sábado, 14 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14256: Homenagem da Tabanca Grande à nossa decana: a "mindjer grande" faz hoje 100 anos... Clara Schwarz da Silva, mãe do Pepito (8): Mensagens da Tertúlia

 
MENSAGENS DE FELICITAÇÕES DA TERTÚLIA A PROPÓSITO DO CENTENÁRIO DA NOSSA GRÃ-TABANQUEIRA E MULHER GRANDE DO NOSSO BLOGUE SENHORA DONA CLARA SCHWARZ


1. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68):

Cem anos, - que linda Idade!
Tantas histórias para contar!
À grande tabanqueira,
Tão querida,
Só posso desejar
Outros cem anos de vida.

Domingos Gonçalves

************

2. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72):

Senhora D. Clara:
Pelo grande respeito e admiração que aprendi a ter por si, através de testemunhos deste blogue, neste dia em que faz cem anos, sendo a "Mulher Grande" desta Tabanca eu sinto-me tão pequeno que me apetece pedir-lhe a bênção como pedia à minha mãe, quando era jovem.

Desejo-lhe muita saúde e felicidade junto das pessoas que lhe são queridas, filhos, netos e amigos.

Sei que já sofreu muito, tantos familiares mortos sem justiça, numa guerra selvagem, só por serem diferentes na religião ou nos costumes. Além desses outros familiares próximos partiram sendo o último o seu filho Carlos, esse homem bom, que tanto fez pelo bem das gentes da Guiné-Bissau que tanta falta lhe sentirão.

É duro, é cruel, para uma mãe ver partir um filho mas D. Clara deve pensar na grande obra que ele realizou e na admiração, respeito e amizade que conquistou, o Carlos continua a viver, nessa obra, nas boas recordações que deixou e sobretudo no coração dos guineenses.

O Carlos continua vivo também nas semelhanças de carácter, de modos, no sorriso franco, nos gestos dos seus filhos e dos seus netos.

D. Clara, neste dia em que faz cem anos, que todos os seus amigos da Tabanca Grande festejam, assim como os seus familiares e amigos mais próximos, deixe que lhe chame mãe e que lhe envie com muito carinho os mesmos beijos que gostaria de dar à minha mãe, que já não me pode ler ou ouvir, porque já partiu.

PARABÉNS! MUITOS BEIJOS MÃE!

Francisco Baptista

************

3. Mensagem do nosso camarada Fernando de Jesus Sousa (ex-1.º Cabo da CCAÇ 6, Bedanda, 1970/71):

Uma saudação muito especial, com estima e consideração para esta grande Senhora.

Desejo-lhe um feliz aniversário repleto de amizade e carinho.

Parabéns e muitas felicidades.
Fernando Sousa


************



4. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Nogueira de Sousa (ex-Fur Mil Art da 1.ª CART do BART 6520/73, Bolama, Cadique e Jemberém - 1974):

Muitos parabéns á estimada e lutadora "centenária", meta alcançada por poucos.
Que acrescente muitos mais e com qualidade de vida.

MSousa



************

5. Mensagem do nosso camarada José Casimiro Carvalho (ex-Fur Mil Op Esp da CCAV 8350 e da CCAÇ 11) - Gadamael, Guileje, Nhacra e Paúnca, 1972/74):

De forma indelével, o "Pepito" está ligado umbilicalmente a mim. Por isso e por ter sido gerado por essa menina, quero desejar, como ex-combatente ("tuga") e como apaixonado por esse POVO um bom aniversário e que ainda viva assista ao fim das atrocidades , entre elas a excisão feminina.

Parabéns BAJUDA.
José Carvalho,
ex-militar de Guiledje (Guileje)

************

6. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70):

Luís,
A Sr.ª D.ª Clara Schwarz da Silva, Primeira Dama desta confraria, é nome memorável diferentes títulos: pelas sementes que deixou naquele ponto dos trópicos; por pertencer a uma estirpe familiar que deu a um grande escritor, seu marido, um grande artista e um desenvolvimentista humanitário, seus dois filhos já falecidos; e por dispor de um património de memória de que a Guiné não devia abdicar, pela fertilidade e pela luminosidade do seu exemplo.

Escrevo-lhe com o pedido especial de que não se esqueça de que não há futuro sem aprofundar o conhecimento do passado, é deste que despontam valores, princípios, matrizes da identidade de um país que vive finalmente um tempo de esperança e de pacificação.
E mando-lhe um beijinho, as mulheres grandes são por inerência caudais de sabedoria, archotes da experiência e expoentes de bravura.
E como tu observas, é mesmo inspiradora de todos nós, sei o que é perder um filho.

Que Deus a conserve e nos guie com o seu exemplo, a rasgada admiração do
Beja Santos

************


7. Mensagem do nosso camarada José Lima da Silva (ex-Soldado da CCAÇ 1496/BCAÇ 1876, BissumPirada e Bula, 1966/67):

Os meus parabéns para a Senhora Dona Clara Schwarz, e se a saúde deixar, que vais mais alguns anos.

Um beijo para ela
José Lima da Silva


************
____________

Nota do editor

Último poste da série de 14 de Fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14255: Homenagem da Tabanca Grande à nossa decana: a "mindjer grande" faz hoje 100 anos... Clara Schwarz da Silva, mãe do Pepito (7): José Eduardo Reis Oliveira (Tabanca de São Martinho do Porto)

4 comentários:

Luís Graça disse...

Houve um camarada, que eu não vou citar, que associou a nossa Clara Schwarz ao nome do José Carlos Schwarz... Não é o primeiro... è pura coincidência. O Carlos (Pepito) e o José Carlos não eram irmãos... Eram apenas guineenses, e ambos tinham grandes sonhos. LG
_____________



Grande Luís,

Certamente que esta Senhora é mãe de José Carlos Schwarz...
Em 1991, em Bissau estava eu, acompanhei uma romagem ao cemitério recordando este poeta nascente - que viria a ser, estou certo, um grande poeta e um grande músico. A morte o levou cedo, como sabemos.

Retenho um poema dele, porventura premonitório, talvez de saudade, de esperança, decerto.


ANTES DE PARTIR
Antes de partir
Encherei os meus olhos, a minha memória
Do verde (verde, verde!) do meu País
Para que quando tomado pela saudade
Verde seja a esperança
Do regresso breve
Antes de partir
Encherei os meus ouvidos, a minha memória
Do palpitar que esmorece, enquanto a noite
Cresce sobre a cidade e que no campo
Feito o silêncio dos homens e dos rádis

In Antologia Poética da Guiné-Bissau Editorial Inquérito, Lisboa
(Adquiri em Bissau em Bissau em 1990 e oferecido a nós próprios: Maria da Conceição e a mim próprio)

Anónimo disse...

Á grande Clara Schwartz:

É uma honra grande ter-te, aos cem anos, como nossa mãe espiritual. A ti, mulher de grande nobreza e mãe de gente valorosa, deixo aqui as minhas felicitações pelas etapas que percorreste e pela bonita meta que acabas de alcançar. Que comemores muitos mais aniversários com saúde e amor dos teus familiares.
Um beijinho
Carvalho de Mampatá.

Luís Graça disse...

Eu respondi ao meu amigo e camarada:

Que bom saber de ti!... Em relação ao J. C. Schwarz, não há qualquer relação de parentesco... entre o cantor (que morreu em Cuba em 1977) e o Pepito (Carlos Schwarz da Silva, Schwarz da mãe, Silva do pai)...

A dona Clara Schwarz viveu na Guiné entre 1949 e 1966 (quando o marido, o advogado Artur Augusto Silva, que defendeu presos políticos, foi p0reso, tornando-se "persona non grata" aos olhos da Pide e do Schulz) e depois da independência, até à morte do marido, em 1983...

O Pepito foi o único dos 3 filhos que nasceu em Bissau, no hospital...em 1949. Tenho uam série de fotos do álbum da família para comemorar estas duas efemérides, os 100 anos da mãe (a 14) e a morte há um ano do filho (a 18)...

A filha mais nova disse-me que há um movimento em Bissau para lhe darem o nome de uma rua, no bairro do Quelelé, onde a AD tem a sede....

Se quiseres escreve qualquer coisa... Ab grande. Luis

Luís Graça disse...

Já ago9ra, sobre o José Carlos Schwarz, ler aqui:

(....)

Quem foi José Carlos Schwartz: o testemunho de quem o acompanhou
TESTEMUNHOS DE UMA CONVIVÊNCIA
Norberto Tavares de Carvalho, o "Cote"
Genebra, 6 de Dezembro de 2006

Existem pelo menos duas possibilidades de definição do período aproximado da chegada à Guiné do avô paterno do José Carlos Schwarz. A primeira, estaria ligada à cronologia presencial de famílias de origem alemã que se instalaram no nosso país actual. O Arquivo Histórico do Ultramar, por exemplo, situa a chegada da família Schacht (Otto Schacht), no século XIX ou seja nos anos 1800.
A instalação, na Guiné Portuguesa, do avô do José Carlos poderia também situar-se mais ou menos nesse periodo.
A segunda hipótese estaria relacionada com o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que levou a ruína, a fome e as doenças à Alemanha. Muitos cidadãos resolveram abandonar esse país. Poderia ser neste segundo contingente que um tal Schwarz desembarcou na Guiné. Mas é possível ainda que hajam outros cenários.
Naquela época, sendo Bolama a capital, era aí que se concentrava a maior parte da camada estrangeira. Instalado na Guiné, o exilado alemão teve pelo menos um filho a quem deu o nome de Carlos Schwarz. Este, por sua vez, viria a constituir família.
O José Carlos nasceu em Bissau num dia como hoje: 6 de Dezembro de 1949, da união de Carlos Schwarz e da Dona Fidjinha (Nha Fidjinha), de origem caboverdeana.
Eis o resumo do que consegui na preparação deste pequeno memorial dedicado ao aniversário natalício do saudoso José Carlos.
Logo que o seu filho atingiu a idade escolar, o Senhor Carlos Schwarz tratou de o pôr na escola. Assim, o José Carlos fez os estudos primários na sua terra e secundários em Dakar, Mindelo e Lisboa. (...)

22 DE OUTUBRO DE 2007

Guiné 63/74 - P2203: Artistas guineenses (2): José Carlos Schwartz (Didinho/V.Briote)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2007/10/guin-6374-p2203-paigc-quem-foi-quem-5.html