quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Guiné 63/74 - P10894: Convívios (488): A tertúlia da Tabanca de Matosinhos, sempre activa (José Teixeira)

1. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, QueboMampatá e Empada, 1968/70), com data de 2 de Janeiro de 2013: 

Caríssimos editores e amigos
Com votos de continuação de um Bom Ano para vocês e para o nosso blogue, junto um texto e fotografias sobre a Tertúlia da Tabanca de Matosinhos.

Abraço fraterno do
Zé Teixeira


A TERTÚLIA DA TABANCA DE MATOSINHOS, SEMPRE ACTIVA

Semanalmente à Quarta-Feira, desde Maio de 2005, um grupo de combatentes da Guiné, vai dar duas de conversa na Tertúlia da Tabanca de Matosinhos e aproveita para dar o gosto ao dente no Restaurante Milho Rei em Matosinhos.

Por volta do meio-dia, começam a surgir os convivas. Ali à porta do restaurante juntam-se por, vezes aos magotes.

Quase todas as semanas há “caras novas” com novidades. Ou porque estiveram em tal sítio, onde por lá passou também um ou outro conviva habitual, o que gera logo ali conversa que vai durar e alastrar a outros convivas até ao fim do repasto; ou porque se encontra um velho camarada que nunca mais se voltou a ver, desde a passagem à “peluda” e de repente surge ali como por encanto para um aperta costelas bem sentido; Ou porque foram no mesmo barco e passaram pelas mesmas tabancas. Uns andaram pelo Norte, outros pelo Sul ou pelo Leste. Possivelmente não se cruzaram no terreno mas conhecem os locais, as mesmas pessoas nativas, com quem conviveram. Combatentes da Metrópole ou naturais da Guiné, ligações afetivas que com o tempo se perderam.

Todos conhecem bem os locais de alto risco, que aqui ou ali trilharam, o que aliás, eram comuns em todo o território. Tudo o que foi vivido pelos combatentes na Guiné é tema de conversa num retorno ao passado, que teima em “navegar” nas nossas mentes.

Este iniciar de “hostilidades” à porta do restaurante prolonga-se no interior. A conversa é como “as cerejas”. Alarga-se e prolonga-se. O tempo parece que voa no meio dos copos que se esvaziam - à nossa saúde!

As histórias repetem-se e revivem-se como se fossem passadas hoje. Contam-se cenas que os estranhos ao processo chamariam de mirabolantes, mas que foram realidades concretas e vivenciadas por todos nós. Por tal razão são ouvidas e partilhadas pelos presentes com profundo respeito. Talvez reflitam um certo romantismo em resultado do tempo que passou e de algum modo libertou da carga dramática em que se viveram, mas não deixam de ser o retrato fiel de acontecimentos verdadeiros, que, só quem por lá passou compreende verdadeiramente.

Nota-se nos que ali vão pela primeira vez, a emotividade própria de quem ainda, talvez por falta de alguém com quem desabafar, não se libertou da carga emotiva que os acontecimentos lhe provocaram.

Mudam-se os tempos, alteram-se as condições sociais e económicas, surgem preocupações novas, com que nunca se sonhou, mas a Tertúlia da Tabanca de Matosinhos continua.

Há quem faça deste local ponto de encontro dos seus amigos da Guiné, para festejar a sua amizade selada nas bolanhas.

Há quem faça deste local ponto de encontro para no seu aniversário, festejar a vida, com os seus amigos.

Há quem faça ponto de honra. Todas as Quartas-Feiras ali se encontrar com os seus amigos.

Transformamos a sala do restaurante numa caserna, com a sua linguagem caraterística, os “dichotes” e as “partidas” que a ninguém ofendem e só servem para animar a malta e nos fazer sentir mais jovens.

Desta vez, apareceu por cá o já nosso conhecido Grupo de Bedanda, para celebrar a fraternidade que se alimenta na quadra natalícia, com a sua alegria peculiar, a sua forma de viver a amizade muito própria. Apareceram em tempos, para ver como era e logo ficaram. Alargaram o grupo, ou será que o grupo se criou e solidificou de forma natural?!

De vez em quando aparecem em magote e animam a malta. Para não correrem risco de saúde trazem médicos aos pares.

A Tabanca de Matosinhos continua a ser uma porta aberta para os combatentes.

José Teixeira


Aspeto geral da sala, vendo-se o Grupo de Bedanda que veio festejar o Natal na Tabanca.

Desta vez o grupo de Bedanda por precaução trouxe uma dupla de médicos – Os Drs. Mário Bravo e Amaral Bernardo

Vem os velhos e os novos...

... e os mais novos

O Batista (morto vivo ) e o João Rebola parece que estão felizes!

Mais um grupo que nunca falha

Gente de Bedanda

O Carvalho e Zé Manel amigos de peito desde Mampatá, mais o Xico Allen

Os Presidentes da Tabanca Pequena ONGD – Álvaro Basto da MAG e Moutinho Santos do C.A.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 18 DE DEZEMBRO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10818: Convívios (487): Uma viagem por terras da Lusitânia (José Câmara)

6 comentários:

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Este texto do Zé Teixeira diz praticamente tudo.
Fala da camaradagem, da persistência, do efeito 'purificador' para os iniciados, da alegria, do gosto de viver, daqueles que se reúnem à volta da "Tabanca de Matosinhos".
E sabemos nós, que acompanhamos as notícias, que desenvolvem intensa e constante actividade de solidariedade para com o povo da Guiné.
E que isso não faz mal nenhum. Nem dói. Nem retira a possibilidade de ajudar internamente.
Por isso a "Tabanca de Matosinhos" está de parabéns.

Abraço
Hélder S.

Luís Graça disse...

Zé:

A tua/nossa Tabanca Pequena, sita em Matosinhos, é já um "case study", um estudo de caso... Ou se não é ainda, vai sê-lo!... Ainda há-de aparecer um doutorando, um sociólogo, um antropólogo interessado em conhecer as formas de sociabilidade e convívio "inventadas" ou "reinventados" pelos combatentes da última guerra em que Portugal esteve envolvido...

O caso da Tabanca de Matosinhos é deveras singular: não se trata de um convívio anual, ou esporádico... Todas as quartas-feiras, a malta vai marcando encontro no Milho Rei... Apesar da crise, contra a crise, a favor da crise, por mor da crise...

É, além disso, uma Tabanca Solidária... Acho que já mereciam alguma visibilidade mediática... Parabéns e bons encontros em 2013!

Luis Graça

Luís Graça disse...

... E a propósito tenho quotas em atraso! LG

Anónimo disse...

Abraço,Zé Teixeira.Vamos encontrar-nos mais vezes.
A propósito,e passe a publicidade,recomendo(e come-se bem!!!) a Tabanca pequena(será?)de matosinhos.
Amaral Bernaedo

Zé teixeira disse...

Amigo Dr. Amaral Bernardo a Tabanca, de Matosinhos só herdou o nome. Ela é de todos nós, os que estamos irmanados pelas águas das bolanhas da Guiné.
Zé Teixeira

Anónimo disse...

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