quarta-feira, 30 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13073: No 25 de abril eu estava em... (23): Porto, e o meu irmão, Manuel Martins (1950-2013) em Bissau (José Martins, ex-fur mil, trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70)


Foto 1 – O fur mil enf Manuel Martins (1950-2013), irmão mais novo do José Martins, à entrada do Hospital Militar de Bissau onde estava colocado na ortopedia... Ele esteve no TO da Guiné entre 1973/74. E fez também servço em Guidaje, numa equipa do HM241... E em Bissau assistiu ao 25 de abril...


 Foto 2 – Momento de “canto” durante uma reunião da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (Guiné), que era formada por oficiais, sargentos e praças. A actuar no Teatro de Bissau em 27/7/74.


Foto 3 – O Manuel Martins e o Óscar, autores do cartaz.


Foto 4 - Primeira manifestação do PAIGC em Bissau, a seguir ao 25 e abril, em data que se pode precisar... Talvez já em Maio.


Fotos: © Manuel Martins / José Martins  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.; legendas: J.M.]


1. Mensagem do José Martins (ex-fur mil, trms, CCAÇ 5, Canjadude, 1968/70; e nosso colaborador permanente):


No 25 de Abril, eu estava (*) …

Nesse tempo, prioritariamente, eu fazia viagens de “casa/emprego” e vice-versa. Ou seja: de Vila Nova de Gaia para o Banco Borges & Irmão (na sede, no Porto) e, claro, vice-versa.

Tinha desembarcado do “Rita Maria”, no cais de Lisboa, 10 de Junho de 1970. Quando vou a Belém no 10 de Junho, além da memória e os amigos, leva-me a celebração do regresso.

Já tinha casado e já era pai da Susana, que acabara de fazer dois anos, em Março.

Mas a família estava representada, como desde o século XIX, 
em “acontecimentos históricos”. Estava
Manuel Martins~
 (1950-2013)
lá o meu irmão Manuel [, Manuel Martins], de saudosa memória, já de regresso, há algum tempo, depois de ter feito parte da célebre “epopeia de Guidage”.(**)

As fotos que junto, chegaram às minhas mãos há um ano e tal. Foi das poucas vezes, muito poucas, que falamos da guerra e, desta feita, via correio electrónico.

Nada mais sei. Fica a memória. (***)

José Marcelino Martins
30 de Abril de 2014
_________________

Notas do editor:



(***) O Manuel Martins. que esteve no 2º encontro nacional da Tabanca Grande, em Pombal, em 2007, integra a nossa Tabanca, sendo um dos 34 amigos e camaradas que da lei da morte já se foram libertando... (Vd.coluna do lado esquerdo da página principal do blogue). Tocava viola (e mais tarde guitarra) num grupo de fado de Coimbra, com o David Guimarães.

3 comentários:

Luís Graça disse...

Eu acho um gesto de grande ternua (e respeito) o Zé partilhar connosco estas fotos (e memórias) do mano Manel, o mais novo da família, que infelizmente já nops deixou... E, se não fossem partilhadas, poder-se-iam perder, o que seria uma pena... A grande história é como um rio com muitos afluentes... Nós aqui, quando muito alimentamos esses afluentes... Da nossa parte cumprimos apenas o nosso "dever de memória"... LG

Anónimo disse...

O meu grande amigo Óscar, natural aqui do Porto e um dos autores do cartaz, encontrei-o várias vezes no Hospital Militar e fazer placas dentárias - sua especialidade.

Segundo informações que recolhi junto de outros amigos vive e trabalha actualmente em Bragança!

Um abraço do Eduardo MR

Anónimo disse...

Nesta fase de bandalheira & bagunça, em que grupelhozecos se juntavam pata hostilizar a tropa portuguesa, nomeadamente no BENG em Brá, deixamos esses problema para a malta do PAIGC, que aparecia em rondas de manhã e de tarde, e costumavam meter conversa com os sargentos de ronda à porta de armas, perguntando se estava tudo bem?

Em Outubro de 1974, haviam uns grupelhozecos, que se movimentam em motos ruidosas e apareciam a chatear, com palavras de ordem do género "TUGAS FORA DE NÔ TERRA", "ABAIXO O COLONIALISMO", "VIVA O PAIGC", etc. a que se juntavam alguns populares, mas sempre frente à porta de armas, nunca tentando forçar a entrada!

Um dia, estava eu de sargento à porta de armas e surgiu um jipe com 5 ou 6 elementos do PAIGC, parou e perguntou aos 2 ou 3 cabecilhas, quem os autorizou a estar ali a gritar para os portugueses...

Puxaram de uns cassetetes do tipo usado da nossa PM e VALHA-ME NOSSA SENHORA...

Foi arriar até ao osso...

No fim vieram ter comigo e disse-me o que parecia ser o chefe, com ar superior e irritado: Quando vocês forem embora, estes gajos das motinhas vão ser todos pendurados pelo pescoço nos candeeirpos da cidade para exemplo daquilo que não queremos cá.

Se foram ou não... não sei, pois vim-me embora!

Um abraço do Eduardo MR