domingo, 12 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13721: Agenda cultural (340): Tributo ao pintor lourinhanense Estêvão Soares (1914-1992): uma belíssima homenanagem dos seus filhos e da terra que o viu nascer, há 100 anos... Um notável aguarelista, um apaixonado por África, suas paisagens, suas gentes


Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira > "Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 14. Angola, Luganbo, aguarela, 1956


Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira >"Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 16. Moçambique, aguarela, 1959



Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira >"Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 18. República Democrática do Congo, Jadotville (atual Likasi), aguarela, 1957


Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira >"Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 19. Rodésia, Salisbúria (atual, Zimbabué, Harare), aguarela, 1957


Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira >"Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 16. Moçambique, aguarela, 1959


Lourinhã > Centro Cultural  Dr. Afonso Rodrigues Pereira >"Tributo ao pintor Estêvão Soares" > 5-31 outubro 2014 > 17. África do Sul, aguarela, s/d

Uma belíssima e terna homenagem dos seus filhos Pedro,  Andrea e Lígia Soares
e do município onde nasceu, há 100.  No catálogo os filhos escreveram:
"Para nós, os filhos, só podemos agradecer o privilégio que é herdar este legado
e a alegria de o poder partilhar com vocês".
Fotos de Luís Graça (2014).  Cortesia dos filhos do pintor, Pedro, Andrea e Lígia Soares


1. Está a decorrer, até ao fim deste mês, na Lourinhã, na sua terra natal, a exposição do pintor Estêvão Soares (Marteleira, Lourinhã, 1914-Lisboa, 1992), comemorativa dos 100 anos do seu nascimento.


A exposição, na Lourinhã, tem 2 núcleos: (i) Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira, com uma amostra de aguarelas e óleos (mais de meia centena de quadros, na posse dos filhos, Lígia, Andresa e Pedro Soares); e (ii) Biblioteca Municipal, com um acervo maios pessoal, mostrando a relação do pintor com a sua arte, o "making of" da sua obra, e o seu percurso por diferentes circuitos artísticos.

Agradecemos aos filhos a autorização para fotografar e divulgra, no nosso blogue, alguns dos quadros de temática africana.

2. O pintor tem uma entrada na Wikipédia, de que recolhemos os seguintes elementos, completados com a brochura editada, para o efeito, pela Câmara Municipal da Lourinhã

(i)  Estêvão Soares nasceu na Marteleira, Lourinhã, em 1914, e morreu em Lisboa, em 1992, aos 77 anos;

(ii) " A sua obra, tanto a óleo quanto a aguarela, constrói-se sobre alicerces figurativos e tem sido diversas vezes enquadrada na corrente naturalista. A extensa produção do artista ao longo de cinco décadas, principalmente em Portugal e nas ex-colónias de África, espelha as transformações por que passou o território continental e ultramarino durante a segunda metade do século XX";

(iii) Foi residir para Lisboa, ainda na infância; faz uma aprendizam, como autodidata, de desenho e pintura; trrabalha nas áreas da publicidade e decoração;

(iv) A partir dos 30 anos de idade, começa a desenvolver uma carreira de pintor; participa no "Salão dos Excluídos" (1944), acima chamado por integrar os artistas que haviam sido excluídos da pré-selecção para o “1° Salão de Arte Moderna" do Secretariado da Propaganda Nacional (mais tarde, SNI);

(v) Realiza a primeira exposição individual de pintura, em 1945, no átrio do Diário de Notícias;

(vi) Torna-se a partir de então presença regular nos “Salões de Inverno” da Sociedade Nacional de Belas-Artes (de que passa a ser sócio) e nos próprios “Salões de Arte Moderna” do SNI;

(vii) Nos dez anos seguintes, sucedem-se as exposições individuais e colectivas, "pondo em evidência uma obra de cariz essencialmente naturalista que retrata, com preciosos elementos de valor etnográfico, aspectos de um país onde a ruralidade era a norma e o próprio meio urbano resistia ao progresso e à industrialização";

(viii) Em 1955 faz um périplo por África, e nomeadamente pela África Austral, incluindo Angola, Moçambique, regressando só em 1961, à metrópole; é deste período que reproduzimos algumas aguarelas, com a devida a autorização do filho Pedro Soares);

(ix) Depois de uma exposição antológicaq de 101 aguarelas e óleos no Palácio do Comércio de Luanda, em 1955, "viaja, pinta e expõe em diversos territórios ultramarinos, tanto portugueses (Angola, Moçambique) quanto de outras potências coloniais europeias (Congo Belga, África Equatorial Francesa, Rodésia do Sul e Niassalândia), passando ainda pela República da África do Sul" (...);

(x) Nesta longa viagem por África, "retrata as cidades e as grandes obras públicas surgidas na última década, mas sobretudo as paisagens naturais e os povos que encontrava nas suas viagens fora dos centros urbanos, muitas vezes a regiões pouco frequentadas pelos colonos. Durante esses anos, reune um grande acervo de trabalhos que dão um valioso retrato das colónias portuguesas nos anos que precederam o eclodir das guerras de libertação" (,,,)

(xi) De regresso a Lisboa, em 1961, frequenta as tertúlias do café A Brasileira do Chiado,  relacionando-se com várias figuras do mundo artístico e intelectual da época (Abel Manta, Almada Negreiros, Arthur Duarte, e outros);

(xii) É um cidadão e um artista que acolhe com entusiasmo e esperança o 25 de abril de 194; funda, com outros artistas, o grupo Paralelo 12;

(xiii) Manterá  sempre uma forte ligação à sua terra e à Estremadura: nas décadas de 1970 e 80, expõe em diversas localidades da região oeste, incluindo a Lourinhã;

(xiv) Morreu em Lisboa, aos 77 anos, em 1992; faria 100 anos em 5 de outubro de 2014, se fosse vivo.

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Nota do editor:

Último poste da série > 2 de outubro de 2014 > Guiné 63/74 - P13679: Agenda cultural (339): Apresentação do livro "Guerra Colonial na Revista Notícia", tese de Mestrado da jornalista Dra. Sílvia Torres, dia 9 de Outubro de 2014, na Messe dos Oficiais, Praça da Batalha, Porto

2 comentários:

Hélder Valério disse...

Ao percorrer o 'post' vamos vendo algumas imagens de quadros da exposição.

As cores fortes e os traços de elementos que bem conhecemos não deixam margem para dúvidas: a influência de África está realmente bem patente nos trabalhos.

Hélder S.

Anónimo disse...

Caro Luís,
Sou investigaora História Arte da Universidade Nova e estou fazer um artigo de fundo sobre Esteváo Soares. Pode dizer-me se tem o contacto da família? Gostaria muito de aprofundar a recolha de informação de modo a ser o mais completa e verdadeira possível e ser-e-ia muito útil poder aceder ao testemunho familiar. Grata pela atenção. Maria Castro. mariajoaocastro@fcsh.unl.pt