segunda-feira, 8 de julho de 2013

Guiné 63/74 - P11813: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (17): Ainda os fuzilamentos dos nossos camaradas guineenses: não podemos emendar a histstória, mas temos o direito à tristeza, à mágoa e á indignação (Jorge Cabral, ex-comdt do Pel Caç Nat 63, Fá Mandin ga e Missirá, 1969/71)


1. Reprodução de texto do Jorge Cabral, ex-comandante do Pel Caç Nat 63 (Bambadinca, Fá Mandinga, Missirá, 1969/71), e antigo docente da Universidade Lusófona, onde foi presidente do Instituto de Criminologia, especialista em direito penal, advogado e escritor. O texto, já publicado em 16 de m,aio de 2006, na I Série (*), vem a propósito do poste mais recente do António J.Pereira da Costa, P11810.


Amigo Luís,

Porque comandei um Pelotão de Caçadores Nativos [nº 63] e fui amigo de alguns Comandos Africanos, a questão dos fuzilamentos toca-me profundamente (**).

Já sabia que militares guineenses pertencentes às Companhias e Pelotões de Caçadores haviam sofrido a mesma sorte. Do meu Pelotão foram três, e embora já me tenha referido a este assunto, em colaboração anterior, considero-me obrigado a mais uma vez reflectir serenamente e com a objectividade possível.

Compreendo, aceito e comungo da emoção sentida por todos aqueles que partilharam perigos, cansaços e medos com os africanos, caindo nas mesmas emboscadas e defendendo quartéis comuns.

A emoção porém, ou a falta dela, não nos devem obnubilar a razão ou tolher o raciocínio, contribuindo para conclusões simplistas. Não foram patriotas portugueses que foram fuzilados, nem o lixo, até porque a todo o Homem é devido o respeito pela sua dignidade, inerente à condição humana. Foram Homens que foram fuzilados!

Quero acreditar que todos somos contra a pena de morte e que também repudiamos frontalmente que alguém possa ser condenado sem julgamento. O ter pertencido ao Exército Português foi considerado facto suficiente para consubstanciar o crime de traição. Não se apuraram as culpas individuais, nem a consciência da ilicitude, num Tribunal imparcial, que garantisse o Direito de Defesa, como deve acontecer em qualquer parte do Mundo.

Parece evidente que o ter sido torcionário, cortador de cabeças ou criminoso de guerra, constitui uma realidade diferente do ter servido rotineiramente, por necessidade de sobrevivência, num Pelotão ou numa Companhia de Caçadores Africanos.

Tinham todos os guineenses que integravam as tropas portuguesas a consciência de que estavam a trair a sua Pátria? Haviam todos interiorizado o conceito de Pátria? Porque serviam no Exército Português?

Ao longo dos tempos, nas Campanhas de Subjugação e Pacificação, os Portugueses contaram quase sempre com a ajuda dos Fulas, os quais combatiam ao serviço de Senhores da Guerra, enquadrados em unidades africanas, ou desempenhavam funções de auxiliares. Não lutavam por nenhuma Pátria, eram aliados dos Portugueses, contra Papeis, Balantas, Bijagós, Felupes ou Mandingas, os quais se batiam em defesa do seu chão, contra o pagamento de impostos ou o recrutamento forçado para as obras. A sede do poder e da riqueza, e a possibilidade do saque, justificava a aliança Portugueses-Fulas.

A ideia do Portugal plurirracial é contemporânea do início da Guerra Colonial. A substituição do termo Colónias pela designação Províncias Ultramarinas, foi expediente saloio, para enganar a Comunidade Internacional, e procurar legitimar a Guerra – Portugal não tinha Colónias e todos eram Portugueses. Todos sabemos que se tratava de uma ficção.

Nas Colónias vigorou o Estatuto do Indigenato, de acordo com o qual, só alguns eram considerados assimilados, usufruindo da cidadania. Os africanos foram sempre subalternizados, empregados em funções menores, ou enfeitados com cargos honoríficos como os oficiais de 2ª Linha.

Até aos anos 60, nenhum negro tinha acesso à frequência da Escola do Exército. É com a guerra que esta situação vai ser alterada. A necessidade de homens para combater determinou uma estratégia de africanização, que deu lugar à criação de unidades africanas, Companhias e Pelotões, de base étnica, e primeiramente comandadas por quadros europeus. (Quando tomei conta do meu Pelotão, tinha soldados balantas, bigajós, mandingas, papeis e fulas. No fim da comissão só existiam fulas).

A primeira Companhia, totalmente africana, foi a dos Comandos Africanos, cuja instrução acompanhei em Fá Madinga. Oficiais, sargentos, furriéis e praças, incluindo mecânicos, vaguemestres, enfermeiros, todos eram guineenses.

Entre os militares nativos do meu Pelotão, existiram os que apenas cumpriram o serviço militar obrigatório e passaram à disponibilidade, designadamente todos os cabos (Injai, Carlitos, João, Negado e outro de etnia Manjaca de que não recordo o nome). Nenhum deles era Fula. Os Fulas continuaram. Porquê? Que iriam fazer fora da Tropa? Como sobreviver? De que forma alimentariam as mulheres e os filhos? Não haviam os avós e os bisavós, combatido ao lado dos portugueses? E combatido contra quem? Contra Balantas, contra Mandingas, que agora estavam no P.A.I.G.C. Onde o conceito de Pátria? Qual Pátria?

Obviamente que o caso dos quadros dos Comandos Africanos é diferente. Para os meus amigos Saegue, Januário, Jamanca, Camará, Justo ou Sisseco, o ser oficial do Exército Português representava a ascensão social, mas também a desforra contra séculos de humilhação. Os portugueses precisavam deles. Afinal também os negros podiam comandar tão bem ou melhor do que os oficiais saídos da Academia Militar (é interessante assinalar que as reticências postas por eles à Operação Mar Verde, tiveram principalmente a ver com o uniforme: queriam ir, mas fardados de oficiais portugueses).

Que esperavam estes comandos no fim da Guerra? Não posso falar por todos. Mas conversei sobre o assunto muitas vezes com o Saegue, que acreditava numa solução política, numa independência negociada, na sua futura integração no Exército da Guiné Bissau, ou na sua vinda para Portugal, que ele conhecia, pois estudara em Santarém.

Só uma eufórica ingenuidade, pode ter permitido tão trágico quanto negligente abandono. Bastaria ter atentado no que sucedeu ao Januário, irmão de um quadro do PAIGC, que, tendo desertado em Conakry com o seu grupo de combate,  foi fuzilado, ele e os seus homens.

Não podemos emendar a História! E quanto à dramática morte de Amigos, ou de Homens com quem convivemos diariamente, assiste-nos o direito à tristeza e à mágoa, independentemente dos erros, que eles possam ter cometido.

Como sempre, um Grande, Grande Abraço,

Jorge (***)


___________

Nota do editor: 


(**) Vd., na I Série, mais postes sobre este tema dos fuzilamentos de antigos camaradas nossos, guineenses, no pós-independência.

29 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Meu caro Jorge Cabral

Assino por baixo todo o teu texto. Muito bem, está lá tudo, até o destaque que dás à desfocada e obliterada ideia de Pátria para os diferentes grupos étnicos da Guiné.
O que também acaba por explicar tanta tragédia!...

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Uma pequena,chamada de memoria aos Amigos e Camaradas,quando com algum aparente "distanciamento",comentamos comportamentos do PAIGC quanto aos fuzilamentos.No ainda näo täo distante ano de 1975,camaradas militares exigiram,em Assembleias,fuzilamentos de outros militares situados em campos ideologicamente opostos.A primeira ocasiäo,após o golpe do 11 de Marco, no edifício da Manutencäo Militar em Lisboa (estive presente),onde alguns exaltados exigiam o fuzilamento de Oficiais do entäo denominado "grupo Spinolista".Antes de Novembro de 1975,em reuniäo de militares na Biblioteca do Regimento de Comandos da Amadora,foram também exigidos fuzilamentos de militares da chamada "esquerda do MFA" constantes de listas cuidadosamente elaboradas.Em ambas as ocasiöes,palavras ponderadas (mas determinadas!)de alguns dos presentes,evitaram o pior.(No caso do Regimento de Comandos,e honra lhe seja feita,Jaime Neves).Haverá,obviamente,diferencas entre "propor" e executar".Como certamente as há entre os ódios criados por prolongada e sangrenta guerra de libertacäo e....simples divergências de ordem política. Um abraco do José Belo.

Anónimo disse...

Olá Camaradas
Mais uma apreciação lúcida e esclarecida do problema dos ex-militares, ex-milícias e funcionários administrativos do aparelho militar e civil da administração conduzida pelo governo português.
Sobre o conceito de pátria deixo (de novo) a pergunta:
Na guerra entre as colónias americanas e a coroa britânica quem é que defendeu a pátria? Os americanos revoltados ou os britânicos (de todas as origens) que foram projectados contra eles?
E no Brasil? A coroa não projectou força contra a colónia rebelde. Porquê? Porque não tinha força para tal, mas especialmente porque não tinha campo político - nacional e local - para isso.
Um Ab.
António J. P. Costa

Cherno Balde disse...

Caro amigo Jorge Cabral,

Este texto e velho de quase 8 anos, espero bem que o autor tenha, entretanto, evoluido na sua assercao tanto ideologica como historica e social.

A analise e´ pragmatica e tipicamente pos-colonial de uma mentalidade e cultura que foi essencialmente colonialista, nao se distinguindo de todas as outras mentalidades e culturas colonialistas ao longo dos tempos.

Lamento dizer isto a um amigo que muito prezo, mas no texto para alem da pretensa objectividade eu vi sobretudo uma tentativa desgarrada de um branqueamento historico onde Portugal como nacao, como potencia colonizadora, ficou simplesmente ofuscada, sem brilho, sem a aparencia de dignidade das outros paises seus comparsas.

A analise sobre os militares e milicias fulas parece logica, mas e´ incompleta e deformada porque no caso da Guine nao se pode analisar o comportamento destes soldados separando-os da sua condicao social e territorial, isto e´ da sua ligacao as suas bases comunitarias, das chefias tradicionais das quais imanam e dependem fortemente e tambem do contexto da regiao no seu todo, o que faz deles um caso a parte, talvez comparavel so aos seus |primos| Mandingas.

Diz-se que os fulas nao tem a nocao da patria, o que nao corresponde a verdade, pode nao ser a Portuguesa, mas tem a nocao clara dos seus interessses e a necessidade de criar condicoes de seguranca e de sobrevivencia para o seu povo e, muitos sec. antes da colonizacao ja sabiam o que era o poder e o que era preciso fazer para o conservar e, e´ aqui que se pode encontrar a chave para a compreensao do drama dos Fulas na regiao ocidental e central do continente e as razoes das aliancas com as potencias coloniais.

O estado de Futa-Djalon foi o ultimo a cair nas maos dos franceses, na Africa ocidental.

Prometo voltar sobre o assunto.

Um abraco amigo,

Cherno Balde


Cherno Balde disse...

Caro amigo Jorge Cabral,

Este texto e velho de quase 8 anos, espero bem que o autor tenha, entretanto, evoluido na sua assercao tanto ideologica como historica e social.

A analise e´ pragmatica e tipicamente pos-colonial de uma mentalidade e cultura que foi essencialmente colonialista, nao se distinguindo de todas as outras mentalidades e culturas colonialistas ao longo dos tempos.

Lamento dizer isto a um amigo que muito prezo, mas no texto para alem da pretensa objectividade eu vi sobretudo uma tentativa desgarrada de um branqueamento historico onde Portugal como nacao, como potencia colonizadora, ficou simplesmente ofuscada, sem brilho, sem a aparencia de dignidade das outros paises seus comparsas.

A analise sobre os militares e milicias fulas parece logica, mas e´ incompleta e deformada porque no caso da Guine nao se pode analisar o comportamento destes soldados separando-os da sua condicao social e territorial, isto e´ da sua ligacao as suas bases comunitarias, das chefias tradicionais das quais imanam e dependem fortemente e tambem do contexto da regiao no seu todo, o que faz deles um caso a parte, talvez comparavel so aos seus |primos| Mandingas.

Diz-se que os fulas nao tem a nocao da patria, o que nao corresponde a verdade, pode nao ser a Portuguesa, mas tem a nocao clara dos seus interessses e a necessidade de criar condicoes de seguranca e de sobrevivencia para o seu povo e, muitos sec. antes da colonizacao ja sabiam o que era o poder e o que era preciso fazer para o conservar e, e´ aqui que se pode encontrar a chave para a compreensao do drama dos Fulas na regiao ocidental e central do continente e as razoes das aliancas com as potencias coloniais.

O estado de Futa-Djalon foi o ultimo a cair nas maos dos franceses, na Africa ocidental.

Prometo voltar sobre o assunto.

Um abraco amigo,

Cherno Balde


Anónimo disse...

Amigo Cherno!
O texto é velho,sim senhor e deve ser
lido como resposta a intervenções que
então ocorreram no Blogue.Admira-me
que tu não as tenhas consultado agora, antes de partires para tão torpes,quanto injustas acusações.
Branqueamento? Cultura colonialista?
Desculpa...é um pouco demais..
Como sabes não é meu costume, entrar
em polémicas e também não será hoje
que o farei.

Um Abraço.

J.Cabral

P.S.Não tenho òbviamente qualquer
responsabilidade na reedição da peça que me apanhou de surpresa.

Anónimo disse...

Sabes Cherno para alèm do Alfero das
estórias,existe o cidadão Jorge Cabral,que se orgulha de uma vida inteira de combate pela Dignidade
Humana. Esse sim ,podia sentir-se
ofendido,não fosse já um velho,desiludido e triste..

J.Cabral

Diogenes disse...

Para uma melhor compreensão do direito de "posse" dos territórios da Guiné, ocultando que os povos migraram do Norte, e que no tempo das descobertas alguns dos povos estavam ainda em migração ou reservados a pequenos territórios. Sugiro a leitura: http://www.slideshare.net/Cantacunda/origem-dos-povos-da-guin

manuelmaia disse...

Caro Jorge Cabral,

Aquilo que tem sido o "cavalo de batalha" que me move a fazer comentários que nem sempre são bem aceites, não passa pelo sentido Pátrio nem por nenhuma dessas questões envolventes relativas à etnia x ou y e às suas inimizades provindas dum passado distante...

A razão fundamental é que entendo que não foram só os soldados do PAIGC a "disparar" através dos seus gatilhos... fizeram-no também os altos quadros militares e os políticos portugueses que não poderão apresentar como desculpa "não pensarem que isso fosse acontecer"...

Portugal, através dos responsáveis político militares, manifestou um silêncio culposo enquanto cuspia para o lado como se nada tivesse a fazer "antes de"...

Foram muitos Guinéus, militares, milícias e até faxinas, a pagarem caro a proximidade com os portugueses e aqui,na minha opinião,não pode ser equacionado o sentido Pátrio, obviamente, mas tão só a dignidade enquanto seres humanos que foram completamente descartados mal deixaram de ter "utilidade"...

Aquilo que o Belo diz e de que foi testemunha ocular não passou de desabafos de um ou outro exaltado que de imediato foi "serenado" por quem tinha essa obrigação...

Aí sim, seria pouco crível que os fuzilamentos acontecessem, já no caso que temos vindo a discutir ,era mais que previsível, logo o dever do poder político militar português deveria ter sido o de acautelar aquelas vidas...

Vergonhosamente, não o fez enchendo de raiva quem teve aquelas vítimas a lutar do seu lado durante tanto tempo e fez delas seus amigos...

"Não podemos emendar a história, mas temos direito à tristeza, à mágoa e à indignação"...

Evidentemente que não se poderá alterar o rumo da história mas poder-se-á sentar os responsáveis e cô-responsáveis no banco dos réus...

Baltazar Garzón fê-lo a criminosos nazis...

Espero que um dia alguém do direito possa chamar a si essa obrigação moral de o fazer, especialmente enquanto estão vivos muitos dos responsáveis Portugueses e Guinéus

Um abraço a todos em especial ao "alfero Cabral".


mm

Anónimo disse...

Caros Camaradas,

Cordiais saudações.

Apesar de ter sob meu comando soldados e cabos Africanos, e de ter convivido com alguns dos "justiçados" da Companhia de Comandos, em especial com o seu Comandante em exercício em Gadamael, então Alferes Zacharias Sayeg, contei até um "causo" com dois deles no P11033.
Por estar já ausente de Portugal nessa data não vou dar a minha opinião na polémica, além de dizer que é um comportamento usual nas gueras civis de todos os tempos.

Meu pai morava na Curia, lugar de passagem de refugiados, nos tempos da Guerra Civil do vizinho País e ouviu historias não muito diferentes.

Contudo, gostaria de falar do comportamento das nossas toscas e venais Pseudo Elites (à esquerda à direita e ao centro, aristocráticas, burguesas ou proletárias).

Ao nos "venderem", foi o que sempre fizeram (vide, 1383, 1580, etc...) fizeram sempre isso quer sejamos europeus,africanos, asiáticos, judeus ou mouros.

Para esse arremedo de elites, que quase sempre nos conduzem ao "pântano" a melhor resposta, sem palavras, foi dada no Sec. XIX, pelo Senhor Rafael Bordalo Pinheiro.

forte abraço a todos
Vasco Pires

Hélder Valério disse...

Caro camarada Jorge Cabral

Este texto é, como 'avisa' o Editor, uma "repescagem", ou seja, já saiu, em devido tempo, sendo que ele, o Editor, entendeu que a matéria versada se encaixa muito bem em literatura, comentários e considerações recentes.
E acho que fez bem, porque mesmo não sendo 'actual', no sentido de ter sido escrito nestes dias, é bem actual no seu conteúdo.
E estou de acordo com ele.
Com uma ou outra ressalva, com um ou outro aspecto com o qual tenho uma outra 'visão', as considerações que formulas parecem-me correctas.
Mas, também neste como noutros casos, respeito as opiniões contrárias, mesmo as que podem parecer fruto de 'preconceitos ao contrário'.

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Os sentimentos têm razões que a razão desconhece.

Também eu comandei soldados Guineenses a maioria dos quais fulas.
Nunca tive qualquer razão de queixa, eram obedientes, disciplinados, e existia uma relação de empatia para não dizer amizade e espírito de corpo,a tal ponto que alguns deram a vida por mim,ao atirarem-se para cima de mim quando uma granada de morteiro 82 explodiu à frente do obus...estou emocionado..desculpem.

Isto deveu-se a quê ??

Muito simples..Sempre os respeitei com toda a dignidade que qualquer ser humano merece, e era só por isso..

Não sei se tinham sentimentos de Patriotismo ou se se julgavam Portugueses,nunca percebi.
Um dos motivos era o estatuto social conferido por pertencerem ao Exército Português e obviamente a remuneração.

Em 98 reencontrei um soldado meu em Gabú..antes de nos abraçarmos emocionados, fez questão de se por em sentido e dizer-me que tinha muito orgulho em ser Português..nunca durante a guerra lhe ouvi dizer tal coisa..às vezes a brincar dizia-me "tuga vai no tu terra,vai no lisboa", eu dizia-lhe com ar sério " oh pá eu não sou de lisboa".

Caríssimo Cherno

Tens todo o direito à tua opinião..só que julgo que excedeste..gostava de saber quais as potências coloniais que deram maior dignidade às antigas colónias.
Em 98 ao entrar em Pirada como voluntário da AMI,estava acompanhado por um Senegalês que incrédulo me dizia não perceber como é que o Povo Guineense nos recebia de forma tão calorosa porque estivemos em guerra com eles e os Senegaleses em geral odiavam os franceses e nunca estiveram em guerra com a França.

Nós "tugas" em geral temos complexo de colonialista muito bem aproveitado pelos antigos colonizados quando lhes convém.
As restantes potencias coloniais não têm complexo nenhum, continuam a ser colonialistas, nomeadamente a França.

Meu caro Cherno

Com o respeito e consideração que me mereces, não foi só o cidadão Jorge Cabral que sentiu ofendido com o teu comentário, eu também..mas passa-me.

Um alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

O "Luso-Tropicalismo" cultural visto de outras prespectivas que näo as que nos foram imbuídas em geracöes sucessivas,traz sempre surpresas(?) menos agradáveis....Em África,e näo menos no Brasil de hoje. Um grande abraco aos Amigos.

Cherno Balde disse...

Caros amigos antigos combatentes,

O meu amigo Jorge Cabral escreveu:

“Entre os militares nativos do meu Pelotão, existiram os que apenas cumpriram o serviço militar obrigatório e passaram à disponibilidade, designadamente todos os cabos (Injai, Carlitos, João, Negado e outro de etnia Manjaca de que não recordo o nome). Nenhum deles era Fula. Os Fulas continuaram. Porquê? Que iriam fazer fora da Tropa? Como sobreviver? De que forma alimentariam as mulheres e os filhos? Não haviam os avós e os bisavós, combatido ao lado dos portugueses? E combatido contra quem? Contra Balantas, contra Mandingas, que agora estavam no P.A.I.G.C. Onde o conceito de Pátria? Qual Pátria?”

“….Não lutavam por nenhuma Pátria, eram aliados dos Portugueses, contra Papeis, Balantas, Bijagós, Felupes ou Mandingas, os quais se batiam em defesa do seu chão, contra o pagamento de impostos ou o recrutamento forçado para as obras. A sede do poder e da riqueza, e a possibilidade do saque, justificava a aliança Portugueses-Fulas.

“…Só uma eufórica ingenuidade, pode ter permitido tão trágico quanto negligente abandono. Bastaria ter atentado no que sucedeu ao Januário, irmão de um quadro do PAIGC, que, tendo desertado em Conakry com o seu grupo de combate, foi fuzilado, ele e os seus homens.”

Estas afirmacoes do autor sao incrivelmente superficiais e sao feitas por um oficial portugues que comandou um pelotao de obedientes e zelosos rapazes que como a maioria dos portugueses nao estavam la por sua livre e espontanea vontade. Muitos oficiais sabiam disso e o Alfero Nativo, Jorge Cabral, tinha obrigacao de saber como era feito o recrutamento entre os fulas que tinham chefes altamente convencidos que lutavam para defender os interesses colectivos da comunidade no seu todo contra o desejo dos seus primos mandingas de reconquistar o poder, que de resto se veio a confirmar.

E de mais a mais e´injusto e incorrecto pensar que ao longo da historia da conquista e dominacao do territorio, de um lado estavam os fulas e seus aliados portugueses e doutro os mandingas e os demais. Eu pergunto: Os Infali Sonco, os Mamadu Sisse, os Abdul Indjai..., eram da etnia fula? E nao eram aliados dos portugueses, enquanto foi interesse de um e de outro lado?

O Jorge compara os jovens fulas arregimentados para a guerra, analfabetos, saidos directamente dos seus campos de cultivo com pessoas saidas das cidades, algumas ja destribalizadas e mais ou menos instruidas, descendentes de grumetes e de assimilados, de Caboverdianos e S. Tomenses. Simplesmente grotesco e incongruente que so poderia resultar numa falacia sociologica e-ou socio-politica.

Ainda sobre a operacao mar-verde, surpreende que os antigos combatentes portugueses continuem a acreditar na versao oficial do regime de entao sobre a alegada desercao do Tenente Januario e o seu grupo, surpreende porque, a outra versao que circula e´ que, simplesmente, foram abandonados, nao dava para aguentar mais, estavam acagacados de medo. Eu me inclino mais para esta ultima versao, pois e´ por demais sabido que os generais tem a tendencia de fabricar informacao conveniente para consumo publico e a fim de esconder os seus fracassos operacionais.

O caso de Januario seria um pequeno ensaio para o que viria a seguir, infelizmente os nossos Comandos e outros militares nativos sabiam obedecer ordens, estavam preparados para se sacrificar ate com a propria vida, mas reflectiam pouco sobre a sua real situacao.

Peco desculpas se ofendi alguem com as minhas observacoes, em particular ao meu fraternal amigo Jorge Cabral, porque ele deve perceber que isto nao e´ nada pessoal. Tambem temos, ao menos, a nossa dignidade para defender, da mesma forma que estao a faze-lo entre vos.

Um abraco amigo,

Cherno Balde'

PS: Os fulas vieram de muito longe e sempre souberam lutar e sobreviver nas condicoes mais dificeis e imaginaveis e, mesmo com o fim da guerra, ainda estao ai a lutar e a sobreviver.

Anónimo disse...

Olá Camaradas
Fiz a guerra e não gostei. A dada altura já me interrogava acerca daquilo tudo e do que ali estava a fazer.
Como colonialista, imperialista e etc. em -ista, perdi a guerra contra o glorioso, brioso e etc. em -oso PAIGC.
Descolonizei como soube em condições, no mínimo, complexas e agora ainda sou culpado do que se passa na Guiné, depois da independência?
Não se esqueçam que a Guiné era independente há um ano, quando se dá o 25ABR74.
E além disso, ainda tinha que ter tido em conta as especificidades étnico-culturais dos fulas!
Governem-se ou desgovernem como quiserem porque a independência é isso mesmo, mas não ponham em mim a culpa dos vossos erros, recorrendo a raciocínios viciados.
Basta! Nunca mais deixo de ser colonialista, neo-colonialista e etc. em -ista?
Só me faltava esta...
Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

Ofendido sim e admirado que um Homem inteligente e estudioso,parta sem mais,para o insulto..Cherno vai ler as intervenções da altura,designadamente outra minha,de 31 de maio de 2006...Já agora a idade dos meus soldados,rondava os 40 anos e o Nanque,protagonista de algumas estórias,tinha mais de 50...
Eram soldados Portugueses,de recrutamento provincial.Não os confundas com os Milícias,defensores da sua Tabanca.

Por mim acabo aqui, e embora não acredites,conheci bem o orgulho fula,que às vezes descamba para a arrogância...

J.Cabral

Anónimo disse...

Realmente sou mesmo básico e superficial...Não entendi mesmo nada de nada...Até da invasão de Conacri,que o Saiegh me relatou na sua casa de Bissau, os meus dados estão todos errados...Felizmente tenho outros interesses...porque há mais vida para além da Guiné..

J.Cabral

Anónimo disse...

Subscrevo e aplaudo o comentário de J.Cabral de Terça-feira, Julho 09, 2013 3:23:00 PM.
É que não há pachorra!
António J. P. Costa

sim sim disse...

Ainda que mal pareça, deixo aqui mais um pequeno comentário. Até 1974 tanto os naturais da Guiné como os naturais de Timor ou do Alentejo, eram Portugueses. O território da Guiné era Portugal pelo direito internacional. Havia quem combate-se para defender o território e quem combate-se para atacar o território, era apenas isto. Os Mandingas chegaram ao terriório da Guiné em 1235 provenientes do reino do Mali, formado por Sundiata Keita. Os Portugueses ocuparam o território por volta de 1440 ou talvez antes, afinal a diferença não assim tanta. Digo isto com amizade respeitando a actual soberania do território, e apenas para lembrar que quem agora possui os territórios não só na Guiné mas em toda a África não tem orige nesses territórios mas é sim resultado de migrações.Surge então a questão: então porquê fuzilar quem defendia a sua terra? com um abraço, sugiro a leitura das datas da história da Guiné neste link: http://www.slideshare.net/Cantacunda/histria-da-guin-bissau-em-datas

Anónimo disse...

Näo existindo substracto jurídico válido,näo chegará o invocar termos como "Direito Internacional" para corroborar situacöes político-administrativas näo reconhecidas.O território da Guiné näo era reconhecido pelas instâncias internacionais competentes (das quais Portugal também fazia parte)como Província de Portugal,mas sim como "Território sob responsabilidade da Administracäo Portuguesa".

Anónimo disse...

Já agora..o que é a Guiné ?

E os restantes Países Africanos ?

São apenas fruto da herança colonial.
Basta olhar para o mapa de África.
As fronteiras são quase todas traçadas a régua e esquadro,sem o mínimo respeito pelos diferentes povos ou etnias, como quiserem..

Reportando-me à Guiné,com as suas especificidades..diferentes culturas, línguas, usos e costumes.
O que é que um Fula tem de comum com um Felupe..quase nada, a não ser viver no mesmo território administrativo (estado).
Inventaram uma língua (crioulo) e bem porque é a única forma de comunicarem entre si.
Toda a história africana conhecida está repleta de invasões e ocupações territoriais mesmo na Guiné.
Nós só fomos mais um povo que ocupou pela força, diga-se, a única diferença é que somos oriundos da Europa..
Será que hoje na Guiné,os novos colonizadores se chamam Balantas..se não são..parecem..

Não pretendo branquear "porra" nenhuma..são factos..e contra factos..isso...os argumentos.

Admirado..ele há cada uma..

Caríssimo Cherno..é a primeira vez que ouço tal..com que então o Tenente Januário estava "acagaçado"...era um "comando" com provas dadas de coragem física..tinha como missão ocupar a rádio..não chegou sequer a entrar em combate.
Para tua informação quem o mandou fuzilar foi o sekou touré..depois de recolhidas todas as informações que espontâneamente forneceu.."acagaçado" provavelmente terá ficado quando foi fuzilado.

Um alfa bravo

C.Martins

Luís Graça disse...

Atenção:

Todos temos o direito de "mudar de opinião" e "mudar a perceção" dos acontecimentos... 30, 40, 50 anos depois... O nosso blogue é "menos bom" quando saímos do domínios dos "factos" (objetivos) e entramos no terreno das "opiniões" (subjetivas).

Provavelmente há textos, publicados na I Série do nosso blogue, que já não subscreveríamos, sem uma "revisão de texto"... Provavelmente, em 9 anos a blogar, temos mais informação e conhecimento sobre o que aconteceu entre 1961 e 1975 na Guiné, estamos mais amadurecidos, mais tolerantes, estamos mais distanciados, já exorcizámos alguns dos nossos fantasmas, já não usamos de ânimo leve a G3 nas nossas polémicas, nem caímos na armadilha das polémicas (primárias)...

O Jorge Cabral não mudou: sempre o conheci assim, desde 1969, desde os nossos tempos de Bambadinca, Fá Mandinga e Missirá... Sempre foi um homem de grande coerência e honestidade intelectual, pondo os valores da liberddae e da justiça acima de todas as considerações, e sempre com um enorme sensilidade e abertura para o outro (a começar pelos "seus" tugas, fulas, mandingas, balantas)...

Ele não precisa que eu venha a terreno "defender a sua honra"... Quero apenas reproduzir um outro texto dele que me parece límpido com a água, e que ele voltaria a subscrever, sem retoques... Um alfa bravo para o Cabral (o único que eu conheci no TO da Guiné).

PS - A estimativa dos 11 mil mortos feita pelo Leopoldo Amado parece-me que nunca foi devidamente fundamentada. O nº parece-me "impressionante" mas "irrealista"... Mesmo que fosse apenas 1, já era demais... De qualquer modo, para uma população de meio milhão, 11 mil são mais do que 2%... É difícil esconder tantos cadáveres... o Jorge Cabral faz uma referência a esta estimativa do historiador e nosso amigo Leopoldo Amado (que nunca me explicou como é que chegou a este resultado;: habitualmenjte fala-se entre 500 a 1000... Admito que,infelizmente, tenham sido até mais, mas 11 mil ? Calcula-se que 27 mil guineenses, entre militares, milícias e polícia administrativa, tenham estado ao serviço dos "colonialistas"...

(Continua)

Luís Graça disse...

I Série do nosso blogue:


31 Maio 2006
Guiné 63/74 - DCCCXXIII: Ainda sobre os fuzilamentos (Jorge Cabral)
Post nº 823 (DCCCXXIII).

Texto do Jorge Cabral (ex-Alferes Miliciano de Artilharia, comandante do Pel Caç Nat 63, destacado em Fá Mandinga e depois em Missirá, Sector L1 - Bambadinca, Zona Leste, 1969/71).


Caro amigo, companheiro e camarada

Muito atarefado embora, tenho procurado seguir todas as intervenções produzidas sobre as questões dos Fuzilamentos.

Mantenho a opinião que sempre tive sobre a Guerra Colonial, uma guerra absurda, injusta e cruel. Já assim pensava em Mafra, quando conheci o camarada Tunes , por intermédio do amigo comum Resende.

Como já escrevi, as nossas experiências foram diferentes. Cada um de nós conheceu uma pequena parte da Guiné, e o contacto com tropas e populações africanas, que para uns foi diminuto ou inexistente, constituiu para outros o dia a dia, comendo juntos, dormindo lado a lado, partilhando medos comuns, e chorando os mesmos mortos. Será pois natural, que a sensibilidade com que abordamos o problema, reflicta essa realidade. Obviamente que uma coisa é analisar em abstracto, outra é sentir, recordando Homens concretos, com nome, família e sonhos, executados sumariamente.

Que o Exército Colonial cometeu crimes é verdade, o que não fez (nem faz) de nós todos violadores, torturadores ou massacradores. Inerentes ao colonialismo foram a violência, a opressão e a injustiça. De quem o combateu era legítimo esperar outro tipo de comportamentos mais idóneos à construção de uma sociedade mais Justa, Humana e Solidária.

Podemos evidentemente explicar e até procurar entender, mas tal não pode implicar a concordância ou aceitação, justificando porque sempre foi assim e transformando a vingança em regra. O crime não se combate com o crime, e o direito a ser julgado não é um luxo burgês, nem o "olho por olho, dente por dente" bíblico poderá ser tolerado. Trata-se de uma conquista da Humanidade, que deve ser vigente em todo o Mundo. Não existiram bons ou maus Gulagues, nem existem bons ou maus Guantanamos...

Informou o nosso historiador [Leopoldo Amado] que foram mortos cerca de 11.000 homens, e que em 1976 ainda se fuzilavam colaboradores dos Portugueses. Tal número é impressionante, e certamente ninguém de bom senso, admitirá que todos tenham sido criminosos de guerra, torturadores ou pides. Tratou-se de uma matança injustificada e absurda, cujas sequelas perduram até hoje, cá e lá. Também alguns dos meus soldados pereceram e nunca nenhum, durante os vinte e sete meses que os comandei, cometeu qualquer crime de guerra. Eram homens cansados, alguns com mais de quarenta anos, que faziam a guerra por necessidade e rotina, uma tropa fandanga sem heróis.

Quanto aos Comandos Africanos, conheci-os como Pessoas, em Fá Madinga, no período de instrução da Companhia. Nunca os acompanhei em combate e os temas das nossas conversas raramente incidiam sobre a guerra. Ensinavam-me costumes e tradições da Guiné, e eu retribuía, descrevendo a beleza do meu País.

(Continua)

Luís Graça disse...

(Segunda e última parte do texto do Jorge Cabral):

(...) Quanto aos Comandos Africanos, conheci-os como Pessoas, em Fá Madinga, no período de instrução da Companhia. Nunca os acompanhei em combate e os temas das nossas conversas raramente incidiam sobre a guerra. Ensinavam-me costumes e tradições da Guiné, e eu retribuía, descrevendo a beleza do meu País.

Acredito que tenham cometido crimes de guerra como aliás todos os Africanos que~, aliados aos Portugueses, lutaram nas Campanhas de Pacificação. Falar no meu tempo, aos Homens Grandes Mandingas, no nome de Abdul Injaí, impunha ainda o respeito e o medo, mas também a admiração. Toda a história da Guiné do Séc. XIX e inícios do Séc. XX, está prenhe de violência, massacres, razias, saques.

Claro que não conhecíamos a História, tendo-nos sido inculcada a ficção de um País idílico, de pretinhos obedientes e portuguesíssimos, posto a ferro e fogo por traidores comunistas. Nós não sabíamos mas certamente a elite conselheira do Spínola havia estudado o passado e aprendido a manobrar as profundas inimizades étnicas. Sabiam eles, já então, também, qual seria o destino da Guerra, e o que iria acontecer à tropa africana.

Perdoa-me, Luís, a extensão do desabafo, mas qualificar de ingénua a minha intransigente posição sobre a dignidade da Pessoa Humana, em todas as circunstâncias, custa-me, porque há muitos anos ensino que nenhum Homem é monstro, que os monstros se abatem, mas que os Homens se julgam.

Um grande, grande Abraço

Jorge

P.S. – Se Amílcar Cabral fosse vivo, teria permitido o que aconteceu?


http://blogueforanada.blogspot.pt/search?q=fuzilamentos

Anónimo disse...

Por mim dou por terminada esta novela...Estas duas minhas intervenções de há 7 anos atrás,ocorreram como resposta-reacção, a opiniões que discordava.Hoje nem sequer reagiria...Apenas conto estórias!
Claro que para discordar não é preciso ofender ou insultar...Mas enfim,terei cuidado no futuro com o nacionalismo fula...
Abraço,Abraços.
J.Cabral

Anónimo disse...

Tens razão J. Cabral!
Cá por mim tenho a impressão de que reagimos a uma provocação e ficámos discutir uns com os outros.
É isto que não pode voltar a suceder.
Como dizem os ingleses: There is no pachorra!
Um Ab.
António J. P. Costa

Anónimo disse...

"COISAS DA IDADE!"

Cherno Balde' disse...

Caro Alfero Nativo,

Para que' a tempestade num copo d'agua? Por mim acabou.

Continua a contar estorias divertidas, mas nao fales dos fulas nem dos fulos porque deu mostras de que nao consegues distinguir a cabeca de um fula do estrume de boi.

Voce e' um Mandinga disfarcado de portugues.

Abracos, abracos,

PS. Notem que nao dei muita importancia as morteiradas da artilharia e passei incolume pelas mortiferas bailarinas.

Cherno Balde'


Anónimo disse...

OK.Estou a pensar no meu novo apelido,talvez Daaba...

Abraço.

J.Cabral