quinta-feira, 6 de março de 2014

Guiné 63/74 - P12800: Blogoterapia (250): Assim, com muita honra, sou um "tabanqueiro", e só tenho pena de a falta de tempo me impedir de participar com mais assiduidade (Adriano Lima, Cor Inf Ref)

1. Mensagem do nosso tertuliano e camarada Adriano Miranda Lima (Cor Inf Ref, que cumpriu as suas comissões de serviço em Angola e Moçambique), chegada hoje, 6 de Março de 2014, ao nosso Blogue, a propósito do trabalho de Pedro Rosa Mendes: "Guiné-Bissau: Respostas de paz à impunidade e exclusão", que fizemos circular pela tertúlia:

Meus caros:

Sou membro de um blogue (http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/) de ex-militares de unidades militares portuguesas que serviram na Guiné durante a guerra colonial. Os membros do blogue, na sua maioria esmagadora cidadãos que cumpriram o serviço militar obrigatório, são designados por "tabanqueiros", termo que advém da tabanca guineense. Embora eu não tenha prestado serviço na Guiné, o editor do blogue e seus colaborantes tiveram a gentileza de me aceitarem como tabanqueiro, pela circunstância de me ter cruzado acidentalmente com eles por ocasião de uma pesquisa que efectuei no espaço cibernético. Assim, com muita honra, sou um "tabanqueiro", e só tenho pena de a falta de tempo me impedir de participar com mais assiduidade.

É um blogue muito participado e com actividade bastante meritória. Esses antigos ex-militares, não obstante as circunstâncias em que conheceram e viveram na Guiné durante 2 anos das suas vidas, ficaram tão emocionalmente ligados àquela terra que quase se pode dizer que têm nela uma segunda pátria, ou uma pátria adoptiva. O facto de terem andado de armas na mão contra um "inimigo" declarado pelo poder político de então não lhes obscureceu a consciência nem os impediu de separar o trigo do joio. Tanto que, passados mais de 40 anos, continuam a amar aquela terra e as suas gentes. São frequentes as viagens para matar as saudades da Guiné e recordar tempos que bem prefeririam ter sido de paz e concórdia entre todos. E é por isso que não faltam também gestos e iniciativas de solidariedade, individuais ou colectivas, para com as gentes da Guiné, testemunho sincero de laços emocionais que o tempo não apaga. Creio que isto é uma marca distintiva do coração português.

De entre as actividades correntes do blogue, releva-se a divulgação de factos, notícias e publicações sobre a vida daquele país, cujas vicissitudes por que tem passado são acompanhadas com o coração compungido, tal o anseio de ver aquela terra enveredar por um rumo diferente, como bem merecem as suas amáveis e pacíficas gentes.

Este intróito serve para vos enviar um trabalho sobre a Guiné-Bissau da autoria de Pedro Rosa Mendes, divulgado pelo blogue. Leiam quando tiverem oportunidade e reencaminhem se bem o entenderem.

Um abraço
Adriano


2. Comentário do editor CV:

Os nossos leitores vão perdoar-nos esta descarada imodéstia, mas não podíamos deixar de publicar esta mensagem do nosso camarada e amigo Adriano Lima, Cor Inf Ref.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 22 DE FEVEREIRO DE 2014 > Guiné 63/74 - P12756: Blogoterapia (249): Reflexões sobre a vida e a morte (Juvenal Amado, Galomaro, 1971/74)

2 comentários:

Hélder Valério disse...

Caros camaradas e, em particular, o Carlos Vinhal

O que está escrito, relativamente ao entendimento que Adriano Lima tem do nosso Blogue, da sua vivência, do que ajudou a despoletar em termos de emoções, de actos de solidariedade, etc., mostra não só que apreendeu o "espírito da coisa", como é, também ao mesmo tempo, um retrato sintético de tudo o que temos vindo a sentir e que às vezes parece que temos dificuldade em expressar.

É bom, é reconfortante, nestes tempos em que a dureza nos dias nos vai tornando mais 'azedos', ler estas palavras e por isso, meu amigo Vinhal, não necessitas de classificar de "descarada imodéstia". Parecem e são genuínas e sinceras.
Hélder S.

Anónimo disse...


Olho para a foto do coronel Adriano Lima e vem-me à memória - coitadita! - um antigo tenente de instrução no RI5 (Caldas da Rainha - 3º turno de 1970), cujo nome o tempo se encarregou de ocultar. Pura impressão minha, não é verdade, coronel?...
Cumprimentos,
Mário Migueis