sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14016: Agenda cultural (364): Camarada, uma exposição a não perder, até ao dia 19 ( e, se a perderes, ficas mais pobre..): "Maresias: Lisboa e o Tejo, 1850-2014", no Torreão Poente do Terreiro do Paço (agora integrado no novo Museu de Lisboa)


Lisboa > Cais da Ribeira > A doca da Caldeirinha


Lisboa > A estátua equestre de Dom José I no centro da Praça do Comércio


Lisboa > 8 de dezembro de 2014 > O renovado Cais da Ribeira, com destaque parea a doca da visto  Torreão Poente do Terreiro do Paço. Em primerio plano, a doca da Caldeirinha


Lisboa  > 8 de dezembro de 2014 >  O Tejo visto de um janela do Torreão Poente do Terreiro do Paço (agora parte integrande do novo Museu de Lisboa, ex-Museu da Cidade)


Fotos: © Luís Graça  (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]


1. Exposição: "Maresias:  Lisboa e o Tejo, 1850-2014"

Data / horário: de 14 julho a 19 dezembro | todos os dias | 10h00-20h00

Local

Torreão Poente do Terreiro do Paço

Terreiro do Paço, Lisboa

Visitas guiadas aos sábados às 15h00 (português) e às 17h00 (inglês)

Preço: 3€ | bilhete Família: 8€ ! Séniores: 2 €
Catálogo: 5€
+ Info T. 914 273 871 | email: maresias.expo.lisboa@gmail.com

2. Exposição fotográfica e documental, organizada em 6 núcleos: 

Cais dos Aventureiros, 
Terreiro do Paço, 
Barcos do Tejo, 
Cais do Sodré, 
Arsenal
e Fantasias Lisboetas, 

Caros leitores, camaradas e amigos:

E uma pena perderem esta exposição que vai acabar, oficialmente, no dia 19 do corrente. 

Eu, que sou um apaixonado por esta cidade, pelo rio Tejo, e pelo Terreiro do Paço, onde trabalhei uns largos anos, nas décadas de 1970/80, adorei ver, com tempo e vagar, esta exposição.... Eu chamar-lhe-ia "Maresias: Lisboa, Tejo, um século e meio de memórias e amnésias"... Eu explico: a amnésia, provavelmente, não intencional, é a ausência de um núcleo sobre o porto de Lisboa, p.d., e em especial, o Cais da Rocha Conde de Óbidos, donde partiram nos anos 60/70 mais de um milhão de homens para a guerra colonial...

Não percebo o critério do comissariado, constituído por José Sarmento Matos (comissário científico) e António Miranda e Margarida Almeida Bastos (Museu da Cidade), que optou por confinar a frente ribeirinha de Lisboa à zona que vai de  Xabregas a Santos, deixando de fora Alcântara, por exemplo... Ora um dos 6 núcleos da exposição são as "Fantasias de Lisboa", que inclui a Exposição do Mundo Português (1940) (em Belém) e a Expo' 98 (na zona oriental da cidade, que vai da Matinha e Cabo Ruivo até à Foz do Rio Trancão)...

Lisboa e sobretudo o Tejo, e o seu estuário (que é o maior da Europa) fazem parte também das nossas memórias e do nosso imaginário, enquanto  combatentes da guerra colonial.  Foi do Cais da Rocha  Conde de Óbidos  que muitos de nós partimos, por mar,   para a Guiné, nos T/T Uíges, Niassas, Anas Mafalda, Alfredos da Silva... Ou foi nos bares das putas do Cais do Sodré que bebemos o último uísque marada antes de subir o portaló do navio onde fizemos o "cruzeiro das nossas vidas"... Mas isso é outra história (que contamos aqui no nosso blogue há mais de 10 anos)... Como é outra história as dezenas de milhares de contentores, com os restos do império, os haveres dos "retornados e África", que atravancaram os cais do Porto de Lisboa, durante anos, emparedando os "amantes do Tejo"...

Eu sei que esta é a parte dolorosa da nossa história recente, dos anos 60 a 80 do século passado (a guerra colonial, a descolonização, o fim do império) de que os olipógrafos provavelmente não gostam muito de falar...

De qualquer modo, aqui fica o  convite, dos organizadores,  para  "uma viagem entre Xabregas e Santos, zona de contínuas e profundas transformações que se intensificaram a partir de meados do século XIX, por força da aceleração imposta pela tecnologia e modernização".

(...) "Cantada por fadistas, celebrada por poetas e, por vezes, maldita pelos lisboetas, a maresia que, por força da geografia, o Tejo empresta à cidade, é o fio condutor d[est]a exposição" que o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa e a EGEAC organizaram no Torreão Poente do Terreiro do Paço.

É comissariada por José Sarmento de Matos, ilustre olissipógrafo,  com António Miranda e Margarida Almeida (Museu da Cidade).

"O Tejo, intemporal, e as suas margens, alteradas pela natureza e pelo homem, reuniram ao longo dos cerca de 160 anos retratados nesta exposição um vasto património material e imaterial feito de histórias, edifícios, projetos, pessoas, objetos."

Camaradas, os de Lisboa e arredores, aproveitem este fim de semana, para verem as "Maresias",,, de que todos nós, portugas, somos feitos,,, Parafraseando a Sophia de Mello Breyner, "mar, metade da minha alma é feita de maresias"... (LG).

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Nota do editor:

Último poste da série > 7 de dezembro de  2014 > Guiné 63/74 - P13984: Agenda cultural (367): Apresentação do livro "Angola, Terra d'Uanga", de autoria do Comandante Luís Vieira da Silva, dia 11 de Dezembro de 2014, pelas 15h00, na Messe de Oficiais, Praça da Batalha, Porto (Manuel Barão da Cunha)

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