quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14297: Pensamento do dia (19): A sociedade de Brunhoso (Francisco Baptista)

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Baptista, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72), com data de 21 de Fevereiro de 2015:


A Sociedade de Brunhoso

Volto a Brunhoso como quem volta ao principio do mundo, foi lá que começou para mim o despertar das sensações e dos sentidos. Recordo ainda a primeira vez em que me reconheci ao espelho, provavelmente será a recordação mais antiga que tenho. Sei que foi na varanda da casa dos meus avós maternos. Não sei porque estava esse espelho que até era bastante grande na varanda. Nunca mais esqueci a surpresa e o espanto ao descobrir que o miúdo, de olhos azuis e cabelo arrepiado e loiro, que do outro lado do espelho olhava para mim, não era ninguém, mas a minha imagem refletida.
Olhando para dentro de mim, fazendo a tal introspeção de que falam os psicólogos, vejo-me num espelho já baço, que me devolve uma imagem que não me entusiasma tanto como o espelho da varanda.

Embora me tenha procurado estudar ao longo de todos estes anos de vida, do que consegui entender pouco encontrei que não fosse comum aos meus semelhantes. Não vou falar de mim, não vou falar das minhas qualidades, se é que as tenho, nem nos meus defeitos. Já aprendi com a vida que nunca devemos ter uma opinião demasiado optimista de nós próprios, pois nesse caso daremos aos outros a imagem ridícula de pavões de plástico insuflados de vento. Também nunca devemos ter uma opinião demasiado pessimista pois isso pode ser a via para uma vida de queixumes e auto-comiseração que nos pode levar a um mau fim. O melhor é pensarmos que somos como a maioria, um entre tantos, perdidos ou despercebidos na multidão.

Ao olharmos com muita insistência para o nosso umbigo, podemos ter o desgosto de pouco ou nada conseguirmos ver para além dele..
O melhor é estarmos atentos às realidades exteriores, estarmos atentos aos outros pois vêm-se melhor e ao conhecê-los aprendemos a conhecer-nos a nós próprios pois não somos muito diferentes. Somos todos macacos que evoluíram e até aprendemos a escrever.

Hoje neste regresso às minhas origens procuro entender e perceber os meus conterrâneos de menino e jovem e os que os antecederam. Sobretudo procuro entendê-los na sua verticalidade, na sua honra, na sua lealdade de uns para com os outros, na sua fidelidade à palavra dada, na sua hospitalidade. Não fantasio, na minha infância e juventude tudo isto era autêntico, tudo isto era real.
Pela história que tenho lido de várias fontes, livros, jornais, revistas, testemunhos dos mais velhos procuro conhecer e interpretar esse povo de Brunhoso a que pertenço e compreender as suas vidas e comportamentos.

Pastor de Brunhoso
Foto retirada do Blogue Brunhoso, com a devida vénia ao seu autor

Brunhoso no passado foi uma sociedade de subsistência e como tal pobre, onde as pessoas viviam com muito trabalho e com pouca fartura. Nesse tipo de sociedade não há lugar ao desperdício nem ao supérfluo. Nesses tempos antigos as pessoas à noite, antes de se deitarem, acubilhavam o lume, para guardar brasas para o acender na manhã seguinte e dessa forma pouparem um fósforo. Comia-se o que dava a terra e a carne dos animais que cada um criava, as aves e o porco, do qual se aproveitava tudo, até as tripas para fazer o fumeiro. Na casa dos meus pais, lavradores remediados, recordo-me dos dias de segada, no pino do verão, em que eram chamados muitos homens à jeira. Nesses dias, os trabalhadores tinham que ser bem alimentados, pois estavam sujeitos a um esforço enorme, e a nossa alimentação em casa também melhorava. Eu que lhes ia levar muitas vezes as refeições às searas, gostava sobretudo de comer com eles, pelas nove horas da manhã, as sopas de centeio com azeite rijado, alho e colorau, cada um com uma colher cerca de oito por cada tacho.

Uma sociedade de subsistência é uma sociedade que vive do essencial e que tem um grande respeito por tudo o que é essencial, a vida, a morte, os alimentos como o pão, o azeite e o vinho, são produtos quase sagrados, necessários à vida e às cerimónias religiosas.

A grande alteração dos costumes dos valores e mentalidades fazem já parte da história da minha vida, pois terá acontecido nos anos 60, quando se dá a grande emigração para a França e outros destinos europeus.
A "fuga" para o estrangeiro estendeu-se a todas as famílias de trabalhadores da terra e sobretudo aos mais válidos. Brunhoso sofreu uma devastação enorme, uma sangria terrível. A partir daí as relações económicas e de trabalho ficaram alteradas.e tudo se vai modificar, os costumes, os valores, as mentalidades. Os terrenos eram pobres e só eram rentáveis porque a mão de obra era barata. Com a debandada dos trabalhadores a mão de obra escasseia e fica mais cara, a mecanização da lavoura é dispendiosa e o retorno que dá em rendimento é fraco ou nulo. Quando escrevi no P12388(*) sobre o dia das sortes, disse que quatro dos meus "praças" já tinham partido para Angola ou Brasil mas esqueci-me de referir que os outros três, que fizeram a inspeção comigo, vieram propositadamente de França, para "dar a tropa" segundo a expressão deles. Não sei se vieram por medo ou por amor à Pátria, pois a Pátria poucos benefícios lhe tinha dado além duma professora que os enchia de bofetadas e reguadas se não soubessem as lições de história e geografia.

A revolução de Abril de 1974 irá dar outra compreensão aos habitantes das aldeias e campos de Trás-Os-Montes e outras terras do interior, mas eles já tinham feito a sua revolução.

As revoluções anteriores, a Liberal e a Republicana, nada tinham alterado nas suas vidas, os seus parcos recursos e as condições de trabalho nos anos cinquenta do século passado, reportavam à Idade Média. Quando as condições são difíceis e não conseguimos melhorá-las a atitude mais inteligente obriga-nos a conformar-nos com elas e a procurar sermos felizes dessa forma. Nessa sociedade escalonada, entre trabalhadores sem terra, muito poucos, pois uma hortinha quase todos tinham, pequenos lavradores que embora tendo já alguns bens, eram obrigados a trabalhar para os outros, os dez ou quinze lavradores "remediados" pois sem ter que trabalhar para os outros e tendo que chamar outros nas colheitas, trabalhavam as suas terras. Restam os ricos, no topo da pirâmide, quatro famílias poderosas, cujos proprietários não trabalhavam e tinham muitos a trabalhar para eles. Mesmo estes ricos não viviam duma forma muito faustosa pois para pôr os filhos a estudar por vezes viam-se com dificuldades. Estas relações entre uns e outros com as suas diferenças e desníveis perdiam-se na bruma dos tempos pelo que cada qual as aceitava sem pensar em culpas ou injustiças, enfim era o destino de Deus.

Pobres ou ricos, todos eram amigos embora houvesse queixas, como há sempre nas relações entre homens. Por exemplo, patrão que dava pouco vinho aos trabalhadores era "falado" e pouco considerado entre eles.

Sem que houvesse qualquer sindicato, os trabalhadores nem conheciam tal palavrão, mesmo nesse tempo de ditadura faziam chegar algumas revindicações aos lavradores. Lembro-me de ouvir o meu pai, fixei-lhe as palavras, sem lhe conhecer todo o significado social, pertencia aos lavradores remediados, dizer para um irmão ou cunhado o seguinte:
- Olha que os homens este ano querem mais um escudo por jeira!

Nunca soube quem era o porta-voz das revindicações. As casas mais ricas, por vezes com bastante regularidade, outras vezes atendendo à miséria de alguns anos, eram bastante permissivas com os mais pobres e deixavam que eles fossem "roubar" lenha, pastar os animais para os seus lameiros e davam também bens de primeira necessidade como pão, batatas, azeite e até forragem para os animais. Precisavam todos uns dos outros, daí também esta "caridade", não de todo desinteressada. Esta era a sociedade ideal que o ditador sempre quis para Portugal, humildes, trabalhadores, tementes a Deus e respeitadores da ordem estabelecida. .
Porém esta sociedade não foi obra dele, pois esta é uma sociedade que vem de séculos antigos que os reis, os senhores feudais e a Igreja criaram. Afinal ele terá nascido e sido criado numa sociedade semelhante e quis reproduzi-la num país inteiro.
Como disse atrás, as revoluções liberal e republicana, mais viradas para as grandes cidades e o litoral, passaram muito longe do Portugal interior.

Com a emigração dos anos sessenta e setenta, surgem os trabalhadores, que à custa de muito trabalho, muitas privações e sacrifícios, amealham muitos milhares de francos que numa primeira fase servirão para adquirir algumas terras que nunca tiveram e construir casas com melhores condições na aldeia. A febre dos francos era tal que até um tio meu, um lavrador "remediado", bastante aventureiro, que nunca tinha trabalhado para outros, já com mais de cinquenta anos, resolveu ir "a salto" para a França. Só conseguiu aguentar lá meio ano pois as condições eram mais duras do que ele pensava.

Nessa sociedade medieval desnivelada e pacifica, vivi contente, outras vezes descontente, mas eram tempos de mais alegria e entusiasmo pois foram os anos da infância e da adolescência. Os homens dessas sociedades, condenados a viver num espaço confinado, onde os parentescos se cruzavam entre todos e até por vezes o mais pobre podia ser irmão do mais rico, e a terem que encarar-se quase diariamente eram obrigados a serem leais e solidários. As sociedades mais pobres, talvez por causa da escassez de bens materiais, cultivam bastante e gostam de o demonstrar com algum orgulho certos valores espirituais e sociais como a lealdade, a honra e a hospitalidade. Atente-se aos berberes e a algumas tribos de árabes. Não sei se consigo dar a razão mais correta desse comportamento.

Nesse meio pequeno, a palavra dada e a honra eram como moedas de troca que garantiam a qualquer habitante desse universo limitado que teria sempre um amigo por perto, em quem podia confiar, em caso de necessidade. A hospitalidade que se cultiva faz parte dessa sociedade comunitária que desde tempos antigos teve que se defender do frio, da fome, dos lobos ou outros animais selvagens. Essa hospitalidade estende-se aos forasteiros que são sobretudo habitantes de terras próximas ou até longinquas. Inicialmente terá sido instituída para alimentar os homens em trânsito ou deslocados posteriormente terá ficado como uma prática cavalheiresca.

Brunhoso, esse paraíso para uns e um campo de trabalhos para outros, mas onde afinal se coexistia com uma felicidade relativa, está a acabar, a emigração e os média, acabaram com a sociedade de subsistência e impuseram a sociedade de consumo, onde tudo tem um preço convertível em dinheiro, até a lealdade, a palavra e a honra. Essa sociedade de subsistência com a evolução e a globalização estava condenada a acabar.
Duma sociedade de miséria, desigual mas fraterna, passamos para uma sociedade individualista e miserável, onde temos que estar sempre precavidos dos aldrabões, traficantes e trafulhas. Ficamos abertos aos produtos que a sociedade moderna e tecnológica fabrica, muitos deles necessários porque o markting os impõe como tal. Ficamos expostos aos vendilhões do templo que se insinuam nas televisões no intervalo das telenovelas.

Hoje a minha memória vagueia entre cá e lá, entre essa sociedade antiga e fraterna mas desigual que obrigou muitos dos meus conterrâneos a dar sesse grande salto que lhes deu dinheiro mas também muita humilhação e sacrifícios e, a sociedade de consumo, sociedade de banqueiros e financeiros, homens sem rosto e sem honra que nos governam e nos roubam a dignidade e o dinheiro.
As experiências têm falhado, mas tem que haver uma sociedade alternativa.

Não podemos, não devemos esquecer que os portugueses descobridores, povoadores, viajantes, emigrantes, dispersos por toda a Terra, há quinhentos anos descobrimos os caminhos da Terra inteira.

Talvez possamos fazer mais essa descoberta. .

Um grande abraço a todos os camaradas
Francisco Baptista
____________

Notas do editor

(*) vd. poste de 4 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12388: Estórias avulsas (73): O Dia das Sortes na aldeia de Brunhoso (Francisco Baptista)

Último poste da série de 23 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14289: Pensamento do dia (18): A guerra (colonial) e as nossas mulheres (Tony Borié / António Graça de Abreu)

6 comentários:

Juvenal Amado disse...

Camarada Baptista

Não conheço o Brunhoso mas conheço o povo de que falas.
Que grande retrato tu aqui fazes, com pinceladas das recordações matizadas com amor que só os amam a sua terra, sabem expressar.
Este é o nosso Mundo, onde os ricos e pobres estavam à distancia do vinho dos servos, pouco e mau.

Conta mais pois é um prazer ler o que escreves.

Um abraço

Anónimo disse...

Caro Baptista:
Igual a ti próprio, exímio na descrição das cenas da vida campestre, na análise psicossocial e etnológica do teu Brunhoso. Interessante a relação que estabeleces entre o modelo cultural dos Brunhosos deste país do período anterior a 74 e a doutrina do integralismo lusitano perfilhada por Salazar. Mas deixa-me falar naquele prato servido às nove horas nas searas, aquelas fatias de pão de centeio molhadas em azeite enrijado... que maravilha! Um dia, em Brunhoso ou no Souto da Velha, havemos de nos consolar, na companhia de um copito de tinto.
Um abração, grande transmontano.
Carvalho de Mampatá.

Luís Graça disse...

Francisco, só muito tarde, em 1975, conheci o norte (Minho, Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes)... A nossa mobilidade espacial era reduzida, para não falar da mobilidade social (no que respeita a esta, nascia-se pobre e morria-se pobre)...

Em boa verdade, a generalidade da população portuguesa só começou a conhecer o seu país depois do 25 de abril, com a mensualização dos salários, e a conquista das férias e do subsídio de férias, a par da melhoria dos transportes públicos e da utilização do automóvel individual... Quem tinha carro até ao final dos anos 60/ princípio dos anos 70 ? Nas nossas aldeias, vilórias e até cidades do interior, contava-se pelos dedos quando se podia dar ao luxo de pegar em 60 contos (300 euros!) e comprar um Fiat 127...

O teu regresso ao passado é sempre oportuno, delicioso e pedagógico... Não podemos fazer da guerra colonial na Guiné sem evocarmos (e darmos a conhecer) as nossa origens...

Mais uma vez estou-te grato por essas tuas gratas memórias dessa infância já longínque em Brunhoso bem como da tua defesa de valores humanos e sociais que hoje, mais do que nunca, nos fazem falta...

Um abraço fraterno, LG

Anónimo disse...



Amigo Juvenal. não sei se é pelo aspecto de avó bondoso. que te dão essas barbas brancas ou pelos textos
tão humanos, abrangentes e objectivos, que escreves, que sinto sempre um grande prazer quando me cruzo contigo neste blogue. No aspecto e na bonomia fazes-me lembrar um grande poeta português de outras eras, o poeta João de Deus.
A ti amigo Carvalho de Mampatá, meu irmão, por tantas afinidades comuns, vou ter que te contradizer em relação às sopas de centeio, do tempo da segada. No Souto da Velha talvez não haja memória dessas sopas, já que não seria terra de muito cereal como no geral as freguesias de Moncorvo, que produziam sobretudo azeite, vinho e amendoa. Dos meus tempos de jovem lembro-me ainda que vinham muitos trabalhadores, do sul de Mogadouro sobretudo do concelho de Moncorvo a fazer as ceifas do planalto mirandês que ainda abrange todo o norte de Mogadouro. Recordo-me ainda que eles normalmente não trabalhavam à jeira, pois preferiam justar um preço com o patrão pelas ceifas a efectuar. Por motivos que talvez se prendessem em querer mostrar mais fidelidade aos trabalhadores da terra, o meu pai, nunca usou esse mão-de-obra de fora.
Como os habitantes da terra, eram pessoas humildes e como não havia contrato com os patrões do fornecimento de alimentação, recordo-me, presenciei mais de uma vez, um tio meu utilizava-os bastante numa grande seara contigua a um lameiro do meu pai, que comiam muita salada de tomates e outros vegetais que pediam aos lavradores da aldeia.
Ou em Brunhoso o no Souto da Velha prometo um dia fazer as sopas com azeite rijado para comermos, ambos e outros, do mesmo tacho.
Amigo Luís para te responder a ti é para mim sempre uma tarefa difícil, porque tu és um músico que tocas muitos instrumentos, és um polvo com muitos braços, és um monstro de sete cabeças. Eu sou eu próprio, um transmontano limitado nas capacidades e nos conhecimentos, limitado na agilidade do voo que só os grandes espaços da ciência e do saber dão ao homem. Admiro-te também pela maneira sábia com que administras o blogue.
Entre a mobilidade de um e outro houve algumas diferenças, penso eu, de origem social e de origem territorial. Quando estava em Mafra na recruta, recordo ainda que os poucos que durante o fim-de-semana ficavam no quartel, eram os transmontanos. Trás-Os-Montes era muito longe, estradas dificeis e comboios, a vapor, muito lentos.
Informo-te também que nos finais dos anos sessenta muitos dos habitantes de Brunhoso tinham bons automóveis, que no início de Agosto enchiam a aldeia e demonstravam com orgulho aos outros trabalhadores ou lavradores as suas capacidades de trabalho e financeiras.
Que mais te diga!
Continua no mesmo rumo, tu és um grande irmão para todos os camaradas e eu cada vez admiro mais essa tua pasticidade de te dividires e ao mesmo tempo, continuares uno e inteiro.

Um grande abraço

Francisco Baptista


Antº Rosinha disse...

Afinal fazer estradas, campos de futebol, universidades, doutores médicos e hospitais e áreas industriais era fácil, facílimo fazer.

Substituir a tracção animal por máquinas era tão fácil que até perdeu a graça semear melões.

Mas porque se demorou quase 900 anos para fazer isto tudo?

Há quem pense hoje, que não eram estas coisas que mais falta nos faziam.

Pensam alguns reacionários, que o essencial e prioritário após Salazar e a Guerra do Ultramar, só precisavamos duas coisas urgentes: JUIZO e SARNA para nos coçarmos.

O resto viria com o tempo e com peso conta e medida.

Este post levava-nos longe!



Hélder Valério disse...

Caro amigo e camarada Francisco

Estes teus "frescos" sobre a região do Brunhoso são, para mim, bastante interessantes.
Gosto de saber, de conhecer, as raízes das nossas gentes. Assim será mais fácil entender os comportamentos.
Não conheço essa zona do País.
Já estive em Vila Real mas foi o mais longe que estive para esses lados. Para o litoral sim, praticamente de norte a sul, mas para esse interior/norte não.

Embora com especificações próprias dos locais, em termos dos trabalhos e das vivências, as relações que relatas são semelhantes, nos seus traços gerais, aos que se poderiam encontrar noutras regiões do País. Nesses tempos e hoje, em certa medida, também.

Abraço
Hélder S.