sábado, 30 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12368: Memórias da minha comissão em Fulacunda (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74) (Parte II)


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Foto nº 1 > Vista aérea da pista, do heliporto, do aquartelamento e da tabanca de Fulacunda, que na época estava completamente isolada por terra, com exceção da picada que ligava ao  "porto fluvial", no Rio Fulacunda, a 4 km, a su-sudoeste.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) >  Foto nº 1  A > Vista aérea da pista, do heliporto, do aquartelamento e da tabanca de Fulacunda...  São visíveis o perímetro do aquartelamento, os espaldões do obus 14 e eventualmente de outras armas pesadas... Podem-se contar inclusive as moranças civis e as instalações da tropa... Deveria também valas e abrigos...



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 2 > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Chegada de uma LDP.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 3 > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Chegada de um barco civil.


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 4 > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Descarregamento de um barco civil



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 5 > "Porto fluvial", no Rio Fulacunda > Montagem de segurança > Um obus 14, rebocado por uma Berliet.



Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 6 >  Pista de aviação > O alvoroço da chegada de uma DO 27.


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 7 >  Um pequeno fortim


Guiné > Região de Quínara > Fulacunda > 3.ª CART / BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74) > Foto nº 8 >  O alf mil Jorge Pinto lendo a revista norte-americana "Time".


Fotos: © Jorge Pinto (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem: L.G.]


1. Mensagem, com data de ontem, do nosso amigo e camarada Jorge Pinto [ex-alf mil da 3.ª CART/BART 6520/72 (Fulacunda, 1972/74), professor de história reformado, um alcobacence a viver na Grande Lisboa]


Amigo e camarada Luís Graça

Desejo boa saúde para ti e família. Informo que vou enviar um "carregamento" de foto-memórias, relativas a Fulacunda, durante o tempo que por lá andei: Julho/72 a Agosto/74.

O tema genérico é " o quotidiano", em Fulacunda.

Por questão prática, dividi o trabalho em cinco partes, que vou enviar em mails separados. Se achares que estou a enviar fotos demais (a mim parece-me que sim), agradeço que retires as que entenderes.

Tenho em mente organizar um trabalho semelhante relativamente ao periodo final da Guerra Colonial, também em Fulacunda.

Recebe o meu forte abraço, Jorge.



Guiné > Mapa da província (1961) > Escala 1/500 mil > Região de Quínara > Posição relativa de Fulacunda,que tinha a oeste Tite e a leste Xitole, a sudeste Buba e a norte Porto Gole~. Todas as ligações terrestres, em 1973/74, estavam inoperacionais. A ligação ao resto da Guiné fazia-se por barco (a sudoeste, a através do Rio de Fulacunda, afluente do Rio Grande de Buba) e por ar (Heli ou DO-27).



Guiné > Região de Quínara > Mapa de Fulacunda (1955) > Escala 1/50 mil >  Posição relativa de Fulacunda > &gt.



Guiné > Região de Quínara > Mapa de Fulacunda (1955) > Escala 1/50 mil >  Posição relativa de Fulacunda > > pista de aviação era alinhada no sentido nor-nordeste  (NNE) /su-sudoeste (SSO).



Guiné > Região de Quínara > Mapa de Empada (1955) > Escala 1/50 mil >   Rio Fulacunda (ou Bianga), afluente do Rio Grande de Buba.

Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2013)



2. Memórias da minha comissão em Fulacunda
(Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74) (Parte II)

 
Observando algumas fotos do tempo vivido em Fulacunda (Julho/72 a Agosto/74), várias “memórias” me assaltaram. São essas fotos-memória que vou enviar. Hoje selecionei aquelas que de alguma forma revelam uma parte do quotidiano de todos os que ali viveram, naquele tempo: Relacionamento humano, trabalhos, diversão…

Como já é sabido, Fulacunda do meu tempo tinha todas as vias terrestres intransitáveis, exceto a picada do porto [, a su-sudoeste, ligando ao Rio Fulacunda ou Bianga, afluente do Rio Grande de Buba: vd. mapas acima]. [Foto nº 1]

A vida desenrolava-se, essencialmente dentro do “arame farpado” e numa reduzida área descapinada em redor, onde se plantava alguma mancarra [Fotos nº 1, 6, 7 e 8].

O reabastecimento da população e tropa era feito, quinzenalmente através de barco pelo rio de Fulacunda em período de maré alta. Muitas vezes o barco ficava em terra até à maré seguinte, com todo o sistema de segurança envolvente… [Fotos nºs 2, 3 e 4]

Nestas ocasiões tínhamos de deslocar um obus 14, para além de todo o outro equipamento militar, para junto do “porto”, que distava cerca de 4 Km. {[Foto nº 5].

Além deste barco, tínhamos semanalmente a visita da avioneta [, DO 27,] que trazia o desejado correio e por vezes alguns frescos. [Foto nº 6].

Devo ainda referir, que também alguma “população do mato”, vinha a Fulacunda visitar parentes e pedir arroz. Em troca davam informações (nem sempre verdadeiras!) sobre movimentos do IN na zona.

Mas, melhor que as minhas palavras são as fotos que anexo.
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 15 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12300: Memórias da minha comissão em Fulacunda (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74) (Parte I)

3 comentários:

Luís Graça disse...

Jorge:

Bom dia!... Como vês, procurei "caprichar"...Porque tu mereces. Tu e o pessoal do "campo de concentração" de Fulacunda...

Se aquilo não era um "campo de concentração", andava lá perto...

Corrige-me alguma calinada...

Outra coisa: vocês alimentavam a população ? Quantos civis ou famílias lá viviam ? Eles não deviam comer mancarra... ou só mancarra...

O reordenamento, que se vê na foto nº 1, é do teu tempo ou anterior ? Era só população beafada que lá vivia ou também havia fulas ? E os tipos do pelotão de artilharia... tinham lá as famílias ?

Enfim, como é que se passava o tempo ? Jogavam à bola ? Onde ?...E a comidinha ? ... Fala destas coisas, e se possível legenda sempre as fotos... Ainda não vi as outras que já me mandaste, mas a qualidade é excelente. Julgo que sejam "diapositivos" digitalizados... Procuro sempre melhorar a resolução, o contraste, o brilho, a cor... e por vezes os planos.

Um grande obrigado em nome de toda Tabanca Grande. Como eu já sublinhei, ajudaste a pôr Fulacunda no mapa... Mas traz mais camaradas da tua companhia para o blogue, que tem de "comer e beber todos os dias"...

Um abração, boa saúde, bom fim de semana... Luis

Anónimo disse...

Luís Graça, que passes um bom sábado é o meu desejo..

Vejo que "caprichaste". Fizeste uma ótima montagem. Vê-se que tens não só muito "traquejo" mas sobretudo afecto a esta matéria, que nos "toca", especialmente.

Para facilitar, penso, este teu trabalho enviei 5 anexos com a referência das fotos, a respectiva legenda e "memórias" associadas. Nesses pequenos textos estão as respostas às questões formuladas por ti e outras curiosidades. Esses anexos estão designados: Texto 3_1; Texto 3_2; Texto 3_3; Texto 3_4, Texto 3_5. Foram todos enviados no ùltimo mail com exceção do texto 3_1, que acompanhou o primeiro mail e cuja publicação no Blog, já iniciaste...

Penso ter ajudado alguma coisa, com esta pequena informação. A matéria é muita. Como dizes é para se ir publicando. Para a próxima vez vou enviar mais paulatinamente.

Recebe o meu caloroso "alfabravo" , e goza bem este dia de Sol maravilhoso.

Jorge Pinto

Arménio Estorninho disse...

Caro Amigo Jorge Pinto Saudações.

Muito prezo pela oportunidade que me deste de rever nas fotos 3, 4 e 5, o local do Cais fluvial de Fulacunda e a idêntica azáfama de transbordo de pessoal e mercadorias. Tal situação deveu-se a que dia 31 de Dezembro de 1969, indo eu embarcado no Batelão "Corubal" que fizera cabotagem entre Empada-Fulacunda-Bolama e Bissau.

Com Um Abraço
Arménio Estorninho
Os Maiorais de Empada