sábado, 22 de fevereiro de 2014

Guiné 63/74 - P12759: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (4) : Parte IV (pp. 16-18): Regime disciplinar; Pretensões, dispensas e licenças


Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 8 >  A hora do almoço...



Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 8 A >  A hora do almoço... Pormenor: lado direito da foto nº 8: os instruendos estoirados e esfomeados...




Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 8 AA > A hora do almoço... Pormenor: lado direito da foto nº 8... Há sofrimento nestes rostos...




Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 8 B >  A hora do almoço... Pormenor: lado esquerdo  da foto nº 8: os instruendos estoirados e esfomeados...




Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 9 >  Regresso da carreira de tiro, sob a ponte romana que ligava as margens do Rio Gilão, a esquerda (casario ao fundo) e a direita (onde ficava a colina de Santa Maria e, nesta, a parte antiga de Tavira)



Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 9 A >  Regresso da carreira de tiro, sob a ponte romana.. Lado esquierdo da foto nº 9.




Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 9 B >  Regresso da carreira de tiro, sob a ponte romana.. Lado direito  da foto nº 9.




Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 10 > A memorável semana de campo...



Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 11  > Semana de campo: o grupo IN, alguns equipados de mauser...



Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 12 >  Regresso da semana de campo 



Tavira > Quartel da Atalaia > CISMI > 1968 > Foto nº 12 A >  Regresso da semana de campo  (pormenor)


Fotos (e legendas): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados.[Edição: L.G.]



1. Continuação da publicação da brochura "Guia do Instruendo" (Tavira, CISMI, 1968), pp. 16-18 (*):












Páginas, de 16 a 18, não numeradas, do "Guia do Instruendo", usado no CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, em Tavira, na altura em que o César Dias lá fez a recruta e a especialidade (sapador) (2º semestre de 1968).

O documento, de 21 páginas, era policopiado a "stencil". O César Dias mandou-nos o documento em "power point", com 21 "slides". As páginas foram convertidas em formato jpg. O original foi-lhe dado pelo seu camarada de recruta, o Fernando Hipólito, que foi depois mobilizado para Angola, enquanto o César foi parar à Guiné.

Um grande abraço  aos dois.

O César Dias, em resposta a email meu, deu-me as seguintes coordenadas, em mensagem do dia 10 do corrente:

Olá, Luis!,,, É verdade, não voltei lá [, à Guiné, a Mansoa...] nem voltarei,  penso eu, embora gostasse de voltar a vêr alguns lugares daquela terra. Sobre o Branquinho também não sei nada dele, nem do Levezinho, mas para as Caldas não foram, porque no nosso tempo não havia especialidades nas Caldas se eram atiradores de infantaria ficaram em Tavira.

Tens razão em me relacionares com Torres Novas, nasci numa aldeia desse Concelho, Chancelaria entre Torres Novas e Fátima. Vivo há 35 anos em Santiago do Cacém, trabalhei na Refinaria de Sines este tempo todo e por cá fiquei. Estou reformado desde 2009, mas agora tive uma recaída, chamaram-me para dar formação à juventude, e eu aceitei.
Sobre as fotos, ainda pensei que tinha alguma de Santa Margarida, mas aquilo foi mesmo uma rapidinha, nem fotos fizemos.

Obrigado pelo mapa [de Tavira], fiz alguma plantação de explosivos por essa zona [, salinas].
Um abraço, César Dias.

Imagens (digitalizadas): © César Dias (2014). Todos os direitos reservados.[Edição: L.G.]


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Nota do editor: 

Postes anteriores da série:

10 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12703: CISMI - Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria, Tavira, 1968: Guia do Instruendo (documento, de 21 pp., inumeradas, recolhido por Fernando Hipólito e digitalizado por César Dias) (1) : Parte I (pp. 1-6)

2 comentários:

Luís Graça disse...

Deliciosa a distinção entre: (i) pretensões; (ii) dispensas; e (iii) licenças... Falta aqui um quarta figura: a cunha (e a "graxa"...)

Mas ficamos também a saber, pelo "guia do instruendo", que as "pretensões" só muito excecionalmente serão concedidas pelo comandante de companhia, uma figura temida e distante a que o instruendo não podia chegar diretamente...

Aqui funcionava o modelo hierárqucio da unidade comando-controlo: o pobre diabo do instruendo tinha uma série de intermédiários antes de chegar a "Deus"...

Spínola, na Guiné, achou que este modelo não era perfeito... E assim era "Deus" quem descia à terra, de helicóptero, e abordava diretamente o Zé Soldado:
- Então, rapaz, de que é que te queixas ? O que é que precisas ?

Spínola, na realidade, acabou por pôr em causa o princípio (fundamental) da unidade comando-controlo que era a base da nossa "máquina de guerra"... Quantos comandantes, nesse tempo, de capitão a tenente coronel, não terão levado com os célebres "patins" ?

Enfim, foi num exército à moda do conde de Lippe, do Séc. XVIII, com armas obsoletas (da II Guerra Mundial, como o canhão s/r montado em jipe ou a pesada bazuca 8.9) que nos preparámos, no CISMI, para uma guerra de contraguerrilha...

No meu caso, a minha instrução de especialidade foi completamente inútil: cheguei à Guiné, fui parar a uma unidade de intervenção, não de quadrícula, nunca utilizei uma única arma pesada de infantaria (que, de resto, nunca tive, nem poderia levar para o mato...).

E todas as semanas, no CISMI, faziam-se testes de avaliação da aprendizagem... Também é verdade que ninguém queria chumbar, perder o CSM e ir parar à classe do Zé Soldado...

Quantos chumbos terá havido, naqueles anos todos ? Também tenho ideia que o exército não se podia dar ao luxo de chumbar muita malta...

Anónimo disse...

Recordações do Carlos Silva (Reproduzidas com a devida vénia da sua páginaI):


(...) As instalações eram insuficientes para receber todos os militares e por isso, a muitos deles foi-lhes dada a possibilidade de pernoitar fora do Quartel em casas particulares, o que não aconteceu comigo, porquanto, eu não tinha possibilidades de pagar um quarto e por esse motivo, fiquei instalado na caserna da 2ª Companhia à qual fiquei a pertencer.

Apesar do Quartel ter uma pequena parada para instrução, a maioria dos militares instruendos, faziam a aplicação militar no Largo da Atalaia, no qual existiam ali implantados alguns obstáculos.
Os "crosses" corridas em marcha, faziam-se desde a saída do Quartel, atravessando a cidade até aos arredores da mesma, quer para os lados de Sta. Luzia, quer para os lados da margem do Rio Gilão e vice-versa.

Instrução

Quanto à instrução relativa à montagem, desmontagem e do manejo de armas, consoante o tipo de arma, era feita nos arredores da cidade, nas encostas dos terrenos, à sombra das alfarrobeiras, onde por vezes o alferes que comandava o 1º Pelotão e era um tipo porreiro, permitia-nos bater uma soneca.
As aulas teóricas eram dadas dentro do Quartel em salas próprias.
A minha " especialidade de armas pesadas ", consistia em saber trabalhar com os morteiros 60 e 81, canhões sem recuo, metralhadoras pesadas Browning e Breda e outras armas, para no futuro colaborar na instrução dos instruendos e dos recrutas, conforme o tipo de Unidade onde fosse colocado.
Para além, da instrução, aplicação militar e aulas, também éramos escalados para executar outras funções.

(...)

21-04-1969 – Segunda-feira – Serviço de faxina

Estive de serviço de instruendo faxina à Companhia, o qual consistia nos trabalhos de limpeza da caserna, corredores, camaratas, casas de banho etc.
A propósito de limpeza e de asseio, que consistiam numa das prioridades e numa obrigação, recordo-me que neste dia a refeição foi massa “macarrão” malandrinho com carne, no entanto, na minha mesa, tocou a um dos camaradas uma excelente ”barata”, mas que rico acompanhamento!....Mas não foi por isto que se deixou de comer e até se brincou com o acontecimento, pois o camarada “sortudo” atirou com o bicharoco para o prato do camarada do lado e este para outro e assim sucessivamente, pois a tropa manda desenrascar. (...)

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