sábado, 1 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12661: Os nossos seres, saberes e lazeres (65): Passagens da sua vida - 7000 milhas através dos Estados Unidos da América (9) (Tony Borié)

1. Em mensagem do dia 26 de Janeiro de 2014, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos o 9.º episódio da narrativa da sua viagem/aventura de férias, num percurso de 7000 milhas (sensivelmente 11.265 quilómetros) através dos Estados Unidos da América, na companhia de sua esposa.




7000 MILHAS ATRAVÉS DOS USA - 9

Companheiros, cá vai a continuação da viagem, alguns de vós vão dizer que é mais longa que “a espada de D. Afonso Henriques”, outros até com toda a certeza dirão, “olha, mais americanisses” e, alguns até vão mais longe e dizem, “só dá Umbigo!

Bem, vamos continuar, os companheiros que gostarem, divirtam-se, os outros, tenham um pouco de paciência, passem à frente e, “suportem lá”, pois a intenção é só única e simplesmente, partilhar com todos vocês, informar-vos o que existe neste continente, como eu gostaria de saber o que vai pelas cidades, vilas ou aldeias do nosso Portugal, até do resto da Europa, da África ou da Austrália.    
Já chega de “blá, blá, blá”, cá vai.


Quase dormimos no hotel em Austinburg, no estado de Ohio, pois talvez alta madrugada, um camionista mais atrevido buzinou, talvez para acordar algum condutor que ia na sua frente devagar, ou qualquer outro motivo, e claro, acordou-me e, por mais voltas que desse “não preguei mais olho”, como é costume dizer-se, pois o barulho na estrada e na estação de serviço da área, mais o cheiro a “tabaco antigo”, que havia em todo a área dos aposentos, manteve-me “alerta”.
Vai daí acordo a minha companheira e esposa, dizendo-lhe que são horas de começar viajem, ela, um pouco aborrecida, lá se levantou, preparamos tudo e tomámos um café, tomando o rumo do leste na estrada número 90.

Um pouco de música, mas verdadeiramente só acordamos quando amanheceu, já íamos próximo da cidade de Erie, no estado de Pennsylvania, dizem que o nome foi dado a esta cidade por causa do grande lago com o mesmo nome, onde está localizada e, por uma tribo de nativos americanos, que por aqui viviam ao longo deste mesmo lago, até dizem que derivado à sua localização geográfica, é a quarta cidade maior do estado Pennsylvania, depois de Philadelphia, Pittsburgh e Allentown.

Milhares e milhares de pessoas visitam a cidade de Erie, para se divertirem e não só, no “Presque Isle State Park”, com atrações de casino e corrida de cavalos.


Aqui parámos, tomando alguma fruta e água, que sempre vai na caixa refrigeradora, continuando a nossa rota rumo ao Atlântico, entrando no estado de Nova Iorque.

O estado de Nova Iorque, não deve ser confundido com a cidade com o mesmo nome, localizada ao sul do estado, pois a cidade de Nova Iorque, além de ser a maior cidade do estado, com os seus 8,5 milhões de habitantes é também a cidade mais populosa dos Estados unidos. O cognome de Nova Iorque, é “Empire State”, e muita gente acredita que este apelido vêm de um comentário feito por George Washington, que uma vez disse, que Nova Iorque, era o “Centro do Império”.

Historiando um pouco, Nova Iorque, foi originalmente colonizada por holandeses, que logo chamaram à região, “Novos Países Baixos”, e também fundaram um assentamento na ilha de Manhattan, chamando Nova Amesterdã, mas quando a Inglaterra capturou o estado aos neerlandeses, deram o nome, tanto ao estado como à cidade, localizada em Manhattan, de Nova Yorque.


Continuando na rota rumo ao Atlântico, ao longo da estrada número 90, onde se paga portagem, havia alguma cultura de milho, videiras, algumas com uvas, ainda verdes, claro, passando pela cidade de Buffalo, era a vinte e poucas milhas de Niagara Falls, mas ainda era manhã cedo. Como já tínhamos visitado as “cataratas” algum tempo atrás, resolvemos andar em frente, já havia montanhas que se subiam e desciam, e como viajávamos em direcção ao leste, o sol que estava a começar a “despertar”, fazia desenhos no horizonte em cima de algumas cordilheiras de montanhas, um espectáculo único, que só se admira talvez uma vez na vida, fazendo-me a mim e à minha companheira e esposa, pensar que somos uns privilegiados, que o “Criador” às vezes contempla as pessoas. E, se pensarmos um pouco, verificamos que na nossa idade, pois já não somos “crianças”, não é preciso ter-se uma boa situação financeira para se viver neste mundo, basta controlar os fracos proventos angariados numa vida honesta, de trabalho, depois de algum sacrifício, preparando a educação dos filhos, para seguirem com as suas vidas, neste mundo de hoje, um pouco ingrato para alguns. Isto é verdade, mas seguindo um provérbio dos índios “Sioux”, que diz, “nascemos nus e nus havemos ir, só por cá passamos”, é preciso sim, ir tendo alguma saúde, irmo-nos alimentando, tanto física como espiritualmente, ter-se uma consciência limpa, andar de bem consigo mesmo, não fazer a alguém, aquilo que não queremos que nos façam a nós próprios, e admirar a natureza que esse tal “Criador” colocou ao dispor de todos nós.

Continuando, passamos pela cidade de Rochester, Syracuse, Utica, pois o nosso destino era a casa de um familiar nas montanhas do norte do estado de Nova Iorque, que era a aldeia de Northville, onde chegamos já passava do meio dia.


A aldeia de Northville foi fundada por volta de 1786, mas as áreas ao sul da aldeia foram ocupadas por volta de 1762. Todo este aglomerado de casas estava situado em terreno alto, na vertente da montanha, naquele vale, onde passava o rio Sacandaga. Quando o reservatório do Sacandaga foi inundado em 1930, o vale tornou-se num braço do “Grande Sacandaga Lake”, pois a Barragem Conklingville, que terminou em 1929, trouxe a expansão do Grande Lago Sacandaga para a borda da aldeia, onde hoje é o “paraíso” de centenas de pessoas que fazem de Northville a sua estância de férias na montanha.


E não fica muito longe da civilização, é mais ou menos a quatro horas de carro de Manhattan, que é o mais antigo e mais densamente povoado dos cinco bairros, freguesias ou distritos, depende de como lhe queiram chamar, que formam a cidade de Nova Iorque, e que fica na foz do rio Hudson.

Os familiares eram a nossa filha e o marido, onde passamos dois dias, viajando pelo lago, entre montanhas, onde ainda se pode beber água pura, nos riachos que correm do cimo.
Fizemos pequenas viagens pelos arredores, vimos alguns animais selvagens, como por exemplo ursos. Também visitamos a cidade de Saratoga, onde existe as famosas corridas de cavalos, e as pessoas, pelo menos foi o que nos deu a parecer, fazem uma vida muito estranha ao normal dos comuns. Aí passamos dois dias maravilhosos.

Este foi o resumo dos dias 9 e 10.
Tony Borie,
Agosto de 2013
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Nota do editor

Último poste da série de 18 DE JANEIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12598: Os nossos seres, saberes e lazeres (64): Passagens da sua vida - 7000 milhas através dos Estados Unidos da América (8) (Tony Borié)

1 comentário:

Omis Syrev Ferreira disse...

Amigo Tony. Continua já que mais não seja, tens aqui um leitor. Um abraço do
Veríssimo