domingo, 17 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11268: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (41): O Chissóia e tantos outros que fomos obrigados a abandonar

 

1. Em mensagem do dia 21 de Fevereiro de 2013, o nosso camarada Belmiro Tavares (ex-Alf Mil, CCAÇ 675, QuinhamelBinta e Farim, 1964/66), volta a aflorar o doloroso fim de muitos dos camaradas africanos que lutaram ao nosso lado e que foram abandonados à sua sorte aquando da independência dos territórios ultramarinos.



O Chissóia

Este título encabeçava um texto que me foi enviado, há já algum tempo, via mail, por um amigo de longa data que reside, há anos, para lá da outra margem do Atlântico. Logo pensei escrever sobre tão desgraçado tema; eu estava, porém, assoberbado com outro longo assunto… trabalho do dia-a-dia, e o tempo foi passando, inexoravelmente.

Como assunto escreveu: “Homenagem de gratidão ao Chissóia e a tantos outros que fomos obrigados a abandonar”. “Malhas que o Império teceu”!

Faço agora duas perguntas:
- Quem terá sido obrigado a abandonar?
2ª - Foi obrigado por quem?

De seguida relata: extraído do livro "Quinda" de Carlos Acabado, da coleção Império, nº 3.
Mais abaixo, transcreve algumas passagens das páginas do autor acima referido, narrando um pouco da vida dos Chissóias, pai e filho

O progenitor fez-se pisteiro e caçador de elefantes - saber de experiência feito - para proteger (e não só) as culturas do povo da sua aldeia que - sabe-se lá porquê - ficavam na zona de passagem dos paquidermes, à procura da água do rio Lungwebungo, destruíam ou danificavam seriamente, em trânsito, as lavras dos seus vizinhos; com os seus estragos lançavam às malvas o trabalho estrénuo de meses. Destruídas as culturas, o povo pagava as favas… com meses de fome.

Ao mesmo tempo que protegia as sementeiras do seu povo, o pai Chissóia acompanhava também os abastados colonos da região na caça aos elefantes; a carne, às toneladas, era distribuída pela população da aldeia de Lucusse; apenas os dentes, depois de extraídos dos maxilares - tarefa de que o pai Chissóia, de bom grado, se encarregava - eram entregues aos colonos que haviam abatido os animais de… tromba.

Naqueles tempos conturbados - estávamos no início da Guerra Colonial - um grupo de gente armada, pessoas desconhecidas naquela aldeia, entrou em Lucusse para conversar com o soba. Perante a “incompreensão” daquela autoridade gentílica e até de alguma pretensa e/ou manifesta “hostilidade”, o chefe do bando armado, sem mais delongas, e perante a população aterrorizada, fuzilou o soba por ser um “chefe corrupto”; o velho Chissóia foi também barbaramente abatido, por ser “lacaio dos colonialistas”.

O filho Chissóia fugiu à pressa, embrenhando-se na selva protetora e conseguiu chegar a pé, são e salvo, à capital do distrito; procurou o chefe militar português a quem transmitiu a malvada notícia. De seguida, um destacamento militar fixou-se na aldeia e o jovem Chissóia foi colaborador dos militares, ficando para “sempre” ligado à nossa tropa; os seus conselhos e atuação eram cada vez mais imprescindíveis. Veio a ser condecorado com a Cruz de Guerra, por atos heróicos em combate, e, durante a cerimonia, ouviu do general que lha colocou no peito:
- Portugal sente orgulho por ter filhos como tu.

Os anos passaram… lentos; chegou a não menos sangrenta fase de transição para a independência; de novo ocorreram os ajustes de contas, talvez ainda em maior quantidade e, por certo, também mais atrozes.

Alguns elementos da aguerrida equipa de Chissóia foram selvaticamente abatidos; as chacinas generalizaram-se; outros companheiros, porém, tiveram tempo de se proteger na mata, às escondidas, com elevadíssimo risco, mantinham contacto com o chefe.

O Chissóia conseguiu chegar ao comando militar da zona, onde um “tenente de barbas”, depois de saber o seu nome, lhe transmitiu que isso “tinha de acontecer aos lacaios do imperialismo e traidores do povo”. O indígena sentiu o mundo cair dos eixos sobre a sua cabeça; ficou descoroçoado!

No Comando Militar, ele pensava ser absolutamente protegido; afinal ouviu do tal ”tenente de barbas” o mesmo que disseram ao seu pai antes de o fuzilarem: 
- Lacaio dos colonialistas.

Ao seu interlocutor, um militar da FAP, o Chissóia, incrédulo, referiu: 
- Mas, no caso do meu pai, os matadores eram negros… um tenente branco, ao serviço do Exército Português, não podia dizer-me o mesmo! Será que já fui riscado do rol dos portugueses para ser livremente abatido pelos africanos independentistas?!

Solicitou ao mesmo interlocutor o especial favor de, em meio aéreo, o colocar - bem como à sua família ali presente e mais duas mulheres - em determinada pista militar próxima da fronteira e já abandonada; dali eles partiriam, através da mata, ao encontro dos seus companheiros que haviam conseguido debandar antes de serem abatidos. Tinha a certeza que um dos “movimentos” estaria disponível para aproveitar a sua experiência e o seu saber fazer. Com desmedido perigo para as duas partes envolvidas na arriscada viagem, até à dita pista, o Chissóia foi ali colocado e, em poucos segundos, despareceu no soturno silêncio da brava selva africana que a todos, irmãmente, protege.

No dia seguinte, ao proceder-se à limpeza habitual do aparelho voador, alguém encontrou, por baixo do banco usado pelo Chissóia, uma Cruz de Guerra com a qual aquele herói tinha sido agraciado, anos antes. Tê-la-á perdido involuntariamente? Ou terá sido abandonada intencionalmente? Só ele e Deus o sabem. Aquela condecoração poderia ser um elemento comprometedor, pois confirmaria a sua íntima e longa ligação às Forças Armadas Portuguesas.

E mais não disse!

Como português, fiquei profundamente magoado - e como me doeu! - por ficar a saber (aliás já sabia de acontecimentos semelhantes) que alguns portugueses, embora de cor (o que nada significa) fossem maltratados, molestados, abatidos, selvaticamente chacinados, sendo tão portugueses como nós.

Quem assim agiu ou permitiu que se obrasse seria português apenas no BI ou até talvez isso; no coração a nacionalidade seria outra.

Neste momento, apetece-me perguntar às chefias, aos responsáveis no terreno, daquela época:
- Quantos Chissóias criámos nos três teatros de operações durante os longos e funestos anos da nossa guerra do Ultramar, para, no fim, serem cobardemente abandonados à sua triste sina?

A nova força africana... O major Fabião, na altura (1971/73) comandante do Comando Geral de Milícias, e o gen Spínola, passando revista a uma formatura de novos milícias.
Autor da foto: desconhecido. (Reproduzidas com a devida vénia)

Guiné-Bissau > Região Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Missirá > 1970 > Pel Caç Nat 54 >
Foto: © Mário Armas de Sousa (2005). Todos os direitos reservados.
 
Militares da 1ª Companhia de Comandos Africanos, comandada pelo Capitão João Bacar Djaló
Foto retirada do nosso Blogue - Poste 6149

Estou a escrever para um blogue de ex-combatentes da Guiné. A esses eu pergunto de outro modo:

- Quantos Malans viveram, lutando sabiamente, corajosamente, lado a lado connosco, como portugueses de rija têmpera? O seu sangue, independentemente da cor da pele, que nada importa, era tão rubro, tão português como o nosso!

Quem saberá informar o que, na verdade aconteceu aos valorosos e portuguesíssimos militares do célebre Batalhão de Africanos, aquartelado em Bissau?

Citei o nome Malan, não só por ser comum na Guiné, mormente entre os mandingas, mas principalmente porque era o nome do brioso, ousado e valente guia da nossa gloriosa CCaç 675; no fim da Guerra terá sido cobardemente abandonado à sua sorte e veio a ser desumanamente fuzilado (sem qualquer sombra de julgamento) no Senegal onde se refugiara, tentando fugir ao destino que lhe traçaram.

Antes da Guerra, por ser muito conhecido e benquisto na região de Farim, o PAIGC tentou arrebanhá-lo. Impossível! O seu puro portuguesismo não o permitia!

Profundo conhecedor da maior parte do território a norte do Cacheu e de boa parte do Oio tornou-se guia da CCaç 675, a primeira companhia a sediar-se em Binta, que ficava a escassa meia dúzia de quilómetros da sua aldeia natal, Genicó Mandinga. Esta tabanca fora incendiada pelos independentistas, bem no início da Guerra e a mãe do guia foi ali cruamente abatida, porque o filho, o nosso querido Malan, não aceitou bandear-se.

Foi uma figura marcante, preponderante, e a ele devemos uma boa parte dos extraordinários sucessos operacionais da sua e nossa CCaç 675.

Com o acordo do então comandante da companhia, eu tentei conseguir, no QG, em Bissau, a necessária autorização para que o Malan pudesse vir passar seis meses na Metrópole, a expensas nossas; o Governo Português apenas seria sobrecarregado com as viagens de ida e volta em navios de transporte da tropa. O requerimento foi indeferido, alegadamente, por “motivos operacionais”. Nada mais se podia fazer!

Nos últimos dias de 1964, o indómito capitão Tomé Pinto decidiu “invadir e destruir” a base de Sambuiá, sita na Península com o mesmo nome (Península porque ficava entre os rios Sambuiá e Malibolon que são tributários do Cacheu); esta era sem dúvida a base inimiga mais poderosa a Norte do Cacheu. Deste modo, o nosso ilustríssimo capitão pretendia vingar a morte do furriel Vilhena Mesquita, abatido pelo rebentamento de uma poderosíssima mina anticarro, no dia 28 de Dezembro de 1964. Já em Janeiro de 1965, a bordo de um Dornier, o Cap. Tomé Pinto fez o reconhecimento aéreo da dita península.

O piloto Honório, homem já muito experimentado nestas andanças apercebendo-se das enormes movimentações de combatentes fortemente armados, perguntou:
- Que efetivos vão atuar nesta zona?
- A minha companhia! - Respondeu secamente o nosso valente comandante.
- Apenas uma companhia? Isso é uma temeridade!

No dia 5 de Janeiro, a CCaç 675, reforçada com alguns homens da frágil guarnição de Guidage (havia ali apenas um pelotão) calcorreou livremente (quase) aquela Península de lés-a-lés; o sucesso da operação só não foi estrondoso (como previsto) porque algo muito grave aconteceu; o Pelotão de Morteiros 980, a quem cabia a missão de proteger (impedir a fuga) a ponte de Malibolon sofreu um gravíssimo revés: um terrível naufrágio em que oito militares, na flor da idade, perderam ingloriamente as suas vidas nas revoltas águas turvas do Cacheu. Assim aquela ponte ficou sem vigilância e foi por ali que os “corajosos” donos da Guerra da base de Sambuiá se escapuliram apressadamente, antes que fosse tarde, colocando-se a seguro em terrenos próximos de Bigene ou no Senegal, ali ao lado.

Anos mais tarde, houve nova tentativa de aniquilar aquela base. O General Spínola apareceu a meio da operação para transmitir mais confiança às tropas. O governador ficou tão agradado coma a atuação do nosso guia, Malan Sissé, que de seguida o galardoou com o Prémio Governador da Guiné - um mês de férias na Metrópole (no Puto).

Os africanos beneficiários daquela benesse ficavam instalados no DGA e faziam ma série de visitas programadas para ficarem a conhecer os locais e os monumentos mais significativos da História de Portugal.
Ao segundo dia da sua estada em Lisboa, o nosso famoso guia foi “raptado” no DGA; durante uma semana ficou “adido” em minha casa; depois andou de mão em mão, sempre acompanhado pelos seus indefetíveis amigos da CCaç 675. Voltou ao DGA na véspera do seu embarque de regresso à Guiné.

Mal tu imaginavas, meu caro Malan, depois de tantos sacrifícios, tanta guerra, tanta manifestação de puro portuguesismo, que virias a ter o mesmo trágico e cobarde fim de tantos outros Malan's... e Chissóia's.

Ficam as perguntas atrás formuladas. Quem saberá responder convenientemente?

A todos um alfa bravo muito cordial neste início de novo ano (já vai ficando velho) de 2013.

Fevereiro 2013
BT
____________

Nota do editor:

Vd. último poste da série de 10 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11228: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (40): O sr. Dr. Matos

6 comentários:

Antº Rosinha disse...

Belmiro, o último "Chissóia" ou "Malan" que conheci na Guiné foi em 1993 (19 anos pós 25 de Abril).

Durante 3 anos ele cumprimentava-me diariamente como me cumprimentavam quaisquer funcionários das Obras Públicas onde eu trabalhava.

Mas eu não sabia que ele era um "Chissóia" ou um "Malan".

Ele era um humilde e já idoso contínuo num dos serviços do Ministério das Obras Públicas.

"Chissóias" ou "Malans" não eram só os que pegavam em armas, eram também régulos, funcionários, agricultores, enfermeiros e de toda sociedade quer tribal quer citadina, que nunca se reviram naqueles discursos que sempre foram muito ambíguos para os africanos em geral.

Esse último "Chissóia" ou "Malan" ao fim de 3 anos de me conhecer e só na véspera de eu abandonar a Guiné, fim de contrato, é que foi ao meu local de trabalho, e quiz identificar-se (castigar-me a memória, digo eu).

Abriu uma pasta velha, tirou um Bilhete de Identidade antigo, dele como Português, tirou os livros da 4ªa classe onde ele tinha estudado talvez uns 30 anos atraz, mostrou-me fotos com civis e militares com quem tinha trabalhado.

E disse-me que ele e a família continuavam portugueses, arrumou a pasta, apertou-me a mão, e como me tinha acontecido com vários "Chissóias" ou "Malan", fiquei mudo, gaguejei, mas fiquei a saber que não me exigiam nada, só queriam uma palavra e eu não tinha palavra nenhuma.

Mas o que mais me revoltava é que eu sabia que todos os grandes dirigentes do PAIGC tinham nacionalidade portuguesa e guineense, principalmente os que foram os tais "estudantes do império", recebidos de braços abertos e os nossos companheiros foram abandonados.

Aquele contínuo era português de coração e de memória, e os directores dele do PAIGC, e que testemunharam os crimes sobre os "catchurros dos tugas" tinham todos nacionalidade de portugueses como tu Belmiro , e como eu.

Cumprimentos.

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Belmiro Tavares,

Apesar de nao nos conhecermos, temos em comum o facto de a tua 675ser contemporanea ou mesmo irma da 674 (de Inacio Gois) que esteve sediada na minha terra natal (Fajonquito) nos primeiros anos da guerra. Na altura teria eu pouco mais de 5 anos de idade.

Subscrevo as tuas palavras de indignacao e tomo boa nota do depoimento do velho amigo Rosinha que nao se desarma nas suas tentativas de convencer os seus compatriotas de que havia africanos racionais e lucidos que tinham uma leitura diferente dos jovens nacionalistas e revolucionarios, da casa dos estudantes do império e que alguns se sentiam muito portugueses, apesar de tudo.

Hoje é sabido que quando A. Cabral tentou mobilizar os régulos do chao Fula, estes recusaram a ideia de uma nova guerra com consequencias imprevisiveis, mais tarde, alguns deles pagaram com as suas vidas.

Com muita pena, mas Portugal como nacao e como potencia colonial, nao conseguiu honrar o seu nome perante os seus aliados locais.

Por isso, na minha modesta opiniao, Portugal ainda pode e deve ajudar a Guiné, mas isso tera que ser feito com inteligencia e tacto assumindo uma posicao equidistante e o mais neutral possivel, para desta forma fazer parte da solucao e nao do problema, como infelizmente acontece neste momento e cuja linha de accao algumas pessoas insistem em prosseguir depois das infrutiferas palmadinhas nas costas a que nos tinham habituado desde a independencia.

Um grande abraco para os dois "mais velhos".

Cherno Baldé

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Belmiro Tavares,

Apesar de nao nos conhecermos, temos em comum o facto de a tua 675ser contemporanea ou mesmo irma da 674 (de Inacio Gois) que esteve sediada na minha terra natal (Fajonquito) nos primeiros anos da guerra. Na altura teria eu pouco mais de 5 anos de idade.

Subscrevo as tuas palavras de indignacao e tomo boa nota do depoimento do velho amigo Rosinha que nao se desarma nas suas tentativas de convencer os seus compatriotas de que havia africanos racionais e lucidos que tinham uma leitura diferente dos jovens nacionalistas e revolucionarios, da casa dos estudantes do império e que alguns se sentiam muito portugueses, apesar de tudo.

Hoje é sabido que quando A. Cabral tentou mobilizar os régulos do chao Fula, estes recusaram a ideia de uma nova guerra com consequencias imprevisiveis, mais tarde, alguns deles pagaram com as suas vidas.

Com muita pena, mas Portugal como nacao e como potencia colonial, nao conseguiu honrar o seu nome perante os seus aliados locais.

Por isso, na minha modesta opiniao, Portugal ainda pode e deve ajudar a Guiné, mas isso tera que ser feito com inteligencia e tacto assumindo uma posicao equidistante e o mais neutral possivel, para desta forma fazer parte da solucao e nao do problema, como infelizmente acontece neste momento e cuja linha de accao algumas pessoas insistem em prosseguir depois das infrutiferas palmadinhas nas costas a que nos tinham habituado desde a independencia.

Um grande abraco para os dois "mais velhos".

Cherno Baldé

Antº Rosinha disse...

Amigo Cherno como tenho pena que estes diálogos não os pudesses fazer (sem complexos nem medo) há 25, 30 anos atraz, quando ainda havia muita gente com a idade dos vossos mais velhos ainda vivos.

Claro que estas afirmações que me ouves a mim, aqui, não me atrevia a faze-las com o poder nas mãos de Luís Cabral ou de Nino que conheci bastante bem.

Nem no Prec português.

Foi aí na Guiné que mais tarde compreendi melhor o que sofreram milhões de angolanos.

Vi Sanzalas inteiras terem que fugir porque algum dos movimentos os bombardeou com morteiros.

Faço ideia o que teria acontecido na guerra (28 anos)que se seguiu com a saída do tuga.

Claro que de todo o mal, o menor teria sido o MPLA ficar por cima, porque os outros eram simplesmente tribalismo puro, que apesar de tudo, as tribos não devem ser ignoradas, muito menos eliminadas.

Queria dizer-te Cherno, (sem cinismo) que a ajuda portuguesa à Guiné, como dizes, ser feita com "inteligência e tacto", e praticamente impossível.

Portugal já "foi", como diziam os antigos estudantes do império, em Angola: "dai-nos a independência, que vocês nem o puto sabem governar".

E mesmo a França, amigo Cherno, já pediu Drones emprestados aos Estados Unidos, que a inteligência e o tacto francês já não chegam.

Cumprimentos

Anónimo disse...

"alfero".."
Pôe-se em sentido e faz-me a continência..

Eu é Português e ama Bandeira Nacional..meu bilhete de identidade.....que me mostra depois de o retirar de um plástico.

Logo ele que fumando o seu cachimbo..lá nos gadamael..me dizia com ar divertido..vai no tu terra..vai nos lisboa..oh pá eu não sou de lisboa--.

Depois abraçamo-nos e choramos os dois..olhando em redor vi muitos miúdos com ar de espanto..onde é que já se viu..dois Homens Grandes..um branco e um preto abraçados e a chorar..

Isto passou-se em Gabú em 98..

C.Martins

Cherno Baldé disse...

Caro C. Martins,

Quero agradecer-te, por esta via, a tua preocupacao e os conselhos que me da, na qualidade de homem vivido e de bom senso, todavia, na Guiné-Bissau de hoje e de forma particular, em Bissau, aquilo que eu escrevo no Blogue é conversa corrente e de viva voz em qualquer toca-toca e em qualquer Bairro.

Na verdade, no estado em que o pais esta, os Guineenses ja nao tem nada a perder.

Um grande abraco,

Cherno Baldé