sábado, 28 de junho de 2014

Guiné 63/74 - P13339: Agenda cultural (327): Revista do IDN - Instituto de Defesa Nacional, "Nação e Defesa", nº 139: "Portugal na Grande Guerra - A posição de Portugal no Mundo": convite para a submissão de artigos até 7 de julho próximo


Lisboa > Outubro de 1914 > Envio de uma força expedicionária da 1600 homens, sob o comando de Alves Roçadas, em Outubro de 1914. 

Na fronteira sul de Angola, após um ataque alemão ao posto fronteiriço de Cuangar, as NT  tentaram, em vão, expulsar os alemães do território. São derrotadas em Dezembro de 1914, em Naulila (Desastre de Naulila). Retiram para Humbe, ao mesmo tempo que as populações locais se revoltam contra a soberania portuguesa. O governo republicano é obrigado, devido a esta revolta local, a reforçar a guarnição de Angola, enviando  da Metrópole uma força constituída por cerca de 400 oficiais e 12 mil praças. De Moçambique chegam mais 2 companhias landins.

Lisboa > c. 1914 > Tropa expedicionário a caminho de Angola

Também em Moçambique as tropas alemãs começaram a ameaçar a soberania portuguesa. Houve um primeiro ataque alemão ao posto fronteiriço de Maziua, no Rovuma, obrigando o governo da República a mandar um força de mais de 1500 homens para aquela colónia do Índico. Essa força chegou a Moçambique em Outubro de 1914. Mal organizadas e equipadas, as NT, passaram meses sem contacto com o inimigo e perderam um quinto dos seus efetivos por motivo de doença.
Um ano depois, e Novembro de 1915 uma nova força expedicionária, de mais 1500 homens, chega a Moçambique sob o comando de Moura Mendes. Essa 2ª força tinha como finalidade recuperar a ilha de Quionga, mas também devido a desorganização idêntica à da primeira força, só em 4 meses perdeu, por doença, metade dos efectivos. Em abril de 1916, a pequena ilha de Quionga é recuperada mas Moura Mendes já tinha perdido metade dos seus efetivos por doença....

Novo reforço em homens (mas de 4600, sob o comando de Ferreira Gil) chega à colónia em finais de Junho de 1916. A sua missão é passar o Rovuma e atacar as tropas alemãs ao mesmo tempo que estas eram atacadas no Tanganica pelos ingleses e outros aliados O exército de Ferreira Gil consegue passar o Rovuma, conquistar Nevala mas acaba por ser derrotada, sendo obrigada a retirar novamente para Moçambique.
Em 1917 é envia a 4ª força para Moçambique, esta constituída por  cerca de 9800 homens, comandados por Sousa Rosa.

(...) "A Alemanha tinha na África Oriental, uma pequena força de 4000 askaris e 305 oficiais europeus, comandados pelo general Lettow Worbeck. Este general alemão conseguiu sempre resistir aos ataques das forças inglesas, apesar de estas serem em número muito superior. Isto só foi possível devido a este general ter utilizado uma nova forma de guerra (guerrilha), não lhe interessando manter ou conquistar posições, mas sim manter o inimigo sempre ocupado, de modo que este não pudesse libertar soldados para enviar de volta à Europa.

"Em Novembro de 1917, Lettow Worbeck passa o Rovuma e derrota as tropas portuguesas em Negomano, e percorre Moçambique sempre fugindo e derrotando as tropas (inglesas e portuguesas) que encontrava pelo caminho e provocando a revolta das populações locais contra os portugueses. Este general alemão acabou por voltar ao Tanganica.

"Com o final da guerra na Europa, o exército alemão que se encontrava nessa altura na Rodésia, acabou por se render apesar de nunca ter sido derrotado.

"Para Portugal ficaram, além das grandes derrotas militares, as revoltas das populações locais, que demoraram a ser reprimidas." (...) (Fonte: Wikipedia > Portugal na Primeira Grande Guerra)



França > Brest > O desembraque das tropas portuguesas


 Frente ocidental > Prisioneiros de guerra portugueses [Bundesarchiv Bild 183-S30568, Westfront, portugiesische Kriegsgefangene CC-BY-SA-3.0-de] Autor desconhecido. Iimagem foi doada à Wikimedia Commons pelos Arquivos Federais da Alemanha (Deutsches Bundesarchiv) dentro de um projecto comum.

A batalha decisiva travada  pelo  corpo expedicionário português na I Grande Guerra  (calculado em 55 mil homens) foi em La Lys, na Flandres, em 9 de abril de 1918. Segundo o historiador militar Nuno Severiano Teixeira, as nossas baixas estimam-se em 1312 mortos, 4616 feridos, 1932 desaparecidos e 7740 prisioneiros. (Fonte: Nova História Militar de Portugal, ed. l. Manuel Themudo Barata e Nuno Severiano Teixeira: Vol 4, Lisboa: Círculo de Leitores, 2004, p. 30).

Imagens do domínio público (com mais de 70 anos). Cortesia de Wikipedia.



Página de rosto do sítio do IDN - Instituto de Defesa Nacional, que edita a revista "Nação e Defesa"


1. Do nosso leitor (e camarada) José João da Costa Pereira,  ten cor ref, do núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes, reencaminhando-nos um mail das Relações Públicas do Instituto de Defesa Nacional (IDN), que edita a revista "Nação e Defesa"

De: IDN Relações Públicas [mailto:idn.relacoespublicas@defesa.pt]
Enviada: segunda-feira, 23 de Junho de 2014 14:12
Para: Instituto Ação Social FFAA - TGEN Fialho da Rosa

Assunto: Call for papers: Nação e Defesa nº 139 "Portugal na Grande Guerra - A posição de Portugal no Mundo"

(...) A Grande Guerra ou Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é consequência de rivalidades cruzadas entre as principais potências, quer na Europa, quer no resto do mundo, de carácter variado (ideológico, político, económico, imperial).

Estas rivalidades culminaram nos dois conflitos de maior intensidade da história, entre 1914 e 1945, e conjugaram-se com o que historiografia designou por crise do sistema liberal, mas também com a legitimidade internacional crescente do princípio da autodeterminação. Esta norma emergente condicionava a ação das grandes potências e potenciava a emergências de novas pequenas e médias potências, que, no entanto, enfrentaram nesses conflitos desafios particularmente agudos.

A Grande Guerra (e seus antecedentes) remete também – numa situação com alguns paralelos com a atual – para o debate em torno das chamadas guerras de transição de poder entre grandes potências emergentes revisionistas e as grandes potências conservadoras. Assim como para o debate relativo ao efeito de arrastamento que conflitos inicialmente localizados podem transportar, através de sistemas de alianças, para um conjunto alargado de Estados do sistema internacional.

Portugal não escapou à crise do sistema liberal oitocentista, agravada por tensões externas como o Ultimatum de 1890, e pela crise do sistema económico da Regeneração, resultando em ruturas que levaram consequentemente ao surgimento da I República, da Ditadura Militar e do Estado Novo. Também não escapou, ou não quis deixar escapar, a Primeira Guerra Mundial.

Importa pensar com que dilemas internos e externos se confrontava Portugal nesse período, e como estes condicionaram a sua resposta, em termos político-estratégicos, à crise externa cada vez mais intensa e grave, nomeadamente o problema fundamental de como uma pequena potência europeia poderia manter um grande império colonial.

Interessa compreender e analisar, de forma crítica e inovadora, a situação política e estratégica de Portugal, no dealbar do século XX e como esta influenciou a decisão de intervir na contenda mundial em curso entre 1914 e 1918: quais os objetivos de guerra no quadro da inserção geopolítica de Portugal no início do século XX e os efeitos desta intervenção na posição internacional do país após o seu desfecho.
Neste contexto, convidamos todos os interessados a submeterem um artigo que se enquadre no tema genérico "Portugal na Grande Guerra – a Posição de Portugal no Mundo".

Os artigos deverão ser enviados até 7 de Julho de 2014 para idn.publicacoes@defesa.pt sendo as normas de submissão destes consultáveis em www.idn.gov.pt

Serão selecionados um máximo de 6 artigos, tendo em consideração um conjunto de critérios: a qualidade do texto, assegurar alguma diversidade temática, a fundamentação em fontes relevantes, a abordagem original de questões relevantes, sendo a atenção à dimensão comparativa também valorizada. (...)

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