sábado, 12 de agosto de 2017

Guiné 61/74 - P17666: (In)citações (110): À procura de… Luís Vassalo Rosa, arquiteto e comandante da CART 1661 (Mário Beja Santos)

Cap Art Luís Vassalo Rosa, CMDT da CART 1661


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Agosto de 2017:

Queridos amigos,
Agora começa o trabalho para quem conheceu e ou conviveu com o Capitão de Artilharia Luís Vassalo Rosa, que tinha à sua responsabilidade Porto Gole, Enxalé, Bissá e Missirá.
Olhando este dispositivo, eu que apanhei outro (Missirá ficou na dependência do batalhão de Bambadinca, talvez logisticamente acertado mas inadaptado à quadrícula, as bases do PAIGC eram as mesmas para Missirá e Enxalé, mas o assunto para aqui não é relevante) fico a refletir como havia mais bom-senso no dispositivo no terreno, face às caraterísticas do inimigo. Têm aqui constado referências largas sobre a CART 1661, presumo que o Capitão Vassalo Rosa não teve longa permanência, chegou em 1967, ano em que é recambiado com tuberculose para Lisboa.
Há fotografias? Há documentação? Que memória ficou dos seus camaradas de então?
Quem sabe, sabe.

Um abraço do
Mário


À procura de… 
Luís Vassalo Rosa, arquiteto e comandante da CART 1661

Beja Santos

Luís Vassalo Rosa é nome proeminente da arquitetura portuguesa da segunda metade do século XX, tem trabalho reconhecido por colegas de ofício e amigos como Fernando Peres, Armando Lucena, Maurício de Vasconcelos, Raul Chorão Ramalho, Nuno Teotónio Pereira, Manuel Tainha, entre outros. Começou a carreira profissional em Pangim, Goa, será capitão de artilharia na Guiné, em 1966, virá evacuado depois de contrair tuberculose. A sua obra mais importante será a Sé de Bragança, Catedral de Nossa Senhora Rainha. A Câmara Municipal de Almada dedicou-lhe na Casa da Cerca, entre finais de 2007 e Março de 2008 uma exposição a pretexto de ter recebido o Prémio Municipal de Arquitetura Cidade de Almada, a exposição permitia ao visitante acompanhar o percurso desde o seu primeiro projeto, o Jardim-Escola João de Deus, em Torres Novas, de 1957, até ao estudo para a cidade desportiva de Sines, em 2007. Pelo caminho, as suas diversificadas intervenções no plano de urbanização de Chelas, no plano integrado de Almada - Monte da Caparica, no estudo preliminar para a recuperação e valorização conjunta do Castelo de Almourol e da Igreja de Nossa Senhora do Loreto em Vila Nova da Barquinha, o Palácio da Justiça de Setúbal, a recuperação do Palácio do Alvito, Plano Diretor Municipal de Salvaterra de Magos, Marina de Portimão, e muito mais.



É exatamente na leitura deste vastíssimo currículo que se encontram referências mínimas à sua passagem pela Guiné. Diz-se que embarca no Uíge em 1967 com a CART 1661, sendo-lhe atribuído o setor Missirá, Enxalé, Porto Gole e Bissá, foi posteriormente evacuado para o Hospital Militar de Bissau e transferido para o Hospital Militar de Lisboa. Aparecem duas fotografias do comandante da CART 1661, e nada mais.


Penso que seria interessante investigar-se o percurso do arquiteto Vassalo Rosa em Porto Gole, Enxalé, Bissá e Missirá. Ocorreu-me que pessoas como o João Crisóstomo, o Abel Rei, o Henrique Matos Francisco, entre tantos outros, podiam ajudar a localizar e a mostrar mesmo imagens do construtor da Sé de Bragança por aquelas paragens da Guiné. Estive em Missirá, no ano seguinte, não obtive qualquer referência à sua pessoa.
Vamos a ver até onde poderá ir a procura à volta do comandante da CART 1661.
Todas as ajudas serão muitíssimos úteis para que o seu retrato guineense fique o mais nítido possível.
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Nota do editor

Último poste da série de 26 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17514: (In)citações (109): Portugal a arder - destruição, desolação e morte (Francisco Baptista, ex-Alf Mil)

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