quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Guiné 61/74 - P17033: In Memoriam (277): Carlos Filipe Coelho (Porto, 1950 - Lisboa, 2017), ex-Sold Radiomontador, CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74) (Juvenal Amado)


Carlos Filipe Coelho (Porto, 1950 - Lisboa, 2017)... Foi Soldado Radiomontador da CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74). Era membro da nossa Tabanca Grande desde 2009. Tem mais de 25 referências no nosso blogue.


O Carlos Filipe e o Cripto Gomes, em Bafatá


O seu avô, Deodato Soares Azevedo, morto em 1941 a bordo de um navio inglês onde era tripulante, atingido por um submarino alemão durante a II Guerra Mundial. Nasceu na Foz do Douro, Porto, em 1881. (Fonte: Cortesia do blogue Navios à Vista, de Rui Amaro.)


Georges VI, TI [Rex Imperator]: This scroll commemorates D. S. De Avevedo, Able Seaman Merchant Navy, held in honour as one who served King and Country in the world war of 1939-1945 and gave his life to save mankind from tiranny. May his sacrifice help to bring the  peace and freedom for which he died. (Fonte: Cortesia do blogue  Navios à Vista, de Rui Amaro.)

Tradução: "Jorge VI, Rei de Inglaterra: Este pergaminho celebra a memória do Marinheiro de 1ª classe [AB Seaman], da Marinha Mercante, D. S. de  Azevedo, tendo sido mandado passar em honra de quem serviu o  Rei e o  País na guerra mundial de 1939-1945 e deu sua vida para salvar a humanidade da tirania. Que seu sacrifício ajude a trazer a paz e a liberdade àqueles por quem ele morreu." (tr. de LG)


1. O falecimento do Carlos Filipe Coelho (ex-Soldado Radiomontador, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74)

por Juvenal Amado

O Carlos Filipe não era pessoa social, simpática nas suas opiniões, não fazia o favor de se calar, dizia o que tinha a dizer, quer estivesse em maioria ou não. Nem toda a gente gostava da sua forma de estar e, como se sabe, cada cabeça sua sentença e só o ouro agrada a todos.

Em Galomaro eram conhecidas as suas posições contra a guerra e um número mais restrito envolvia-se com ele em discussões politicas a que alguns tentavam por água na fervura. Depois de ser evacuado, na recolha dos seus pertences, havia vária documentação a que se teve que dar descaminho, sob pena de ela cair em mãos menos aconselháveis e criar-lhe mais problemas.

Foi evacuado de Galomaro com 10 meses. Hospitalizado em Bissau com hepatite [, hoje C], viu chegar o seu comandante de pelotão, o Alferes Mota, gravemente doente, que veio a falecer três dias depois.

Evacuado para o Hospital Militar de Lisboa, vem aí a fazer a  sua recuperação, passando à vida civil. 

Natural da Foz do Douro, Porto, acaba por ficar em Lisboa como técnico de rádio na emissora da Rádio Renascença, funda família e não custa acreditar que facilmente se ligou aos meios mais conspiratórios contra o regime de então.  É aí que se encontra quando finalmente o seu batalhão desembarca 20 dias antes do 25 de Abril de 1974.

Como militante de esquerda radical, toma parte dos acontecimentos da Rádio Renascença, que acabam com a explosão dos emissores e o despedimento de todos os implicados no processo de autogestão da referida emissora, que entretanto tinham surripiado ao controlo da igreja católica. A emissora volta para as mãos da igreja e ele e outros ficam desempregados.

No desemprego, monta uma oficina de técnico de rádio e corre o país na montagem de emissoras das rádios livres ainda clandestinas. Com a sua legalização são terreno fértil para a sua capacidade como técnico.

Findo esse período, mantém a oficina onde vai buscar o seu sustento.

Volto a encontrá-lo no blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, em 2007, mas já não trabalha, está reformado. Trocámos correspondência online, combinamos encontrarmo-nos. Conta-me que está viúvo da sua mulher e camarada, que ele próprio sofre de cancro no pulmão e que se ofereceu para cobaia de novos tratamentos experimentais. 

Dou-me conta do isolamento, e sua  solidão, mas não consigo que ele passe a fronteira e que vá aos almoços do batalhão, muito menos conviver com a minha família.  Entretanto perco o seu contacto. Não atende o telefone, não responde aos e-mails. Como não tenho conhecimento com familiares dele, fiquei quase um ano sem saber onde parava.

Finalmente o telefone toca e é o Carlos Filipe. Conta-me que ficou com o esófago todo queimado da radioterapia e só agora consegue falar.

Expande-se então pela Net em páginas de discussão politica. Cria um blogue chamado  Recortes Para o Meu Neto, no facebook o Galomaro Destino e Passagem e, a seguir ao golpe de estado na Guiné-Bissau que derruba o Carlos Gomes, funda o Bissau-Resiste como blogue [, o último poste é de 8/1/2017] e como página do facebook, onde explana as suas ideias sobre a sociedade guineense, através de contactos denuncia corrupção, golpismo, ligações aos narcotráfico dos militares etc. 

Isto granjeou-lhe muitos amigos da Guiné na diáspora e, se calhar, muitos mais inimigos. 
Passa a viver para aquilo, fica chateado por eu não ser participativo na sua actividade e não comungar abertamente das suas opiniões. Mas na verdade eu não sabia em que me estava a meter, eu não conhecia a realidade fundamentada da situação política na Guiné-Bissau e em que águas turvas ela se movia. Deixou de me atender o telefone, de responder aos meus emails.

Um dia telefonou-me como se nada se tivesse passado. Fala-me da sua mãe e avó e do seu avô Deodato, morto a bordo de um navio inglês onde era tripulante, atingido por um submarino alemão   durante a II Guerra Mundial. (Vd. Blogue Navios à Vista, de Rui Amaro, cuja visita recomendo).

Até hoje não deixei de o apoiar, para tomar um café, para o ir buscar ao hospital, para  lhe fazer companhia e no domingo, pela a última vez, falei com ele no Hospital Pulido Valente. Hoje fui vê-lo pela última vez e, nem uma hora depois de estar em casa, recebo a notícia da sua morte. 

O nossa camarada Carlos Filipe foi uma personalidade complexa, esquiva, solitária, solidária, qual cavaleiro andante de causas e ideais muitos deles perdidos. Nunca esqueceu a Guiné, amava aquela terra de uma forma arrebatada. Não teria tido bom fim se lá tem ficado e envolvido na politica pós-independência, como facilmente se pode prever, mas todos nós, e até os detractores, ficamos mais pobres com a sua partida. Lamento que a sua voz, discordante tantas vezes, se tenha calado para sempre.

Descansa em paz camarada Carlos Filipe e que a terra te seja leve.
Os meus sentidos pêsames à filha, neto e genro, pois penso serem os únicos familiares. 

Camaradas, penso ter aqui retratado o Carlos Filipe como ele gostava de ser retratado e recordado . Como um lutador, nunca se rendeu, nunca se dobrou, nunca rastejou para obter o que quer que fosse e homens assim não precisam de palavras bonitas, não querem compaixão, porque são o que são, engrandecem-nos e tornam-nos imensos.

Um abraço, como ele diria, a todos e cada um.


2. Comentário do editor:

Já em novembro de 2016, o Juvenal Amado nos tinha alertado para a situação do Carlos Filipe Coelho (ex-Soldado Radiomontador, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74); enfrentava graves problemas de saúde, e estava internado no Hospital Pulido Valente (*)...

Nessa altura falei com ele ao telefone. Ficou sensibilizado por ter notícias da nossa Tabanca Grande. Mais recentemente voltou a  ser reinternado, segundo mensagem que me mandou, em 10/1/2017, o seu fiel e dedicado amigo e grande camarada  Juvenal Amado. Há muito que o seu estado de saúde nos causava preocupações. Acabei de chegar do Norte, e recebo esta notícia triste. É mais um dos nossos que parte para a última viagem. Ficam aqui as palavras, singelas, mas de grande ternura, que o seu neto, Guilherme Filipe, escreveu na página do Facebook do avô, ontem, às 14 horas:

(...) "Bem, nem sei por onde começar, não estava nada à espera que isto fosse acontecer, porque é que tinha de ser logo a ti,  avô?... Agora sem ti já não vou ter com quem desabafar dos meus problemas, não vou poder dar-te a saber as minhas notas da escola, não nada...  Sei que estavas a sofrer devido à tua doença, mas eu precisava de ti... Nem sabes o quanto eu gostava quando era pequeno e íamos dar os nossos passeios a Trafaria, queria-os repetir mas sei que não foi possível, gostava que tudo fosse diferente, queria ter-te dito um último adeus mas não consegui... Vou ter saudades do teu "Olá, meu neto, como estás?" e do "Obrigado por teres telefonado" ... Gosto muito de ti, meu grande amigo e avô, descansa em paz".

À filha, ao genro, ao neto, demais família, amigos e camaradas, a Tabanca Grande deixa aqui expressa a sua solidariedade no luto e na dor. O Carlos Filipe ficará connosco, agora do alto do poilão da nossa Tabanca Grande,  no "cantinho" daqueles que da lei da morte já se foram  libertando. (**)

PS - O Juvenal Amado ficou de nos informar sobre a data, a hora e o local da cerimónia fúnebre.

 ______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de novembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16698: Banco do Afecto contra a Solidão (19): Carlos Filipe Coelho (ex-soldado radiomontador, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74): está hospitalizado, com graves problemas de saúde... Vamos mandar-lhe uma palavrinha solidária (Juvenal Amado)

(**) Último poste da série > 20 de janeiro de  2017> Guiné 61/74 - P16971: In Memoriam (276): o 1.º cabo sapador Glória, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74, um tripeiro de gema: até sempre, camarada ! (Juvenal Amado)

19 comentários:

Juvenal Amado disse...

Ontem mesmo uma sua amiga Paula Costa Williams, activista na ajuda à Guiné-Bissau publicava este sentido poema.

Para ti Carlos Filipe – estejas onde estiveres

Os nossos olhos nunca cruzaram
As nossas mãos nunca se tocaram
As nossas ideias, sim

Fomos construindo
Ao longo do tempo
Perplexidades
Protestos
Denúncias
Alternativas

Os nossos olhos nunca cruzaram
As nossas mãos nunca se tocaram
As nossas ideias, sim

Mais uma vez
Cheguei atrasada
Para a despedida da vida

Mais uma vez
Me fico nas palavras
E no silêncio
A doer

Fico contigo
E com o amor
Às gentes da Guiné-Bissau
Amor nosso partilhado
Na escrita
Nos sentimentos

Um dia
Vamo-nos encontrar

E finalmente
O Djumbai
Tantas vezes falado
E nunca conseguido

Que todos os irãns
Da Guiné-Bissau
Se curvem
À tua passagem

Descansa em Paz
Meu amigo
E companheiro de estrada

Djumbai – conversa
Irã – divindade animista

Anónimo disse...

Sentidos pêsames à família enlutada.
O nosso número de Camaradas falecidos aumentou. Que nos proteja o destino prolongando por mais uns tempos os que vamos resistindo!
Também estamos de luto. São perdas que nos vão enfraquecendo a alma mas dão resistência ao espírito.
Álvaro Vasconcelos

José Marcelino Martins disse...

À medida que o tempo avança, vamos ficando pelo caminho.
As palavras que inventávamos, quando uma situação destas acontecia, cada vez têm menos sentido, pelo menos para nós.
«Condolências».
Palavra simples e antiga, é aquela que nos ocorre a cada instante.

Anónimo disse...

Que descanse em paz.
BS

Tabanca Grande Luís Graça disse...

relembro aqui o que escrevi em 19/10/2016, fazia o Carlos Filipe 66 anos, a idade com que haveria de morrer:

(...) "Caro Juvenal, és um grande ser humano. O que fazes pelo teu (e nosso) amigo e camarada, é digno de registo, é um exemplo para todos nós, É isso a camaradagem e a solidariedade humana. É também esse espírito da Tabanca Grande.

Sim, eu sabia que Carlos Filipe estava (ou esteve) doente, há uns anos atrás. Mas não sabia era o resto da história nem o prognóstico da doença... Há estoicismo e dignidade na maneira como o Carlos tem enfrentado a adversidade e fintado a morte.

Se conseguires estar com ele, hoje, no dia do seu aniversário natalício, dá-lhe um abraço, de todos nós, do tamanho do poilão da Tabanca Grande e bebe um copo com ele, por ele, por ti e por todos nós, que merecemos viver mais uns aninhos cá na terra, para compensar os que perdemos na guerra... Mesmo de muletas... por que como diz o provérbio popular "mais vale andar neste mundo de muletas do que no outro em carretas" (...)


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Carlos%20Filipe

Anónimo disse...

Não tinha um conhecimento pessoal do Carlos Filipe e confesso que não contava voltar aqui, mas depois de ler em pormenor tudo que o Juvenal escreveu, embora não me surpreendesse nada daquilo que escreveu, não podia deixar de lhe dar um abraço através deste escrito. Reconheço a minha diferença, pela forma como se envolve. Não interessam mais palavras. Um grande abraço para o Juvenal.
BS

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Acho que o Carlos Filipe está muito bem caracterizado neste irrepreensível texto do Juvenal.

É um homenagem ao Homem, ao camarada da Guiné, ao companheiro de tertúlias, de discussões, de concordâncias e discordâncias, que o Juvenal tão bem conhece e que acompanhou.

Não há muito mais a dizer.
Faleceu a combater, como sempre o fez, a seu modo.
Podemos concordar ou discordar mas é inegável que o Filipe foi sempre vertical.
E isso, nos dias de hoje, é uma quase raridade.

Que possa descansar em paz.
Que a família, principalmente o seu neto Guilherme, aceite as minhas condolências.

Hélder Sousa

Cherno AB disse...

Caros amigos,

Os meus sentimentos de pesar por esta enorme perda e que a alma do meu grande amigo, Carlos Filipe, descanse em paz. Foi aqui, nesta Tabanca Grande, que nos conhecemos, onde me recebeu da forma mais entusiastica e amigavel e sempre me tentou proteger da mesma forma que o faria, acho eu, se nos tivessemos encontrado em Galomaro no meio da malta do seu Batalhao.

Um abraco ao seu camarada e amigo, Juvenal Amado, pela paciencia e capacidade humanas, pelo esforco de manter a sua velha amizade.

Um abraco amigo a todos,

Cherno Balde

José Botelho Colaço disse...

Sentidos pêsames à família enlutada mas o inexorável rolar da roda da vida assim vai dizimando os ex-combatentes pesar da sua tenaz resistência.

Anónimo disse...


Juvenal Amado
8 fev 2017 18:14


O Carlos vai ser cremado, ainda não sei quando, mas já falei com o genro para me avisar com antecedência.

Em principio parte das cinzas irão para a Guiné Bissau em mão da nossa amiga Paula Costa Williams, isto se não surgir nada em contrário.

Henrique Cerqueira disse...

Camarada e amigo Carlos Filipe
Nunca nos chegamos a encontrar no nosso "Chalé Suisso" na Foz do Douro Jardim do Passeio Alegre,tal como um dia havíamos combinado.
A nossa geração lá se vai esvaindo aos poucos tal como a lei da vida assim o destina.
Eras um "chato"e casmurro ,mas sério e firme nas tuas convicções,não te vergavas com duas tretas.
Camarada até um dia.
Henrique Cerqueira

admor disse...

Descansa em paz Camarada Carlos Filipe.

Condolências aos familiares.

Adriano Moreira

Anónimo disse...



Impressionou-me a descrição tão sentida, carinhosa e tão humana que o Juvenal Amado fez do nosso camarada Carlos Filipe que hoje nos deixou. Obrigado Juvenal, vou lembrar-me deste nosso camarada por muito tempo. Os meus sentidos pêsames à família dele.
Francisco Baptista

Anónimo disse...

Aproveito para distinguir duas pessoas: o Carlos Filipe e o Juvenal Amado. Vou pensar que o primeiro não morreu, mas se morreu não morreram as suas virtudes que nos deixa como legado. Quanto ao segundo, estou-lhe grato por ter sido tão solidário para com o Carlos Filipe.

Um abração.

Carvalho de Mampatá

Anónimo disse...

Partiu o Carlos Filipe. Sem o conhecer, percebi bem a sua integridade, pelo retrato magnífico que dele fez o Juvenal Amado. Pode não deixar muitas amizades, mas deixa com certeza uma aura de respeito e admiração ainda que com distanciamento.

Teve, contudo, nos tempos difíceis que antecederam a sua morte, o privilégio do apoio e da amizade de um AMIGO com um coração grande e generoso, daqueles que vão rareando à medida que todos nós, e à nossa volta, vamos inexoravelmente rareando.

Era de um AMIGO assim, como o Juvenal Amado, que precisávamos nos momentos difíceis. E por isso lhe rendo aqui a minha homenagem deixando-lhe um forte abraço.
Condolências à família do Carlos Filipe.

António Murta.

Anónimo disse...

O coração do Carlos Filipe parou. A memória da sua vida e dos princípios que defenedeu ficarão entre os amigos e naqueles que não comungavam dos seus ideais. Por que isso de inimigos só o é quem quer sê-lo.
Para os familiares as minhas condolências.
Juvenal,
Um dia, em Fátima, demos um abraço. Bem sabemos os sentimentos nele contido. Hoje, mais uma vez, recebi de ti uma lição do melhor que há nas pessoas. Bem hajas por isso.
Como gostaria de estar ao teu lado!!!
Abraço transatlântico.
José Câmara

Anónimo disse...

Juvenal, é tocante o poema de despedida ao Carlos Filipe, escrito pela vossa comum amiga (do Facebook), Paula Costa Williams. Trála até nós, à Tabanca Grande!... E dá-lhe um alfabravo fraterno da nossa parte. Luís

Anónimo disse...

Descansa em Paz, camarada.

Obrigado Juvenal, pela tua sentida missiva...

Jorge Rosales

Unknown disse...

Mais um camarada que nos deixa.
Já não me lembro como nos conhecemos na net. Um dia referiu-me que das coisas que tinha mais saudades era de percorrer o Parque onde está a Igreja do Senhor de Matosinhos e olhar as Capelas que estão no exterior.
Fiz um pps talvez em 2008 mas nunca soube se o recebeu.
De vez em quando o camarada e amigo comum António Tavares falava-me dele.
Paz à sua alma. Condolências à Família.