sexta-feira, 20 de maio de 2016

Guiné 63/74 - P16112: Agenda cultural (485): Sessão de lançamento do novo livro do lusoguineense António Júlio Estácio, "Bolama, a saudosa...", Lisboa, Palácio da Independência, dia 25, às 18h00 - Resumo da obra: parte I

Parte I do resumo do livro "Bolama, a saudosa...", da autoria do nosso amigo e camarada, lusoguineense, António [Júlio] Estácio.


Vai ser  lançado em Lisboa, 
no Palácio da Independência, mesmo ali ao lado 
do Teatro de D. Maria II, 
dia 25 de maio,  4ª feira,
às 18h00.

O  autor:

António Estácio, lusoguineense,
 nado e criado no chão de papel, em Bissau,  em 1947, 
engenheiro técnico agrário (Coimbra, 1964-1967, Escola de Regentes Agrícolas,
 onde foi condiscípulo do Paulo Santiago), 
fez a tropa (e a guerra) em Angola, como alferes miliciano (1970/72). 
Trabalharia depois em Macau (de 1972 a 1998).

Vive há quase duas décadas em, Portugal, no concelho de Sintra, 
É membro da nossa Tabanca Grande desde maio de 2010 (*). 
Tem-se dedicado à escrita,
 é autor de dois livros que narram as histórias de vida  
de duas "mulheres grandes" da Guiné, 
a caboverdeana Nha Carlota (1889-1970) 
e  a guineense Nha Bijagó (1871-1959). (**).

Todos os amigos e camaradas da Guiné, que se sentam à sombra do poilão da Tabanca Grande, estão naturalmente convidados para este evento cultural. De resto, o Estácio é um bom amigo e melhor camarada, tem participado nos nossos encontros anuais em Monte Real, e é um elo de ligação fundamental com a história e a cultura crioula da Guiné-Bissau.

Esta obra, até pela sua extensão (c. de meio milhar de páginas), foi um "parto difícil", é um projeto que já vem de 2012. Parte do material fotográfico foi cedido pelo nosso blogue.

Parabéns ao autor, por ter chegado a bom porto, o mesmo é dizer que não morreu na praia!... Fica aqui um "cheirinho" do seu livro, com este resumo (alargado) com que ele presenteou o nosso blogue. Obrigado, António!... E boa sorte para o teu livro. 


Sinopse da obra - I Parte (da chegada dos portugueses até 1932)










(Continua)
_____________

(...) António Júlio Emerenciano Estácio  [,. foto à  esquerda, em 1964,]  nasceu em Bissau, a 3 de maio de 1947, no tchom de Papel.  Estudou no Liceu Honório Barreto, onde foi condiscípulo do nosso amigo Pepito e foi aluno da nossa decana, a dra. Clara Schwarz (n. 1915).

Conheceu, ainda na Guiné, o nosso camarada Mário Dias.

De 1964 a 67 estudou, em Coimbra, na ex-Escola Nacional de Agricultura, onde tirou o Curso de Regente Agrícola,  tendo depois estagiado no extinto Instituto de Algodão de Angola (IAA).

De Janeiro de 1969 a Abril de 1972 cumpriu o serviço militar obrigatório, tendo, a partir de março de 1970 a maio de 1972, prestado comissão de serviço na Região Militar de Angola (RMA), Esteve aquartelado nas povoações de Luquembo, Sautar e Bessa Monteiro.

Em 28/9/1972 chegou a Macau, a fim de desempenhar funções técnicas na então Brigada da Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar (MEAU). Neste território, conviveu com o Mário Dias e com o  [nosso saudoso] José Neto, de quem ficou grande amigo. Trata.se de dois grã-tabanqueiros da primeira hora, camaradas da Guiné.

De 28 setembro de 1972 a 2 dezembro de 1998 viveu em Macau, onde exerceu vários cargos e funções. Vive hoje em Portugal. (...)

(**) Vd. postes de :

3 de julho de  2011 > Guiné 63/74 - P8500: Fotos do lançamento do último livro do nosso camarada e amigo António Estácio, Nha Bijagó: Respeitada personalidade da Sociedade Guineense (1871-1959) , Lisboa, 20 de Junho de 2011


20 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6434: Notas de leitura (109): Carlota Lima Leite Pires, 'Nha Carlota' (1889-1970), de António Estácio (Mário Beja Santos)

(***) Último poste da série > 18 de maio de 2016 > Guiné 63/74 - P16104: Agenda cultural (477): Lançamento do livro "A Conquista das Almas: Cartazes e Panfletos da Acção Psicológica na Guerra Colonial", de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, dia 23 de Maio, às 18h30, na Associação 25 de Abril, em Lisboa

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A história da Bolama é fascinante, e ao nosso Estácio não escapa nada... Desconhecia completamente a história desta mulher que foi pioneira da aviação... Obrigado. LG

______________

Elly Beinhorn-Rosemeyer (30 May 1907 – 28 November 2007)...

(...) Long distance flying was her real passion and in 1931 she seized the opportunity to fly to Portuguese Guinea (now Guinea-Bissau) West Africa on a scientific expedition. On the return journey, engine failure resulted in a crash-landing in the Sahara.

With the help of nomadic Tuareg tribesmen, Elly joined a camel caravan to Timbuktu. She subsequently returned to the crash site to recover parts of the plane.[8] Word of her plight reached the French authorities and they sent a military two-seater plane to collect her.(...)

In April 1931, fully recovered, she was able to fly herself back to Berlin to a warm reception from the crowds. (...)

https://en.wikipedia.org/wiki/Elly_Beinhorn

Antº Rosinha disse...

O Estácio poderá atravez de gente da época dele ou mais velhos obter mais informações sobre a presença de Alemães na região dos Bijagós.

A presença de Alemães deve ter sido bem prolongada nos Bijagós, pelo menos em Bubaque.

Eles construíram uma fábrica em Bubaque, falava-se que para óleo de coquenote, de uma dimensão e de uma complexidade de maquinismo, que só mesmo em muitos anos seria possível transportar, construir e montar uma coisa daquelas, naquele lugar tão estranho e isolado para um alemão dos anos 20/30, quando estava nos programas imperiais alemães a exploração de parte das nossas colónias.

E só construía uma coisa daquelas, só mesmo quem tivesse na mira de chamar àquilo, terra deles.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A Alemanha e a Itália, dois países com estratégias expansionistas, nunca tirararm, ao lomgo dos anos 30/40, o olho de Cabo Verde e do Arquipélago dos Bijagós… Eram posições estratégicas na ligação entre o Atlântico Norte e Sul… A presença de “espiões” alemães e italianos no Mindelo, na Ilha de São Vicente, era notória, segundo as conversas que tive com o meu pai, Luís Henriques, que lá esteve em 1941/43, como “expedicionário”… Já aqui publiqueim, inclusive, uma foto com dois grandes navios hospitais italianos no porto grande do Mindelo.

Quanto ao monumento aos pilotos italianos,em Bolama, já cá temos falado do tema Trata-se de um homenagem da Itália de Mussoilini aos seus 5 aviadores, vitimas de queda dos seus aparelhos em 5 de Janeiro de 1931 quando faziam a ligação Itália/Brasil com escala por Bolama.

Também não é por acaso que a Itália (e os italianos. incluindo os seus missionários...) sempre “acarinharam” os antigos territórios da Guiné e de Cabo Verde... Já nos anos 30, antes da guerra, o Governo português autorizara o Mussolini a arrancar com o seu ambicionado projecto de construção de uma aeroporto na Ilha do Sal, indispensável para a ligação da Itália com os países da América do Sul onde residiam importantes comunidades italianas... A guerra terá frustrado os intentos de ambos os Governos.

Mas já antes, no início de 1931, tinham caído na Guiné, em Bolama, então capital da colónia, dois hidroaviões da esquadrilha de Italo Balbo (o Gago Coutinho italiano...) que tentava fazer a ponte aérea entre Roma e o Rio de Janeiro...

Desse desastre resta na ilha de Bolama, ainda surpreendentemente intacto (?), um monumento em pedra com a legenda "Mussolini ai Caduti di Bolama», inaugurado em Dezembro de 1931...

A esquadrilha, com 14 aparelhos, de Italo Balbo (apontado mais tarde como um rival de Mussolini, e morto em 1940, na Líbia, pela própria artilharia antiaérea italiana!), chegou a Bolama no dia de Natal de 1930.

Era o último ponto de paragem em África, justamente por ser o mais próximo de Porto Natal, no Brasil. Depois de vários dias em Bolama para reparações e à espera de condições atmosféricas favoráveis, voltaram a levantar voo a 5 de janeiro de 1931. Caíram 2 aparelhos, provocando 5 mortos. Os restantes chegaram ao Rio de Janeiro, no dia 15.

Antº Rosinha disse...

Luís, este assunto de as colónias portugueses terem o destino traçado, se a Alemanha não tivesse lerpado, era assunto para uns postes valentes, ou por ti ou pelo Beja Santos, recolhendo coisas noticiadas e factos daqueles tempos.

Não tinha sobrado nada, nem o crioulo!