e a morte: feliz a ideia de anexar ao texto a imagem de "O Triunfo da Morte" uma fascinante e impressionante pintura de Bruegel, o Velho.
Este quadro pertence ao Museu do Prado em Madrid e é uma das suas fascinantes obras minhas preferidas: as cores, a devastação da paisagem, a desolação, os cadáveres, o desamparo dos sobreviventes ... uma espetacular e impressionante pintura sobre a guerra onde a morte campeia, em todo o seu triunfo. O seu título diz tudo.

Com que então já marcaste encontro com esta "senhora" lá para 2049! E ela aceitou!!! Por favor, se tiveres o seu Tlm, pede-lhe por nós outros de modo a te podermos acompanhar nesse encontro. Fazíamos a "dança dos esqueletos", cuja coreografia ela adora. Diz-lhe que lhe prometemos uma "granda" festa!

Um abraço do
Manuel Joaquim

Anónimo disse...

Sempre quis conhecer Europa e ainda não tive a oportunidade.
O Museu do Prado debe ser fantástico!
Eu quero ir este ano e já tenho cobertura da help saude, então só preciso a passagem e o hotel...

Anónimo disse...

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